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Questões de Sociologia - UFPR | Gabarito e resoluções

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Questão 5
2019Sociologia

(UFPR - 2019 - 2 FASE)Considere a passagem a seguir: O processo de formao do povo brasileiro, que se fez pelo entrechoque de seus contingentes ndios, negros e brancos, foi, por conseguinte, altamente conflitivo. Pode-se afirmar, mesmo, que vivemos praticamente em estado de guerra latente, que, por vezes, e com frequncia, se torna cruento, sangrento. Conflitos intertnicos existiram desde sempre, opondo tribos indgenas umas s outras. Mas isso se dava sem maiores consequncias, porque nenhuma delas tinha possibilidade de impor sua hegemonia s demais. A situao muda completamente quando entra nesse conflito um novo tipo de contendor, de carter irreconcilivel, que o dominador europeu e os novos grupos humanos que ele vai aglutinando, avassalando e configurando como uma macroetnia expansionista. (RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formao e o sentido do Brasil. So Paulo: Cia da Letras, 1995, p.168.) Por que, segundo Darcy Ribeiro, a violncia foi um componente essencial na formao daquilo que ele prprio denominou de empresa Brasil?

Questão 6
2019Sociologia

(UFPR - 2019 - 2 FASE)Grard Lebrun escreve que o liberal um homem de quem se deve ter pena, porque est s voltas com um problema insolvel: determinar at que ponto pode serrar o galho no qual est sentado, sem correr o risco de quebr-lo. tambm, por princpio, um cidado insatisfeito. [...] Uma posio to incmoda bem poderia decorrer de uma iluso fundamental. Esta me parece consistir num profundo desconhecimento da relao moderna entre o social e o poltico representada como um antagonismo entre os indivduos, por um lado, e o poder enquanto mando, por outro. Como uma partida que ope dois times. Se, espontaneamente, o leitor assim pensa a coisa poltica, no tenha dvidas: ele liberal, sem o saber. (LEBRUN, Gerard. O que poder. So Paulo: Brasiliense, 2004, p. 32.) Para o autor, por que o social e o poltico devem estar correlacionados nas anlises sobre o liberalismo e suas iluses de liberdade?

Questão 7
2019Sociologia

(UFPR - 2019 - 2 FASE)Considere a passagem abaixo: O ponto de vista de Marx estava fundado no que ele chamava de concepo materialista da histria. De acordo com essa concepo, no so as ideias ou os valores que os seres humanos guardam as principais fontes da mudana social. Em vez disso, a mudana social estimulada primeiramente por influncias econmicas. Os conflitos de classe proporcionam a motivao para o desenvolvimento histrico [...]. Nas palavras de Marx: toda a histria humana at aqui a histria da luta de classes. (GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 32.) Por que, para Marx, a luta de classe a expresso concreta da concepo materialista da histria?

Questão 68
2019FilosofiaSociologia

(UFPR - 2019- 1 FASE) Eis como ainda no incio do sculo XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado antes de tudo algum que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas tambm de seu orgulho: seu corpo o braso de sua fora e de sua valentia. [...] Na segunda metade do sculo XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a mquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coao calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponvel e se prolonga, em silncio, no automatismo dos hbitos. (FOUCAULT, Michel. Os corpos dceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrpolis: Vozes, 1999, p. 162.) Levando em conta essa passagem e a obra em que est inserida, correto afirmar que, para Michel Foucault, instituies como escolas, quartis, hospitais e prises so exemplos de espaos em que, a partir do sculo XVIII, os indivduos:

Questão 78
2019Sociologia

(UFPR - 2019- 1 FASE) Considere o seguinte excerto do texto intitulado Adolescncia em Samoa, da antroploga Margaret Mead: Nas partes mais remotas do mundo, sob condies histricas muito diferentes daquelas que fizeram Grcia e Roma florescer e declinar, grupos de seres humanos desenvolveram padres de vida to diferentes dos nossos que no podemos arriscar a conjectura de que iriam chegar algum dia s nossas prprias solues. Cada povo primitivo escolheu um conjunto de valores humanos e moldou para si mesmo uma arte, uma organizao social, uma religio, que so sua contribuio singular para a histria do esprito humano. Samoa apenas um desses padres diversos e graciosos, mas, assim como viajante que um dia se afastou de casa mais sbio que o homem que nunca foi alm da soleira da prpria porta, o conhecimento de outra cultura deveria aguar nossa capacidade de esquadrinhar com mais sobriedade, de apreciar mais amorosamente, a nossa prpria cultura. (MEAD, Margaret. Adolescncia em Samoa. In: CASTRO, Celso (org.). Cultura e personalidade: Ruth Benedict, Margaret Mead e Edward Sapir. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 28.) A partir dessa considerao feita pela autora, correto afirmar:

Questão 79
2019Sociologia

(UFPR - 2019- 1 FASE) O filsofo Grard Lebrun, em seu livro intitulado O que o poder, discorre sobre diferentes abordagens do conceito de poder. Na apresentao da obra, tece consideraes sobre o binmio poder/dominao, tendo como referncia a obra de Michel Foucault. Escreve Lebrun Quando a questo compreender como foi e continua sendo possvel a resignao, quase ilimitada, dos homens perante os excessos do poder, no basta invocar as disciplinas e as mil frmulas de adestramento que, como mostra Foucault, so achados relativamente recentes da modernidade. Sua origem e seu sucesso talvez se devam a um sentimento atvico dos deserdados, de serem por natureza excludos do poder, estranhos a este talvez derivem da convico de que opor-se a ele seria loucura comparvel a opor-se aos fenmenos atmosfricos. Ainda que o poder no seja uma coisa, ele se torna uma, pois assim que a maioria dos homens o representa. preciso situar a tese de Foucault dentro de seus devidos limites: o homem condicionado, adestrado pelos poderes, o privilegiado, o europeu. No o colonizado, no o proletrio do Terceiro Mundo (assim como no era o proletrio europeu do sculo XIX). Estes, o poder no pensa sequer em domesticar: domina-os e muito de cima. (LEBRUN, Grard. O que poder. So Paulo: Brasiliense, 2004, p. 08.) Com base na reflexo desenvolvida por Lebrun, correto afirmar que:

Questão 80
2019Sociologia

(UFPR - 2019- 1 FASE) Considere o seguinte excerto da obra O povo brasileiro, do antroplogo Darcy Ribeiro: A classe dominante empresarial-burocrtico-eclesistica, embora exercendo-se como agente de sua prpria prosperidade, atuou tambm, subsidiariamente, como reitora do processo de formao do povo brasileiro. Somos, tal qual somos, pela forma que ela imprimiu em ns, ao nos configurar, segundo correspondia a sua cultura e a seus interesses. Inclusive, reduzindo o que seria o povo brasileiro, como entidade cvica e poltica, a uma oferta de mo-de-obra servil. Foi sempre nada menos que prodigiosa a capacidade dessa classe dominante para recrutar, desfazer e reformar gentes aos milhes. Isso foi feito no curso de um empreendimento econmico secular, o mais prspero de seu tempo, em que o objetivo jamais foi criar um povo autnomo, mas cujo resultado principal foi fazer surgir como entidade tnica e configurao cultural um povo novo, destribalizando ndios, desafricanizando negros e deseuropeizando brancos. Ao desgarr-los de suas matrizes, para cruz-los racialmente e transfigur-los culturalmente, o que se estava fazendo era gestar a ns brasileiros tal qual fomos e somos em essncia. Uma classe dominante de carter consular-gerencial, socialmente irresponsvel, frente a um povo-massa tratado como escravaria, que produz o que no consome e s se exerce culturalmente como uma marginlia, fora da civilizao letrada em que est imerso. (RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formao e o sentido do Brasil. So Paulo: Cia das Letras, 1995. p.178-179.) Levando em considerao a hiptese do autor, em relao formao da sociedade brasileira, s dinmicas sociais e s formas de dominao, correto afirmar:

Questão 81
2019FilosofiaSociologia

(UFPR - 2019- 1 FASE) Considere a passagem abaixo: A substituio do reino do dever ser, que marca a filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estvel? O problema central de sua anlise poltica descobrir como pode ser resolvido o inevitvel ciclo de estabilidade e caos. Ao formular e buscar resolver esta questo, Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos sculos. Trata-se de uma indagao radical e de uma nova articulao sobre o pensar e fazer poltica, que pe fim ideia de uma ordem natural eterna. A ordem, produto necessrio da poltica, no natural, nem a materializao de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao contrrio, a ordem tem um imperativo: deve ser construda pelos homens para se evitar o caos e a barbrie, e, uma vez alcanada, ela no ser definitiva, pois h sempre, em germe, o seu trabalho em negativo, isto , a ameaa de que seja desfeita. (SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidado sem fortuna, o intelectual de virt. In: WEFFORT, Francisco (org.). Clssicos da poltica, vol. 01. So Paulo: tica, 2001. p. 17-18.) Considerando o argumento de Maria Tereza Sadek, em seu texto intitulado Nicolau Maquiavel: o cidado sem fortuna, o intelectual de virt, correto afirmar:

Questão 82
2019Sociologia

(UFPR - 2019- 1 FASE) O estudo objetivo e sistemtico da sociedade e dos comportamentos humanos um desenvolvimento relativamente recente, cujos primrdios datam de fins do sculo XVIII. Um desenvolvimento-chave foi o uso da cincia para compreender o mundo a ascenso de uma abordagem cientfica ocasionou uma mudana radical na perspectiva e na sua compreenso. Uma aps a outra, as explicaes tradicionais e baseadas na religio foram suplantadas por tentativas de conhecimento racionais e crticas. [...] O cenrio que d origem sociologia foi a srie de mudanas radicais introduzidas pelas duas grandes revolues da Europa dos sculos XVIII e XIX. [...] A ruptura com os modos de vida tradicionais desafiou os pensadores a desenvolverem uma compreenso tanto do mundo social como do natural. Os pioneiros da sociologia foram apanhados pelos acontecimentos que cercaram essas revolues e tentaram compreender sua emergncia e consequncias potenciais. (GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 27-28.)

Questão 1
2018Sociologia

(UFPR - 2018 - 2 FASE) Karl Marx e Friedrich Engels afirmam, no Manifesto Comunista, que de tempos em tempos os operrios triunfam, mas um triunfo efmero. O verdadeiro resultado de suas lutas no o xito imediato, mas a unio cada vez mais ampla de trabalhadores. Essa unio facilitada pelo crescimento dos meios de comunicao criados pela grande indstria e que permitem o contato entre operrios de diferentes localidades. Basta, porm, este contato para concentrar as numerosas lutas locais, que tm o mesmo carter em toda parte, em uma luta nacional, uma luta de classes. Toda luta de classes uma luta poltica. (MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. So Paulo: Boitempo, 2001, p. 48.). Para os autores, por que toda luta de classes uma luta poltica?

Questão 2
2018Sociologia

(UFPR - 2018 - 2 FASE) Na obra intitulada Antropologia estrutural II, Claude Lvi-Strauss afirma: Os adeptos da anlise estrutural em lingustica e em antropologia so frequentemente acusados de formalismo. Isso esquecer que o formalismo existe como uma doutrina independente, da qual, sem negar o que lhe deve, o estruturalismo se separa em virtude das atitudes muito diferentes que as duas escolas adotam em relao ao concreto. Ao inverso do formalismo, o estruturalismo recusa opor o concreto ao abstrato, e no reconhece no segundo um valor privilegiado. A forma se define por oposio a uma matria que lhe estranha; mas a estrutura no tem contedo distinto: ela o prprio contedo apreendido numa organizao lgica concebida como propriedade do real. (LVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993, p. 121.) Seguindo a argumentao construda por Lvi-Strauss, como podemos assegurar que a estrutura no se ope realidade na forma de uma abstrao lingustica?

Questão 3
2018Sociologia

(UFPR - 2018 - 2 FASE) Em Mulheres, raa e classe, Angela Davis afirma que os papis das mulheres na procriao, criao da prole e manuteno da casa possibilitam que os membros de sua famlia trabalhem trocando sua fora de trabalho por salrios e isso dificilmente pode ser negado. Mas disso decorre automaticamente que mulheres em geral, independentemente de sua classe e raa, sejam definidas de modo fundamental por suas funes domsticas? Disso decorre automaticamente o fato de que a dona de casa realmente a trabalhadora secreta no interior do processo de produo capitalista? Se a Revoluo Industrial resultou na separao estrutural entre a economia domstica e a economia pblica, ento as tarefas domsticas no podem ser definidas como um componente integrante da produo capitalista. Elas esto, mais exatamente, relacionadas com a produo no sentido de uma pr-condio. O empregador no est minimamente preocupado com o modo como a fora de trabalho produzida e mantida, ele s se preocupa com sua disponibilidade e capacidade de gerar lucro. Em outras palavras, o processo de produo capitalista pressupe a existncia de um conjunto de trabalhadores e trabalhadoras explorveis (DAVIS, Angela. Mulheres, raa e classe. So Paulo: Boitempo, 2016, p. 242.) Considerando a passagem acima, o que se pode entender por trabalhadora secreta no interior do processo de produo capitalista?

Questão 4
2018Sociologia

(UFPR - 2018 - 2 FASE)Quando um cidado, no por suas crueldades ou outra qualquer intolervel violncia, e sim pelo favor dos concidados, se torna prncipe de sua ptria o que se pode chamar de principado civil (e para chegar a isso no necessrio grandes mritos nem muita sorte, mas antes astcia feliz), digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. que em todas as cidades se encontram essas duas tendncias diversas e isso nasce do fato de que o povo no deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo. [...] O principado estabelecido pelo povo ou pelos grandes, segundo a oportunidade que tiver uma dessas partes: percebendo os grandes que no podem resistir ao povo, comeam a dar reputao a um dos seus elementos e o fazem prncipe, para poder, sob sua sombra, satisfazer seus apetites. O povo tambm, vendo que no pode resistir aos grandes, d reputao a um cidado e o elege prncipe para estar defendido com sua autoridade. O que ascende ao principado com a ajuda dos poderosos se mantm com mais dificuldade do que aquele que eleito pelo prprio povo; encontra-se aquele com muita gente ao redor, que lhe parece sua igual, e por isso no a pode comandar nem manejar como entender. Mas o que alcana o principado pelo favor popular encontra-se sozinho e, ao redor, ou no tem ningum ou muito poucos que no estejam preparados para obedec-lo. [...] Quem se torna prncipe mediante o favor do povo deve manter-se seu amigo, o que muito fcil, uma vez que este deseja apenas no ser oprimido. Mas quem se tornar prncipe contra a opinio popular, por favor dos grandes, deve, antes de mais nada, procurar conquistar o povo. (MAQUIAVEL, Nicolau. O prncipe. So Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 39-40.) De acordo com o excerto extrado do livro O Prncipe, de Nicolau Maquiavel, quais virtudes se encerram no principado a favor do povo e no principado a favor dos poderosos?

Questão 5
2018Sociologia

(UFPR - 2018 - 2 FASE) O tempo constituiu um elemento importante na anlise de uma cultura. Nesse mesmo quarto de sculo, mudaram-se os padres de beleza. Regras morais que eram vigentes passaram a ser consideradas nulas: hoje uma jovem pode fumar em pblico sem que a sua reputao seja ferida. Ao contrrio de sua me, pode ceder um beijo ao namorado em plena luz do dia. Tais fatos atestam que as mudanas de costumes so bastante comuns. Entretanto, elas no ocorrem com a tranquilidade que descrevemos. Cada mudana, por menor que seja, representa o desenlace de numerosos conflitos. Isso porque em cada momento as sociedades humanas so palco do embate entre tendncias conservadoras e inovadoras. As primeiras pretendem manter os hbitos inalterados, muitas vezes atribuindo ao mesmo uma legitimidade de ordem sobrenatural. As segundas contestam a sua permanncia e pretendem substitu-los por novos procedimentos. [...] Cada sistema cultural est sempre em mudana. Entender sua dinmica importante para atenuar o choque entre as geraes e evitar comportamentos preconceituosos. (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropolgico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 99-101.) Segundo Roque Laraia, quais so os principais impactos da mudana social nos sistemas culturais?

Questão 6
2018Sociologia

(UFPR - 2018 - 2 FASE) Politizar o homem no consiste mais em educ-lo moralmente, mas em introduzi-lo num maquinrio que o vergar a fins (a paz e a segurana) que, apenas por suas disposies naturais, ele no poderia alcanar. O modelo poltico , assim, mecnico e nada mais significativo, a esse respeito, do que a imagem do autmato que Hobbes emprega no incio do Leviat, ou a linguagem do equilbrio das foras, que retorna constantemente no Contrato Social, de Rousseau, ou, ainda, a metfora newtoniana: como no universo, tambm na cidade a ordem vir da compensao entre atraes e repulsas. (LEBRUN, Gerard. O que poder. So Paulo: Brasiliense, 1981, p. 20.) Se, para Gerard Lebrun, a politizao no consiste mais numa educao moral, que tipo de indivduo a poltica capaz de engendrar na modernidade?

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