(UNESP 2021 - 2ª fase)
Quando se consideram para análise os lugares onde realizamos atividades corriqueiras, banais, do dia a dia, com os quais temos intimidade, as zonas de sombra do objeto não se revelam com facilidade, porque a própria evidência do aparente seduz tanto que obscurece nossa leitura, nosso entendimento do que está oculto, daquilo que é da mais profunda essência do objeto. Na sociedade urbanizada, os lugares onde se realizam as trocas de mercadorias parecem, hoje, especialmente afeitos a refletir luzes que, embora não ceguem, podem impedir-nos de ver com clareza do que realmente se trata.
(Silvana Maria Pintaudi. “O consumo do espaço de consumo”.
In: Márcio Piñon de Oliveira et al (orgs.).O Brasil,
a América Latina e o mundo, 2008.)
As intencionalidades dos objetos e os espaços de consumo tratados no excerto se relacionam, dentre outros fatores, com
a reprodução do capital e as estratégias de controle do mercado.
a acumulação de bens de produção e a revolução tecnológica nas indústrias.
a redistribuição de renda e a aplicação de técnicas do geomarketing.
o artifício da obsolescência programada e a função social da propriedade.
o superávit das balanças comerciais e as políticas de compartilhamento de produtos.