(UNESP - 2011 - 1 FASE)O grfico representa a distribuio percentual do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil por faixas de renda da populao, tambm em percentagem. Baseado no grfico, pode-se concluir que os 20% mais pobres da populao brasileira detm 3,5% (1%+2,5%) da renda nacional. Supondo a populao brasileira igual a 200 milhes de habitantes e o PIB brasileiro igual a 2,4 trilhes de reais (Fonte: IBGE), a renda per capita dos 20% mais ricos da populao brasileira, em reais, de
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Uma pessoa necessita de 5 mg de vitamina E por semana, a serem obtidos com a ingesto de dois complementos alimentares e . Cada pacote desses complementos fornece, respectivamente, 1 mg e 0,25 mg de vitamina E. Essa pessoa dispe de exatamente R$ 47,00 semanais para gastar com os complementos, sendo que cada pacote de custa R$ 5,00 e de R$ 4,00. O nmero mnimo de pacotes do complemento alimentar que essa pessoa deve ingerir semanalmente, para garantir os 5 mg de vitamina E ao custo fixado para o mesmo perodo, de:
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Em um jogo lotrico, com 40 dezenas distintas e possveis de serem escolhidas para aposta, so sorteadas 4 dezenas e o ganhador do prmio maior deve acertar todas elas. Se a aposta mnima, em 4 dezenas, custa R$ 2,00 , uma aposta em 6 dezenas deve custar:
(UNESP - 2011 - 1 FASE) Uma famlia fez uma pesquisa de mercado, nas lojas de eletrodomsticos, procura de trs produtos que desejava adquirir: uma TV, um freezer e uma churrasqueira. Em trs das lojas pesquisadas, os preos de cada um dos produtos eram coincidentes entre si, mas nenhuma das lojas tinha os trs produtos simultaneamente para a venda. A loja A vendia a churrasqueira e o freezer por R$ 1.288,00. A loja B vendia a TV e o freezer por R$ 3.698,00 e a loja C vendia a churrasqueira e a TV por R$ 2.588,00. A famlia acabou comprando a TV, o freezer e a churrasqueira nestas trs lojas. O valor total pago, em reais, pelos trs produtos foi de
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) A revista Superinteressante trouxe uma reportagem sobre o custo de vida em diferentes cidades do mundo. A tabela mostra o ranking de cinco das 214 cidades pesquisadas pela Mercer LLC, empresa americana, em 2010. Observando as informaes, numricas e coloridas, contidas na tabela, analise as afirmaes: I. O custo do aluguel em Luanda o mais alto do mundo. II. O custo do cafezinho em Tquio o mais alto do mundo. III. O custo do jornal importado em So Paulo o mais alto do mundo. IV. O custo do lanche em Libreville o mais alto do mundo. V. O custo da gasolina em Tquio o mais alto do mundo. Esto corretas as afirmaes:
(UNESP - 2011 - 1 FASE)Ambientalistas, aps estudos sobre o impacto que possa vir a ser causado populao de certa espcie de pssaros pela construo de um grande conjunto de edifcios residenciais prximo ao sop da Serra do Japi, em Jundia, SP, concluram que a quantidade de tais pssaros, naquela regio, em funo do tempo, pode ser expressa, aproximadamente, pela funo onde t representa o tempo, em anos, e P0 a populao de pssaros na data de incio da construo do conjunto. Baseado nessas informaes, pode-se afirmar que:
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) A tabela apresenta, na coluna da esquerda, a descrio de alguns tipos de funes e, na coluna da direita, representaes de alguns grficos de funes, cujas variveis independentes, definidas no domnio dos nmeros reais, esto representadas nos eixos das abscissas. O conjunto de pares ordenados que relaciona cada funo sua respectiva representao grfica :
(UNESP - 2011 - 1 FASE) Aps o nascimento do filho, o pai comprometeu-se a depositar mensalmente, em uma caderneta de poupana, os valores de R$ 1,00, R$ 2,00, R$ 4,00 e assim sucessivamente, at o ms em que o valor do depsito atingisse R$ 2.048,00. No ms seguinte o pai recomearia os depsitos como de incio e assim o faria at o 21 aniversrio do filho. No tendo ocorrido falha de depsito ao longo do perodo, e sabendo-se que 210 = 1.024, o montante total dos depsitos, em reais, feitos em caderneta de poupana foi de
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Um grafo uma figura constituda de um nmero finito de arestas ou arcos, cujas extremidades so chamadas vrtices. Em um grafo, a ordem de um vrtice o nmero de extremidades de arestas ou arcos que se apoiam naquele vrtice. A figura 1 um grafo cujos vrtices A e C possuem ordem 3 (o vrtice A o apoio de um arco cujas extremidades coincidem) e os demais vrtices possuem ordem 2. Alm disso, dizemos que um grafo admite um passeio de Euler se existir um caminho do qual faam parte todas as arestas ou arcos desse grafo, sendo possvel desenh-lo sem tirar o lpis do papel e passando-o uma nica vez em cada aresta ou arco. Na figura 1 possvel fazer um passeio de Euler partindo-se apenas dos vrtices A ou C. Por exemplo, um possvel passeio pode ser representado pela sequncia de vrtices dada por: AABCDEFC. Consideres os grafos: Os que admitem um passeio de Euler so apenas:
(UNESP - 2011 - 1 FASE)Uma pessoa se encontra no ponto A de uma plancie, s margens de um rio e v, do outro lado do rio, o topo do mastro de uma bandeira, ponto B. Com o objetivo de determinar a altura h do mastro, ela anda, em linha reta, 50 m para a direita do ponto em que se encontrava e marca o ponto C. Sendo D o p do mastro, avalia que os ngulos BC e BĈD valem 30, e o ngulo AĈB vale 105, como mostra a figura. A altura h do mastro da bandeira, em metros,
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Todo dado cbico padro possui as seguintes propriedades: Sobre suas faces esto registrados os nmeros de 1 a 6, na forma de pontos. A soma dos nmeros registrados, em qualquer duas de suas faces opostas, sempre igual a 7. Se quatro dados cbicos padres forem colocados verticalmente, um sobre o outro, em cima de uma superfcie plana horizontal, de forma que qualquer observador tenha conhecimento apenas do nmero registrado na face horizontal superior do quarto dado, podemos afirmar que, se nessa face estiver registrado o nmero 5, ento a soma dos nmeros registrados nas faces horizontais no visveis ao observador ser de:
(UNESP - 2011 - 1 FASE)H 4 500 anos, o Imperador Quops do Egito mandou construir uma pirmide regular que seria usada como seu tmulo. As caractersticas e dimenses aproximadas dessa pirmide hoje, so: 1.) Sua base um quadrado com 220 metros de lado; 2.) Sua altura de 140 metros. Suponha que, para construir parte da pirmide equivalente a 1,88 104m3 , o nmero mdio de operrios utilizados como mo de obra gastava em mdia 60 dias. Dados que 2,22 1,4 6,78 e 2,26 1,88 1,2 e mantidas estas mdias, o tempo necessrio para a construo de toda pirmide, medido em anos de 360 dias, foi de, aproximadamente,
(UNESP - 2011 - 2 FASE) TEXTO 1 INSTRUO: Aquestotomapor base um texto que integra uma reportagem da revista Fotografe Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e pesquisadora de Histria da Arte e de Metodologia da Pesquisa Cientfica da Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Manifestao surgiu em Nova York nos anos de 1970 Muitos encaram o grafite como uma mera interveno no visual das cidades. Outros enxergam uma manifestao social. E h quem o associe com vandalismo, pichao... Mas um crescente pblico prefere contempl-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artstica. O grafite uma forma de expresso social e artstica que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de 1970. O novaiorquino Jean- Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plstico, tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol a vida de Basquiat, alis, mereceu at filme, lanado em 1996. A chegada ao Brasil tambm foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etope Alex Vallauri e se popularizou por aqui. Desde a dcada de 1990 pura efervescncia. Irreverente, a arte das ruas colocou prova a criatividade juvenil e deu uma chance bastante democrtica de expresso, que conquistou, alm dos espaos pblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regies centrais e privilegiadas em quase todo o Ocidente. Hoje, vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidado brasileiro, a arte de rua provoca e, ao mesmo tempo, lembra a existncia de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de coloridos desenhos que atraem a ateno. Essa manifestao avanou no campo artstico e vem conquistando superfcies em ambientes at ento improvveis: do interior de famosas galerias s fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres, que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painis grafitados (25 metros) pelas mos, sprays e talento de grafiteiros de vrios lugares do planeta, convidados para esse desafio, com destaque para os brasileirosNuncae os artistas-irmosOsgmeos. (Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. So Paulo: Editora Europa, ano 14, n. 161, fevereiro 2010.) TEXTO 2 Do vandalismo anrquico arte politicamente comprometida Quanto manifestao da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anrquico at a arte politicamente comprometida. Vai da pichao, cujo propsito sujar, incomodar, agredir, chamar a ateno sobre determinado espao urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a autoridade, at o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo. (...) O transeunte (...) geralmente ignora, rechaa ou destri essa arte, considerando-a sujeira, usurpao do seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invaso do seu espao (s vezes privado, s vezes pblico), uma afronta mente inteligente. Escolhe no olh-la, no observ-la, no ler nas suas entrelinhas e nos espaos entre seus rabiscos ou entre seus traos elaborados. Confunde o graffiti com a pichao, isto , a arte com o vandalismo (...). No entanto, em documentrios e em entrevistas com vrios artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006, pde-se constatar que essa concepo , na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores de graffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe no apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimento bom ou timo na sua escola ou no seu emprego. De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quanto no centro, oriundo tanto de famlias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seu nvel de instruo varia do fundamental incompleto ao mdio e ao superior, encontrando-se entre eles inclusive funcionrios de rgos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos, publicitrios, designers e artistas plsticos, entre outros. Pde-se perceber, tambm, que suas preocupaes polticas, sua conscincia quanto ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento voluntrio ou profissional em organizaes educacionais e assistencialistas so uma constante. (Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichao e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006). Anais Frum de Pesquisa Cientfica em Arte. Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Curitiba, 2006-2007.) TEXTO 3 Trecho de uma entrevista com Omen, um conhecido grafiteiro residente da cidade de Montreal, no Canad. Interviewer: Who are you and what are you doing later today? Omen: Erm I write OMEN and I dont know what I am going to do today. The weather seems to be my only enemy these days. Interviewer: Whens the last time you painted? Omen: I painted the other day at a school in Point St-Charles. Options 2 its called. Its a school for children that need special guidance. Their lives have been messed up by drugs and guns and all that stuff. I was there to show them fundamentals of Graff like can control and what tips to use. It was pretty cool. Interviewer: Whats your favorite medium? Omen: Well, to paint with? I love aerosol. Love it. There is nothing more demanding and yet forgiving as far as mediums. The dry time, the size, the variety, the randomness, its all gold. I mean you can bust a huge piece and then say, nahhh. and take it out in less than a minute and start again cuz it will already be dry. A real medium of the future. Interviewer: What do you think is the importance of architecture in everyday life and does graffiti influence architecture in any way? Omen: Architecture is an awesome field of study and it greatly influenced my life for many years. The reality of it is that it is an insulated discussion between architect and city and/or Private developer. The public rarely has a say in matters. This is unfortunate because it is the public that will be forced to look at the unchanging design of an architect for the duration of our lifetimes and if it is unappealing one; then that is a real tragedy. (www.yveslaroche.com/en/news. Adaptado.) PROPOSIO Arte de rua, interveno urbana, grafite, graffiti, pichao, lambelambe, so inmeros os termos pelos quais conhecida a atividade pictrica em muros, paredes e superfcies de prdios nas cidades do mundo inteiro. Muitas pessoas consideram tais trabalhos verdadeiros exemplos de arte plstica popular; outras afirmam que puro vandalismo. Os autores ou escritores, por vezes, tm de dar explicaes polcia, quando flagrados desenhando ou pintando em superfcies de prdios pblicos ou privados. Mas h quem os convide, tanto nas reparties pblicas como nas empresas de todos os gneros, a pintar painis decorativos em edifcios. E no falta tambm quem j venha implantando cursos ou atividades complementares para alunos do ensino fundamental e mdio aprenderem a fazer grafites. Com base neste comentrio e levando em considerao, se achar conveniente, os TEXTOS1 e2, bem como o trecho da entrevista DO TEXTO 3, escreva uma redao de gnero dissertativo, em prosa obediente norma culta da Lngua Portuguesa, sobre o tema: GRAFITES: ENTRE O VANDALISMO E A ARTE
(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) REDAO Leia os trechos dos textos que se referem ao futuro do livro. TEXTO I A possibilidade do fim do livro traumtica porque o livro no pode jamais ser visto apenas como material inerte ou simples objeto de consumo. antes um objeto simblico e uma instituio aos quais a cultura ps-Gutemberg confiou a tarefa de armazenar e fazer circular praticamente todo o conhecimento considerado relevante. Enquanto instituio, o livro representa uma forma de socializao que compreende todo um circuito de produo e consumo: autores, editores, leitores, crticos, comunidades interpretativas institucionalizadas. Como qualquer forma de socializao, a instituio do livro cria um espao pblico, estabelece hierarquias e constitui identidades nos grupos e nos indivduos que dela participam. (Srgio Luiz Prado Bellei, O fim do livro e o livro sem fim. Universidade Federal de Santa Catarina: http://lfilipe.tripod.com.bellei.html) TEXTO II Com relao ao desaparecimento do livro, os dois [Umberto Eco e Jean-Claude Carrire] observam com razo que as tecnologias digitais ficam obsoletas muito mais rapidamente que o livro impresso. Carrire vai buscar em sua biblioteca um pequeno incunbulo em latim, impresso em Paris em 1498; com exceo de umas poucas palavras obscuras, perfeitamente legvel como linguagem e como tecnologia, cinco sculos depois. E ele cita o caso de um cineasta belga, seu amigo, que tem no poro de casa 18 computadores diferentes, para poder consultar trabalhos antigos, criados em programas de PC que no so mais usados hoje. Os dois comentam que a possibilidade atual de armazenar quantidades imensas de dados no significa que tudo isto continuar armazenado (e acessvel) indefinidamente, e observam que mesmo uma biblioteca gigantesca no passa de uma mera seleo, um filtro de escolha, de prioridades, aplicado a uma cultura. O que devemos preservar? eis a questo, porque impossvel preservar tudo, tanto quanto impossvel consultar tudo quanto foi preservado (e que necessariamente uma pequena parte desse todo). (Braulio Tavares. No contem com o fim do livro: http://jornaldaparaiba.globo.com/) TEXTO III Ou seja, apesar de sua imagem idealizada s vezes, sacralizada de fonte de lazer, informao, conhecimento, fruio intelectual, o livro, enquanto objeto, apenas o suporte da leitura, o meio pelo qual o escritor chega ao leitor. E assim permanecer at que alguma coisa similar o substitua. Saber quanto tempo essa transio levar para se consumar mero e certamente intil exerccio de futurologia. At porque provavelmente no ocorrer exatamente uma transio, mas apenas a acomodao de uma nova mdia no amplo universo da comunicao. Tem sido assim ao longo da Histria. Tranquilizem-se, portanto, os amantes do livro impresso. Tal como a colher, o martelo, a roda ou a tesoura, ele veio para ficar, pelo menos at onde a vista alcana. E no se desesperem os novidadeiros amantes de gadgets. Estes continuaro sendo inventados e aprimorados por fora da voracidade do business globalizado. E possvel at mesmo que algum deles venha a se tornar definitivo e entrar no time do livro, da colher, da roda... (A. P. Quartim de Moraes. o fim do livro? Rir para no chorar. www.estadao.com.br/) PROPOSIO Os e-readers, aparelhos de leitura de livros digitalizados, e os chamados tablets, que incorporam outras funes alm da leitura de livros e revistas, esto conquistando cada vez mais usurios. Hoje j possvel, com um desses leitores digitais, ter uma biblioteca de milhares de obras e, alm disso, acessar para leitura imediata jornais e revistas do mundo inteiro. Diante dessa nova realidade, caracterizada por uma competio muito grande entre empresas que pretendem criar o melhor aparelho eletrnico de leitura, muitos estudiosos j preveem o fim dos jornais e revistas e o fim dos livros. Outros, porm, questionam tais previses e afirmam que o livro no desaparecer. Que poder acontecer de fato? Com base nos textos apresentados na instruoe, se achar necessrio, levando em considerao os textos complementares, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro, sobre o tema: O FUTURO DO LIVRO TEXTOS COMPLEMENTARES Livros De livros mil vivo cercado, Dias e noites passo a ler, Mas, francamente, o resultado Coisa no de agradecer. Nenhum me d paz e conforto, Nenhum me diz se eu amanh Vivo estarei ou se, j morto, Ter cessado o meu af. Nada afinal sabeis ao certo Sobre das almas o tropel... Do vosso cume v-se perto, Chatas montanhas de papel. Vs pretenses! Orgulho fofo! Do ser mesquinho que voz fez Tendes o mesmo vil estofo, Tendes a mesma pequenez. Cada vez mais, debalde, avulta Vossa mar... Tudo invadis; Mas no tornais quem vos consulta Nem menos mau, nem mais feliz. Que um cataclismo vos destrua, Mal no far... Sem o sentir, Serena a vida continua: Lutar, sofrer, sonhar, mentir. (Afonso Celso. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro: H. Garnier Livreiro-Editor, 1904, p. 03-04. Adaptado.) O livro e a documentao Nas condies do atual desenvolvimento histrico da humanidade, o conhecimento de primeira mo no pode progredir sem o de segunda mo. Conhecimento de primeira mo o decorrente, digamos assim, da integrao do homem na natureza, para dela haurir continuidade especfica e felicidade individual; essa integrao, para consolidar-se, foi condicionada pela e condicionou a comunicao verbal, implicadora do conhecimento de segunda mo, a linguagem, no que ela encerra de transmisso cognitiva.Esse conhecimento de segunda mo multiplicou de importncia a partir do momento em que o homem pde mant-lo em conserva, graficamente, para uso de seus contemporneos e de seus psteros. A noosfera, gerando a grafosfera, aumentou os poderes e potncias do homem. E hoje a matria mentada e em conserva grfica to imensa e se renova em ritmo to intenso, que um dos mais graves problemas da civilizao e da cultura humanas conseguir torn-la relativamente acessvel a quantos queiram ou possam acrescentar seu esforo ao herdado das geraes anteriores, na luta pelo aumento do saber, vale dizer, do conhecer, vale dizer, do fazer, vale dizer, do conhecer-fazer-conhecer-fazer, vale dizer, da perpetuao especfica e da felicidade individual. Uma documentao ativa condio e imperativo, nesta altura, do progresso. Forma privilegiada da mensagem grfica, o livro se insere, necessariamente, na documentao, como um dos meios especficos mais poderosos e eficazes da mesma documentao; mas no apenas o livro, bvio, seno que quantas coisas realizadas, executadas, interpretadas, achadas, ordenadas, nominadas pelo homem. (Antonio Houaiss. Elementos de bibliologia. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1967, vol II, p. 36-37.)