[IME - 2020/2021 - 2 fase] Seja ABC um tringulo tal que. Prove que o valor de um nmero inteiro e o determine. Observao: a cotangente do ngulo
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal A Provncia de So Paulo ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra Os Sertes aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular missinico e o Exrcito Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatria para a compreenso da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um Brasil profundo, desconhecido pela elite intelectual e poltica do litoral, e se tornou obra cannica de expresso dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, Os Sertes se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos cientficos, que so estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivao e reinveno lexical. Texto 1 Captulo 3 - A GUERRA DAS CAATINGAS 1 Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a cincia, perturbando-lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes e formulam leis para a guerra, pondo em equao as batalhas, tm definido bem o papel das florestas como agente ttico precioso, de ofensiva ou defensiva. E ririam os sbios feldmarechais guerreiros de cujas mos 5caiu o franquisque herico trocado pelo lpis calculista se ouvissem a algum que s caatingas pobres cabe funo mais definida e grave que s grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importncia para a defesa do territrio orlando as fronteiras e quebrando o embate s invases, impedindo mobilizaes rpidas e impossibilitando a translao das artilharias se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, 10 aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra s emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratgia desencadeia os exrcitos. So uma varivel nas frmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas so um aliado incorruptvel do sertanejo em revolta. Entram 15tambm de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Tranam-se, impenetrveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multvias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jaguno faz-se o guerrilheiro-tugue, intangvel... As caatingas no o escondem apenas, amparam-no. Ao avist-las, no vero, uma coluna em marcha no se surpreende. Segue pelos caminhos 20 em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo cancula e com o desalinho natural s marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. que nada pode assust-los. Certo, se os adversrios imprudentes com eles se 25 afrontarem, sero varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-o em estilhas a um breve choque de espadas e no crvel que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E l se vo, marchando, tranqilamente hericos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, 30 outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada vem. H a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda. 35 Ento estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que v e no visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhes constritos na vareda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilho de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, zunem os projteis dos atiradores 40invisveis batendo em cheio nas fileiras. A situao rapidamente engravesce, exigindo resolues enrgicas. Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extenso do caminho, prontas primeira voz; e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A fora, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expanso irradiante de cargas. 45Avana com rapidez. Os adversrios parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidvel da caatinga. As sees precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexvel, mas impenetrvel, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que Ihes arrebata das mos as armas, e no vingam transp-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. V-se 50um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas rvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm toa, num labirinto 55de galhos. Caem, presos pelos laos corredios dos quips reptantes; ou estacam, pernas imobilizadas por fortssimos tentculos. Debatem-se desesperadamente at deixarem em pedaos as fardas, entre as garras felinas de acleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a disperso do tumulto. Atiram a esmo, sem 60pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os prprios companheiros. Seguem reforos. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confuso e a desordem; enquanto em torno, circulando-os, rtmicos, fulminantes, seguros, terrveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis tio adversrio. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ningum viu. 65 As sees voltam desfalcadas para a coluna, depois de inteis pesquisas nas macegas. E voltam como se sassem de recontro brao a brao, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos.... . 70 A luta desigual. A fora militar decai a um plano interior Batem-na o homem e a terra. E quando o serto estua nos bochornos dos estios longos no difcil prever a quem cabe a vitria. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de ao e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui retaguarda, fugindo ante o deserto ameaador e estril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo 75 um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomvel. um tit bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exrcitos. CUNHA, Euclides da.Os Sertes(Campanha de Canudos). 2 ed. So Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-186. Texto 2 ESTADOS DE VIOLNCIA 1 A Guerra, na longa histria dos homens, ter tido seus atores e suas cenas, seus heris e seus espaos. seus personagens e seus teatros. Diversidade incrvel das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou pancies sombrias, 5 colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portes e fossos profundos. Sem mesmo falar das tticas de combate, da evoluo tcnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distino entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de fois exrcitos engajando foras representando entidades polticas identificveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres 10 ou martimas, que os colocavam em contato com seu princpio de encerramento: vitria ou derrota. ainda possvel essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potncias dispem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um s possui uma superioridade arrasadora das foras clssicas de destruio, tecnologias de reconhecimento, tcnicas de fundio de preciso, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura 15 de negociao, de arbitragem em que o recurso fora nua dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potncias mobilizem o conjunto de suas foras vivas para se medirem? Na trama visvel, dilacerada das grandes guerras contemporneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representao dominante. No se veem mais, 20 e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. No se espera mais com um entusiasmo ansioso a sano das armas: durao da batalha, data de vitria ou da derrota (...) Os estados de violncia fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de faces, o mercenrio, o soldado profissional, o engenheiro de informtica, o responsvel da segurana 25 etc. No exrcito disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violncia. Mudanas ainda no nvel do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma plancie, espaos largos, s vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para no levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetculo desolador aps a batalha: os inimigos como que abraados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silncio depois de 30tantos gritos e de vaias. O novo teatro hoje a cidade. No a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaos pblicos: mercados, garagens, terraos de caf, metrs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaos, personagens e cadveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens 35 de violncia armada que se acha transformado. A aposta filosfica sera dizer que acontece outra coisa, e no a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de estado de violncia, porque eles se oporiam ao que os clssicos tinham definido como estado de guerra e tambm como estado de natureza (...) Diante da inquietante extravagncia desses conflitos dificilmente identificveis ou 40 codificveis nos quadros da anlise estratgica clssica, ouve-se mesmo: o pior estava por vir. preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) no reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsveis, nem seus soldados dceis, nem seus heris esplndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia dificilmente suportvel. Sobretutdo para lastimar guerras que s vezes nem mesmo foram vividas 45pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando razes, deve-se recordar que foram tambm o instrumento das mais baixas ambies, das mais loucas pretenses, dos mais srdidos clculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifcio de milhes de homens que no pediam seno para viver, que elas esgotaram precocemente civilizaes desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicdio? 50 Resta, alm de um pensamento nostlgico, compreender o que causa os estados atuais de violncia. Ento, antes que falar da nova guerra, de guerra selvagem, guerra sem a guerra, de guerra sem fim, de guerra assimtrica, de guerra civil generalizada, de guerra ruiva, preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (...) Como a filosofia clssica tinha conceituado o estado de guerra e de 55natureza, seria preciso esboar a anlise filosfica dos estados de violncia, como distrubuio contempornea das foras de destruio. GROS, Frdric.Estados de violncia: ensaio sobre o fim da guerra.Traduo de Jos Augusto da Silva. Aparecida, SP. Editora Ideias Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Considere as assertivas a seguir: I. A nclise apresentadaem (...), invadem escandalosamente a cincia, perturbando-lheo remanso com um retinir de esporas insolentes (...) (Texto 1, linhas 01 e 02) ocorre devido presena do gerndio sem palavra atrativa. II. Em E o jaguno faz-seo guerrilheiro-tugue, intangvel... (Texto 1, linha 17), possvel reconstruir o segmento por meio de outro emprego pronominal, sem prejudicar a correo e o sentido original, j que h fator facultativo de nclise; III. Na expresso (...) quelhesarrebata das mos as armas. (Texto 1, linha 49), o pronome destacado est corretamente empregado. H ocorrncia da prclise obrigatria. IV. Em Chega-se mesmo asequeixar (Texto 2, linha 43), o deslocamento do pronome se em destaque para imediatamente aps a forma verbal queixar, prejudicaria a correo gramatical do texto. No que tange topologia pronominal, esto corretas as assertivas:
(IME - 2020 - Questo 23) Uma partcula de massae cargapositiva lanada obliquamente com velocidadee ngulocom a horizontal, conforme a figura. Em certo instante, antes de alcanar a altura mxima de sua trajetria, quando est a uma distncia horizontaldo ponto de lanamento, a partcula submetida a um campo magntico de intensidade, na direo vertical. Considerandoa acelerao da gravidade local, a menor intensidadedo campo magntico para quea partcula atinja o solo na posio:
(IME - 2020/2021- 2 Fase) Um propelente (combustvel) utilizado nos foguetes Veculo Lanador de Satlites (VLS) contm alumnio, perclorato de amnia e resina de polibutadieno. Considere que esse combustvel queime conforme a reao de oxirreduo: NH4ClO4(s)+ (CH2)n(l)+ 2 Al(s)1/2N2(g)+ CO(g) + 51/2H2(g)+ Al2O3(g)+ HCl(g) Se um dos reagentes estiver em excesso, haver peso desnecessrio no foguete. Um prottipo foi desenvolvido na proporo 4:1 em massa, entre o agente oxidante e o agente redutor, para um quilo da mistura. Desconsiderando a resina incorporada na massa deste propelente, determine: a) Qual o reagente limitante? b) Qual o percentual da mistura de combustvel desperdiada na queima do propelente nessa proporo?
(IME - 2020/2021 - 1 FASE) Sejauma funo ondee que satisfaz a equaoO valor de:
[IME - 2020/2021 - 2 fase] Considere as retas que contm o ponto C(3,3) e interceptam os eixos coordenados x e y nos pontos A e B, respectivamente. O ponto P pertence reta AB e sua distncia do ponto A a tera parte do comprimento do segmento AB. Identifique o lugar geomtrico do ponto P e escreva a sua equao.
(IME - 2020/2021 - 2 fase) E voltam como se sassem de recotro brao a brao, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechadas de espinhos... (Texto 1, linhas 65 a 68). No trecho acima, os dois pontos servem para introduzir um(a)
(IME - 2020/2021- 1 fase) Assinale a alternativa correta.
[IME - 2020/2021 - 2 fase] Uma estrutura rgida (trelia), formada por barras de ao, encontra-se suspensa pelos pinos A e B, conforme mostrado na figura. Sabe-se que o pino A impede os movimentos vertical e horizontal e que o pino B impede o movimento horizontal. No ponto E aplicada uma fora T na direo vertical e no ponto C aplicada uma fora 2T na direo horizontal. Desprezando o peso prprio da estrutura, calcule, em funo de T, as: a) reaes nos apoios A e B; e b) foras que agem nas trs barras que partem do ponto D.
[IME - 2020/2021 - 2 fase] Sejam os pontos,epertencentes, respectivamente, aos lados,edo tringulo, tais que,e. Sendo,e, calcule. Observao: a rea do tringulo .
(IME - 2020/2021- 1 fase) Sendoo nmero quntico principal e considerando as transies eletrnicas no hidrognio. Assinale a alternativa correta.
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal A Provncia de So Paulo ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra Os Sertes aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular missinico e o Exrcito Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatria para a compreenso da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um Brasil profundo, desconhecido pela elite intelectual e poltica do litoral, e se tornou obra cannica de expresso dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, Os Sertes se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos cientficos, que so estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivao e reinveno lexical. Texto 1 Captulo 3 - A GUERRA DAS CAATINGAS 1 Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a cincia, perturbando-lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes e formulam leis para a guerra, pondo em equao as batalhas, tm definido bem o papel das florestas como agente ttico precioso, de ofensiva ou defensiva. E ririam os sbios feldmarechais guerreiros de cujas mos 5caiu o franquisque herico trocado pelo lpis calculista se ouvissem a algum que s caatingas pobres cabe funo mais definida e grave que s grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importncia para a defesa do territrio orlando as fronteiras e quebrando o embate s invases, impedindo mobilizaes rpidas e impossibilitando a translao das artilharias se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, 10 aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra s emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratgia desencadeia os exrcitos. So uma varivel nas frmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas so um aliado incorruptvel do sertanejo em revolta. Entram 15tambm de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Tranam-se, impenetrveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multvias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jaguno faz-se o guerrilheiro-tugue, intangvel... As caatingas no o escondem apenas, amparam-no. Ao avist-las, no vero, uma coluna em marcha no se surpreende. Segue pelos caminhos 20 em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo cancula e com o desalinho natural s marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. que nada pode assust-los. Certo, se os adversrios imprudentes com eles se 25 afrontarem, sero varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-o em estilhas a um breve choque de espadas e no crvel que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E l se vo, marchando, tranqilamente hericos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, 30 outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada vem. H a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda. 35 Ento estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que v e no visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhes constritos na vareda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilho de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, zunem os projteis dos atiradores 40invisveis batendo em cheio nas fileiras. A situao rapidamente engravesce, exigindo resolues enrgicas. Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extenso do caminho, prontas primeira voz; e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A fora, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expanso irradiante de cargas. 45Avana com rapidez. Os adversrios parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidvel da caatinga. As sees precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexvel, mas impenetrvel, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que Ihes arrebata das mos as armas, e no vingam transp-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. V-se 50um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas rvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm toa, num labirinto 55de galhos. Caem, presos pelos laos corredios dos quips reptantes; ou estacam, pernas imobilizadas por fortssimos tentculos. Debatem-se desesperadamente at deixarem em pedaos as fardas, entre as garras felinas de acleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a disperso do tumulto. Atiram a esmo, sem 60pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os prprios companheiros. Seguem reforos. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confuso e a desordem; enquanto em torno, circulando-os, rtmicos, fulminantes, seguros, terrveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis tio adversrio. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ningum viu. 65 As sees voltam desfalcadas para a coluna, depois de inteis pesquisas nas macegas. E voltam como se sassem de recontro brao a brao, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos.... . 70 A luta desigual. A fora militar decai a um plano interior Batem-na o homem e a terra. E quando o serto estua nos bochornos dos estios longos no difcil prever a quem cabe a vitria. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de ao e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui retaguarda, fugindo ante o deserto ameaador e estril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo 75 um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomvel. um tit bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exrcitos. CUNHA, Euclides da.Os Sertes(Campanha de Canudos). 2 ed. So Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-186. Considere as assertivas a seguir: I. Na expresso Reagindo cancula e com o desalinho natural (...) (Texto 1, linha 21), o emprego da crase se deve presena da forma verbal reagindo e do artigo definido feminino que precede o substantivo. II. Em Espalham-se, corremtoa, num labirinto de galhos (Texto 1, linhas 54 e 55), o acento grave est adequado, visto que exemplifica o emprego facultativo da crase. III. Nos segmentos Enredam-se no cipoal queasagrilhoa (...) (Texto 1, linha 48) e Atiramaesmo (Texto 1, linha 59), os termos grifados so, respectivamente, pronome pessoal oblquo e preposio. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):
(IME - 2020/2021- 2 Fase) A figura abaixo uma representao da estrutura do exploxivo FOX-7 com a seguinte numerao arbitrria: Baseado na estrutura do explosivo, explique: a) Por que C1tem menor densidade eletrnica que C2? b) Seria esperado que os tomos O1e O2, assim como os tomos O3e O4, tivessem valores de carga aproximadamente iguais? c) Por que das diferenas nos comprimentos das ligaes C1-N1e C2-N3?
[IME - 2020/2021 - 2 fase] Espao: a fronteira final. Certa vez, esta conhecida nave interplanetria teve seu disco defletor destrudo e entrou, logo em seguida, em movimento. Sabe-se que o disco defletor tem a funcionalidade de desviar qualquer partcula espacial que, mesmo pequena, em altas velocidades, poderia destruir a nave. Considere uma outra nave espacial, de menor porte, que tenha sofrido o mesmo dano em seu disco defletor e seja obrigada a usar o escudo de fora para se proteger. Seu escudo, ao invs de repelir, absorve a massa das partculas espaciais, como em choques perfeitamentes inelsticos. O excesso de energia cintica, aps cada choque, dissipado pelo escudo, mas qualquer carga eltrica encontrada permanece no escudo, deixando-o carregado. A nave resolve se dirigir para o planeta ocupado mais prximo, para sofrer reparos. Por conta dos sanos, s foi possvel gerar uma velocidade inicial v0de 8% da velocidade da luz e seus motores foram desligados at o momento de entrar em rbita. Durante o percurso, a nave encontra uma nuvem de partculas eletricamente carregadas, realizando um trajeto retilnio de comprimento L. Em mdia, uma partcula por quilmetro encontrada pela nave. Essa nuvem localiza-se em uma regio distante de qualquer influncia gravitacional. Sabe-se que a nave permanecer em uma rbita equatorial ao redor do planeta, cujo campo magntico apresenta intensidade uniforme, no sentido do polo Norte (N) para o polo Sul (S). Dados: - nave: massa inicial m0= 300 toneladas e carga inicial q0nula; - partculas: massa mdia m = 100 mg e carga eltrica mdia q = 715C; - planeta: massa M = 6,3 x 1024kg, raio R = 7.000 kg e intensidade do campo magntico B = 5 x 10-5T; - constante de gravitao universal G = 6,67 x 10-11N.m2/kg2; - velocidade da luz: c = 3 x 108m/s; e - comprimento da nuvem L = 7,5 x 108km. Observao: despreze a intensidade da fora de repulso entre as cargas de mesmo sinal. Diante do exposto, pede-se a: a) velocidade final da nave logo aps o ltimo choque; b) energia mxima dissipada pelo escudo em um nico choque; e c) velocidade mnima da nave para manter uma rbita de altura H = 35 x103km acima da superfcie do planeta.
(IME - 2020 - Questo 24) Na figura, ilustra-se um anteparo e um capacitor de placas paralelas cujo dieltrico o ar. A luz de um laser incide no capacitor, paralelamente as placas. A figura de difrao resultante observada em um anteparo distante. Dados: permissividade eltrica do ar:0; rea das placas: A; e comprimento de onda da luz do laser:. Se o primeiro mnimo da figura de difrao verificado para um ngulo , a capacitncia do capacitor :