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Questões de Português - FUVEST | Gabarito e resoluções

Questão 8
2024Português

(FUVEST - 2024) Leia os excertos para responder questo. I. Quincas Borba Os personagens de Machado de Assis eram to medocres que, enquanto outros loucos do mundo bancavam Napoleo o Grande, o de Machado de Assis contentava-se em ser Napoleo III. Mario Quintana. Caderno H. II. Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importncia na histria do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragdia, a segunda como farsa. (...) Os homens fazem sua prpria histria, mas no a fazem como querem; no a fazem sob circunstncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradio de todas as geraes mortas oprime como um pesadelo o crebro dos vivos. Karl Marx. O 18 Brumrio de Lus Bonaparte. a) A mediocridade caracteriza, em geral, o sujeito mdio, incapaz de se sobrepor s circunstncias com que se defronta diretamente. Nesse sentido, Rubio uma personagem medocre. Comente. b) Ao comparar os imprios de tio e sobrinho Napoleo I e Napoleo III , na Frana, Marx considera que os dois golpes representaram, respectivamente, uma tragdia e uma farsa. Por que se pode dizer que a loucura do vencido Rubio, vivida na histria brasileira, possui aspectos srios e risveis? Justifique.

Questão 9
2024Português

(FUVEST - 2024) Ao tratar do drama da personagem de Toms Antonio Gonzaga, o narrador de O romanceiro da Inconfidncia descreve-o do seguinte modo: Tanto impou de namorado! E agora, quando se mira v-se um msero coitado... (como l diz numa lira...) - Se nas guas se mirasse, veria ralo o cabelo - Um par de esporas, somente. E murcha e plida, a face. - Falta-lhe aquele desvelo da sua pastora terna... - Deveria socorr-lo.. -... a quem dar glria eterna!... Ai, que ricos libertinos! Tudo era Inglaterra e Frana, e, em redor, versos latinos... - l se lhes foi a esperana! - Mas segue com seus embargos. (Quem porfia, sempre alcana...) - Os argumentos so largos. - Que tem luzes, ningum nega, - Mas so coisas da Fortuna, que bem se sabe ser cega... - No lhe sendo a hora oportuna, perder-se- tudo que alega. a) Quais aspectos do Arcadismo aparecem nessa caracterizao? b) Em que medida o poema de Ceclia Meireles contradiz esses aspectos?

Questão 10
2024Português

(FUVEST - 2024) Na sua anlise de O embarque para a ilha de Citera (cerca de 1712), de Antoine Watteau, Norbert Elias afirma que em contraste com o jogo de luz e sombra claro-escuro enevoado que domina todo o quadro, est a luminosidade do sol poente, a radiante claridade direita, no fundo. Isso confere um carter de inquietude composio. E, em contraste com a tranquilidade do antigo jardim com as copas verde-escuras das rvores e sua doce serenidade, a surda movimentao do cortejo dos amantes torna-se ainda mais intensa medida que aqui, nessa claridade, os contornos de algo desconhecido, que no se deixa conhecer, perfis de construes que, precisamente por reluzirem como sombras atravs da nvoa clara e radiosa, provocam um ligeiro arrepio, como sinal de perigo. a) Quais so as semelhanas entre a tela de Watteau e a Lira X de Toms Antonio Gonzaga? b) De que forma descrito o personagem do poema?

Questão 15
2024Português

(FUVEST - 2024) Em Dois irmos, de Milton Hatoum, os gmeos Yaqub e Omar representam duas personalidades antagnicas que se enfrentam ao longo da narrativa. A rivalidade entre eles tem como resultado:

Questão 36
2024Português

(FUVEST - 2024) Todos os dias que depois vieram, eram tempo de doer. Miguilim tinha sido arrancado de uma poro de coisas, e estava no mesmo lugar. Quando chegava o poder de chorar, era at bom enquanto estava chorando, parecia que a alma toda se sacudia, misturando ao vivo todas as lembranas, as mais novas e as muito antigas. Mas, no mais das horas, ele estava cansado. Cansado e como que assustado. Sufocado. Ele no era ele mesmo. Diante dele, as pessoas, as coisas, perdiam o peso de ser. Os lugares, o Mutum se esvaziavam, numa ligeireza, vagarosos. E Miguilim mesmo se achava diferente de todos. Ao vago, dava a mesma ideia de uma vez, em que, muito pequeno, tinha dormido de dia, fora de seu costume quando acordou, sentiu o existir do mundo em hora estranha, e perguntou assustado: Uai, Me, hoje j amanh?! Joo Guimares Rosa. Campo Geral. Conforme sugere o trecho, o sofrimento perturba a noo que Miguilim tinha do tempo, porque

Questão 37
2024Português

(FUVEST - 2024) A respeito dos contos Ns matamos o Co Tinhoso!, Dina, Pap, cobra e eu e Nhinguitimo, de Ns matamos o Co Tinhoso!, possvel afirmar:

Questão 38
2024Português

(FUVEST - 2024) Leia o texto a seguir: Uma vida inteira pela frente. O tiro veio por trs. Cntia Moscovich, Os cem menores contos brasileiros do sculo (organizao: Marcelino Freire). Embora seja um texto composto por apenas duas linhas, possvel caracteriz-lo como uma narrativa. Nesse texto, essa caracterizao deve-se ao fato de que ele apresenta

Questão 39
2024Português

(FUVEST - 2024) Mas quantas vezes a insnia um dom. De repente acordar no meio da noite e ter essa coisa rara: solido. Quase nenhum rudo. S o das ondas do mar batendo na praia. E tomo caf com gosto, toda sozinha no mundo. Ningum me interrompe o nada. um nada a um tempo vazio e rico. E o telefone mudo, sem aquele toque sbito que sobressalta. Depois vai amanhecendo. As nuvens se clareando sob um sol s vezes plido como uma lua, s vezes de fogo puro. Vou ao terrao e sou talvez a primeira do dia a ver a espuma branca do mar. O mar meu, o sol meu, a terra minha. E sinto-me feliz por nada, por tudo. At que, como o sol subindo, a casa vai acordando e h o reencontro com meus filhos sonolentos. Clarice Lispector. Insnia infeliz e feliz. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. Considerando as caractersticas do trecho apresentado, podese afirmar que ele pertence a uma crnica, pois

Questão 67
2024Português

(FUVEST - 2024) O SOBREVIVENTE Impossvel compor um poema a essa altura da evoluo [da humanidade. Impossvel escrever um poema uma linha que seja de [verdadeira poesia. O ltimo trovador morreu em 1914. Tinha um nome de que ningum se lembra mais. H mquinas terrivelmente complicadas para as [necessidades mais simples. Se quer fumar um charuto aperte um boto. Palets abotoam-se por eletricidade. Amor se faz pelo sem-fio. No precisa estmago para digesto. Um sbio declarou a O Jornal que ainda falta muito para atingirmos um nvel razovel de cultura. Mas at l, felizmente, estarei morto. Os homens no melhoraram e matam-se como percevejos. Os percevejos heroicos renascem. Inabitvel o mundo cada vez mais habitado. E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo [dilvio. (Desconfio que escrevi um poema.) Carlos Drummond de Andrade. Alguma Poesia, 1930. Entre o primeiro e o ltimo verso, h uma aparente contradio, que, todavia, no se sustenta porque

Questão 68
2024Português

(FUVEST - 2024) [...] Um sino de vidro claro, uma ampola cristalina e contrtil, flutua calma no seu caminho. Peixinho, peixinho, deixe-a ir! Peixinho, peixinho, se apresse em fugir! Ali atrs, longos fios transparentes se arrastam e os olhos do peixinho a um banquete convidam. Sero, por acaso, minhocas o que eu vejo de repente? Peixinho, peixinho, deixe-me alertar! Peixinho, peixinho, no se deixe enganar! Prximo demais o peixinho chegou: Ai, ai, ai, agora ela me pegou! Firme me amarrou e no consigo me soltar! Firme me envolve e arde de matar! [...] Traduo e adaptao de Flavia Souza, Stefano Hagen e Luiz Fontes. O fragmento de poema apresentado foi escrito pelo naturalista Fritz Mller para suas filhas. O trecho do poema permite afirmar que a predao realizada por um/uma

Questão 82
2024Português

(FUVEST - 2024) TEXTOS PARA AS QUESTES 82 E 83 Texto I Na confuso verde do fundo da machamba, Maria no viu o capataz imediatamente. Esbracejou com aflio, tentando libertar as pernas. O brao rodeou-lhe os ombros duramente. O bafo quente e cido do homem aproximou-se da sua face. A capulana da Maria desprendeu-se durante a breve luta e a sensao fria de gua tornou-se-lhe mais vvida. Um arrepio f-la contrair-se. Sentiu nas coxas nuas a carcia morna e spera dos dedos calosos do homem. Luis Bernardo Honwana. Dina, In: Ns Matamos o Co Tinhoso!. Texto II Mas choraste. A bofetada que te dei foi s uma disciplina para aprenderes a no fazer cimes. Gosto muito de ti, Sarnau. s a minha primeira mulher. tua a honra deste territrio. Tu s a me de todas as mes da nossa terra. Tu s o meu mundo, minha flor, rebuado [bala] do meu corao. Deixei cair duas gotas de fel bem amargas e salgadinhas. Meu marido acariciava-me moda dos bfalos; dizia-me coisas no ouvido e o seu hlito fedia a lcool, enjoava-me, arrepiavame, maltratando o meu corpinho frgil. Explodi furiosa e chorei de amargura. Sarnau, pareces ser uma machamba difcil. J faz tempo que semeio em ti e no vejo resultado. Com a outra foi to diferente. Bastou uma sementeira e germinou logo. Casmo-nos h pouco tempo, Nguila, muito pouco tempo. No tenho l muita pacincia. No estou para lavrar sem colher. Paulina Chiziane. Balada de amor ao vento, p. 61-62. Os trechos transcritos foram retirados dos livros dos moambicanos Lus Bernardo Honwana e Paulina Chiziane. Em ambos, observa-se a ocorrncia da palavra machamba. A respeito do uso desse termo, correto afirmar:

Questão 83
2024Português

(FUVEST - 2024) TEXTOS PARA AS QUESTES 82 E 83 Texto I Na confuso verde do fundo da machamba, Maria no viu o capataz imediatamente. Esbracejou com aflio, tentando libertar as pernas. O brao rodeou-lhe os ombros duramente. O bafo quente e cido do homem aproximou-se da sua face. A capulana da Maria desprendeu-se durante a breve luta e a sensao fria de gua tornou-se-lhe mais vvida. Um arrepio f-la contrair-se. Sentiu nas coxas nuas a carcia morna e spera dos dedos calosos do homem. Luis Bernardo Honwana. Dina, In: Ns Matamos o Co Tinhoso!. Texto II Mas choraste. A bofetada que te dei foi s uma disciplina para aprenderes a no fazer cimes. Gosto muito de ti, Sarnau. s a minha primeira mulher. tua a honra deste territrio. Tu s a me de todas as mes da nossa terra. Tu s o meu mundo, minha flor, rebuado [bala] do meu corao. Deixei cair duas gotas de fel bem amargas e salgadinhas. Meu marido acariciava-me moda dos bfalos; dizia-me coisas no ouvido e o seu hlito fedia a lcool, enjoava-me, arrepiavame, maltratando o meu corpinho frgil. Explodi furiosa e chorei de amargura. Sarnau, pareces ser uma machamba difcil. J faz tempo que semeio em ti e no vejo resultado. Com a outra foi to diferente. Bastou uma sementeira e germinou logo. Casmo-nos h pouco tempo, Nguila, muito pouco tempo. No tenho l muita pacincia. No estou para lavrar sem colher. Paulina Chiziane. Balada de amor ao vento, p. 61-62. Nos excertos, os escritores moambicanos descrevem, cada um em seu contexto, cenas de violncia. Sobre elas, correto afirmar:

Questão 89
2024Português

(FUVEST - 2024) O preconceito lingustico tanto mais poderoso porque, em grande medida, ele invisvel, no sentido de que quase ningum fala dele, com exceo dos raros cientistas sociais que se dedicam a estud-lo. Pouqussimas pessoas reconhecem a existncia do preconceito lingustico, quem dir a sua gravidade como um srio problema social. BAGNO, Marcos. Preconceito lingustico: o que , como se faz. Edies Loyola, So Paulo, 1999. Com base na leitura do texto, possvel depreender que o preconceito lingustico, apesar de nocivo para a sociedade, muitas vezes despercebido. Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta um exemplo de preconceito lingustico.

Questão 1
2023Português

(FUVEST - 2023) Considere a pea publicitria para responder questo: https://plugcitarios.com/blog/2013/08/04/15-anuncios-do-greenpeace-que-deveriam-mudar-o-mundo/. Adaptado. a) Explique como imagem e texto reforam a relao entre passado e futuro expressa na pea publicitria. b) Tomando como referncia o pronome possessivo suas, em que consiste a ambiguidade do texto publicitrio?

Questão 2
2023Português

(FUVEST - 2023) Leia o trecho e responda questo: Artistas no fazem arte apenas. Artistas criam e preservam mitos que tornam suas obras influentes. Enquanto os pintores do sculo XIX enfrentavam questes de credibilidade, Marcel Duchamp, o av da arte contempornea, fez da crena sua preocupao artstica central. Em 1917, ele declarou que um mictrio suspenso era uma obra de arte intitulada Fonte. Ao fazer isso, atribuiu aos artistas em geral um poder quase divino de designar qualquer coisa que quisessem como arte. No fcil defender esse tipo de autoridade, mas essencial para um artista que deseja obter sucesso. Numa esfera na qual tudo pode ser arte, no existe nenhuma medida objetiva de qualidade, de modo que o artista ambicioso deve estabelecer seus prprios padres de excelncia. A construo de padres exige no apenas uma imensa autoconfiana, mas tambm a convico dos outros. Como deidades competitivas, os artistas precisam hoje agir de modo a conquistar um squito fiel. Ironicamente, ser artista um ofcio. Sarah Thornton. O que um artista? Trad. Alexandre Barbosa de Souza. 2015. Adaptado. a) Considerando o sentido de arte e de artista no texto, explique por que, ironicamente, ser artista um ofcio. b) A construo de padres exige no apenas uma imensa autoconfiana, mas tambm a convico dos outros. Identifique os elementos coesivos do perodo transcrito e explique que ideia transmitem no texto.