(UNESP - 2022 - 2ª FASE)
Ainda não é possível a um português falar, sem estremecer de indignação, do regime que oprimiu Portugal durante quase meio século e que é responsável pelo seu imobilismo e pelo seu atraso em relação à Europa, assim como das guerras coloniais sem saída que tão fortemente marcaram o último decênio, conduzindo-o ao mais completo isolamento. [...] O Portugal democrático, progressista, aberto à Europa, que estamos em vias de construir, coletivamente, depois da revolução libertadora de 25 de Abril, no seio de inúmeras contradições e de grandes dificuldades, tem necessidade de possuir uma visão clara do seu passado recente que tanto o marcou e continua a marcar. É o único meio de exorcizar os demônios desses anos [...].
(Mário Soares. “Prefácio”. In: Jacques Georgel. O salazarismo, 1985.)
O texto contrapõe
a dificuldade de Portugal participar de organismos internacionais durante o salazarismo ao ingresso, nos anos 1980, na Organização das Nações Unidas.
a experiência comunista que paralisou a economia portuguesa por meio século ao esforço de redemocratização e industrialização do chamado Estado Novo.
o passado de conquistas e possessões no além-mar às lutas de independência nas colônias da África e Ásia, entre as décadas de 1930 e 1980.
a autonomia política e econômica durante a fase ditatorial à submissão portuguesa, no período democrático, aos interesses britânicos e franceses.
o período de regime fascista ao projeto da chamada Revolução dos Cravos que, entre outras ações, contribuiu para o fim do domínio colonial português.