(UNESP - 2011 - 1 FASE) Aquestoa seguir tomapor base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953). Contas Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a tera dos cabritos. Mas como no tinha roa e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijo e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, no chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabea. Forjara planos. Tolice, quem do cho no se trepa. Consumidos os legumes, rodas as espigas de milho, recorria gaveta do amo, cedia por preo baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflio, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, no seria roubado to descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juzo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoo inchando. De repende estourava: Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ningum pode viver sem comer. Quem do cho no se trepa. Pouco a pouco o ferro do proprietrio queimava os bichos de Fabiano. E quando no tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transao meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitria mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no cho sementes de vrias espcies, realizou somas e diminuies. No dia seguinte Fabiano voltou cidade, mas ao fechar o negcio notou que as operaes de Sinha Vitria, como de costume, diferiam das do patro. Reclamou e obteve a explicao habitual: a diferena era proveniente de juros. No se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. No se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mo beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patro zangou-se, repeliu a insolncia, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar servio noutra fazenda. A Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. No era preciso barulho no. Se havia dito palavra toa, pedia desculpa. Era bruto, no fora ensinado. Atrevimento no tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia l puxar questo com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorncia da mulher, provavelmente devia ser ignorncia da mulher. At estranhara as contas dela. Enfim, como no sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava no cair noutra. (Graciliano Ramos. Vidas secas. So Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.) No fragmento apresentado, de Vidas secas, as formas verbais mais frequentes se enquadram em dois tempos do modo indicativo. Marque a alternativa que indica, pela ordem, o tempo verbal predominante no segundo pargrafo e o que predomina no quinto pargrafo.
(UNESP - 2011 - 2 FASE) Trs maneiras h de preservar a posse de Estados acostumados a serem governados por leis prprias; primeiro, devast-los; segundo, morar neles; terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrancando um tributo e formando um governo de poucas pessoas, que permaneam amigas. Sucede que, na verdade, a garantia mais segura da posse a runa. Os que se tornam senhores de cidades livres por tradio, e no as destroem, sero destrudos por elas. Essas cidades costumam ter por bandeira, em suas rebelies, tanto a liberdade quanto suas antigas leis, jamais esquecidas, nem com o passar do tempo, nem por influncia dos favores que receberam. Por mais que se faa, e sejam quais forem os cuidados, sem promover desavena e desagregao entre os habitantes, continuaro eles a recordar aqueles princpios e a estes iro recorrer em quaisquer oportunidades e situaes. (Nicolau Maquiavel. Publicado originalmente em 1513. Adaptado.) Partindo de uma definio de moralidade como conjunto de regras de conduta humana que se pretendem vlidas em termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel compatvel com a moralidade crist. Justifique sua resposta, comentando o teor prtico ou pragmtico do pensamento desse filsofo.
(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) TEXTO I A amgdala cerebral e o crtex pr-frontal so regies do crebro reguladoras de emoes como culpa, remorso e medo de punio. Duas pesquisadoras americanas esto revolucionando a comunidade cientfica ao afirmarem que, estudando essas duas importantes reas, possvel identificar em crianas de 3 anos se elas apresentam riscos de se tornarem criminosas quando adultas. Segundo os cientistas Adrian Raine, da Universidade da Pensilvnia, e Nathalie Fontaine, da Universidade de Indiana, o crebro de psicopatas exibe amgdalas 20% menores do que as do crebro de um no criminoso. (Isto, 16.03.2011. Adaptado.) TEXTO II Criminalidade efeito, forma perversa de protesto, gerada por uma patologia social que a antecede e que , tambm ela, perversa. Sem os filtros despoluidores da justia social e da decncia poltica, toda e qualquer medida contra o crime, por mais violenta e repressiva que seja, constituir mero recurso paliativo. claro que a criminalidade, enquanto sintoma, tem de ser adequadamente combatida por medidas policiais enrgicas. Mas que no se fique nisso, j que o puro e simples combate ao efeito no remove nem resolve a causa que o produz. Ao contrrio: a luta isolada contra o efeito pode tornar se danosa e perversa, uma vez que, destruindo sua funo alertadora e denunciadora, provoca uma cegueira perigosa, que aprofunda a raiz do mal. (Hlio Pelegrino. Texto publicado em 1986. Adaptado.) Explique uma diferena de abordagem entre os dois textos sobre os fatores determinantes da violncia, bem como uma diferena no que se refere concepo de meios para evit-la.
(UNESP - 2011 - 1 FASE)Aquestoa seguir tomapor base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953). Contas Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a tera dos cabritos. Mas como no tinha roa e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijo e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, no chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabea. Forjara planos. Tolice, quem do cho no se trepa. Consumidos os legumes, rodas as espigas de milho, recorria gaveta do amo, cedia por preo baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflio, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, no seria roubado to descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juzo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoo inchando. De repende estourava: Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ningum pode viver sem comer. Quem do cho no se trepa. Pouco a pouco o ferro do proprietrio queimava os bichos de Fabiano. E quando no tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transao meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitria mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no cho sementes de vrias espcies, realizou somas e diminuies. No dia seguinte Fabiano voltou cidade, mas ao fechar o negcio notou que as operaes de Sinha Vitria, como de costume, diferiam das do patro. Reclamou e obteve a explicao habitual: a diferena era proveniente de juros. No se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. No se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mo beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patro zangou-se, repeliu a insolncia, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar servio noutra fazenda. A Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. No era preciso barulho no. Se havia dito palavra toa, pedia desculpa. Era bruto, no fora ensinado. Atrevimento no tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia l puxar questo com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorncia da mulher, provavelmente devia ser ignorncia da mulher. At estranhara as contas dela. Enfim, como no sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava no cair noutra. (Graciliano Ramos. Vidas secas. So Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.) Pouco a pouco o ferro do proprietrio queimava os bichos de Fabiano. A forma verbal queimava, no perodo acima, apresenta o sentido de:
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Um gnio chamado Marlson Diz o ditado que chegar fcil; passar que so elas!. Pois, l, no final do Elevado, ele chegou junto ao lder daquele instante, ultrapassou e saiu iniciando um show de resistncia, em passadas vigorosas e perfeitas no seu bal de viver para correr e correr para viver. Atuao linda de se ver a sua contnua busca da vantagem, a partir da metade do percurso, alargando a cada quilmetro, uma superioridade impressionante. Marlson Gomes dos Santos voltou para encantar. Cinco anos depois de ter sido bi, retornou para ser, mais que um ganhador, um tricampeo nico entre os brasileiros, numa deliciosa emoo esportiva que encerra com pompa o ano de 2010. Pisou de novo o asfalto paulistano no momento em que sentiu que estava pronto para deslumbrar. Subiu de novo ao degrau mais alto daquele pdio que lhe to familiar, lugar exato que ocupou em 2005. Foi como se o topo reservado ao melhor entre os melhores estivesse esperando por ele durante esse tempo todo em que no disputou. Campeo de tantas e tantas provas, recordista da srie completa de corridas de fundo sul-americanas, o homem que deixou, por duas vezes, os norte-americanos fascinados ao voar baixo pelas ruas de New York chegou Avenida Paulista com o plano pronto para maravilhar todo este pas. Ele sabia (porque ele sempre sabe que vai levantar o trofu de vencedor) que nos daria um Feliz Ano Novo sado do fundo de seu corao. O mundo testemunhou pelas imagens de televiso, ao vivo, um novo registro espetacular desse brasileiro brasiliense, um fenmeno que sabe vencer na hora que quer, na competio que escolhe para, como na maioria absoluta das vezes, passear isolado, l na frente, deixando atrs de si uma esteira de coadjuvantes que o seguem com admirao e respeito. Esse talento inigualvel vai legar s geraes futuras muitas lies de sua arte. E como vai! De hoje em diante, garotos e meninas desta terra tero muitos motivos para se dedicar prtica esportiva. Quem viver ver quantos competidores surgiro com a mesma nsia de chegar primeiro e experimentar como delicioso viver para correr e correr para viver. Tomara que com a mesma simplicidade desse verdadeiro gnio. (Fernando Solra: www.gazetaesportiva.net) ... deixou, por duas vezes, os norte-americanos fascinados ao voar baixo pelas ruas de New York... Com esta frase, o cronista esportivo quer significar que Marlson
(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) O tabu das hidreltricas na Amaznia Segundo especialistas, o Brasil precisa de mais represas inclusive na Amaznia para evitar futuros apages (...) e o maior empreendimento do Brasil nessa rea a usina hidreltrica de Belo Monte, cuja construo enfrenta protestos ambientais. A rejeio s grandes barragens produto de um histrico de erros no setor. (...) O smbolo desses enganos a usina de Balbina, erguida nos anos 80 no rio Uatum, no estado do Amazonas. (...) Os construtores inundaram a rea sem retirar as rvores, que viraram um grotesco paliteiro. A madeira em putrefao atraiu nuvens de mosquitos para a regio, matou os peixes e gera metano, um gs txico e responsvel pelas mudanas climticas. (poca, 12.03.2011. Adaptado.) Explique por que a no retirada das rvores levou mortandade dos peixes e produo de metano no lago de Balbina, e por que o metano designado, no texto, como um gs responsvel por mudanas climticas.
(UNESP - 2011 - 2 FASE) Leia atentamente os trs textos e analise o grfico. I. Pela primeira vez na histria, os empresrios deparam-se com limites reais de crescimento econmico e de consumo, impostos por questes relacionadas natureza. Todo produto que chega ao consumidor, seja um carro, um tnis ou uma xcara de caf, tem origem na extrao ou colheita de bens da natureza. Esses bens, a gua, as terras cultivveis, as florestas, so finitos. (Veja, 09.06.2010. Adaptado.) II. A populao mundial era de cerca de 250 milhes de habitantes no ano 1 da era crist. Em 1999, chegou a 6 bilhes, e poder alcanar 9 bilhes em 2050. Alguns autores consideram que a racionalidade humana e os avanos tecnolgicos so capazes de resolver os problemas ambientais em uma situao de crescimento populacional. Afirmam que as taxas de mortalidade vo continuar caindo, o bem-estar vai continuar aumentando e que o crescimento populacional contribui para o desenvolvimento humano a longo prazo. (opensadorselvagem.org. Adaptado.) III. Alguns autores consideram que a espcie humana expandiu-se a tal ponto que ameaa a existncia dos outros seres. Tornou-se uma praga que destri e ameaa o equilbrio do planeta. E a Terra reagiu. O processo de eliminao da humanidade j est em curso e vai se dar pela combinao do agravamento do efeito estufa com desastres climticos e a escassez de recursos. Bilhes de ns morrero e os poucos casais frteis de pessoas que sobrevivero estaro no rtico, onde o clima continuar tolervel, afirmam. (opensadorselvagem.org. Adaptado.) Cada um dos textos I e II relaciona-se a uma das letras do grfico, A, B ou C. Indique a que letras correspondem os textos I e II e justifique essa correlao. Para fazer jus concluso do texto III, uma das linhas do grfico deveria ser modificada. Faa na figura acima, a modificao sugerida pelo texto III e justifique o porqu dessa modificao.
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Um gnio chamado Marlson Diz o ditado que chegar fcil; passar que so elas!. Pois, l, no final do Elevado, ele chegou junto ao lder daquele instante, ultrapassou e saiu iniciando um show de resistncia, em passadas vigorosas e perfeitas no seu bal de viver para correr e correr para viver. Atuao linda de se ver a sua contnua busca da vantagem, a partir da metade do percurso, alargando a cada quilmetro, uma superioridade impressionante. Marlson Gomes dos Santos voltou para encantar. Cinco anos depois de ter sido bi, retornou para ser, mais que um ganhador, um tricampeo nico entre os brasileiros, numa deliciosa emoo esportiva que encerra com pompa o ano de 2010. Pisou de novo o asfalto paulistano no momento em que sentiu que estava pronto para deslumbrar. Subiu de novo ao degrau mais alto daquele pdio que lhe to familiar, lugar exato que ocupou em 2005. Foi como se o topo reservado ao melhor entre os melhores estivesse esperando por ele durante esse tempo todo em que no disputou. Campeo de tantas e tantas provas, recordista da srie completa de corridas de fundo sul-americanas, o homem que deixou, por duas vezes, os norte-americanos fascinados ao voar baixo pelas ruas de New York chegou Avenida Paulista com o plano pronto para maravilhar todo este pas. Ele sabia (porque ele sempre sabe que vai levantar o trofu de vencedor) que nos daria um Feliz Ano Novo sado do fundo de seu corao. O mundo testemunhou pelas imagens de televiso, ao vivo, um novo registro espetacular desse brasileiro brasiliense, um fenmeno que sabe vencer na hora que quer, na competio que escolhe para, como na maioria absoluta das vezes, passear isolado, l na frente, deixando atrs de si uma esteira de coadjuvantes que o seguem com admirao e respeito. Esse talento inigualvel vai legar s geraes futuras muitas lies de sua arte. E como vai! De hoje em diante, garotos e meninas desta terra tero muitos motivos para se dedicar prtica esportiva. Quem viver ver quantos competidores surgiro com a mesma nsia de chegar primeiro e experimentar como delicioso viver para correr e correr para viver. Tomara que com a mesma simplicidade desse verdadeiro gnio. (Fernando Solra: www.gazetaesportiva.net) Na crnica de Fernando Solra, informado ao leitor que
(UNESP - 2011 - 1 FASE)Aquestoa seguir tomapor base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953). Contas Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a tera dos cabritos. Mas como no tinha roa e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijo e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, no chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabea. Forjara planos. Tolice, quem do cho no se trepa. Consumidos os legumes, rodas as espigas de milho, recorria gaveta do amo, cedia por preo baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflio, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, no seria roubado to descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juzo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoo inchando. De repende estourava: Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ningum pode viver sem comer. Quem do cho no se trepa. Pouco a pouco o ferro do proprietrio queimava os bichos de Fabiano. E quando no tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transao meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitria mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no cho sementes de vrias espcies, realizou somas e diminuies. No dia seguinte Fabiano voltou cidade, mas ao fechar o negcio notou que as operaes de Sinha Vitria, como de costume, diferiam das do patro. Reclamou e obteve a explicao habitual: a diferena era proveniente de juros. No se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. No se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mo beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patro zangou-se, repeliu a insolncia, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar servio noutra fazenda. A Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. No era preciso barulho no. Se havia dito palavra toa, pedia desculpa. Era bruto, no fora ensinado. Atrevimento no tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia l puxar questo com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorncia da mulher, provavelmente devia ser ignorncia da mulher. At estranhara as contas dela. Enfim, como no sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava no cair noutra. (Graciliano Ramos. Vidas secas. So Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.) Quem do cho no se trepa. Fabiano emprega duas vezes este provrbio para retratar com certo determinismo sua situao, que ele considera impossvel de ser mudada. H outros que poderiam ser utilizados para retratar essa atitude de desnimo ante algo que parece irreversvel. Na relao de provrbios abaixo, aponte aquele que no poderia substituir o empregado por Fabiano, em virtude de no corresponder quilo que a personagem queria significar.
(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) As plantas tm um importante papel no ciclo da gua na natureza. A figura representa, de forma simplificada, esse ciclo: Explique como a planta retira a gua do solo e o mecanismo pelo qual essa gua chega at as folhas e retorna para a atmosfera.
(UNESP - 2011 - 2 FASE) Nova esperana contra a anemia falciforme A anemia falciforme uma doena gentica na qual a hemoglobina A, que produzida pelo organismo aps o nascimento, tem sua estrutura alterada, comprometendo sua funo no transporte de oxignio. A cura s possvel por meio do transplante de medula ssea, um procedimento pouco realizado devido dificuldade de encontrar doadores compatveis. A esperana vem da Faculdade de Cincias Farmacuticas da UNESP de Araraquara, onde um grupo de pesquisadores est desenvolvendo um novo medicamento que aumenta a taxa de hemoglobina fetal na corrente sangunea. A hemoglobina fetal no tem sua estrutura alterada, e poderia suprir as necessidades do paciente no transporte de oxignio, contudo s produzida em abundncia pelo organismo na idade fetal. O novo medicamento induz sua produo pelo organismo, sem os efeitos colaterais de outros medicamentos j existentes. (Jornal da UNESP, abril de 2010. Adaptado.) A reportagem foi lida em sala de aula, e dois alunos, Marcos e Paulo, deram suas interpretaes. Segundo Marcos, o novo medicamento, alm de promover a cura do paciente, permitir que as pessoas portadoras de anemia falciforme tenham filhos normais, ou seja, a doena, at ento transmitida hereditariamente, deixar de s-lo. Paulo discordou de Marcos e afirmou que a nica possibilidade de cura continua sendo o transplante de medula ssea, situao na qual o indivduo que recebeu o transplante, alm de se apresentar curado, no corre o risco de ter filhos portadores da anemia. Qual interpretao est errada, a de Marcos, a de Paulo, ambas, ou ambas as interpretaes esto corretas? Justifique sua resposta.
(UNESP - 2011 - 1 FASE)Aquestoa seguir tomapor base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953). Contas Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a tera dos cabritos. Mas como no tinha roa e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijo e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, no chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabea. Forjara planos. Tolice, quem do cho no se trepa. Consumidos os legumes, rodas as espigas de milho, recorria gaveta do amo, cedia por preo baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflio, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, no seria roubado to descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juzo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoo inchando. De repende estourava: Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ningum pode viver sem comer. Quem do cho no se trepa. Pouco a pouco o ferro do proprietrio queimava os bichos de Fabiano. E quando no tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transao meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitria mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no cho sementes de vrias espcies, realizou somas e diminuies. No dia seguinte Fabiano voltou cidade, mas ao fechar o negcio notou que as operaes de Sinha Vitria, como de costume, diferiam das do patro. Reclamou e obteve a explicao habitual: a diferena era proveniente de juros. No se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. No se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mo beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patro zangou-se, repeliu a insolncia, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar servio noutra fazenda. A Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. No era preciso barulho no. Se havia dito palavra toa, pedia desculpa. Era bruto, no fora ensinado. Atrevimento no tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia l puxar questo com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorncia da mulher, provavelmente devia ser ignorncia da mulher. At estranhara as contas dela. Enfim, como no sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava no cair noutra. (Graciliano Ramos. Vidas secas. So Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.) Lendo atentamente o fragmento de Vidas secas, percebe-se que o foco principal o das transaes entre Fabiano e o proprietrio da fazenda. Aponte a alternativa que no corresponde ao que efetivamente exposto pelo texto.
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Um gnio chamado Marlson Diz o ditado que chegar fcil; passar que so elas!. Pois, l, no final do Elevado, ele chegou junto ao lder daquele instante, ultrapassou e saiu iniciando um show de resistncia, em passadas vigorosas e perfeitas no seu bal de viver para correr e correr para viver. Atuao linda de se ver a sua contnua busca da vantagem, a partir da metade do percurso, alargando a cada quilmetro, uma superioridade impressionante. Marlson Gomes dos Santos voltou para encantar. Cinco anos depois de ter sido bi, retornou para ser, mais que um ganhador, um tricampeo nico entre os brasileiros, numa deliciosa emoo esportiva que encerra com pompa o ano de 2010. Pisou de novo o asfalto paulistano no momento em que sentiu que estava pronto para deslumbrar. Subiu de novo ao degrau mais alto daquele pdio que lhe to familiar, lugar exato que ocupou em 2005. Foi como se o topo reservado ao melhor entre os melhores estivesse esperando por ele durante esse tempo todo em que no disputou. Campeo de tantas e tantas provas, recordista da srie completa de corridas de fundo sul-americanas, o homem que deixou, por duas vezes, os norte-americanos fascinados ao voar baixo pelas ruas de New York chegou Avenida Paulista com o plano pronto para maravilhar todo este pas. Ele sabia (porque ele sempre sabe que vai levantar o trofu de vencedor) que nos daria um Feliz Ano Novo sado do fundo de seu corao. O mundo testemunhou pelas imagens de televiso, ao vivo, um novo registro espetacular desse brasileiro brasiliense, um fenmeno que sabe vencer na hora que quer, na competio que escolhe para, como na maioria absoluta das vezes, passear isolado, l na frente, deixando atrs de si uma esteira de coadjuvantes que o seguem com admirao e respeito. Esse talento inigualvel vai legar s geraes futuras muitas lies de sua arte. E como vai! De hoje em diante, garotos e meninas desta terra tero muitos motivos para se dedicar prtica esportiva. Quem viver ver quantos competidores surgiro com a mesma nsia de chegar primeiro e experimentar como delicioso viver para correr e correr para viver. Tomara que com a mesma simplicidade desse verdadeiro gnio. (Fernando Solra: www.gazetaesportiva.net) Considere as seguintes frases do texto: I. ... em passadas vigorosas e perfeitas no seu bal de viver para correr e correr para viver. II. ... vai legar s geraes futuras muitas lies de sua arte. III. ... quantos competidores surgiro com a mesma nsia de chegar primeiro... IV. ... sabe vencer na hora que quer, na competio que escolhe... As frases em que o esporte da corrida associado ideia de outra atividade so apenas:
(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) Marcos e Paulo so filhos do mesmo pai, mas de mes diferentes. Com relao aos tipos sanguneos dos sistemas ABO e Rh, Marcos um doador universal. Contudo, ao invs de doar sangue, Marcos obrigado a receb-lo por doao, pois tem hemofilia tipo A, uma caracterstica ligada ao sexo. Nas vezes em que recebeu transfuso sangunea, Marcos teve por doadores Paulo e a me de Paulo. Sua me e seu pai no puderam doar sangue, embora fossem compatveis pelo sistema Rh, mas no o eram pelo sistema ABO. J adultos, Marcos e Paulo casaram-se com mulheres em cujas famlias no havia histrico de hemofilia, e ambos os casais esperam um beb do sexo masculino. Contudo, esto receosos de que seus filhos possam vir a ter hemofilia. O heredograma representa as famlias de Marcos e de Paulo. O indivduo apontado pela seta Marcos. Considerando o histrico acima, qual o provvel tipo sanguneo da me e do pai de Marcos e qual a probabilidade de que os filhos de Marcos e de Paulo sejam hemoflicos? Justifique suas respostas.
(UNESP - 2011 - 2 FASE)Em comemorao aos cinco sculos do descobrimento do Pas, em 21 de setembro de 2000 foi inaugurado no Horto Florestal da cidade de So Paulo o Arboreto 500 anos. No local foram plantadas 500 mudas de 24 espcies de rvores nativas do Brasil. Em 2008, aos 8 anos, a rea possua exemplares com altura de at 26 metros, como o mutambo e o ing. Nesse ano, os organizadores do Arboreto 500 anos resolveram calcular o sequestro de CO2 pelas rvores plantadas. Para isso, calcularam o volume dos troncos, ramos, razes e densidade da madeira das rvores do local. Estimaram que, em oito anos, o Arboreto absorveu 60 toneladas de CO2. Contudo, os pesquisadores acreditam que este nmero esteja subestimado, pois, ao longo dos oito anos de crescimento das rvores, o total de carbono sequestrado teria sido maior que aquele presente quando do clculo do volume dos troncos, ramos e razes. Outro importante fator deveria ter sido considerado. Que processo fisiolgico permitiu s rvores o acmulo de 60 toneladas de carbono e que fator deveria ter sido considerado no cmputo do total de carbono sequestrado pelas rvores do Arboreto ao longo dos oito anos? Justifique suas respostas.