(PUC/SP - 2017) Pobreza, discriminao, segregao, linchamento e violncia policial tudo isso caracterizava a vida dos negros dos Estados Unidos nos anos 50. Aproveitando as mensagens de liberdade e prosperidade do discurso oficial e apoiados por seus aliados brancos, negros de todo o pas, tanto dos estados outrora escravistas do sul quanto dos do norte, construram o mais importante movimento da histria dos Estados Unidos, o Movimento por Direitos Civis. Conferindo palavra liberdade um novo sentido de igualdade e reconhecimento de direitos e oportunidades, conseguiram mudar as relaes raciais, polticas e sociais nos Estados Unidos, inspirando outros americanos a lutar pelos seus direitos. Sean Purdy. O outro sonho americano. In: Histria Viva, n 54, abril de 2008. Entre as vertentes que compuseram o movimento citado no texto, correto citar
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. (...) o romantismo no Brasil não foi apenas um projeto estético, mas também um movimento cultural e político, profundamente ligado ao nacionalismo. Diferente do movimento alemão de finais do século XIX, tão bem descrito por Norbert Elias, o nacionalismo brasileiro, pintado com as cores do lugar, partiu sobretudo das elites cariocas, que, associadas à monarquia, esforçavam-se em chegar a uma emancipação em termos culturais. Os temas eram nacionais, mas a cultura, em vez de popular, era cada vez mais palaciana (...). Atacados de frente por um historiador como Varhagen, que os chamava de patriotas caboclos, os indianistas brasileiros ganharam, porém, popularidade e tiveram sucesso nesse contexto na imposição da representação romântica do indígena como símbolo nacional. SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 139-140. (Puccamp 2017) No final do XIX, as regiões de população germânica (que posteriormente integrariam a Alemanha) assaram por um processo de formação de um Estado nacional. Esse processo foi caracterizado
(Pucrj 2017) Ouro de Tolo Raul Seixas Eu devia estar contente Porque eu tenho um emprego Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeiros por mês Eu devia agradecer ao Senhor Por ter tido sucesso na vida como artista Eu devia estar feliz Porque consegui comprar um Corcel 73 Eu devia estar alegre e satisfeito Por morar em Ipanema Depois de ter passado fome por dois anos Aqui na Cidade Maravilhosa [...] Essa canção do ano de 1973 dialoga com aspectos associados ao crescimento da economia brasileira durante o período da ditadura militar, o chamado milagre econômico. Assinale a alternativa INCORRETA.
(PUC/SP -2017) O Descobrimento da Amrica, no quadro da expanso martima europeia, deu lugar unificao microbiana do mundo. No troca-troca de vrus, bactrias e bacilos com a Europa, frica e sia, os nativos da Amrica levaram a pior. Dentre as doenas que maior mortandade causaram nos amerndios esto as bexigas, isto , a varola, a varicela e a rubola (vindas da Europa), a febre amarela (da frica) e os tipos mais letais de malria (da Europa mediterrnica e da frica). J a Amrica estava infectada pela hepatite, certos tipos de tuberculose, encefalite e plio. Mas o melhor troco patognico que os amerndios deram nos europeus foi a sfilis venrea, verdadeira vingana que os vencidos da Amrica injetaram no sangue dos conquistadores. Traos do trauma provocado por essas doenas parecem ter-se cristalizado na mitologia indgena. Quatro entidades malficas se destacavam na religio tupi no final do Quinhentos: Taguaigba (Fantasma ruim), Macacheira ou Moccher (O que faz a gente se perder), Anhanga (O que encesta a gente) e Curupira (O coberto de pstulas). razovel supor que o curupira tenha surgido no imaginrio tupi aps o choque microbiano das primeiras dcadas da descoberta. Luiz Felipe de Alencastro. ndios perderam a guerra Bacteriolgica. Folha de S. Paulo, 12.10.1991, p. 7. Adaptado. O texto expe uma das caractersticas mais importantes da expanso martima europeia dos sculos XV e XVI,
(PUC - 2017) Aps chegarem, descarregam as mercadorias, dispondo-as em ordem na praia, e depois voltam s suas embarcaes e fazem sinais de fumaa. Os nativos veem a fumaa e, aproximando-se do mar, colocam ao lado das mercadorias o ouro que oferecem em troca, retirando-se a seguir. Os fencios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se julgarem que a quantidade do ouro corresponde ao valor das mercadorias, tomam-no e partem, do contrrio regressam aos navios e aguardam. Herdoto.Histria. Braslia: UnB, 1988, p. 274. Adaptado. A partir do texto de Herdoto (sculo V a.C.) e de seus conhecimentos, correto afirmar que a atividade dos fencios
(PUC/PR - 2017) Leia o texto a seguir. A primeira missa no Brasil um momento emblemtico do incio da colonizao portuguesa na Amrica, celebrada poucos dias aps a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira, imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no leo sobre tela de Victor Meirelles. A ocupao de fato demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razes para seu incio, temos
Para responder àquestãoa seguir, considere o texto abaixo. Euclides fora um dos que deram à nossa história um estilo: uma forma de pensar e sentir o país (...) Não casualmente ele conferira lugar especial ao fenômeno da mestiçagem (...) Ele teria descoberto nossa tendência à fusão, nossa aptidão para a domesticação da natureza e para a religiosidade. A figura do sertanejo como forte de espírito por excelência era o símbolo de nossa originalidade completa. (GOMES, Ângela de Castro. História e historiadores. A política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. p. 195) 1. (Puccamp 2016) A Revolta de Canudos, no sertão nordestino, apresentava, entre suas motivações,
TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia atentamente o texto abaixo para responder (s) questo(es) a seguir. Histria da pintura, histria do mundo O homem nunca se contentou em apenas ocupar os espaos do mundo; sentiu logo a necessidade de represent-los, reproduzi-los em imagens, formas, cores, desenh-los e pint-los na parede de uma caverna, nos muros, numa pea de pano, de papel, numa tela de monitor. Acompanhar a histria da pintura acompanhar um pouco a histria da humanidade. , ainda, descortinar o espao ntimo, o espao da imaginao, onde podemos criar as formas que mais nos interessam, nem sempre disponveis no mundo natural. Um guia notvel para aprender a ler o mundo por meio das formas com que os artistas o conceberam o livro Histria da Pintura, de uma arguta irm religiosa, da ordem de Notre Dame, chamada Wendy Beckett. Ensina-nos a ver em profundidade tudo o que os pintores criaram, e a reconhecer personagens, objetos, fatos e ideias do perodo que testemunharam. A autora comea pela Pr-Histria, pela caverna subterrnea de Altamira, em cujas paredes, entre 15000 e 12000 a.C., toscos pincis de canios ou cerdas e p de ocre e carvo deixaram imagens de bises e outros animais. E d um salto para o antigo Egito, para artistas que j obedeciam chamada regra de proporo, pela qual se garantia que as figuras retratadas como caadores de aves e mulheres lamentosas no funeral de um fara se enquadrassem numa perfeita escala de medidas. J na Grcia, a pintura de vasos costuma ter uma funo narrativa: em alguns notam-se cenas da Ilada e da Odisseia. A maior preocupao dos artistas helensticos era a fidelidade com que procuravam representar o mundo real, sobretudo em seus lances mais dramticos, como os das batalhas. A arte crist primitiva e medieval teve altos momentos, desde os consagrados figurao religiosa nas paredes dos templos, como as imagens da Virgem e do Menino, at as ilustraes de exemplares do Evangelho, as chamadas iluminuras artesanais. Na altura do sculo XII, o estilo gtico se imps, tanto na arquitetura como na pintura. Nesta, o fascnio dos artistas estava em criar efeitos de perspectiva e a iluso de espaos que parecem reais. Mas na Renascena, sobretudo na italiana, que a pintura atinge certa emancipao artstica, graas a obras de gnios como Leonardo, Michelangelo, Rafael. o imprio da perspectiva, considerada por muitos artistas como mais importante do que a prpria luz. Para alm das representaes de carter religioso, as paisagens rurais e retratos de pessoas, sobretudo das diferentes aristocracias, apresentam-se num auge de realismo. Em passos assim instrutivos, o livro da irm Wendy vai nos conduzindo por um roteiro histrico da arte da pintura e dos sucessivos feitos humanos. Desde um jogo de boliche numa estalagem at figuras femininas em atividades domsticas, de um ateli de ourives at um campo de batalha, tudo vai se oferecendo a novas tcnicas, como a da cmara escura, explorada pelo holands Vermeer, pela qual se obtinha melhor controle da luminosidade adequada e do ngulo de viso. Entram em cena asnovas criaes da tecnologia humana: os navios a vapor, os trens, as mquinas e as indstrias podem estar no centro das telas, falando do progresso. Nem faltam, obviamente, os motivos violentos dahistria: a Revoluo Francesa, a sanguinria invaso napolenica da Espanha (num quadro inesquecvelde Goya), escaramuas entre rabes. Em contraste, paisagens buclicas e jardins harmoniosos desfilamainda pelo desejo de realismo e fidedignidade na representao da natureza. Mas sobrevm uma crise do realismo, da submisso da pintura s formas dadas do mundonatural. Artistas como Manet, Degas, Monet e Renoir aplicam-se a um novo modo de ver, pelo qual aimagem externa se submete viso ntima do artista, que a tudo projeta agora de modo sugestivo,numa luz mais ou menos difusa, apanhando uma realidade moldada mais pela impresso da imaginaocriativa do que pelas formas ntidas naturais. No Impressionismo, uma catedral pode ser pouco maisque uma grande massa luminosa, cujas formas arquitetnicas mais se adivinham do que se traam.Associada Belle poque, a arte do final do sculo XIX e incio do XX guardar ainda certa inocncia davida provinciana, no campo, ou na vida mundana dos cafs, na cidade. Desfazendo-se quase que inteiramente dos traos dos impressionistas, artistas como Van Goghe Czanne, explorando novas liberdades, fazem a arte ganhar novas tcnicas e aproximar-se daabstrao. A dimenso psicolgica do artista transparece em seus quadros: o quarto modestssimo de Van Gogh sugere um cotidiano angustiado, seus campos de trigo parecem um dourado a saltar da tela. APrimeira Grande Guerra eliminar compreenses mais inocentes do mundo, e o sculo XX em marchaacentuar as cores dramticas, convulsionadas, as formas quase irreconhecveis de uma realidade fraturada. O cubismo, o expressionismo e o abstracionismo (Picasso, Kandinsky e outros) interferemradicalmente na viso natural do mundo. Por outro lado, menos libertrio, doutrinas totalitaristas,como a stalinista e a nazifascista, pretendero que os artistas se submetam s suas ideologias. JMondrian far escola com a geometria das formas, Salvador Dal expandir o surrealismo dos sonhos, emuitas tendncias contemporneas passam a sofrer certa orientao do mercado da arte, agoraespeculada como mercadoria. Em suma, a histria da pintura nos ensina a entender o que podemos ver do mundo e de nsmesmos. As peas de um museu parecem estar ali paralisadas, mas basta um pouco da nossaateno a cada uma delas para que a vida ali contida se manifeste. Com a arte da pintura aprenderam asartes e tcnicas visuais do nosso tempo: a fotografia, o cinema, a televiso devem muito ao que ohomem aprendeu pela fora do olhar. Novos recursos ampliam ou restringem nosso campo de viso:atualmente muitos andam de cabea baixa, apontando os olhos para a pequena tela de um celular.Ironicamente, algum pode baixar nessa telinha A criao do homem, que Michelangelo produziupara eternizar a beleza do forro da Capela Sistina. (BATISTA, Domenico, indito) Observe a figura abaixo e leia o texto. O relevo remete a um trecho da Ilada, de Homero, e mostra, com acentuado vigor dramtico, o transporte do corpo do heri Heitor, amparado pelo pai, Pramo, rei de Troia. (In: DIVALTE G. Figueira. Histria. So Paulo: tica, 2003, p. 36) Com base na figura e no texto, pode-se afirmar que a obra
(Puccamp 2016) A imposição, pelas metrópoles, de leis severas às populações de suas colônias, contribuiu para acirrar movimentos pela independência nas Américas. Isso pode ser constatado ao examinarmos o impacto
(Puccamp 2016) O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas. (TÁVOLA, Bernardim da. Inédito). Violências sociais abundaram no período regencial, momento em que eclodiram rebeliões populares que foram duramente reprimidas, caso da
(Puccamp 2016) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Euclides fora um dos que deram à nossa história um “estilo”: uma forma de pensar e sentir o país (...) Não casualmente ele conferira lugar especial ao fenômeno da mestiçagem (...) Ele teria descoberto nossa “tendência” à fusão, nossa aptidão para a “domesticação da natureza” e para a religiosidade. A figura do sertanejo como “forte de espírito” por excelência era o símbolo de nossa originalidade completa. (GOMES, Ângela de Castro. História e historiadores. A política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. p. 195) A vinda de imigrantes europeus ao Brasil favoreceria, segundo as autoridades governamentais da época, o branqueamento da população, evitando um processo de mestiçagem que, até então, tinha a negritude como um forte componente. Além dessa "consequência", a imigração era aclamada por parte da elite, pois:
(Pucpr 2016) Leia a carta enviada por um cidadão brasileiro a Getúlio Vargas em 1939 e considere as afirmações a seguir: Pindamonhangaba, 3 de dezembro de 1939.Exmo. Sr. Dr. Getúlio Vargas.Operário, mas sabendo ler e escrever, acompanho pela leitura dos jornais tudo quanto se relaciona com o desenvolvimento, com o progresso de nossa Pátria. Com esse interesse era natural que não me escapassem as notícias sobre a organização do Código da Família, obra meritória de que está cogitando o benemérito governo de V. Excia.Nessa expectativa, peço licença a V. Excia. para juntar a esta uma fotografia, minha, de minha mulher e de meus filhos em número de onze, esperando que o governo patriótico do Estado Novo me ampare, dando-me trabalho e aos meus filhos a fim de que honesta e dignamente eu possa cuidar da manutenção e da instrução da prole, promovendo, assim, a grandeza do nosso querido Brasil.Não quero, Exmo. Sr. Dr. Getúlio Vargas, uma esmola, mas preciso sim de trabalho e de assistência, pois agora mesmo sinto a minha saúde abalada e devo confessar a V. Excia. a minha impossibilidade. Não será isso, aliás, de admirar, pois o que pode ganhar, numa cidade do interior, um modesto ferreiro?Subscrevo, patrício, admirador e criado.Sebastião Nogueira(Fonte: Arquivo Nacional. Presidência da República. Série 17 – Ministérios. Lata 192 – 1938-1939. (Foi mantida a grafia original das cartas)) I. A carta foi escrita durante o Estado Novo, período marcado pela democracia populista de Getúlio Vargas.II. Pelo caráter ditatorial do Estado Novo, é possível afirmar que o governo não respondeu à demanda solicitada, uma vez que o assistencialismo não era uma prática política desse período.III. A partir da leitura da carta é possível afirmar que Vargas mantinha uma política de aproximação com os trabalhadores como meio de promover o desenvolvimento do país.IV. O argumento do operário Sebastião Nogueira ao solicitar auxílio ao presidente é o de cooperar como trabalhador e pai de família para a grandeza da nação brasileira. Está(ão) CORRETA(S) somente a(s) afirmação(ões):
(PUC/RS - 2016) A histria moderna termina em 1789, com aquilo que a Revoluo batizou de Antigo Regime(...). (FURET, Franois. Pensando a Revoluo Francesa. So Paulo: Paz e Terra, 1989. P. 17). A partir do texto de Furet e dos conhecimentos sobre a Revoluo Francesa, correto afirmar:
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder à(s) quest(ões). O tempo e suas medidas O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme. Para marcar a passagem e as medidas do tempo, inventou o relógio. A palavra vem do latim horologium, e se refere a um quadrante do céu que os antigos aprenderam a observar para se orientarem no tempo e no espaço. Os artefatos construídos para medir a passagem do tempo sofreram ao longo dos séculos uma grande evolução. No início o Sol era a referência natural para a separação entre o dia e a noite, mas depois os relógios solares foram seguidos de outros que vieram a utilizar o escoamento de líquidos, de areia, ou a queima de fluidos, até chegar aos dispositivos mecânicos que originaram as pêndulas. Com a eletrônica, surgiram os relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados “relógios de corda”. O mostrador digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado. A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas, e até hoje intrigam e divertem crianças de todas as idades. Mas a evolução dos maquinismos humanos que dividem e medem as horas não suprimiu nem diminuiu a preocupação dos homens com o Tempo, essa entidade implacável, sempre a lembrar a condição da nossa mortalidade. Na mitologia grega, o deus Chronos era o senhor do tempo que se podia medir, por isso chamado “cronológico”, a fluir incessantemente. No entanto, a memória e a imaginação humanas criam tempos outros: uma autobiografia recupera o passado, a ficção científica pretende vislumbrar o futuro. No Brasil, muito da força de um José Lins do Rego, de um Manuel Bandeira ou de um Pedro Nava vem do memorialismo artisticamente trabalhado. A própria história nacional sofre os efeitos de uma intervenção no passado: escritores românticos, logo depois da Independência, sentiram necessidade de emprestar ao país um passado glorioso, e recorreram às idealizações do Indianismo. No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme Amarcord (“eu me recordo”, em dialeto italiano), do cineasta Federico Fellini. São lembranças pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e dominava a Itália. Já um tempo futuro terrivelmente sombrio é projetado no filme “Blade Runner, o caçador de androides”, do diretor Ridley Scott, no cenário futurista de uma metrópole caótica. Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento. São diferentes as qualidades do tempo e as circunstâncias de seus respectivos relógios: há o “relógio biológico”, que regula o ritmo do nosso corpo; há o “relógio de ponto”, que controla a presença do trabalhador numa empresa; e há a necessidade de “acertar os relógios”, para combinar uma ação em grupo; há o desafio de “correr contra o relógio”, obrigando-nos à pressa; e há quem “seja como um relógio”, quando extremamente pontual. Por vezes barateamos o sentido do tempo, tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. “Tempo é dinheiro” é o lema dos capitalistas e investidores e dos operadores da Bolsa; e é uma obsessão para os atletas olímpicos em busca de recordes. Nos relógios primitivos, nos cronômetros sofisticados, nos sinos das velhas igrejas, no pulsar do coração e da pressão das artérias, a expressão do tempo se confunde com a evidência mesma do que é vivo. No tic-tac da pêndula de um relógio de sala, na casa da avó, os netinhos ouvem inconscientemente o tempo passar. O Big Ben londrino marcou horas terríveis sob o bombardeio nazista. Na passagem de um ano para outro, contamos os últimos dez segundos cantando e festejando, na esperança de um novo tempo, de um ano melhor. (Péricles Alcântara, inédito) (Puccamp 2016) Sobre a mitologia referida no texto de Péricles Alcântara, é correto afirmar que, na pólis,
(PUC/PR -2016) A Revoluo Francesa foi um dos momentos mais importantes no processo de formao do mundo contemporneo. Foi um movimento violento que sepultou o absolutismo na cena poltica e o mercantilismo na economia, tendo um papel de grande destaque a burguesia, interessada em instituir um regime que atendesse aos seus interesses. Durante a revoluo tomou forma um corpo legislativo denominado Assembleia Nacional, que tomou parte central na consolidao das reformas objetivadas pela revoluo. Dentre as principais reformas realizadas na fase moderada da Revoluo Francesa (1789-1791), pela Assembleia Nacional, podemos citar CORRETAMENTE: