(UNICAMP - 2011)Existem pocas em que os acontecimentos concentrados num curto perodo de tempo so imediatamente vistos como histricos. A Revoluo Francesa e 1917 foram ocasies desse tipo, e tambm 1989. Aqueles que acreditavam que a Revoluo Russa havia sido a porta para o futuro da histria mundial estavam errados. E quando sua hora chegou, todos se deram conta disso. Nem mesmo os mais frios idelogos da guerra fria esperavam a desintegrao quase sem resistncia verificada em 1989. (Adaptado de Eric Hobsbawm, 1989 O que sobrou para os vitoriosos. Folha de So Paulo, 12/11/1990, p. A-2.) a) No contexto entre as duas guerras mundiais, quais seriam as razes para a Revoluo Russa ter simbolizado uma porta para o futuro? b) Identifique dois fatores que levaram derrocada dos regimes socialistas da Europa aps 1989.
(UNICAMP - 2011 - 1a FASE) No quadro abaixo, observa-se a organizao espacial do trabalho agrcola tpica do perodo medieval. A partir dele, podemos afirmar que Matre de Talbot, Les travailleurs, reproduzido de Edward Landa Christian Feller (Ed.), Soil and culture. New York: Springer, 2010, p. 16.
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE ) Referindo-se expanso martima dos sculos XV e XVI, o poeta portugus Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema Padro: E ao imenso e possvel oceano Ensinam estas Quinas, que aqui vs, Que o mar com fim ser grego ou romano: O mar sem fim portugus. Fernando Pessoa, Mensagem poemas esotricos. Madri: ALLCA XX,1997, p. 49. Nestes versos identificamos uma comparao entre dois processos histricos. vlido afirmar que o poema compara
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE ) Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indgenas e os portugueses no Brasil: Quando eles vieram, o capito estava com um colar de ouro muito grande ao pescoo. Um deles fitou o colar do Capito, e comeou a fazer acenos com a mo em direo terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosrio, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capito, como se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto ns tomvamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto ns no queramos entender, porque no havamos de dar-lhe! Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. So Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74 Considerando as informaes do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE) A arte colonial mineira seguia as proposies do Conclio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artfice deveria representar passagens sacras. No era, portanto, plenamente livre na definio dos traos e temas das obras. Sua funo era criar, segundo os padres da Igreja, as peas encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais. Adaptado de Camila F. G. Santiago, Traos europeus, cores mineiras: trs pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlntica. Europa, Amricas e frica. So Paulo: Annablume, 2008, p. 385. Considerando as informaes do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE ) O primeiro recenseamento geral do Imprio foi realizado em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, no se perguntava sobre a cor da populao. O censo de 1872, ao inserir essa informao, indica uma mudana, orientada por um entendimento do conceito de raa que ancorava a cor em um suporte pretensamente mais rgido. Com a crise da escravido e do regime monrquico, que levou ao enfraquecimento dos pilares da distino social, a cor e a raa tornavam-se necessrias. Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, marcas e falas: sentidos da mestiagem no Imprio do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p. 109, 121. A partir do enunciado, podemos concluir que h um uso poltico na maneira de classificar a populao, j que
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE ) A denominao de repblica oligrquica frequentemente atribuda aos primeiros 40 anos da Repblica no Brasil. Coronelismo, oligarquia e poltica dos governadores fazem parte do vocabulrio poltico necessrio ao entendimento desse perodo. (Adaptado de Maria Efignia Lage de Resende, O processo poltico na Primeira Repblica e o liberalismo oligrquico, em Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (orgs.), O tempo do liberalismo excludente da Proclamao da Repblica Revoluo de 1930. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2006, p. 91.) Relacionando os termos do enunciado, a chamada repblica oligrquica pode ser explicada da seguinte maneira:
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE) Em 30 de maro de 1964, o Presidente Joo Goulart fez um discurso, no qual declarou: Acabo de enviar uma mensagem ao Congresso Nacional propondo claramente as reformas que o povo brasileiro deseja. O meu mandato ser exercido em toda a sua plenitude, em nome do povo e na defesa dos interesses populares. (Adaptado de Paulo Bonavides e Roberto Amaral, Textos polticos da histria do Brasil. Braslia: Senado Federal, 2002, vol. 7, p. 884.) Sobre o contexto em que esse discurso foi pronunciado, possvel afirmar o seguinte:
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE ) Para muitos norte-americanos, Vietn o nome de uma guerra, no de um pas. Os vietnamitas parecem figuras sombrias, sem nome nem rosto, vtimas desamparadas ou agressores cruis. A histria comea apenas quando os Estados Unidos entram em cena. (Adaptado de Marvin E. Gettleman et. alli (Ed.), Vietnam and America: a documented history. New York: Grove Press, 1995, p. xiii.) Esse desconhecimento dos norte-americanos quanto a seus adversrios na Guerra do Vietn pode ser relacionado ao fato de os norte-americanos
(UNICAMP - 2011 - 1 FASE ) A histria de todas as sociedades tem sido a histria das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania poltica no Estado moderno, no qual uma explorao aberta e direta substituiu a explorao velada por iluses religiosas. A estrutura econmica da sociedade condiciona as suas formas jurdicas, polticas, religiosas, artsticas ou filosficas. No a conscincia do homem que determina o seu ser, mas, ao contrrio, so as relaes de produo que ele contrai que determinam a sua conscincia. (Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. So Paulo: Alfamega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.0) As proposies dos enunciados acima podem ser associadas ao pensamento conhecido como
(UNICAMP - 2010 - 1 FASE) O imperador D. Pedro II era um mito antes de ser realidade. Responsvel desde pequeno, pacato e educado, suas imagens constroem um prncipe diferente de seu pai, D. Pedro I. No se esperava do futuro monarca que tivesse os mesmos arroubos do pai, nem a imagem de aventureiro, da qual D. Pedro I no pde se desvincular. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurana e estabilidade ao pas era muito grande. Na imagem de um monarca maduro, buscava-se unificar um pas muito grande e disperso. (Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz, As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trpicos. So Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 64, 70, 91) a) Segundo o texto, quais os significados polticos da construo de uma imagem de D. Pedro II que o diferenciasse de seu pai? b) Que caractersticas do perodo regencial ameaavam a estabilidade do pas?
(UNICAMP - 2010 - 1a FASE) Na Europa, at o sculo XVIII, o passado era o modelo para o presente e para o futuro. O velho representava a sabedoria, no apenas em termos de uma longa experincia, mas tambm da memria de como eram as coisas, como eram feitas e, portanto, de como deveriam ser feitas. Atualmente, a experincia acumulada no mais considerada to relevante. Desde o incio da Revoluo Industrial, a novidade trazida por cada gerao muito mais marcante do que sua semelhana com o que havia antes. (Adaptado de Eric Hobsbawm, O que a histria tem a dizer-nos sobre a sociedade contempornea?, em: Sobre Histria. So Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 37-38.) a) Segundo o texto, como a Revoluo Industrial transformou nossa atitude em relao ao passado? b) De que maneiras a Revoluo Industrial dos sculos XVIII e XIX alterou o sistema de produo?
(UNICAMP - 2010 - 2a FASE) Os imprios desenvolveram diferentes estratgias de incluso. O imprio romano permitia a multiplicidade de crenas, desde que a lealdade poltica estivesse assegurada. Espanha e Portugal, entretanto, apesar de terem incorporado povos de lnguas e culturas diversas sob seus governos, impuseram uma uniformidade legal e religiosa, praticando polticas de intolerncia religiosa como caminho preferencial para assegurar a submisso e a lealdade de seus sditos. (Adaptado de Stuart B. Schwartz, Imprios intolerantes: unidade religiosa e perigo da tolerncia nos imprios ibricos da poca moderna, em R. Vainfas Rodrigo B. Monteiro (orgs.), Imprio de vrias faces. So Paulo: Alameda, 2009, p. 26.) a) A partir do texto, diferencie o imprio Romano dos imprios ibricos modernos. b) Quais as polticas praticadas pelas monarquias ibricas na Era Moderna que caracterizam a intolerncia religiosa?
(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 14) At o sculo XII, a mulher era desprezada por ser considerada incapaz para o manejo de armas; vivendo num ambiente guerreiro, no se lhe atribua outra funo alm de procriar. A sua situao no era mais favorvel do ponto de vista espiritual; a Igreja no perdoava Eva por ter levado a humanidade perdio e continuava a ver em suas descendentes os aclitos lbricos do demnio. (Adaptado de Pierre Bonassie, Amor corts, em Dicionrio de Histria Medieval. Lisboa: Publicaes D. Quixote, 1985, p. 29-30.) a) Identifique no texto as razes para a mulher ser considerada inferior na sociedade medieval. b) Quais caractersticas da sociedade medieval configuraram um ambiente guerreiro at o sculo XII?
(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 15) A partir do sculo IX, aumentou a circulao da cincia e da filosofia vindas de Bagd, o centro da cultura islmica, em direo ao reino muulmano instalado no Sul da Espanha. No sculo XII, apesar das divises polticas e das guerras entre cristos e mouros que marcavam a pennsula ibrica, essa corrente de conhecimento virou um rio caudaloso, criando uma base que, mais tarde, constituiria as fundaes do Renascimento no mundo cristo. Foi dessa maneira que o Ocidente adquiriu o conhecimento dos antigos. No quadro pintado pelo italiano Rafael, A escola de Atenas (1509), o pintor daria a Averris, sbio muulmano da Andaluzia, um lugar de honra, logo atrs do grego Aristteles, cuja obra Averris havia comentado e divulgado. (Adaptado de David Levering Lewis, Gods Crucible: Islam and the Making of Europe, 570-1215. New York: W. W. Norton, 2008, p. 368-69, 376-77.) a) Identifique no texto dois aspectos da relao entre cristos e muulmanos na Europa medieval. b) Relacione as caractersticas do Renascimento cultural europeu redescoberta dos valores da Antiguidade clssica.