(UNESP - 2018/2 - 1ª FASE) As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
De acordo com o texto,
a motivação da conquista europeia da África foi essencialmente religiosa, destituída de caráter econômico.
os líderes políticos africanos apoiavam a catequização dos povos nativos pelos conquistadores europeus.
os africanos aceitavam a escravização e não resistiam à presença europeia no continente.
os povos africanos reconheciam a ação europeia no continente como uma cruzada religiosa e moral.
a escravização foi muitas vezes justificada pelos europeus como uma forma de redimir e salvar os africanos.