(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: Zo Uma cascavel, nas encolhas*. Sua massa infame. Crime: prenderam, na gaiola da cascavel, um ratinho branco. O pobrinho se comprime num dos cantos do alto da parede de tela, no lugar mais longe que pde. Olha para fora, transido, arrepiado, no ousando choramingar. Periodicamente, treme. A cobra ainda dorme. * Meu Deus, que pelo menos a morte do ratinho branco seja instantnea! * Tenho de subornar um guarda, para que liberte o ratinho branco da jaula da cascavel. Talvez ainda no seja tarde. * Mas, ainda que eu salve o ratinho branco, outro ter de morrer em seu lugar. E, deste outro, terei sido eu o culpado. (*) nas encolhas = retrada, imvel (Fragmentos extrados de Ave, palavra, de Guimares Rosa) O ltimo pargrafo permite inferir que a convico final do narrador a de que
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: Zo Uma cascavel, nas encolhas*. Sua massa infame. Crime: prenderam, na gaiola da cascavel, um ratinho branco. O pobrinho se comprime num dos cantos do alto da parede de tela, no lugar mais longe que pde. Olha para fora, transido, arrepiado, no ousando choramingar. Periodicamente, treme. A cobra ainda dorme. * Meu Deus, que pelo menos a morte do ratinho branco seja instantnea! * Tenho de subornar um guarda, para que liberte o ratinho branco da jaula da cascavel. Talvez ainda no seja tarde. * Mas, ainda que eu salve o ratinho branco, outro ter de morrer em seu lugar. E, deste outro, terei sido eu o culpado. (*) nas encolhas = retrada, imvel (Fragmentos extrados de Ave, palavra, de Guimares Rosa) Neste texto, o pargrafo em que ocorrem elementos descritivos expressos por meio de frases nominais o
(FUVEST - 2003 - 2 FASE )Dcadas atrs, vozes bem afinadas cantavam no rdio esta singela quadrinha de propaganda: As rosas desabrocham Com a luz do sol, E a beleza das mulheres Com o creme Rugol. Os versos nunca fizeram inveja a Cames, mas eram bonitinhos. E sabe-se l quantas senhoras no foram atrs do creme Rugol para se sentirem novinhas em folha, rosas resplandecentes. (Quintino Miranda) a) Reescreva o primeiro pargrafo do texto, substituindo Dcadas atrs por Ainda hoje e transpondo a forma verbal para a voz passiva. Faa as adaptaes necessrias. b) Que expresses da quadrinha justificam o emprego de novinhas em folha e de resplandecentes, no comentrio feito pelo autor do texto?
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: Eu te amo Ah, se j perdemos a noo da hora, Se juntos j jogamos tudo fora, Me conta agora como hei de partir... Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, Rompi com o mundo, queimei meus navios, Me diz pra onde que inda posso ir... (...) Se entornaste a nossa sorte pelo cho, Se na baguna do teu corao Meu sangue errou de veia e se perdeu... (...) Como, se nos amamos como dois pagos, Teus seios inda esto nas minhas mos, Me explica com que cara eu vou sair... No, acho que ests s fazendo de conta, Te dei meus olhos pra tomares conta, Agora conta como hei de partir... (Tom Jobim - Chico Buarque) O sentimento de perplexidade expresso nas frases como hei de partir, pra onde que inda posso ir, com que cara eu vou sair, deve-se ao fato de que a relao amorosa do sujeito
(FUVEST - 2003 - 2 FASE )Leia as seguintes frases: I A globalizao pode ser negativa se a internacionalizao econmica beneficiar uns graas explorao de outros. II Educao, sade, saneamento bsico, rede eltrica, telecomunicaes e transporte so bens que, graas globalizao, atingem um nmero maior de indivduos. a) Em qual das frases seria mais adequado o emprego da locuo assinalada, caso fosse levado em conta o significado do substantivo graas? Justifique sua resposta. b) Reescreva os trechos graas explorao e graas globalizao, substituindo a locuo sublinhada por outra equivalente quanto ao sentido. Procure usar uma locuo diferente para cada trecho.
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Eu te amo Ah, se j perdemos a noo da hora, Se juntos j jogamos tudo fora, Me conta agora como hei de partir... Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, Rompi com o mundo, queimei meus navios, Me diz pra onde que inda posso ir... (...) Se entornaste a nossa sorte pelo cho, Se na baguna do teu corao Meu sangue errou de veia e se perdeu... (...) Como, se nos amamos como dois pagos, Teus seios inda esto nas minhas mos, Me explica com que cara eu vou sair... No, acho que ests s fazendo de conta, Te dei meus olhos pra tomares conta, Agora conta como hei de partir... (Tom Jobim - Chico Buarque) O prefixo assinalado em desvario expressa
(FUVEST - 2003 - 2 FASE ) A tua saudade corta como ao de navaia... O corao fica aflito Bate uma, a outra faia... E os io se enche dgua Que at a vista se atrapaia, ai, ai... (Fragmento de Cuitelinho, cano folclrica) a) Nos dois primeiros versos h uma comparao. Reconstrua esses versos numa frase iniciada por Assim como (...), preservando os elementos comparados e o sentido da comparao. b) Se a forma do verbo atrapalhar estivesse flexionada de acordo com a norma-padro, haveria prejuzo para o efeito de sonoridade explorado no final do ltimo verso? Por qu?
(FUVEST - 2003 - 2 FASE ) Oh! Maldito o primeiro que, no mundo, Nas ondas vela ps em seco lenho! Digno da eterna pena do Profundo, Se justa a justa Lei que sigo e tenho! Nunca juzo algum, alto e profundo, Nem ctara sonora ou vivo engenho, Te d por isso fama nem memria, Mas contigo se acabe o nome e a glria. (Cames, Os Lusadas) a) Considerando este trecho da fala do velho do Restelo no contexto da obra a que pertence, explique os dois primeiros versos, esclarecendo o motivo da maldio que, neles, lanada. b) Nos quatro ltimos versos, est implicada uma determinada concepo da funo da arte. Identifique essa concepo, explicando-a brevemente.
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: Eu te amo Ah, se j perdemos a noo da hora, Se juntos j jogamos tudo fora, Me conta agora como hei de partir... Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, Rompi com o mundo, queimei meus navios, Me diz pra onde que inda posso ir... (...) Se entornaste a nossa sorte pelo cho, Se na baguna do teu corao Meu sangue errou de veia e se perdeu... (...) Como, se nos amamos como dois pagos, Teus seios inda esto nas minhas mos, Me explica com que cara eu vou sair... No, acho que ests s fazendo de conta, Te dei meus olhos pra tomares conta, Agora conta como hei de partir... (Tom Jobim - Chico Buarque) Examinando-se aspectos construtivos deste texto, verifica-se que
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Eu te amo Ah, se j perdemos a noo da hora, Se juntos j jogamos tudo fora, Me conta agora como hei de partir... Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, Rompi com o mundo, queimei meus navios, Me diz pra onde que inda posso ir... (...) Se entornaste a nossa sorte pelo cho, Se na baguna do teu corao Meu sangue errou de veia e se perdeu... (...) Como, se nos amamos como dois pagos, Teus seios inda esto nas minhas mos, Me explica com que cara eu vou sair... No, acho que ests s fazendo de conta, Te dei meus olhos pra tomares conta, Agora conta como hei de partir... (Tom Jobim - Chico Buarque) Neste texto, em que predomina a linguagem culta, ocorre tambm a seguinte marca da linguagem coloquial:
(FUVEST - 2003 - 2 FASE )Eu condenara a arte pela arte, o romantismo, a arte sensual e idealista e apresentara a idia de uma restaurao literria, pela arte moral, pelo Realismo, pela arte experimental e racional. (Ea de Queirs) Neste texto, Ea de Queirs explicita os princpios estticos que iria pr em prtica no romance O primo Baslio e em outras de suas obras, opondo nitidamente os elementos que ele condena aos elementos que ele aprova. a) Em O primo Baslio, qual a principal manifestao dessa condenao do romantismo e da arte sensual e idealista? Explique sucintamente. b) Nesse mesmo romance, como se realiza o projeto de praticar uma arte experimental e racional?
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Histria estranha Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se v com sete anos de idade. Est com quarenta, quarenta e poucos. De repente d com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde est a sua bab fazendo tric. No tem a menor dvida de que ele mesmo. Reconhece a sua prpria cara, reconhece o banco e a bab. Tem uma vaga lembrana daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, pe as mos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lgrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa a vida. Que coisa pior ainda o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas no encontra o que dizer. Apenas abraa a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trs. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Tambm se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos anos, como eu vou ser sentimental! (Luis Fernando Verssimo, Comdias para se ler na escola) A estranheza dessa histria deve-se, basicamente, ao fato de que nela
(FUVEST - 2003 - 2 FASE )-Pacincia, manos! no! no vou na Europa no. Sou americano e meu lugar na Amrica. A civilizao europia decerto esculhamba a inteireza do nosso carter. (Mrio de Andrade, Macunama) a) A opo pela Amrica, afirmada nesta fala de Macunama, coerente com a escolha por ele realizada na ocasio em que no se casou com uma das filhas de Vei, a Sol? Justifique resumidamente sua resposta. b) Pelo fato de ser dita por Macunama, a frase A civilizao europia decerto esculhamba a inteireza do nosso carter adquire sentido irnico. Por qu?
(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Histria estranha Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se v com sete anos de idade. Est com quarenta, quarenta e poucos. De repente d com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde est a sua bab fazendo tric. No tem a menor dvida de que ele mesmo. Reconhece a sua prpria cara, reconhece o banco e a bab. Tem uma vaga lembrana daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, pe as mos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lgrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa a vida. Que coisa pior ainda o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas no encontra o que dizer. Apenas abraa a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trs. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Tambm se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos anos, como eu vou ser sentimental! (Luis Fernando Verssimo, Comdias para se ler na escola) O discurso indireto livre empregado na seguinte passagem:
(FUVEST - 2003 - 2 FASE)A imagem abaixo foi criada por Lus Jardim, para ilustrar o conto Famigerado, de Primeiras estrias. Considerando as relaes entre a imagem e o conto que ela ilustra, responda ao que se pede. a) Quem so as personagens representadas na ilustrao? Como est figurada, na imagem, a relao entre essas personagens? Explique sucintamente. b) Que elemento da narrativa est representado pelo grande ponto de interrogao?