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Questões - UNESP 2013 | Gabarito e resoluções

Questão 6
2013Geografia

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 6) Rio de Janeiro fecha o maior aterro sanitrio da Amrica Latina A manchete noticia o fechamento do Aterro Sanitrio Metropolitano do Jardim Gramacho, aps 34 anos de existncia. O maior aterro sanitrio da Amrica Latina estava localizado beira da Baa de Guanabara, sobre reas de manguezais e cercado pelos rios Iguau e Sarapu. Cite e explique trs razes ambientais ou sociais para esse fato ter sido comemorado.

Questão 6
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) A raposa e as uvas (Casa de Xants, em Samos. Entradas D., E., e F. Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um clismos*. Pelo prtico, ao fundo, v-se o jardim. Esto em cena Cleia, esposa de Xants, e Melita, escrava. Melita penteia os cabelos de Cleia.) MELITA: (Penteando os cabelos de Cleia.) Ento Rodpis contou que Crisipo reuniu os discpulos na praa, apontou para o teu marido e exclamou: Tens o que no perdeste. Xants respondeu: certo. Crisipo continuou: No perdeste chifres. Xants concordou: Sim. Crisipo finalizou: Tens o que no perdeste; no perdeste chifres, logo os tens. (Cleia ri.) Todos riram a valer. CLEIA: engenhoso. o que eles chamam sofisma. Meu marido vai praa para ser insultado pelos outros filsofos? MELITA: No; Xants extraordinariamente inteligente... No meio do riso geral, disse a Crisipo: Crisipo, tua mulher te engana, e no entanto no tens chifres: o que perdeste foi a vergonha! E a os discpulos de Crisipo e os de Xants atiraram-se uns contra os outros... CLEIA: Brigaram? (Assentimento de Melita.) Como que Rodpis soube disto? MELITA: Ela estava na praa. CLEIA: Vocs, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que ns, mulheres livres... MELITA: As mulheres livres ficam em casa. De certo modo so mais escravas do que ns. CLEIA: verdade. Gostarias de ser livre? MELITA: No, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. bom ser escrava de um homem ilustre como teu marido. Eu poderia ter sido comprada por algum mercador, ou algum soldado, e no entanto tive a sorte de vir a pertencer a Xants. CLEIA: Achas isto um consolo? MELITA: Uma honra. Um filsofo, Cleia! CLEIA: Eu preferia que ele fosse menos filsofo e mais marido. Para mim os filsofos so pessoas que se encarregam de aumentar o nmero dos substantivos abstratos. MELITA: Xants inventa muitos? CLEIA: Nem ao menos isto. E a que est o trgico: um filsofo que no aumenta o vocabulrio das controvrsias. J terminaste? MELITA: Quase. bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem o som e a luz que eles tm. Xants beija os teuscabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido. CLEIA: Por que no dizes logo que o amas? Gostarias bastante se ele me repudiasse, te tornasse livre e se casasse contigo... MELITA: No digas isto... Alm do mais, Xants te ama... CLEIA: sua maneira. Fao parte dos bens dele, como tu, as outras escravas, esta casa... MELITA: Sempre que viaja te traz presentes. CLEIA: No o amor que leva os homens a dar presentes s esposas: a vaidade; ou o remorso. MELITA: Xants um homem ilustre. CLEIA: o filsofo da propriedade: Os homens so desiguais: a cada um toca uma ddiva ou um castigo. isto democracia grega... o direito que o povo tem de escolher o seu tirano: o direito que o tirano tem de determinar: deixo-te pobre; fao-te rico; deixo-te livre; fao-te escravo. o direito que todos tm de ouvir Xants dizer que a injustia justa, que o sofrimento alegria, e que este mundo foi organizado de modo a que ele possa beber bom vinho, ter uma bela casa, amar uma bela mulher. J terminaste? MELITA: Um pouco mais, e ainda estars mais bela para o teu filsofo. CLEIA: O meu filsofo... Os filsofos so sempre criaturas cheias demais de palavras... (*) Espcie de cama para recostar-se. (Guilherme Figueiredo. Um deus dormiu l em casa, 1964.) A leitura deste fragmento da pea A raposa e as uvas revela que a personagem Cleia

Questão 6
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1fase) Instruo: As questes de nmeros 06 a 10 tomam por base um fragmento de Glria moribunda, do poeta romntico brasileiro lvares de Azevedo (1831-1852). uma viso medonha uma caveira? No tremas de pavor, ergue-a do lodo. Foi a cabea ardente de um poeta, Outrora sombra dos cabelos loiros. Quando o reflexo do viver fogoso Ali dentro animava o pensamento, Esta fronte era bela. Aqui nas faces Formosa palidez cobria o rosto; Nessas rbitas ocas, denegridas! Como era puro seu olhar sombrio! Agora tudo cinza. Resta apenas A caveira que a alma em si guardava, Como a concha no mar encerra a prola, Como a caoula a mirra incandescente. Tu outrora talvez desses-lhe um beijo; Por que repugnas levant-la agora? Olha-a comigo! Que espaosa fronte! Quanta vida ali dentro fermentava, Como a seiva nos ramos do arvoredo! E a sede em fogo das ideias vivas Onde est? onde foi? Essa alma errante Que um dia no viver passou cantando, Como canta na treva um vagabundo, Perdeu-se acaso no sombrio vento, Como noturna lmpada apagou-se? E a centelha da vida, o eletrismo Que as fibras tremulantes agitava Morreu para animar futuras vidas? Sorris? eu sou um louco. As utopias, Os sonhos da cincia nada valem. A vida um escrnio sem sentido, Comdia infame que ensanguenta o lodo. H talvez um segredo que ela esconde; Mas esse a morte o sabe e o no revela. Os tmulos so mudos como o vcuo. Desde a primeira dor sobre um cadver, Quando a primeira me entre soluos Do filho morto os membros apertava Ao ofegante seio, o peito humano Caiu tremendo interrogando o tmulo... E a terra sepulcral no respondia. (Poesias completas, 1962.) Do segundo ao ltimo verso da primeira estrofe do poema, revelam-se caractersticas marcantes do Romantismo:

Questão 7
2013Geografia

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 7) Brasileiros de vrias cidades precisam adaptar a rotina a fenmenos climticos. Mas Montes Claros, em Minas Gerais, tem um desafio diferente: seus habitantes tm de aprender a conviver com terremotos. pelo menos um abalo por ano so 23 desde 1995, segundo o Observatrio Sismolgico da Universidade de Braslia. O mais forte, porm, ocorreu h oito dias, atingindo magnitude 4,5 na escala Richter e foi sentido em toda a cidade. Nos dias seguintes, houve mais trs tremores menores resultando em pavor total da populao. (Marcelo Portela. A cidade que tem de viver com terremotos. O Estado de S.Paulo, 27.05.2012. Adaptado.) Distribuio das placas litosfricas da Terra. As setas indicam o sentido do movimento, e os nmeros, as velocidades relativas, em cm/ano, entre as placas. Por exemplo, a placa Sul-Americana avana sobre a placa de Nazca a uma velocidade considerada alta, que varia de 10,1 a 11,1 cm por ano. (Wilson Teixeira et al. (orgs.). Decifrando a Terra, 2009. Adaptado.) A partir da leitura do texto, da anlise do planisfrio e de seus conhecimentos, defina a expresso placa tectnica e explique qual o padro de ocorrncias de abalos ssmicos no Brasil.

Questão 7
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) A raposa e as uvas (Casa de Xants, em Samos. Entradas D., E., e F. Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um clismos*. Pelo prtico, ao fundo, v-se o jardim. Esto em cena Cleia, esposa de Xants, e Melita, escrava. Melita penteia os cabelos de Cleia.) MELITA: (Penteando os cabelos de Cleia.) Ento Rodpis contou que Crisipo reuniu os discpulos na praa, apontou para o teu marido e exclamou: Tens o que no perdeste. Xants respondeu: certo. Crisipo continuou: No perdeste chifres. Xants concordou: Sim. Crisipo finalizou: Tens o que no perdeste; no perdeste chifres, logo os tens. (Cleia ri.) Todos riram a valer. CLEIA: engenhoso. o que eles chamam sofisma. Meu marido vai praa para ser insultado pelos outros filsofos? MELITA: No; Xants extraordinariamente inteligente... No meio do riso geral, disse a Crisipo: Crisipo, tua mulher te engana, e no entanto no tens chifres: o que perdeste foi a vergonha! E a os discpulos de Crisipo e os de Xants atiraram-se uns contra os outros... CLEIA: Brigaram? (Assentimento de Melita.) Como que Rodpis soube disto? MELITA: Ela estava na praa. CLEIA: Vocs, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que ns, mulheres livres... MELITA: As mulheres livres ficam em casa. De certo modo so mais escravas do que ns. CLEIA: verdade. Gostarias de ser livre? MELITA: No, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. bom ser escrava de um homem ilustre como teu marido. Eu poderia ter sido comprada por algum mercador, ou algum soldado, e no entanto tive a sorte de vir a pertencer a Xants. CLEIA: Achas isto um consolo? MELITA: Uma honra. Um filsofo, Cleia! CLEIA: Eu preferia que ele fosse menos filsofo e mais marido. Para mim os filsofos so pessoas que se encarregam de aumentar o nmero dos substantivos abstratos. MELITA: Xants inventa muitos? CLEIA: Nem ao menos isto. E a que est o trgico: um filsofo que no aumenta o vocabulrio das controvrsias. J terminaste? MELITA: Quase. bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem o som e a luz que eles tm. Xants beija os teuscabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido. CLEIA: Por que no dizes logo que o amas? Gostarias bastante se ele me repudiasse, te tornasse livre e se casasse contigo... MELITA: No digas isto... Alm do mais, Xants te ama... CLEIA: sua maneira. Fao parte dos bens dele, como tu, as outras escravas, esta casa... MELITA: Sempre que viaja te traz presentes. CLEIA: No o amor que leva os homens a dar presentes s esposas: a vaidade; ou o remorso. MELITA: Xants um homem ilustre. CLEIA: o filsofo da propriedade: Os homens so desiguais: a cada um toca uma ddiva ou um castigo. isto democracia grega... o direito que o povo tem de escolher o seu tirano: o direito que o tirano tem de determinar: deixo-te pobre; fao-te rico; deixo-te livre; fao-te escravo. o direito que todos tm de ouvir Xants dizer que a injustia justa, que o sofrimento alegria, e que este mundo foi organizado de modo a que ele possa beber bom vinho, ter uma bela casa, amar uma bela mulher. J terminaste? MELITA: Um pouco mais, e ainda estars mais bela para o teu filsofo. CLEIA: O meu filsofo... Os filsofos so sempre criaturas cheias demais de palavras... (*) Espcie de cama para recostar-se. (Guilherme Figueiredo. Um deus dormiu l em casa, 1964.) Entre as frases, extradas do texto, aponte a que consiste num raciocnio fundamentado na percepo de uma contradio:

Questão 7
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 06 a 10 tomam por base um fragmento de Glria moribunda, do poeta romntico brasileiro lvares de Azevedo (1831-1852). uma viso medonha uma caveira? No tremas de pavor, ergue-a do lodo. Foi a cabea ardente de um poeta, Outrora sombra dos cabelos loiros. Quando o reflexo do viver fogoso Ali dentro animava o pensamento, Esta fronte era bela. Aqui nas faces Formosa palidez cobria o rosto; Nessas rbitas ocas, denegridas! Como era puro seu olhar sombrio! Agora tudo cinza. Resta apenas A caveira que a alma em si guardava, Como a concha no mar encerra a prola, Como a caoula a mirra incandescente. Tu outrora talvez desses-lhe um beijo; Por que repugnas levant-la agora? Olha-a comigo! Que espaosa fronte! Quanta vida ali dentro fermentava, Como a seiva nos ramos do arvoredo! E a sede em fogo das ideias vivas Onde est? onde foi? Essa alma errante Que um dia no viver passou cantando, Como canta na treva um vagabundo, Perdeu-se acaso no sombrio vento, Como noturna lmpada apagou-se? E a centelha da vida, o eletrismo Que as fibras tremulantes agitava Morreu para animar futuras vidas? Sorris? eu sou um louco. As utopias, Os sonhos da cincia nada valem. A vida um escrnio sem sentido, Comdia infame que ensanguenta o lodo. H talvez um segredo que ela esconde; Mas esse a morte o sabe e o no revela. Os tmulos so mudos como o vcuo. Desde a primeira dor sobre um cadver, Quando a primeira me entre soluos Do filho morto os membros apertava Ao ofegante seio, o peito humano Caiu tremendo interrogando o tmulo... E a terra sepulcral no respondia. (Poesias completas, 1962.) Como a concha no mar encerra a prola, Como a caoula a mirra incandescente. Nos versos em destaque, aps a palavra caoula, est subentendida, por elipse, a forma verbal

Questão 8
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 06 a 10 tomam por base um fragmento de Glria moribunda, do poeta romntico brasileiro lvares de Azevedo (1831-1852). uma viso medonha uma caveira? No tremas de pavor, ergue-a do lodo. Foi a cabea ardente de um poeta, Outrora sombra dos cabelos loiros. Quando o reflexo do viver fogoso Ali dentro animava o pensamento, Esta fronte era bela. Aqui nas faces Formosa palidez cobria o rosto; Nessas rbitas ocas, denegridas! Como era puro seu olhar sombrio! Agora tudo cinza. Resta apenas A caveira que a alma em si guardava, Como a concha no mar encerra a prola, Como a caoula a mirra incandescente. Tu outrora talvez desses-lhe um beijo; Por que repugnas levant-la agora? Olha-a comigo! Que espaosa fronte! Quanta vida ali dentro fermentava, Como a seiva nos ramos do arvoredo! E a sede em fogo das ideias vivas Onde est? onde foi? Essa alma errante Que um dia no viver passou cantando, Como canta na treva um vagabundo, Perdeu-se acaso no sombrio vento, Como noturna lmpada apagou-se? E a centelha da vida, o eletrismo Que as fibras tremulantes agitava Morreu para animar futuras vidas? Sorris? eu sou um louco. As utopias, Os sonhos da cincia nada valem. A vida um escrnio sem sentido, Comdia infame que ensanguenta o lodo. H talvez um segredo que ela esconde; Mas esse a morte o sabe e o no revela. Os tmulos so mudos como o vcuo. Desde a primeira dor sobre um cadver, Quando a primeira me entre soluos Do filho morto os membros apertava Ao ofegante seio, o peito humano Caiu tremendo interrogando o tmulo... E a terra sepulcral no respondia. (Poesias completas, 1962.) Morreu para animar futuras vidas? No verso em destaque, sob forma interrogativa, o eu lrico sugere com o termo animar que

Questão 8
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) A raposa e as uvas (Casa de Xants, em Samos. Entradas D., E., e F. Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um clismos*. Pelo prtico, ao fundo, v-se o jardim. Esto em cena Cleia, esposa de Xants, e Melita, escrava. Melita penteia os cabelos de Cleia.) MELITA: (Penteando os cabelos de Cleia.) Ento Rodpis contou que Crisipo reuniu os discpulos na praa, apontou para o teu marido e exclamou: Tens o que no perdeste. Xants respondeu: certo. Crisipo continuou: No perdeste chifres. Xants concordou: Sim. Crisipo finalizou: Tens o que no perdeste; no perdeste chifres, logo os tens. (Cleia ri.) Todos riram a valer. CLEIA: engenhoso. o que eles chamam sofisma. Meu marido vai praa para ser insultado pelos outros filsofos? MELITA: No; Xants extraordinariamente inteligente... No meio do riso geral, disse a Crisipo: Crisipo, tua mulher te engana, e no entanto no tens chifres: o que perdeste foi a vergonha! E a os discpulos de Crisipo e os de Xants atiraram-se uns contra os outros... CLEIA: Brigaram? (Assentimento de Melita.) Como que Rodpis soube disto? MELITA: Ela estava na praa. CLEIA: Vocs, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que ns, mulheres livres... MELITA: As mulheres livres ficam em casa. De certo modo so mais escravas do que ns. CLEIA: verdade. Gostarias de ser livre? MELITA: No, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. bom ser escrava de um homem ilustre como teu marido. Eu poderia ter sido comprada por algum mercador, ou algum soldado, e no entanto tive a sorte de vir a pertencer a Xants. CLEIA: Achas isto um consolo? MELITA: Uma honra. Um filsofo, Cleia! CLEIA: Eu preferia que ele fosse menos filsofo e mais marido. Para mim os filsofos so pessoas que se encarregam de aumentar o nmero dos substantivos abstratos. MELITA: Xants inventa muitos? CLEIA: Nem ao menos isto. E a que est o trgico: um filsofo que no aumenta o vocabulrio das controvrsias. J terminaste? MELITA: Quase. bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem o som e a luz que eles tm. Xants beija os teuscabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido. CLEIA: Por que no dizes logo que o amas? Gostarias bastante se ele me repudiasse, te tornasse livre e se casasse contigo... MELITA: No digas isto... Alm do mais, Xants te ama... CLEIA: sua maneira. Fao parte dos bens dele, como tu, as outras escravas, esta casa... MELITA: Sempre que viaja te traz presentes. CLEIA: No o amor que leva os homens a dar presentes s esposas: a vaidade; ou o remorso. MELITA: Xants um homem ilustre. CLEIA: o filsofo da propriedade: Os homens so desiguais: a cada um toca uma ddiva ou um castigo. isto democracia grega... o direito que o povo tem de escolher o seu tirano: o direito que o tirano tem de determinar: deixo-te pobre; fao-te rico; deixo-te livre; fao-te escravo. o direito que todos tm de ouvir Xants dizer que a injustia justa, que o sofrimento alegria, e que este mundo foi organizado de modo a que ele possa beber bom vinho, ter uma bela casa, amar uma bela mulher. J terminaste? MELITA: Um pouco mais, e ainda estars mais bela para o teu filsofo. CLEIA: O meu filsofo... Os filsofos so sempre criaturas cheias demais de palavras... (*) Espcie de cama para recostar-se. (Guilherme Figueiredo. Um deus dormiu l em casa, 1964.) Considerando-se que os papis desempenhados pela esposa e pela escrava so reveladores do modo como sentem as condies em que vivem, pode-se afirmar que Cleia e Melita encarnam em cena, respectivamente, dois sentimentos distintos:

Questão 8
2013Geografia

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 8) Analise os climogramas dos principais tipos climticos do Brasil e as fotos que retratam as formaes vegetais correspondentes. (Maria Elena Simielli. Geoatlas, 2011. Adaptado.) Identifique o climograma e a respectiva foto que representa a vegetao do cerrado. Mencione duas caractersticas da formao vegetal do cerrado e uma caracterstica do clima no qual ela ocorre.

Questão 9
2013Filosofia

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 9) Ningum pode deixar de reconhecer a influncia da teoria do bom selvagem na conscincia contempornea. Ela vista no presente respeito por tudo o que natural (alimentos naturais, remdios naturais, parto natural) e na desconfiana diante do que feito pelo homem, no desuso dos estilos autoritrios de criao de filhos e na concepo dos problemas sociais como defeitos reparveis em nossas instituies, e no como tragdias inerentes condio humana. (Steven Pinker. Tbula rasa a negao contempornea da natureza humana, 2004. Adaptado.) Explique a origem e o contedo da teoria do bom selvagem na histria da Filosofia e comente sua implicao na anlise dos problemas sociais.

Questão 9
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 06 a 10 tomam por base um fragmento de Glria moribunda, do poeta romntico brasileiro lvares de Azevedo (1831-1852). uma viso medonha uma caveira? No tremas de pavor, ergue-a do lodo. Foi a cabea ardente de um poeta, Outrora sombra dos cabelos loiros. Quando o reflexo do viver fogoso Ali dentro animava o pensamento, Esta fronte era bela. Aqui nas faces Formosa palidez cobria o rosto; Nessas rbitas ocas, denegridas! Como era puro seu olhar sombrio! Agora tudo cinza. Resta apenas A caveira que a alma em si guardava, Como a concha no mar encerra a prola, Como a caoula a mirra incandescente. Tu outrora talvez desses-lhe um beijo; Por que repugnas levant-la agora? Olha-a comigo! Que espaosa fronte! Quanta vida ali dentro fermentava, Como a seiva nos ramos do arvoredo! E a sede em fogo das ideias vivas Onde est? onde foi? Essa alma errante Que um dia no viver passou cantando, Como canta na treva um vagabundo, Perdeu-se acaso no sombrio vento, Como noturna lmpada apagou-se? E a centelha da vida, o eletrismo Que as fibras tremulantes agitava Morreu para animar futuras vidas? Sorris? eu sou um louco. As utopias, Os sonhos da cincia nada valem. A vida um escrnio sem sentido, Comdia infame que ensanguenta o lodo. H talvez um segredo que ela esconde; Mas esse a morte o sabe e o no revela. Os tmulos so mudos como o vcuo. Desde a primeira dor sobre um cadver, Quando a primeira me entre soluos Do filho morto os membros apertava Ao ofegante seio, o peito humano Caiu tremendo interrogando o tmulo... E a terra sepulcral no respondia. (Poesias completas, 1962.) E a centelha da vida, o eletrismo No contexto em que empregado, o termo eletrismo, que no consta dos dicionrios, significa:

Questão 9
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) A raposa e as uvas (Casa de Xants, em Samos. Entradas D., E., e F. Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um clismos*. Pelo prtico, ao fundo, v-se o jardim. Esto em cena Cleia, esposa de Xants, e Melita, escrava. Melita penteia os cabelos de Cleia.) MELITA: (Penteando os cabelos de Cleia.) Ento Rodpis contou que Crisipo reuniu os discpulos na praa, apontou para o teu marido e exclamou: Tens o que no perdeste. Xants respondeu: certo. Crisipo continuou: No perdeste chifres. Xants concordou: Sim. Crisipo finalizou: Tens o que no perdeste; no perdeste chifres, logo os tens. (Cleia ri.) Todos riram a valer. CLEIA: engenhoso. o que eles chamam sofisma. Meu marido vai praa para ser insultado pelos outros filsofos? MELITA: No; Xants extraordinariamente inteligente... No meio do riso geral, disse a Crisipo: Crisipo, tua mulher te engana, e no entanto no tens chifres: o que perdeste foi a vergonha! E a os discpulos de Crisipo e os de Xants atiraram-se uns contra os outros... CLEIA: Brigaram? (Assentimento de Melita.) Como que Rodpis soube disto? MELITA: Ela estava na praa. CLEIA: Vocs, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que ns, mulheres livres... MELITA: As mulheres livres ficam em casa. De certo modo so mais escravas do que ns. CLEIA: verdade. Gostarias de ser livre? MELITA: No, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. bom ser escrava de um homem ilustre como teu marido. Eu poderia ter sido comprada por algum mercador, ou algum soldado, e no entanto tive a sorte de vir a pertencer a Xants. CLEIA: Achas isto um consolo? MELITA: Uma honra. Um filsofo, Cleia! CLEIA: Eu preferia que ele fosse menos filsofo e mais marido. Para mim os filsofos so pessoas que se encarregam de aumentar o nmero dos substantivos abstratos. MELITA: Xants inventa muitos? CLEIA: Nem ao menos isto. E a que est o trgico: um filsofo que no aumenta o vocabulrio das controvrsias. J terminaste? MELITA: Quase. bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem o som e a luz que eles tm. Xants beija os teuscabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido. CLEIA: Por que no dizes logo que o amas? Gostarias bastante se ele me repudiasse, te tornasse livre e se casasse contigo... MELITA: No digas isto... Alm do mais, Xants te ama... CLEIA: sua maneira. Fao parte dos bens dele, como tu, as outras escravas, esta casa... MELITA: Sempre que viaja te traz presentes. CLEIA: No o amor que leva os homens a dar presentes s esposas: a vaidade; ou o remorso. MELITA: Xants um homem ilustre. CLEIA: o filsofo da propriedade: Os homens so desiguais: a cada um toca uma ddiva ou um castigo. isto democracia grega... o direito que o povo tem de escolher o seu tirano: o direito que o tirano tem de determinar: deixo-te pobre; fao-te rico; deixo-te livre; fao-te escravo. o direito que todos tm de ouvir Xants dizer que a injustia justa, que o sofrimento alegria, e que este mundo foi organizado de modo a que ele possa beber bom vinho, ter uma bela casa, amar uma bela mulher. J terminaste? MELITA: Um pouco mais, e ainda estars mais bela para o teu filsofo. CLEIA: O meu filsofo... Os filsofos so sempre criaturas cheias demais de palavras... (*) Espcie de cama para recostar-se. (Guilherme Figueiredo. Um deus dormiu l em casa, 1964.) Em sua penltima fala no fragmento, Cleia critica o conceito de democracia grega, podendo-se perceber, pelo teor de seu discurso, que

Questão 10
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 06 a 10 tomam por base um fragmento de Glria moribunda, do poeta romntico brasileiro lvares de Azevedo (1831-1852). uma viso medonha uma caveira? No tremas de pavor, ergue-a do lodo. Foi a cabea ardente de um poeta, Outrora sombra dos cabelos loiros. Quando o reflexo do viver fogoso Ali dentro animava o pensamento, Esta fronte era bela. Aqui nas faces Formosa palidez cobria o rosto; Nessas rbitas ocas, denegridas! Como era puro seu olhar sombrio! Agora tudo cinza. Resta apenas A caveira que a alma em si guardava, Como a concha no mar encerra a prola, Como a caoula a mirra incandescente. Tu outrora talvez desses-lhe um beijo; Por que repugnas levant-la agora? Olha-a comigo! Que espaosa fronte! Quanta vida ali dentro fermentava, Como a seiva nos ramos do arvoredo! E a sede em fogo das ideias vivas Onde est? onde foi? Essa alma errante Que um dia no viver passou cantando, Como canta na treva um vagabundo, Perdeu-se acaso no sombrio vento, Como noturna lmpada apagou-se? E a centelha da vida, o eletrismo Que as fibras tremulantes agitava Morreu para animar futuras vidas? Sorris? eu sou um louco. As utopias, Os sonhos da cincia nada valem. A vida um escrnio sem sentido, Comdia infame que ensanguenta o lodo. H talvez um segredo que ela esconde; Mas esse a morte o sabe e o no revela. Os tmulos so mudos como o vcuo. Desde a primeira dor sobre um cadver, Quando a primeira me entre soluos Do filho morto os membros apertava Ao ofegante seio, o peito humano Caiu tremendo interrogando o tmulo... E a terra sepulcral no respondia. (Poesias completas, 1962.) Mas esse a morte o sabe e o no revela. Nas duas oraes que constituem este verso, os termos em destaque apresentam o mesmo referente, a saber:

Questão 10
2013Filosofia

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 10) Preguia e covardia so as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito aps a natureza t-los declarado livres da orientao alheia, ainda permanecem, com gosto, e por toda a vida, na condio de menoridade. to confortvel ser menor! Tenho disposio um livro que entende por mim, um pastor que tem conscincia por mim, um mdico que prescreve uma dieta etc.: ento no preciso me esforar. A maioria da humanidade v como muito perigoso, alm de bastante difcil, o passo a ser dado rumo maioridade, uma vez que tutores j tomaram para si de bom grado a sua superviso. Aps terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que estas pacatas criaturas no ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaa caso queiram andar por conta prpria. Tal perigo, porm, no assim to grande, pois, aps algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto, o perigo de um tombo para intimid-las e aterroriz-las por completo para que no faam novas tentativas. (Immanuel Kant, apud Danilo Marcondes. Textos bsicos de tica de Plato a Foucault, 2009. Adaptado.) O texto refere-se resposta dada pelo filsofo Kant pergunta sobre O que o Iluminismo?. Explique o significado da oposio por ele estabelecida entre menoridade e autonomia intelectual.

Questão 10
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) A raposa e as uvas (Casa de Xants, em Samos. Entradas D., E., e F. Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um clismos*. Pelo prtico, ao fundo, v-se o jardim. Esto em cena Cleia, esposa de Xants, e Melita, escrava. Melita penteia os cabelos de Cleia.) MELITA: (Penteando os cabelos de Cleia.) Ento Rodpis contou que Crisipo reuniu os discpulos na praa, apontou para o teu marido e exclamou: Tens o que no perdeste. Xants respondeu: certo. Crisipo continuou: No perdeste chifres. Xants concordou: Sim. Crisipo finalizou: Tens o que no perdeste; no perdeste chifres, logo os tens. (Cleia ri.) Todos riram a valer. CLEIA: engenhoso. o que eles chamam sofisma. Meu marido vai praa para ser insultado pelos outros filsofos? MELITA: No; Xants extraordinariamente inteligente... No meio do riso geral, disse a Crisipo: Crisipo, tua mulher te engana, e no entanto no tens chifres: o que perdeste foi a vergonha! E a os discpulos de Crisipo e os de Xants atiraram-se uns contra os outros... CLEIA: Brigaram? (Assentimento de Melita.) Como que Rodpis soube disto? MELITA: Ela estava na praa. CLEIA: Vocs, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que ns, mulheres livres... MELITA: As mulheres livres ficam em casa. De certo modo so mais escravas do que ns. CLEIA: verdade. Gostarias de ser livre? MELITA: No, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. bom ser escrava de um homem ilustre como teu marido. Eu poderia ter sido comprada por algum mercador, ou algum soldado, e no entanto tive a sorte de vir a pertencer a Xants. CLEIA: Achas isto um consolo? MELITA: Uma honra. Um filsofo, Cleia! CLEIA: Eu preferia que ele fosse menos filsofo e mais marido. Para mim os filsofos so pessoas que se encarregam de aumentar o nmero dos substantivos abstratos. MELITA: Xants inventa muitos? CLEIA: Nem ao menos isto. E a que est o trgico: um filsofo que no aumenta o vocabulrio das controvrsias. J terminaste? MELITA: Quase. bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem o som e a luz que eles tm. Xants beija os teuscabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido. CLEIA: Por que no dizes logo que o amas? Gostarias bastante se ele me repudiasse, te tornasse livre e se casasse contigo... MELITA: No digas isto... Alm do mais, Xants te ama... CLEIA: sua maneira. Fao parte dos bens dele, como tu, as outras escravas, esta casa... MELITA: Sempre que viaja te traz presentes. CLEIA: No o amor que leva os homens a dar presentes s esposas: a vaidade; ou o remorso. MELITA: Xants um homem ilustre. CLEIA: o filsofo da propriedade: Os homens so desiguais: a cada um toca uma ddiva ou um castigo. isto democracia grega... o direito que o povo tem de escolher o seu tirano: o direito que o tirano tem de determinar: deixo-te pobre; fao-te rico; deixo-te livre; fao-te escravo. o direito que todos tm de ouvir Xants dizer que a injustia justa, que o sofrimento alegria, e que este mundo foi organizado de modo a que ele possa beber bom vinho, ter uma bela casa, amar uma bela mulher. J terminaste? MELITA: Um pouco mais, e ainda estars mais bela para o teu filsofo. CLEIA: O meu filsofo... Os filsofos so sempre criaturas cheias demais de palavras... (*) Espcie de cama para recostar-se. (Guilherme Figueiredo. Um deus dormiu l em casa, 1964.) [...] a injustia justa o sofrimento alegria. O impacto estilstico destas duas frases de uma das falas de Cleia se deve utilizao expressiva de entre conceitos. O termo que preenche corretamente a lacuna