(UNESP - 2014/2 - 1a fase) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Presenciamos um imperativo das exportaes, presente no discurso e nas polticas do Estado e na lgica das empresas, que tem promovido uma verdadeiracommoditizaoda economia e do territrio. A lgica das commodities no se caracteriza apenas por uma inveno econmico-financeira, entendida como um produto primrio ou semielaborado, padronizado mundialmente, cujo preo cotado nos mercados internacionais, em bolsas de mercadorias. Trata-se tambm de uma expresso poltica e geogrfica, que resulta na exacerbao de especializaes regionais produtivas. (Samuel Frederico.Revista Geografia, 2012. Adaptado.) Examine as charges. A partir das charges, que abordam a realizao dos chamados rolezinhos, questes importantes relativas s condies de vida e apropriao do espao urbano pelas diferentes classes sociais no Brasil so evidenciadas. Dentre os aspectos tratados nas charges, destacam-se
(UNESP - 2014/2 - 1a fase) O psiclogo Antoni Bolinches afirma que nas depresses leves ou moderadas os medicamentos tratam os sintomas, mas no a causa. Por isso, s vezes, quando o tratamento acaba, o problema continua existindo. As depresses exgenas ou reativas, isto , aquelas que vm de fora, de algo que o est afetando ou que lhe aconteceu, deveriam ser tratadas principalmente, ou tambm, psicologicamente. Porque se o paciente aprende a lidar com o problema obtm o dobro de benefcios: o supera, mas tambm aprende, diz. Entretanto, reconhece que h pessoas que preferem tomar medicao. Criamos um modelo social em que no estamos acostumados com o esforo e as dificuldades, por isso recorremos farmacologia, diz. (Comprimidos para as dores da vida: cresce o consumo de antidepressivos na Europa. El Pas, 26.12.2013. Adaptado.) Para o psiclogo, a diferena entre estados de normalidade e de patologia mental
(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Texto 1 A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), acusa a polcia e os frequentadores de shoppings de discriminar jovens negros nos rolezinhos. As manifestaes so pacficas. Os problemas so derivados da reao de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presena dos jovens. Para ela, a liminar que autorizou os shoppings a barrar clientes consagra a segregao racial e d respaldo ao que a PM faz cotidianamente: associar negros ao crime. (Medo de rolezinho reao de brancos, diz ministra. Folha de S.Paulo, 16.01.2014.) Texto 2 No se percebia, originalmente, nenhuma motivao de classe ou de raa nos rolezinhos. Agora, sim, grupos de esquerda, os tais movimentos sociais e os petistas esto tentando tomar as rdeas do que pretendem transformar em protesto de carter poltico. Se h, hoje, espaos de fato pblicos, so os shoppings. As praas de alimentao, por exemplo, so verdadeiras goras da boa e saudvel democratizao do consumo e dos servios. L esto pobres, ricos, remediados, brancos, pretos, pardos, jovens, velhos, crianas... (Reinaldo Azevedo. Rolezinho e mistificaes baratas. Folha de S. Paulo, 17.01.2014. Adaptado.) O confronto dos dois textos permite afirmar que
(UNESP - 2014 - 1 FASE)Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas diferem. De fato, assim que deveramos nos referir a elas: a cultura esquim ou a cultura judaica, e no a raa esquim ou a raa judaica. Apesar de toda a nfase que deu cultura, Boas no era um relativista que acreditava que todas as culturas eram equivalentes, nem um empirista que acreditava na tbula rasa. Ele considerava a civilizao europeia superior s culturas tribais, insistindo apenas em que todos os povos eram capazes de atingi-la. No negava que devia existir uma natureza humana universal ou que poderia haver diferenas entre as pessoas de um mesmo grupo tnico. O que importava para ele era a ideia de que todos os grupos tnicos so dotados das mesmas capacidades mentais bsicas. (Steven Pinker. Tbula rasa: a negao contempornea da natureza humana, 2004. Adaptado.) Considerando o texto, correto afirmar que, de acordo com o antroplogo Franz Boas,
(UNESP - 2014 - 1 FASE) Governos que se metem na vida dos outros so governos autoritrios. Na histria temos dois grandes exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa poca existe uma outra tentao totalitria, aparentemente mais invisvel e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o totalitarismo do bem. A sade sempre foi um dos substantivos preferidos das almas e dos governos autoritrios. Quem estudar os governos autoritrios ver que a vida cientificamente saudvel sempre foi uma das suas maiores paixes. E, aqui, o advrbio cientificamente quase vago porque o que vem primeiro mesmo o desejo de higienizao de toda forma de vcio, sujeira, enfim, de humanidade no correta. Nosso maior pecado contemporneo no reconhecer que a humanidade do humano est alm do modo correto de viver. E vamos pagar caro por isso porque um mundo s de gente saudvel um mundo sem Eros. (Luiz Felipe Pond. Gosto que cada um sente na boca no da conta do governo.Folha de S.Paulo, 14.03.2012. Adaptado.) Na concepo do autor, o totalitarismo
(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Tradio de pensamento tico fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficincia: servir aos propsitos morais a deciso que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da situao dos povos nativos brasileiros, j se destinou s reservas indgenas uma extenso de terra equivalente a 13% do territrio nacional, quase o dobro do espao destinado agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a populao indgena o dobro da mdia nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas bsicas para sobreviver. Este um ponto em que o cmputo utilitarista de prejuzos e benefcios viria a calhar: a felicidade dos ndios no proporcional extenso de terra que lhes dado ocupar. (Veja, 25.10.2013. Adaptado.) A aplicao sugerida da tica utilitarista para a populao indgena brasileira baseada em
(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Nos cartazes pendurados na casa habitvel, s havia espao para teses anarquistas e ambientalistas. Anticapitalistas, os Black Blocs defendem uma genrica solidariedade humana. Ningum considerado traidor se no entrar no quebra-quebra, mas o vandalismo visto como ato de coragem. Equipamentos como orelhes so quebrados, segundo eles, porque a telefonia dominada por estrangeiros. Tambm merecem condenao empreiteiras e multinacionais. Revoltados com a privatizao do campo de Libra, inclu- ram a Petrobrs no rol de suas potenciais vtimas. Dizem que queimam as lixeiras pblicas nos protestos porque consideram corruptas as concessionrias do servio. Alguns rejeitam programas sociais, como Bolsa Famlia, Mais Mdicos e ProUni, pois, segundo eles, mascaram as pssimas condies de vida da populao e amortecem a revolta. (Por dentro da mscara dos Black Blocs. poca, 01.11.2013.) Sob o ponto de vista ideolgico, a filiao declaradamente anarquista dos Black Blocs justifica-se pela
(UNESP - 2014 - 1 FASE) No somente os tipos das canes de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o contedo especfico do espetculo s varia na aparncia. O fracasso temporrio do heri, que ele sabe suportar como bom esportistaque ; a boa palmada que a namorada recebe da mo forte do astro, so, como todos os detalhes, clichs prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Desde o comeo do filme j se sabe como ele termina, quem recompensado, e, ao escutar a msica ligeira, o ouvido treinado perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O nmero mdio de palavras algo em que no se pode mexer. Sua produo administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritrio. (Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. A indstria cultural como mistificao das massas. In: Dialtica do esclarecimento, 1947. Adaptado.) O tema abordado pelo texto refere-se
(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Os reality shows so hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinnimo de mau gosto. Com uma maior aceitao das novelas na esfera dos crticos da mdia, o reality show segue agora como gnero televisivo mundial, transmitido em horrio nobre, e principal smbolo da perda de qualidade do contedo televisivo na sociedade ps-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de identificao dos sujeitos nas sociedades ps-modernas. Programas como o BBB so movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantm vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro. (Svia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexo cultural. observatoriodaimprensa.com.br) Sobre a relao entre os meios de comunicao de massa e o pblico consumidor, correto afirmar que:
(UNESP - 2014 - 1 FASE) A poderosa American Psychiatric Association (Associao Americana de Psiquiatria APA) lanou neste final de semana a nova edio do que conhecido como a Bblia da Psiquiatria: o DSM-5. E, de imediato, virei doente mental. No estou sozinha. Est cada vez mais difcil no se encaixar em uma ou vrias doenas do manual. Se uma pesquisa j mostrou que quase metade dos adultos americanos teve pelo menos um transtorno psiquitrico durante a vida, alguns crticos renomados desta quinta edio do manual tm afirmado que agora o nmero de pessoas com doenas mentais vai se multiplicar. E assim poderemos chegar a um impasse muito, mas muito fascinante, mas tambm muito perigoso: a psiquiatria conseguiria a faanha de transformar a normalidade em anormalidade. O normal seria ser anormal. D-se assim a um grupo de psiquiatras o poder incomensurvel de definir o que ser normal. E assim interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas polticas governamentais de sade pblica, com consequncias e implicaes que ainda precisam ser muito melhor analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em nenhum momento sequer, que a definio das doenas mentais est intrinsecamente ligada a uma das indstrias mais lucrativas do mundo atual. (Eliane Brum. Acordei doente mental. poca, 20.05.2013. Adaptado.) No entender da autora do artigo, no mbito psiquitrico, a distino entre comportamentos normais e anormais
(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Texto 1 Sobre o estupro coletivo de uma estudante de 23 anos em Nova Dli, o advogado que defende os suspeitos declarou: At o momento eu no vi um nico exemplo de estupro de uma mulher respeitvel. Sobre esta declarao, o advogado garantiu que no tentou difamar a vtima. Eu s disse que as mulheres so respeitadas na ndia, sejam mes, irms, amigas, mas diga-me que pas respeita uma prostituta?! (Advogado de acusados de estupro na ndia denuncia confisso forada http://noticias.uol.com.br. Adaptado.) Texto 2 Na ndia, a violncia contra as mulheres tomou uma nova e mais perversa forma, a partir do cruzamento de duas linhas: as estruturas patriarcais tradicionais e as estruturas capitalistas emergentes. Precisamos pensar nas relaes entre a violncia do sistema econmico e a violncia contra as mulheres. (Vandana Shiva, filsofa indiana. No continuum da violncia. O Estado de S.Paulo, 12.01.2013. Adaptado.) Os textos referem-se ao fato ocorrido na ndia em dezembro de 2012. Pela leitura atenta dos textos, podemos afirmar que:
(UNESP - 2013/2 - 1a fases) Por que as pessoas fazem o bem? A bondade est programada no nosso crebro ou se desenvolve com a experincia? O psiclogo Dacher Keltner, diretor do Laboratrio de Interaes Sociais da Universidade da Califrnia, em Berkeley, investiga essas questes por vrios ngulos e apresenta resultados surpreendentes. Keltner O nervo vago um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Quando ativo, produz uma sensao de expanso confortvel no trax, como quando estamos emocionados com a bondade de algum ou ouvimos uma bela msica. Pessoas com alta ativao dessa regio cerebral so mais propensas a desenvolver compaixo, gratido, amor e felicidade. Mente Crebro O que esse tipo de cincia o faz pensar? Keltner Ela me traz esperanas para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfaes sociais como diverso, toque, felicidade que, do ponto de vista evolucionrio, so as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova cincia em quase todas as reas da vida. Ensina-se meditao em prises e em centros de deteno de menores. Executivos aprendem que inteligncia emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada apenas em lucros. (www.mentecerebro.com.br. Adaptado.) De acordo com a abordagem do cientista entrevistado, as virtudes morais e sentimentos agradveis
(UNESP - 2013/2 - 1a fases) A produo de mercadorias e o consumismo alteram as percepes no apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais, de iluses cada vez mais indistinguveis da realidade. O efeito refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos numa extenso ou projeo do eu. enganoso caracterizar a cultura do consumo como uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado no apenas por coisas como por fantasias. Vive num mundo que no dispe de existncia objetiva ou independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos. (Christopher Lasch. O mnimo eu, 1987. Adaptado.) Sob o ponto de vista tico e filosfico, na sociedade de consumo, o indivduo
(UNESP - 2013 - 1a fase) Em um documento rubricado pela Rede Global de Academias de Cincia (IAP), um grupo de pensadores da comunidade cientfica com sede em Trieste (Itlia) que engloba 105 academias de todo o mundo alerta pela primeira vez sobre os riscos do consumo nos pases do Primeiro Mundo e a falta de controle demogrfico, principalmente nas naes em desenvolvimento. Na declarao da comunidade cientfica se indica que as pautas de consumo exacerbado do Primeiro Mundo esto se deslocando perigosamente para os pases em desenvolvimento: os milhes de telefones celulares e toneladas de junk food que invadem os lares pobres so claros indicadores dessa problemtica. A ausncia nos pases pobres de polticas de planejamento familiar ou de preveno de gravidezes precoces acaba de configurar um sombrio cenrio de superpopulao. Trata-se de dois problemas convergentes que pela primeira vez analisamos de forma conjunta, afirma Garca Novo. (Francho Barn. El Pas, 16.06.2012. Adaptado.) Um dos problemas relatados no texto est relacionado com
(UNESP - 2013 - 1a fase) O hormnio testosterona est ligado ao egosmo, segundo uma pesquisa inglesa. Em testes feitos por cientistas da University College London, na Gr-Bretanha, mulheres que tomaram doses do hormnio masculino mostraram comportamento egocntrico quando tinham de lidar com problemas em pares. Quando os pesquisadores ministraram placebo s voluntrias antes dos testes, elas cooperaram entre si. O estudo ajuda a explicar como os hormnios moldam o comportamento humano. (Testosterona pode induzir comportamento egosta. Veja, 01.02.2012.) O pressuposto fundamental assumido pela pesquisa citada para explicar o comportamento humano pode ser identificado com