(IME - 2020 - Questo 28) Considere as afirmativas abaixo: 1) Um copo contm gua e gelo flutuante, ambos a 0 C. Quando o gelo se funde completamente, permanecendo o sistema a 0 C, o nvel da gua no copo: I. aumenta. II. permanece constante. III. diminui 2) Um copo contm gua e geloflutuante, ambos a 0 C. O copo est no piso de um elevador que se encontra inicialmente em repouso. Se o elevador passa a subir com acelerao constante, o nvel da gua no copo: IV. aumenta. V. permanece constante. Considerando que a configurao do copo a mesma em ambas as afirmativas, as sentenas respondem corretamente essas afirmativas so:
(IME - 2020/2021 - 1 FASE) Considere um trapzio de bases AB e CD, com o ponto I sendo a interseo de suas diagonais. Se as reas dos tringulosAIB e CID formados pelas diagonais so 9cm2 e 16 cm2, respectivamente, a rea do trapzio, em cm2, :
(IME - 2020 - Questo 29) Considere um planeta hipottico X com massa 4MT, onde MT a massa da Terra. Considerando os planetas esfricos, se a velocidade de escape do planeta X for o dobro da velocidade de escape da Terra, a razo entre a densidade do planeta X e a densidade da Terra , aproximadamente:
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Considere os vocbulos dos Textos 1 e 2 destacados nos trechos a seguir: ao avist-las, no vero, (Armam-se para ocombate(...) (Texto 1, linha 15) (...) aquela floa agressiva abre ao sertanejo um seio carinhoso eamigo. (Texto 1, linhas 74 e 75) A dos espaos pblicos: mercaods, garagens, terraos de caf,metrs... (Texto 2, linhas 1 e 32) Tais vocbulos so formados, respecivamente, a partir de processos de
(IME - 2020 - Questo 30) A caixa preta acima possui a associao de um indutor, um capacitor e um resistor. Inicialmente, a chave S est aberta e no h energia armazenada nos componentes. Em t = 0, a chave S fechada. Em t, a correnteA e a tensoV. Sabendo que a energia total armazenada nos campos magnticos e eletrosttico do circuito 370 J, a alternativa correta que apresenta a topologia e os valores dos componentes na caixa preta :
(IME - 2020/2021 - 1 FASE) Um copo extico de vidro, em uma festa, era uma pirmide invertida de base pentagonal regula de 9 cm de altura. Esse copo continha uma bebida que ocupava 8 cm de altura. Um dos convidados fechou a base pentagonal do copo e o virou de cabea para baixo. A nova altura h da bebida, em cm, em relao base pentagonal satisfaz:
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Texto 2 ESTADOS DE VIOLNCIA 1 A Guerra, na longa histria dos homens, ter tido seus atores e suas cenas, seus heris e seus espaos. seus personagens e seus teatros. Diversidade incrvel das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou pancies sombrias, 5 colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portes e fossos profundos. Sem mesmo falar das tticas de combate, da evoluo tcnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distino entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de fois exrcitos engajando foras representando entidades polticas identificveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres 10 ou martimas, que os colocavam em contato com seu princpio de encerramento: vitria ou derrota. ainda possvel essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potncias dispem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um s possui uma superioridade arrasadora das foras clssicas de destruio, tecnologias de reconhecimento, tcnicas de fundio de preciso, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura 15 de negociao, de arbitragem em que o recurso fora nua dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potncias mobilizem o conjunto de suas foras vivas para se medirem? Na trama visvel, dilacerada das grandes guerras contemporneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representao dominante. No se veem mais, 20 e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. No se espera mais com um entusiasmo ansioso a sano das armas: durao da batalha, data de vitria ou da derrota (...) Os estados de violncia fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de faces, o mercenrio, o soldado profissional, o engenheiro de informtica, o responsvel da segurana 25 etc. No exrcito disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violncia. Mudanas ainda no nvel do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma plancie, espaos largos, s vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para no levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetculo desolador aps a batalha: os inimigos como que abraados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silncio depois de 30tantos gritos e de vaias. O novo teatro hoje a cidade. No a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaos pblicos: mercados, garagens, terraos de caf, metrs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaos, personagens e cadveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens 35 de violncia armada que se acha transformado. A aposta filosfica sera dizer que acontece outra coisa, e no a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de estado de violncia, porque eles se oporiam ao que os clssicos tinham definido como estado de guerra e tambm como estado de natureza (...) Diante da inquietante extravagncia desses conflitos dificilmente identificveis ou 40 codificveis nos quadros da anlise estratgica clssica, ouve-se mesmo: o pior estava por vir. preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) no reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsveis, nem seus soldados dceis, nem seus heris esplndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia dificilmente suportvel. Sobretutdo para lastimar guerras que s vezes nem mesmo foram vividas 45pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando razes, deve-se recordar que foram tambm o instrumento das mais baixas ambies, das mais loucas pretenses, dos mais srdidos clculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifcio de milhes de homens que no pediam seno para viver, que elas esgotaram precocemente civilizaes desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicdio? 50 Resta, alm de um pensamento nostlgico, compreender o que causa os estados atuais de violncia. Ento, antes que falar da nova guerra, de guerra selvagem, guerra sem a guerra, de guerra sem fim, de guerra assimtrica, de guerra civil generalizada, de guerra ruiva, preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (...) Como a filosofia clssica tinha conceituado o estado de guerra e de 55natureza, seria preciso esboar a anlise filosfica dos estados de violncia, como distrubuio contempornea das foras de destruio. GROS, Frdric.Estados de violncia: ensaio sobre o fim da guerra.Traduo de Jos Augusto da Silva. Aparecida, SP. Editora Ideias Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Considere a regra usada para a colocao das vrgulas no trecho destacado do Texto 2 a seguir: (...) preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (linha 53 e 54) A alternativa que utiliza a mesma regra :
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Texto 1 Captulo 3 - A GUERRA DAS CAATINGAS 1 Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a cincia, perturbando-lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes e formulam leis para a guerra, pondo em equao as batalhas, tm definido bem o papel das florestas como agente ttico precioso, de ofensiva ou defensiva. E ririam os sbios feldmarechais guerreiros de cujas mos 5caiu o franquisque herico trocado pelo lpis calculista se ouvissem a algum que s caatingas pobres cabe funo mais definida e grave que s grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importncia para a defesa do territrio orlando as fronteiras e quebrando o embate s invases, impedindo mobilizaes rpidas e impossibilitando a translao das artilharias se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, 10 aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra s emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratgia desencadeia os exrcitos. So uma varivel nas frmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas so um aliado incorruptvel do sertanejo em revolta. Entram 15tambm de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Tranam-se, impenetrveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multvias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jaguno faz-se o guerrilheiro-tugue, intangvel... As caatingas no o escondem apenas, amparam-no. Ao avist-las, no vero, uma coluna em marcha no se surpreende. Segue pelos caminhos 20 em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo cancula e com o desalinho natural s marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. que nada pode assust-los. Certo, se os adversrios imprudentes com eles se 25 afrontarem, sero varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-o em estilhas a um breve choque de espadas e no crvel que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E l se vo, marchando, tranqilamente hericos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, 30 outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada vem. H a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda. 35 Ento estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que v e no visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhes constritos na vareda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilho de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, zunem os projteis dos atiradores 40invisveis batendo em cheio nas fileiras. A situao rapidamente engravesce, exigindo resolues enrgicas. Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extenso do caminho, prontas primeira voz; e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A fora, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expanso irradiante de cargas. 45Avana com rapidez. Os adversrios parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidvel da caatinga. As sees precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexvel, mas impenetrvel, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que Ihes arrebata das mos as armas, e no vingam transp-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. V-se 50um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas rvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm toa, num labirinto 55de galhos. Caem, presos pelos laos corredios dos quips reptantes; ou estacam, pernas imobilizadas por fortssimos tentculos. Debatem-se desesperadamente at deixarem em pedaos as fardas, entre as garras felinas de acleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a disperso do tumulto. Atiram a esmo, sem 60pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os prprios companheiros. Seguem reforos. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confuso e a desordem; enquanto em torno, circulando-os, rtmicos, fulminantes, seguros, terrveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis tio adversrio. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ningum viu. 65 As sees voltam desfalcadas para a coluna, depois de inteis pesquisas nas macegas. E voltam como se sassem de recontro brao a brao, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos.... . 70 A luta desigual. A fora militar decai a um plano interior Batem-na o homem e a terra. E quando o serto estua nos bochornos dos estios longos no difcil prever a quem cabe a vitria. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de ao e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui retaguarda, fugindo ante o deserto ameaador e estril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo 75 um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomvel. um tit bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exrcitos. CUNHA, Euclides da.Os Sertes(Campanha de Canudos). 2 ed. So Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-186. Texto 2 ESTADOS DE VIOLNCIA 1 A Guerra, na longa histria dos homens, ter tido seus atores e suas cenas, seus heris e seus espaos. seus personagens e seus teatros. Diversidade incrvel das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou pancies sombrias, 5 colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portes e fossos profundos. Sem mesmo falar das tticas de combate, da evoluo tcnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distino entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de fois exrcitos engajando foras representando entidades polticas identificveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres 10 ou martimas, que os colocavam em contato com seu princpio de encerramento: vitria ou derrota. ainda possvel essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potncias dispem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um s possui uma superioridade arrasadora das foras clssicas de destruio, tecnologias de reconhecimento, tcnicas de fundio de preciso, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura 15 de negociao, de arbitragem em que o recurso fora nua dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potncias mobilizem o conjunto de suas foras vivas para se medirem? Na trama visvel, dilacerada das grandes guerras contemporneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representao dominante. No se veem mais, 20 e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. No se espera mais com um entusiasmo ansioso a sano das armas: durao da batalha, data de vitria ou da derrota (...) Os estados de violncia fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de faces, o mercenrio, o soldado profissional, o engenheiro de informtica, o responsvel da segurana 25 etc. No exrcito disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violncia. Mudanas ainda no nvel do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma plancie, espaos largos, s vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para no levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetculo desolador aps a batalha: os inimigos como que abraados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silncio depois de 30tantos gritos e de vaias. O novo teatro hoje a cidade. No a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaos pblicos: mercados, garagens, terraos de caf, metrs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaos, personagens e cadveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens 35 de violncia armada que se acha transformado. A aposta filosfica sera dizer que acontece outra coisa, e no a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de estado de violncia, porque eles se oporiam ao que os clssicos tinham definido como estado de guerra e tambm como estado de natureza (...) Diante da inquietante extravagncia desses conflitos dificilmente identificveis ou 40 codificveis nos quadros da anlise estratgica clssica, ouve-se mesmo: o pior estava por vir. preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) no reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsveis, nem seus soldados dceis, nem seus heris esplndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia dificilmente suportvel. Sobretutdo para lastimar guerras que s vezes nem mesmo foram vividas 45pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando razes, deve-se recordar que foram tambm o instrumento das mais baixas ambies, das mais loucas pretenses, dos mais srdidos clculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifcio de milhes de homens que no pediam seno para viver, que elas esgotaram precocemente civilizaes desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicdio? 50 Resta, alm de um pensamento nostlgico, compreender o que causa os estados atuais de violncia. Ento, antes que falar da nova guerra, de guerra selvagem, guerra sem a guerra, de guerra sem fim, de guerra assimtrica, de guerra civil generalizada, de guerra ruiva, preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (...) Como a filosofia clssica tinha conceituado o estado de guerra e de 55natureza, seria preciso esboar a anlise filosfica dos estados de violncia, como distrubuio contempornea das foras de destruio. GROS, Frdric.Estados de violncia: ensaio sobre o fim da guerra.Traduo de Jos Augusto da Silva. Aparecida, SP. Editora Ideias Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Considere as assertivas a seguir: I. O texto 1 estabelece uma relao entre a ttica de combate e a caatinga que era ignorada pelos estudos clssicos da guerra. II. No texto 1, o narrador demonstra uma admirao pelo jaguno devido sua astcia e adaptabilidade no combate. III. O texto 2 afirma que a violncia armada atual no pode ser considerada como guerra. IV. No texto 1 e 2, manifesta-se um ponto de vista de repdio aos conflitos armados. est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Publicada em 1902, a partir de um trabalho de correspondente de guerra encomendado pelo jornal A Provncia de So Paulo ao engenheiro militar Euclides da Cunha, oriundo da Escola Militar da Praia Vermelha (atualmente, Instituto Militar de Engenharia), a obra Os Sertes aborda os acontecimentos da chamada guerra de Canudos, que foi o confronto entre um movimento popular missinico e o Exrcito Nacional, de 1896 a 1897, no interior do estado da Bahia. Uma leitura obrigatria para a compreenso da sociedade e da cultura brasileira, a obra reflete a descoberta pelo autor de um Brasil profundo, desconhecido pela elite intelectual e poltica do litoral, e se tornou obra cannica de expresso dos problemas e temas da nacionalidade. Em tom erudito, Os Sertes se caracteriza pelo encontro do estilo com os conceitos cientficos, que so estetizados e transfigurados, para estabelecer um novo plano de realidade humana, por meio de uma escrita tortuosa, gramaticalmente rebuscada, marcada pela rica adjetivao e reinveno lexical. Texto 1 Captulo 3 - A GUERRA DAS CAATINGAS 1 Os doutores na arte de matar que hoje, na Europa, invadem escandalosamente a cincia, perturbando-lhe o remanso com um retinir de esporas insolentes e formulam leis para a guerra, pondo em equao as batalhas, tm definido bem o papel das florestas como agente ttico precioso, de ofensiva ou defensiva. E ririam os sbios feldmarechais guerreiros de cujas mos 5caiu o franquisque herico trocado pelo lpis calculista se ouvissem a algum que s caatingas pobres cabe funo mais definida e grave que s grandes matas virgens. Porque estas, malgrado a sua importncia para a defesa do territrio orlando as fronteiras e quebrando o embate s invases, impedindo mobilizaes rpidas e impossibilitando a translao das artilharias se tornam de algum modo neutras no curso das campanhas. Podem favorecer, indiferentemente, 10 aos dois beligerantes oferecendo a ambos a mesma penumbra s emboscadas, dificultando-lhes por igual as manobras ou todos os desdobramentos em que a estratgia desencadeia os exrcitos. So uma varivel nas frmulas do problema tenebroso da guerra, capaz dos mais opostos valores. Ao passo que as caatingas so um aliado incorruptvel do sertanejo em revolta. Entram 15tambm de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Tranam-se, impenetrveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multvias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jaguno faz-se o guerrilheiro-tugue, intangvel... As caatingas no o escondem apenas, amparam-no. Ao avist-las, no vero, uma coluna em marcha no se surpreende. Segue pelos caminhos 20 em torcicolos, aforradamente. E os soldados, devassando com as vistas o matagal sem folhas, nem pensam no inimigo. Reagindo cancula e com o desalinho natural s marchas, prosseguem envoltos no vozear confuso das conversas travadas em toda a linha, virguladas de tinidos de armas, cindidas de risos joviais mal sofreados. que nada pode assust-los. Certo, se os adversrios imprudentes com eles se 25 afrontarem, sero varridos em momentos. Aqueles esgalhos far-se-o em estilhas a um breve choque de espadas e no crvel que os gravetos finos quebrem o arranco das manobras prontas. E l se vo, marchando, tranqilamente hericos... De repente, pelos seus flancos, estoura, perto, um tiro... A bala passa, rechinante, ou estende, morto, em terra, um homem. Sucedem-se, pausadas, 30 outras, passando sobre as tropas, em sibilos longos. Cem, duzentos olhos, mil olhos perscrutadores, volvem-se, impacientes, em roda. Nada vem. H a primeira surpresa. Um fluxo de espanto corre de uma a outra ponta das fileiras. E os tiros continuam raros, mas insistentes e compassados, pela esquerda, pela direita, pela frente agora, irrompendo de toda a banda. 35 Ento estranha ansiedade invade os mais provados valentes, ante o antagonista que v e no visto. Forma-se celeremente em atiradores uma companhia, mal destacada da massa de batalhes constritos na vareda estreita. Distende-se pela orla da caatinga. Ouve-se uma voz de comando; e um turbilho de balas rola estrugidoramente dentro das galhadas... Mas constantes, longamente intervalados sempre, zunem os projteis dos atiradores 40invisveis batendo em cheio nas fileiras. A situao rapidamente engravesce, exigindo resolues enrgicas. Destacam-se outras unidades combatentes, escalonando-se por toda a extenso do caminho, prontas primeira voz; e o comandante resolve carregar contra o desconhecido. Carrega-se contra os duendes. A fora, de baionetas caladas, rompe, impetuosa, o matagal numa expanso irradiante de cargas. 45Avana com rapidez. Os adversrios parecem recuar apenas. Nesse momento surge o antagonismo formidvel da caatinga. As sees precipitam-se para os pontos onde estalam os estampidos e estacam ante uma barreira flexvel, mas impenetrvel, de juremas. Enredam-se no cipoal que as agrilhoa, que Ihes arrebata das mos as armas, e no vingam transp-lo. Contornam-no. Volvem aos lados. V-se 50um como rastilho de queimada: uma linha de baionetas enfiando pelos gravetos secos. Lampeja por momentos entre os raios do sol joeirados pelas rvores sem folhas; e parte-se, faiscando, adiante, dispersa, batendo contra espessos renques de xiquexiques, unidos como quadrados cheios, de falanges, intransponveis, fervilhando espinhos... Circuitam-nos, estonteadamente, os soldados. Espalham-se, correm toa, num labirinto 55de galhos. Caem, presos pelos laos corredios dos quips reptantes; ou estacam, pernas imobilizadas por fortssimos tentculos. Debatem-se desesperadamente at deixarem em pedaos as fardas, entre as garras felinas de acleos recurvos das macambiras... Impotentes estadeiam, imprecando, o desapontamento e a raiva, agitando-se furiosos e inteis. Por fim a ordem dispersa do combate faz-se a disperso do tumulto. Atiram a esmo, sem 60pontaria, numa indisciplina de fogo que vitima os prprios companheiros. Seguem reforos. Os mesmos transes reproduzem-se maiores, acrescidas a confuso e a desordem; enquanto em torno, circulando-os, rtmicos, fulminantes, seguros, terrveis, bem apontados, caem inflexivelmente os projetis tio adversrio. De repente cessam. Desaparece o inimigo que ningum viu. 65 As sees voltam desfalcadas para a coluna, depois de inteis pesquisas nas macegas. E voltam como se sassem de recontro brao a brao, com selvagens: vestes em tiras; armas estrondadas ou perdidas; golpeados de gilvazes; claudicando, estropiados; mal reprimindo o doer infernal das folhas urticantes; frechados de espinhos.... . 70 A luta desigual. A fora militar decai a um plano interior Batem-na o homem e a terra. E quando o serto estua nos bochornos dos estios longos no difcil prever a quem cabe a vitria. Enquanto o minotauro, impotente e possante, inerme com a sua envergadura de ao e grifos de baionetas, sente a garganta exsicar-se-lhe de sede e, aos primeiros sintomas da fome, reflui retaguarda, fugindo ante o deserto ameaador e estril, aquela flora agressiva abre ao sertanejo 75 um seio carinhoso e amigo. (...) A natureza toda protege o sertanejo. Talha-o como Anteu, indomvel. um tit bronzeado fazendo vacilar a marcha dos exrcitos. CUNHA, Euclides da.Os Sertes(Campanha de Canudos). 2 ed. So Paulo: Editora Ciranda Cultural, 2018. p. 181-186. Texto 2 ESTADOS DE VIOLNCIA 1 A Guerra, na longa histria dos homens, ter tido seus atores e suas cenas, seus heris e seus espaos. seus personagens e seus teatros. Diversidade incrvel das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou pancies sombrias, 5 colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portes e fossos profundos. Sem mesmo falar das tticas de combate, da evoluo tcnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distino entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de fois exrcitos engajando foras representando entidades polticas identificveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres 10 ou martimas, que os colocavam em contato com seu princpio de encerramento: vitria ou derrota. ainda possvel essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potncias dispem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um s possui uma superioridade arrasadora das foras clssicas de destruio, tecnologias de reconhecimento, tcnicas de fundio de preciso, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura 15 de negociao, de arbitragem em que o recurso fora nua dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potncias mobilizem o conjunto de suas foras vivas para se medirem? Na trama visvel, dilacerada das grandes guerras contemporneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representao dominante. No se veem mais, 20 e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. No se espera mais com um entusiasmo ansioso a sano das armas: durao da batalha, data de vitria ou da derrota (...) Os estados de violncia fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de faces, o mercenrio, o soldado profissional, o engenheiro de informtica, o responsvel da segurana 25 etc. No exrcito disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violncia. Mudanas ainda no nvel do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma plancie, espaos largos, s vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para no levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetculo desolador aps a batalha: os inimigos como que abraados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silncio depois de 30tantos gritos e de vaias. O novo teatro hoje a cidade. No a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaos pblicos: mercados, garagens, terraos de caf, metrs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaos, personagens e cadveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens 35 de violncia armada que se acha transformado. A aposta filosfica sera dizer que acontece outra coisa, e no a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de estado de violncia, porque eles se oporiam ao que os clssicos tinham definido como estado de guerra e tambm como estado de natureza (...) Diante da inquietante extravagncia desses conflitos dificilmente identificveis ou 40 codificveis nos quadros da anlise estratgica clssica, ouve-se mesmo: o pior estava por vir. preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) no reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsveis, nem seus soldados dceis, nem seus heris esplndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia dificilmente suportvel. Sobretutdo para lastimar guerras que s vezes nem mesmo foram vividas 45pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando razes, deve-se recordar que foram tambm o instrumento das mais baixas ambies, das mais loucas pretenses, dos mais srdidos clculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifcio de milhes de homens que no pediam seno para viver, que elas esgotaram precocemente civilizaes desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicdio? 50 Resta, alm de um pensamento nostlgico, compreender o que causa os estados atuais de violncia. Ento, antes que falar da nova guerra, de guerra selvagem, guerra sem a guerra, de guerra sem fim, de guerra assimtrica, de guerra civil generalizada, de guerra ruiva, preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (...) Como a filosofia clssica tinha conceituado o estado de guerra e de 55natureza, seria preciso esboar a anlise filosfica dos estados de violncia, como distrubuio contempornea das foras de destruio. GROS, Frdric.Estados de violncia: ensaio sobre o fim da guerra.Traduo de Jos Augusto da Silva. Aparecida, SP. Editora Ideias Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Comparando os Textos 1 e 2 em relao aos tipos textuais, correto afirmar que
(IME - 2020 - Questo 18) Quatro partculas, denominadas A, B, C e D, partem simultaneamente dos vrtices de um quadrado de lado unitrio. Todas as partculas apresentam velocidades escalares iguais durante suas trajetrias. A partcula A persegue a partcula B, de tal forma que o seu vetor velocidade estsempre na direo e sentido de A para B. O mesmo ocorre entre as partculas B e C, C e D e, finalmente, entre D e A. Tomando o centro do quadrado como origem do sistema de coordenadas, a tangente do angulo entre vetor unitrio do sentido positivo do eixo x e o vetor que une o ponto Aao ponto B, quando A se encontra em um ponto arbitrrio (x,y) da sua trajetria, dada por:
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Resta, alm de um pensamento nostlgico, compreender o que causa os estados atuais de violncia.Entoantes que falar da nova guerra, de guerra selvagem, de guerra sem a guerra, de guerra sem fim, de guerra assimtrica, de guerra civil generalizada, de guerra ruiva, preciso elucidar,em lugar dojogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (...)Comoa filosofia clssica tinha conceituado o estado de guerra e de natureza, seria preciso esboar a anlise filosfica dos estados de violncia, como distribuio contempornea das foras de destruio (Texto 2, linhas 50 a 56). As expresses que podem substituir os termos destacados em negrito no trecho acima, sem que o sentido do texto seja alterado, so respectivamente:
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Texto 2 ESTADOS DE VIOLNCIA 1 A Guerra, na longa histria dos homens, ter tido seus atores e suas cenas, seus heris e seus espaos. seus personagens e seus teatros. Diversidade incrvel das fardas, dos costumes, enfeites, armaduras, equipamentos. Multiplicidade dos terrenos: barro espesso ou poeira asfixiante, brejos viscosos, desfiladeiros rochosos, prados gordurentos ou pancies sombrias, 5 colinas acidentadas, montanhas dentadas, muros grossos das cidades fortificadas, portes e fossos profundos. Sem mesmo falar das tticas de combate, da evoluo tcnica das armas. Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distino entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de fois exrcitos engajando foras representando entidades polticas identificveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres 10 ou martimas, que os colocavam em contato com seu princpio de encerramento: vitria ou derrota. ainda possvel essa forma pura de guerra, depois que as grandes e principais potncias dispem da arma absoluta (o fogo nuclear), depois ainda que um s possui uma superioridade arrasadora das foras clssicas de destruio, tecnologias de reconhecimento, tcnicas de fundio de preciso, depois enfim que as democracias desenvolveram uma cultura 15 de negociao, de arbitragem em que o recurso fora nua dado como inadequado, selvagem, contraproducente? Imagina-se que no futuro ainda grandes potncias mobilizem o conjunto de suas foras vivas para se medirem? Na trama visvel, dilacerada das grandes guerras contemporneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representao dominante. No se veem mais, 20 e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. No se espera mais com um entusiasmo ansioso a sano das armas: durao da batalha, data de vitria ou da derrota (...) Os estados de violncia fazem aparecer uma multiplicidade de figuras novas: o terrorista, o chefe de faces, o mercenrio, o soldado profissional, o engenheiro de informtica, o responsvel da segurana 25 etc. No exrcito disciplinado, mas redes dispersas, concorrentes, profissionais da violncia. Mudanas ainda no nvel do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma plancie, espaos largos, s vezes colinas ou rios, em todo caso campanhas (para no levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetculo desolador aps a batalha: os inimigos como que abraados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silncio depois de 30tantos gritos e de vaias. O novo teatro hoje a cidade. No a cidade fortificada, em torno da qual se entrincheira, mas a cidade viva dos transeuntes. A dos espaos pblicos: mercados, garagens, terraos de caf, metrs... A das ruas que francos atiradores isolados transformam em teatro de feira para divertimentos atrozes (...) Tempos e espaos, personagens e cadveres. Aqui se trata apenas do regime de imagens 35 de violncia armada que se acha transformado. A aposta filosfica sera dizer que acontece outra coisa, e no a guerra, que se poderia chamar provisoriamente de estado de violncia, porque eles se oporiam ao que os clssicos tinham definido como estado de guerra e tambm como estado de natureza (...) Diante da inquietante extravagncia desses conflitos dificilmente identificveis ou 40 codificveis nos quadros da anlise estratgica clssica, ouve-se mesmo: o pior estava por vir. preciso dizer que a polemologia (estudo da guerra) no reconhece mais seus filhos: nem seus chefes responsveis, nem seus soldados dceis, nem seus heris esplndidos, nem seus mortos no campo de honra. Chega-se mesmo a se queixar. Neste ponto, contudo, a nostalgia dificilmente suportvel. Sobretutdo para lastimar guerras que s vezes nem mesmo foram vividas 45pessoalmente. Estas boas velhas guerras, com bons velhos inimigos, fomentadas por Estados, alegando razes, deve-se recordar que foram tambm o instrumento das mais baixas ambies, das mais loucas pretenses, dos mais srdidos clculos? Que elas acarretaram sem falhar o sacrifcio de milhes de homens que no pediam seno para viver, que elas esgotaram precocemente civilizaes desenvolvidas, conduziram culturas prestigiosas ao suicdio? 50 Resta, alm de um pensamento nostlgico, compreender o que causa os estados atuais de violncia. Ento, antes que falar da nova guerra, de guerra selvagem, guerra sem a guerra, de guerra sem fim, de guerra assimtrica, de guerra civil generalizada, de guerra ruiva, preciso elucidar, em lugar do jogo antigo da guerra e da paz, as estruturaes destes estados de violncia (...) Como a filosofia clssica tinha conceituado o estado de guerra e de 55natureza, seria preciso esboar a anlise filosfica dos estados de violncia, como distrubuio contempornea das foras de destruio. GROS, Frdric.Estados de violncia: ensaio sobre o fim da guerra.Traduo de Jos Augusto da Silva. Aparecida, SP. Editora Ideias Letras, 2009. p. 227-232 (texto adaptado). Considere o trecho do Texto 2 e as assertivas a seguir: (...) Mas o que malgrado tudo ficaria e basearia a distino entre guerras maiores e menores, grandes e pequenas, verdadeiras e degradadas, era essa forma pura de dois exrcitos engajando foras representando entidades polticas identificveis, afrontando-se em batalhas decisivas, terrestres ou martimas, que os colocavam em contato com seu princpio de encerramento: vitria ou derrota (linha 07 a 11). I. O aspecto fundamental da guerra seria a manifestao dos chamados estados de violncia, envolvendo-se a populao civil e os militares na forma de uma guerra total. II. Apesar da grande diversidade de conflitos armados, o que poderia definir a guerra seria o embate entre instncias polticas reconhecveis, para alm das ideologias e dios entre os indivduos. III. A dimenso universal da guerra era ligada ao fato de ser travada para ganhar ou perder, em um enfrentamento militar considerado decisivo. est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):
(IME - 2020/2021 - 2 fase) Considere os vocbulos do Texto 2 destacados no trecho a seguir: Os estados de violncia fazem aparecer uma multiplicidade de figuas novas: o terrorista, o chefe de faces, o mercenrio,o soldado profissional, o engenheiro de informtica, o responsvel da segurana etc.Noexrcito disciplinado,masredes dispersas, concorrenes, profissionais da violncia. Mudanasaindano nvel do teatro dos conflitos. Para a guerra: uma plancie, espaos largos,s vezescolinas ou rios, em todo caso campanhas (para no levar em conta aqui guerras de cerco). E depois vem o espetculo desolador aps a batalha: os inimigos como que abraados na morte, corpos juncando o solo, fardas rasgadas, manchas de sangue. Um grande silncio depois de tantos gritos e de vaias. O novo teatro hoje a cidade. (linhas 22 a 30) A anlise dos elementos em negrito no texto mostra que o operador
(IME - 2020/2021- 2 FASE) Text 1 Materials Science in the time of Coronavirus Annela M Seddon Before 2020, phrases such as social distancing and lock down were not part of our normal vocabulary; however, it seems now that they are at the core of every conversation. We scientists naturally look to see where we ______(21)_____ be best placed to help as we start to piece together what this new normal means for us. ______(22)_____ a problem of the magnitude of a global pandemic cannot be undertaken by a single discipline. ______(23)_____ , while we are still in the early stages of this crisis, where emergency medical care and reducing pressure on health services are ______(24)_____, we look to our clinicians, epidemiologists, and experts in the biomedical sciences for frontline solutions. ______(25)_____, we must think more broadly about the role of materials science. Traditionally, when we think about viral infection our thoughts first turn to vaccines. After all, these ______(26)_____ one the most successful public health interventions in human history, rendering what were ______(27)_____ fatal or seriously debilitating diseases a thing of the past thanks to a simple ______(28)_____ of inoculations. They will always remain the heavy artillery in our fight against viruses; however, in the situation we face at present, a vaccine against COVID-19 ______(29)_____ some way into the future. What then of antiviral agents? Over the last 50years, more than 90 drugs have been approved as antivirals, ______(30)_____ these target only nine human infectious diseases. It is tempting to think that the development of new antiviral agents is beyond the scope of what we traditionally call materials science, Adapted from: Journal of Materials Science.Materials Science in the time of Coronavirus.Available at: http://link.springer.com/article/10.1007/s10853-020-04694-4 [Accessed 21st May 2020]. Fill the blank (21)
(IME - 2020/2021- 2 FASE) Text 1 Materials Science in the time of Coronavirus Annela M Seddon Before 2020, phrases such as social distancing and lock down were not part of our normal vocabulary; however, it seems now that they are at the core of every conversation. We scientists naturally look to see where we ______(21)_____ be best placed to help as we start to piece together what this new normal means for us. ______(22)_____ a problem of the magnitude of a global pandemic cannot be undertaken by a single discipline. ______(23)_____ , while we are still in the early stages of this crisis, where emergency medical care and reducing pressure on health services are ______(24)_____, we look to our clinicians, epidemiologists, and experts in the biomedical sciences for frontline solutions. ______(25)_____, we must think more broadly about the role of materials science. Traditionally, when we think about viral infection our thoughts first turn to vaccines. After all, these ______(26)_____ one the most successful public health interventions in human history, rendering what were ______(27)_____ fatal or seriously debilitating diseases a thing of the past thanks to a simple ______(28)_____ of inoculations. They will always remain the heavy artillery in our fight against viruses; however, in the situation we face at present, a vaccine against COVID-19 ______(29)_____ some way into the future. What then of antiviral agents? Over the last 50years, more than 90 drugs have been approved as antivirals, ______(30)_____ these target only nine human infectious diseases. It is tempting to think that the development of new antiviral agents is beyond the scope of what we traditionally call materials science, Adapted from: Journal of Materials Science.Materials Science in the time of Coronavirus.Available at: http://link.springer.com/article/10.1007/s10853-020-04694-4 [Accessed 21st May 2020]. Fill the blank (22)