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(ENEM - 2012)Aquele bbado Juro nunca mais beber e

Português | Interpretação de texto | figuras de linguagem | figuras de pensamento | ironia
Português | Interpretação de texto | narração | a linguagem da narrativa
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(ENEM - 2012)

Aquele bêbado

            — Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.

            O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava-se de Índia Reclinada, de Celso Antônio.

            — Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos.

             Só ele sabia que andava mais bêbado que um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos.

ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.

A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa, ocorre uma

A

metaforização do sentido literal do verbo “beber”.

B

aproximação exagerada da estética abstracionista.

C

apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.

D

exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.

E

citação aleatória de nomes de diferentes artistas.