(FUVEST -2006 - 1 FASE ) Noite de S. Joo para alm do muro do meu quintal. Do lado de c, eu sem noite de S. Joo. Porque h S. Joo onde o festejam. Para mim h uma sombra de luz de fogueiras na noite, Um rudo de gargalhadas, os baques dos saltos. E um grito casual de quem no sabe que eu existo. (Alberto Caeiro, Poesia.) Considerando-se este poema no contexto das tendncias dominantes da poesia de Caeiro,pode-se afirmar que, neste texto, o afastamento da festa de So Joo vivido pelo eu-lricocomo
(FUVEST -2006 - 1 FASE ) Quando ontem adormeci Na noite de So Joo Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes cantigas e risos Ao p das fogueiras acesas. No meio da noite despertei No ouvi mais vozes nem risos (...) Onde estavam os que h pouco Danavam Cantavam E riam Ao p das fogueiras acesas? - Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente Quando eu tinha seis anos No pude ver o fim da festa de So Joo Porque adormeci Hoje no ouo mais as vozes daquele tempo Minha av Meu av Totnio Rodrigues Tomsia Rosa Onde esto todos eles? - Esto todos dormindo Esto todos deitados Dormindo Profundamente. (Manuel Bandeira, Libertinagem.) No conhecido poema de Bandeira, aqui parcialmente reproduzido, a experincia do afastamento da festa de So Joo
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) Um homem precisa viajar. Por sua conta, no por meio de histrias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e ps, para entender o que seu. Para um dia plantar as suas prprias rvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distncia e o desabrigo para estar bem sob o prprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que no conhece para quebrar essa arrogncia que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e no simplesmente como ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que no vimos, quando deveramos ser alunos, e simplesmente ir ver. Amyr Klink, Mar sem fim. A repetio de precisa viajar acentua, no contexto, o valor daquelas experincias que
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) Um homem precisa viajar. Por sua conta, no por meio de histrias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e ps, para entender o que seu. Para um dia plantar as suas prprias rvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distncia e o desabrigo para estar bem sob o prprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que no conhece para quebrar essa arrogncia que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e no simplesmente como ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que no vimos, quando deveramos ser alunos, e simplesmente ir ver. Amyr Klink, Mar sem fim. Na frase que nos faz professores e doutores do que no vimos, o pronome sublinhado retoma a expresso antecedente
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) Costuma-se reconhecer que tanto O primo Baslio quanto as Memrias pstumas de Brs Cubas possuem notvel contedo de crtica social. Apesar das muitas diferenas que separam os dois romances, em ambos essa crtica
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) impossvel colocar em srie exata os fatos da infncia porque h aqueles que j acontecem permanentes, que vm para ficar e doer, que nunca mais so esquecidos, que so sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. a carga. H os outros, midos fatos, incolores e quase sem som que mal se deram, a memria os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo prximos eles viram logo passado remoto. Surgem s vezes, na lembrana, como se fossem uma incongruncia. S aparentemente sem razo, porque no h associao de idias que seja ilgica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas razes subterrneas razes lgicas! de que emergem os pequenos caules isolados aparentemente ilgicos! s aparentemente! s vezes chegados memria vindos do esquecimento, que outra funo ativa dessa mesma memria. Pedro Nava, Ba de ossos. Ao analisar os processos da memria, o autor manifesta a convico de que
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) impossvel colocar em srie exata os fatos da infncia porque h aqueles que j acontecem permanentes, que vm para ficar e doer, que nunca mais so esquecidos, que so sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. a carga. H os outros, midos fatos, incolores e quase sem som que mal se deram, a memria os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo prximos eles viram logo passado remoto. Surgem s vezes, na lembrana, como se fossem uma incongruncia. S aparentemente sem razo, porque no h associao de idias que seja ilgica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas razes subterrneas razes lgicas! de que emergem os pequenos caules isolados aparentemente ilgicos! s aparentemente! s vezes chegados memria vindos do esquecimento, que outra funo ativa dessa mesma memria. Pedro Nava,Ba de ossos. A expresso O que assim parece tem, no contexto, o sentido de
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) impossvel colocar em srie exata os fatos da infncia porque h aqueles que j acontecem permanentes, que vm para ficar e doer, que nunca mais so esquecidos, que so sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. a carga. H os outros, midos fatos, incolores e quase sem som que mal se deram, a memria os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo prximos eles viram logo passado remoto. Surgem s vezes, na lembrana, como se fossem uma incongruncia. S aparentemente sem razo, porque no h associao de idias que seja ilgica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas razes subterrneas razes lgicas! de que emergem os pequenos caules isolados aparentemente ilgicos! s aparentemente! s vezes chegados memria vindos do esquecimento, que outra funo ativa dessa mesma memria. Pedro Nava,Ba de ossos. O que Pedro Nava afirma no final do texto ajuda a compreender o ttulo do livro Esquecer para lembrar, de Carlos Drummond de Andrade, ttulo que contm
(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) impossvel colocar em srie exata os fatos da infncia porque h aqueles que j acontecem permanentes, que vm para ficar e doer, que nunca mais so esquecidos, que so sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. a carga. H os outros, midos fatos, incolores e quase sem som que mal se deram, a memria os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo prximos eles viram logo passado remoto. Surgem s vezes, na lembrana, como se fossem uma incongruncia. S aparentemente sem razo, porque no h associao de idias que seja ilgica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas razes subterrneas razes lgicas! de que emergem os pequenos caules isolados aparentemente ilgicos! s aparentemente! s vezes chegados memria vindos do esquecimento, que outra funo ativa dessa mesma memria. Pedro Nava,Ba de ossos. O valor sinttico-semntico do vocbulo sublinhado no trecho H os outros, (...) que mal se deram, corresponde ao do mesmo termo em:
(FUVEST - 2005 - 2FASE)Leia o seguinte texto: Vero excessivo Eu sei que uma andorinha no faz vero, filosofou a andorinha-de-barriga-branca. Est certo, mas agora ns somos tantas, no beiral, que faz um calor terrvel, e eu no agento mais! (Carlos Drummond de Andrade Contos plausveis) a) Com base na queixa da andorinha-de-barriga-branca, reformule o provrbio Uma andorinha no faz vero. b) Est adequado o emprego do verbo filosofou, tendo em vista que ele se refere ao provrbio citado no texto? Justifique sucintamente sua resposta.
(FUVEST - 2005 - 1 FASE)Texto para as questes O filme Cazuza O tempo no pra me deixou numa espcie de felicidade pensativa. Tento explicar por qu. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doena e a morte parecem ter-se vingado de sua paixo exagerada de viver. impossvel sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservao de nossas foras, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da mxima intensidade e variedade de experincias? Digo que a pergunta se apresenta mais uma vez porque a questo hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutria. (...) Obedecemos a uma proliferao de regras que so ditadas pelos progressos da preveno. Ningum imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei l, nitratos com Viagra seja uma boa idia. De fato no . primeira vista, parece lgico que concordemos sem hesitao sobre o seguinte: no h ou no deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens tm uma razo bsica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupar mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede no apenas a inconscincia de quem pode esquecer que o tempo no pra. tambm (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experincia, ser que temos outras razes que no sejam s a deciso de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo) A reao caracterizada como uma espcie de felicidade pensativa justifica-se, no texto, pelo fato de que o filme a que o autor assistiu
(FUVEST - 2005 - 1 FASE)Texto para as questes O filme Cazuza O tempo no pra me deixou numa espcie de felicidade pensativa. Tento explicar por qu. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doena e a morte parecem ter-se vingado de sua paixo exagerada de viver. impossvel sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservao de nossas foras, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da mxima intensidade e variedade de experincias? Digo que a pergunta se apresenta mais uma vez porque a questo hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutria. (...) Obedecemos a uma proliferao de regras que so ditadas pelos progressos da preveno. Ningum imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei l, nitratos com Viagra seja uma boa idia. De fato no . primeira vista, parece lgico que concordemos sem hesitao sobre o seguinte: no h ou no deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens tm uma razo bsica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupar mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede no apenas a inconscincia de quem pode esquecer que o tempo no pra. tambm (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experincia, ser que temos outras razes que no sejam s a deciso de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase do texto em:
(FUVEST - 2005 - 2FASE)Leia o seguinte texto: Os irmos Villas Bas no conseguiram criar, como queriam, outros parques indgenas em outras reas. Mas o que criaram dura at hoje, neste pas juncado de runas novas. a) Identifique o recurso expressivo de natureza semntica presente na expresso runas novas. b) Que prtica brasileira criticada no trecho pas juncado (=coberto) de runas novas?
(FUVEST - 2005 - 2FASE) Costuma-se exaltar a cabea como fonte da razo e denunciar o corao como sede da insensatez, como msculo incapaz de ter autocrtica e de ser original. Que seja assim. E da? Nada pior do que uma idia feita, mas nada melhor do que um sentimento usado. A cabea pode gostar de novidade, mas o corao adora repetir o j provado. Se as idias vivem da originalidade, os sentimentos gostam da redundncia. No por acaso que o prazer procura repetio. (Zuenir Ventura. Crnicas de fim de sculo) a) Substitua a expresso Que seja assim por outra de sentido equivalente, tendo em vista o contexto. b) Explique por que o autor considera que tanto a novidade quanto a redundncia podem ser desejveis.
(FUVEST - 2005 - 1 FASE)Texto para as questes O filme Cazuza O tempo no pra me deixou numa espcie de felicidade pensativa. Tento explicar por qu. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doena e a morte parecem ter-se vingado de sua paixo exagerada de viver. impossvel sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservao de nossas foras, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da mxima intensidade e variedade de experincias? Digo que a pergunta se apresenta mais uma vez porque a questo hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutria. (...) Obedecemos a uma proliferao de regras que so ditadas pelos progressos da preveno. Ningum imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei l, nitratos com Viagra seja uma boa idia. De fato no . primeira vista, parece lgico que concordemos sem hesitao sobre o seguinte: no h ou no deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens tm uma razo bsica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupar mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede no apenas a inconscincia de quem pode esquecer que o tempo no pra. tambm (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experincia, ser que temos outras razes que no sejam s a deciso de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo) Quando o autor pergunta: para disciplinar a experincia, ser que temos outras razes que no sejam s a deciso de durar um pouco mais?, ele