(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A crise de abastecimento de gua em So Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, quando a empresa pblica Sabesp passou a priorizar a obteno de lucro. Com essa alterao, a gua deixou de ser considerada bem pblico e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se o foco na universalizao dos servios de saneamento bsico. Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratgica de atender expanso econmica, beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficincia de gua para atender a essa crescente demanda. Do ponto de vista neoliberal, a crise hdrica oferece grandes e novas oportunidades de negcios, tanto para obras como para servios, especialmente no setor de gesto das guas, uma vez que se trata de um bem essencial de que todos so obrigados a dispor a qualquer preo e custo. (Delmar Matter et al. As obras e a crise de abastecimento. www.diplomatique.org.br, 06.02.2015. Adaptado.) No texto, o problema do abastecimento de gua em So Paulo abordado sob o ponto de vista
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A deciso de uma prefeitura nos arredores de Paris de distribuir mochilas escolares azuis para os meninos e rosa para meninas provocou polmica na Frana. Nas bolsas distribudas pela prefeitura de Puteaux, h tambm um kit para construir robs, para os meninos, e miangas para fazer bijuterias, para as meninas. A distino causou polmica no momento em que o governo implementa na rede educacional um programa para promover a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra os esteretipos. (Distribuio de mochilas escolares azuis e rosas causa polmica na Frana. www.bbc.co.uk. Adaptado.) A polmica citada pela reportagem envolve pressupostos sobre a sexualidade que podem ser definidos pela oposio entre fatores
(UNESP - 2015 - 1 FASE ) Numa deciso para l de polmica, o juiz federal Eugnio Rosa de Arajo, da 17. Vara Federal do Rio, indeferiu pedido do Ministrio Pblico para que fossem retirados da rede vdeos tidos como ofensivos umbanda e ao candombl. No despacho, o magistrado afirmou que esses sistemas de crenas no contm os traos necessrios de uma religio por no terem um texto-base, uma estrutura hierrquica nem um Deus a ser venerado. Para mim, esse um belo caso de concluso certa pelas razes erradas. Creio que o juiz agiu bem ao no censurar os filmes, mas meteu os ps pelas mos ao justificar a deciso. Ao contrrio do Ministrio Pblico, no penso que religies devam ser imunes crtica. Se algum evanglico julga queo candombl est associado ao diabo, deve ter a liberdade de diz-lo. Como no podemos nem sequer estabelecer se Deus e o demnio existem, o mais lgico que prevalea a liberdade de dizer qualquer coisa. SCHWARTSMAN, Hlio. O candombl e o tinhoso. Folha de S. Paulo, 20.05.2014. Adaptado. O ncleo filosfico da argumentao do autor do texto de natureza
(UNESP - 2015 - 1 FASE ) IHU On-Line A medicalizao de condutas classificadas como anormais se estendeu a praticamente todos os domnios de nossa existncia. A quem interessa a medicalizao da vida? Sandra Caponi A muitas pessoas. Em primeiro lugar ao saber mdico, aos psiquiatras, mas tambm aos mdicos gerais e especialistas. Interessa muito especialmente aos laboratrios farmacuticos que, desse modo, podem vender seus medicamentos e ampliar o mercado de consumidores de psicofrmacos de modo quase indefinido. Porm, esse interesse seria irrelevante se no existisse uma demanda social que aceita e at solicita que uma ampla variedade de comportamentos cotidianos ingresse no domnio do patolgico. Um exemplo bastante bvio a escola. Crianas com problemas de comportamento mais ou menos srios hoje recebem rapidamente um diagnstico psiquitrico. So medicadas, respondem medicao e atingem o objetivo social procurado. Essas crianas que tomam ritalina ou antipsicticos ficam mais calmas, mais sossegadas, concentradas e, ao mesmo tempo, mais tristes e isoladas. www.ihuonline.unisinos.br. Adaptado. Podemos considerar como uma importante implicao filosfica da medicalizao da vida
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Para o terico Boaventura de Sousa Santos, o direito se submeteu racionalidade cognitivo-instrumental da cincia moderna e tornou-se ele prprio cientfico. Existe a necessidade de repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos instiga a pensar que eles possuem um carter racional e regulador da vida humana. Esses direitos no colaboram para eliminar as assimetrias polticas, culturais, sociais e econmicas existentes, especialmente nos pases perifricos. Os direitos humanos, num plano universalista e aberto a todos, no modificam as estruturas desiguais, mas ratificam a ordenao normativa para comandar uma sociedade. (Adriano So Joo e Joo Henrique da Silva. A historicidade dos direitos humanos. Filosofia, cincia e vida, dezembro de 2014. Adaptado.) De acordo com o texto, os direitos humanos so passveis de crtica porque
(UNESP - 2015 - 1 FASE )No h livro didtico, prova de vestibular ou resposta correta do Enem que no atribua a misria e os conflitos internos da frica a um fator principal: a partilha do continente africano pelos europeus. Essas fronteiras teriam acotovelado no mesmo territrio diversas naes e grupos tnicos, fazendo o caos imperar na frica. Porm, guerras entre naes rivais e disputas pela sucesso de tronos existiam muito antes de os europeus atingirem o interior da frica. Graves conflitos tnicos aconteceram tambm em pases que tiveram suas fronteiras mantidas pelos governos europeus. incrvel que uma teoria to frgil e generalista tenha durado tanto provavelmente isso acontece porque ela serve para alimentar a condescendncia de quem toma os africanos como bons selvagens e tenta isent-los da responsabilidade por seus problemas. (Leandro Narloch. Guia politicamente incorreto da histria do mundo, 2013. Adaptado.) A partir da leitura do texto, correto afirmar que:
(UNESP -2015 - 1 FASE ) Texto 1 O livro Cultura do narcisismo, escrito por Christopher Lasch em 1979, um clssico. O texto de Lasch mostra como o que era diagnosticado como patologia narcsica ou limtrofe nos anos 50 torna-se uma espcie de normalidade compulsria depois de duas dcadas. Para que algum seja considerado bem-sucedido, trivialmente esperado que manipule sua prpria imagem como se fosse um personagem, com a consequente perda do sentimento de autenticidade. DUNKER, Christian. A cultura da indiferena. www.mentecerebro.com.br. Adaptado. Texto 2 Zigmunt Bauman: Afastar-se da percepo de mundo consumista e do tipo de atitude individualista contra o mundo e as pessoas no uma questo a ponderar, mas uma obrigao determinada pelos limites de sustentabilidade desse modelo da vida que pressupe a infinidade de crescimento econmico. Segundo esse modelo, a felicidade est obrigatoriamente vinculada ao acesso a lojas e ao consumo exacerbado. Lojas so alvio a curto prazo, diz o socilogo Zigmunt Bauman. www.mentecerebro.com.br. Adaptado. Considerando os textos, correto afirmar que:
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A revista Vogue trouxe um ensaio na sua edio kids com meninas extremamente jovens em poses sensuais. Eu digo que, enquanto a gente continuar a tratar nossas crianas dessa maneira, pedofilia no ser um problema individual de um tarado hipottico, e sim um problema coletivo, de uma sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas meninas e meninos, afirmou a roteirista Renata Corra. Para a jornalista Vivi Whiteman, a moda no exatamente o mais tico dos mundos e no tem pudores com nenhum tipo de sensualidade. A questo que, num ensaio de moda feito para vender produtos e comportamento, no h espao para teoria, nem para discusso, nem para aprofundar nada. No questo de demonizar a revista, mas de fato o caso de ampliar o debate sobre essa questo (Mara Kubk Mano. Vogue Kids faz ensaio com crianas em poses sensuais e pode ser acionada pelo MP. CartaCapital, 11.09.2014. Adaptado.) No texto, a pedofilia abordada
(UNESP - 2015 - 2 FASE) Texto 1 No se pode matar sempre. Faz-se a paz com o vizinho at que se acredite estar bastante forte para recomear. Os que sabem escrever redigem tratados de paz. Os chefes de cada povo, para melhor enganar seus inimigos, testemunham pelos deuses que eles prprios criaram. Inventam-se os juramentos. Um promete por Samonocodo, outro, em nome de Jpiter, viver sempre em harmonia, e na primeira ocasio degolam em nome de Jpiter e de Samonocodo. (VOLTAIRE. Dicionrio filosfico, 1984. Adaptado.) Texto 2 Realizou-se, na tarde deste domingo, 08 de junho, nos Jardins Vaticanos, o encontro de orao pela paz entre o Papa Francisco e os presidentes de Israel e Palestina, respectivamente, Shimon Peres e Mahmoud Abbas. Eis um trecho da orao pela paz feita pelo Papa Francisco: Senhor Deus de Paz, escutai a nossa splica! Tornai-nos disponveis para ouvir o grito dos nossos cidados que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em confiana e as nossas tenses em perdo. O Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, proferiu as seguintes palavras: Reconciliao e paz, Senhor, so as nossas metas. Deus, em seu Livro Sagrado, disse aos fiis: Fazei a paz entre vs! Ns estamos aqui, Senhor, orientados em direo paz. Tornai firmes os nossos passos e coroa com o sucesso os nossos esforos e nossas iniciativas. O Presidente de Israel, Shimon Peres, disse: O nosso Livro dos Livros nos impe o caminho da paz, nos pede que trabalhemos por sua realizao. Diz o Livro dos Provrbios: Suas vias so vias de graa, e todas as suas sendas so paz. Assim devem ser as nossas vias. Vias de graa e de paz. Ns todos somos iguais diante do Senhor. Ns todos fazemos parte da famlia humana. (Papa Francisco: Para fazer a paz preciso coragem. http://pt.radiovaticana.va, 08.06.2014.) Considerando a relao entre poltica e religio, indique e comente duas diferenas entre os textos apresentados.
(UNESP -2015 - 2 FASE) Tanto as sees, como as mquinas, tm as necessrias separaes. Trabalhando esta fbrica somente com fios tintos e produzindo artigos sujeitos variao da moda, possui desenvolvida seo de preparo e tinturaria com todos os melhoramentos e condies de higiene desejadas. Somente na seo de aproveitamento de resduos se nota absoluta falta de asseio. As mquinas dessa seo so todas de manejo perigoso, ocasionando frequentemente pequenos desastres. O dia de dez horas e um quarto. Damos abaixo um quadro do pessoal desta fbrica, classificando os operrios segundo as idades e nacionalidades: Justifique a afirmao Tanto as sees, como as mquinas, tm as necessrias separaes., considerando a lgica de organizao fabril. Utilize os dados do texto e da tabela para indicar trs caractersticas das condies de trabalho e do grupo de trabalhadores dessa fbrica.
(UNESP - 2014 - 2 FASE) Texto 1 A Comisso de Direitos Humanos (CDH) da Cmara dos Deputados conseguiu aprovar nesta tera-feira [18.06.2013] o projeto de decreto legislativo que trata da cura gay. O deputado Anderson Ferreira, relator da matria na CDH, alegou que a suspenso da resoluo ter efeito somente at que haja uma deciso judicial que determine se psiclogos devem ou no ajudar pacientes a deixarem a homossexualidade. Em resposta, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) afirmou que os psiclogos esto proibidos de tratar a homossexualidade como doena. A proposta altera uma resoluo do CFP e suspende a vigncia desse documento, que probe psiclogos de atuar para mudar a orientao sexual de pacientes e de considerar a homossexualidade como doena. H quase 30 anos a homossexualidade foi excluda da Classificao Internacional das Doenas. (Luciana Cobucci. Com poucos manifestantes, CDH aprova projeto da cura gay. http://noticias.terra.com.br. Adaptado.) Texto 2 Comportamento homossexual tem sido descrito em rpteis, pssaros e mamferos, animais que na evoluo divergiram h mais de 100 milhes de anos. Uma parte dos machos e fmeas de todas as espcies de aves estudadas tem relaes sexuais com indivduos do mesmo sexo. Em muitas ocasies, essas prticas terminam em orgasmo de apenas um ou dois dos parceiros. Certamente, j existiam homindeos homo e bissexuais 5 a 7 milhes de anos atrs, quando nossos ancestrais resolveram descer das rvores nas savanas da frica. Sempre houve e haver mulheres e homens que desejam pessoas do mesmo sexo, porque essa uma caracterstica inerente condio humana. (Drauzio Varella. Gays e heterossexuais incurveis. Folha de S.Paulo, 29.06.2013. Adaptado.) Comente as diferenas entre o projeto de decreto legislativo e o texto do mdico Drauzio Varella em suas respectivas pretenses de fundamentao cientfica da relao entre comportamentos normais e patolgicos no campo da sexualidade.
(UNESP - 2014/2 - 2 FASE) TEXTO 1 A natureza hierrquica; assim, uma sociedade ordenada naturalmente dividida em estratos ou classes, de modo que a igualdade, tanto poltica, social como econmica, vai contra a natureza. Para Edmund Burke (1729-1797), a ideia de igualdade, esta monstruosa fico apregoada pela Revoluo Francesa, s serve para subverter a ordem e para agravar e tornar mais amarga a desigualdade real que nunca pode ser eliminada e que a ordem da vida civil estabelece. (Francisco Weffort. Os clssicos da poltica, vol. 2, 2001. Adaptado.) TEXTO 2 Com Stuart Mill (1806-1873), o liberalismo despe-se de seu rano conservador, defensor do voto censitrio e da cidadania restrita, para incorporar em sua agenda todo um elenco de reformas que vo desde o voto universal at a emancipao da mulher. Na obra de Mill podemos acompanhar um esforo articulado e coerente para enquadrar e responder s demandas do movimento operrio ingls. (Francisco Weffort. Os clssicos da poltica, vol. 2, 2001. Adaptado.) Classifique os dois pensadores citados nos textos, de acordo com as tendncias liberal democrtica ou liberal conservadora, e comente as diferenas que justificam essa classificao.
(UNESP - 2014 - 2 FASE)Texto 1 O problema do pensamento politicamente correto que ele nada tem de correto. Pior: na nsia de impedir qualquer ofensa a grupos ou minorias, ele converte-se na mais grotesca ofensa que existe para esses grupos ou minorias. A revista alem Der Spiegel relata um caso que merece partilha: a Universidade Livre de Berlim decidiu publicar um guia interno para que os alunos de famlias proletrias possam ser mais facilmente integrados na vida acadmica. Para os autores do guia, os alunos proletrios so como certas espcies zoolgicas que necessrio proteger em hbitat adequado. E isso implica no os assustar e, logicamente, no os alimentar com doses arcaicas de conhecimento burgus e reacionrio. A universidade no uma universidade, com a misso de corrigir erros e procurar algum conhecimento vlido para todos. A universidade uma grande encenao ou, melhor ainda, uma sesso coletiva de terapia onde ningum est certo (ou errado) porque todos esto certos (ou errados). O que o pensamento politicamente correto produz no difcil de imaginar: a perpetuao do estigma de alunos proletrios e a impossibilidade de eles aprenderem alguma coisa (na universidade) para ascenderem social e economicamente (na vida profissional). (Joo Pereira Coutinho. Amestrando proletrios. Folha de S.Paulo, 02.07.2013. Adaptado.) Texto 2 No existe razo para que tenhamos preconceito com relao a qualquer variedade lingustica diferente da nossa. Preconceito lingustico o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da prpria fala. O problema maior que as variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito so, normalmente, as com caractersticas associadas a grupos de menos prestgio na escala social ou a comunidades da rea rural ou do interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econmica e socialmente. (Marta Scherre. O preconceito lingustico deveria ser crime. http://revistagalileu.globo.com) Comente as diferenas entre os dois textos no que se refere ao pensamento politicamente correto.
(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Rodo Cotidiano A ideia l comia solta Subia a manga amarrotada social No calor alumnio nem caneta nem papel Uma ideia fugia Era o rodo cotidiano Espao curto quase um curral Na mochila amassada uma quentinha abafada Meu troco pouco, quase nada my brother No se anda por onde gosta Mas por aqui no tem jeito, todo mundo se encosta Ela some l no ralo de gente Ela linda mas no tem nome comum e normal Sou mais um no Brasil da Central Da minhoca de metal que corta as ruas Da minhoca de metal ... como um concorde apressado cheio de fora Que voa, voa mais pesado que o ar E o avio, o avio, o avio do trabalhador my brother A letra da cano Rodo Cotidiano, do grupo O Rappa, oferece um olhar crtico sobre as condies de vida
(UNESP - 2014 - 1 FASE) A China a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu quintal, como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas temem por um atol de rochas desabitado que disputam com a China. O Japo est de planto por umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietn desconfia mais da China do que dos Estados Unidos. As autoridades de Hani gostam de lembrar que o gigante americano invadiu o Mxico uma vez. O gigante chins invadiu o Vietn dezessete. (Andr Petry. O Sculo do Pacfico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.) A persistncia histrica dos conflitos geopolticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela teoria