(UFU - 2020 - 1ª FASE) Em A moratória de Jorge Andrade, Joaquim, o patriarca da família, repete várias vezes a frase “Nós somos o que fomos”, ou variações dessa mesma ideia. No entanto, essa afirmação do personagem é constantemente desmentida por outras personagens ou pelas circunstâncias do enredo.
A este respeito, assinale a alternativa que analisa de forma correta mudanças que atingem a família de Joaquim, mas que ele não aceita ou não percebe.
Fazendeiro sem fazenda, Joaquim tenta manter os vestígios do passado, plantando um jardim na casa simples, porém se angustia por não poder mais sustentar a família. Para desespero dele, o cabeça da casa passa a ser o filho Marcelo, com quem sempre teve conflitos políticos e emocionais.
Atingido pela crise do café, Joaquim perde a fazenda da família, enquanto esperava ser protegido pelo governo – o que era norma até então. O patriarca não percebeu que o novo governo pretendia mudar radicalmente o país, deixando, assim, de zelar pela preservação da antiga oligarquia cafeeira.
O sobrenome da família de Joaquim nem aparece na peça, indicando a perda de status que eles sofreram. Uma opção para se manterem na elite seria o casamento de Lucília com Olímpio, contudo Joaquim mantém o orgulho e proíbe a filha de se casar com o moço, um antigo inimigo político.
Desde o início, o público sabe o destino da família, mas é aos poucos que o enredo apresenta os detalhes da derrocada. É já no 3º ato que se revela como a dor de Joaquim é ainda maior porque a fazenda foi para as mãos de estranhos, ingleses que instalaram um frigorífico moderno no local.