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Questões de Português - UFU 2021 | Gabarito e resoluções

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Questão 1
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA) A tarefa de perfilar Mrio de Andrade e de abordar seu vasto legado to desafiadora quanto arriscada. So muitos os Mrios que habitam esse Mrio de Andrade difcil de apreender: enigmtico, questionador, sensvel, reservado, brincalho, srio, penetrante, exigente. Os que privaram de sua intimidade o conheceram como um homem melanclico, mas tambm expansivo, verstil, divertido, extrovertido. Para os amigos, foi um privilgio conviver com esse homem de carter ntegro, generoso e admirvel, dotado de uma vasta e profunda cultura. Muitos de seus alunos atestaram esses traos. No mestre, conjugavam-se seriedade profissional, manifestaes de esprito ldico e respeito humano. Na presena de desconhecidos, porm, segundo depoimento de pessoas prximas e de familiares, Mrio era bastante reservado. Nele conviviam Apolo e Dionsio. Inteligente e meditativo, amargurado e solitrio; ora contido pela discrio e angustiado ora arrebatado e exuberante. Esses atributos passam a ser necessrios para compor sua figura, ainda que as linhas do desenho sejam imprecisas. O modo de ser mltiplo, complexo, contraditrio, que Mrio de Andrade externava no trato pessoal, reverbera na sua produo artstica, na correspondncia, em artigos de jornal, nas entrevistas, em crnicas, em conferncias. FONSECA, Maria Augusta. Um retrato do artista. In: Por que ler Mrio de Andrade. So Paulo: Globo, 2013. p. 13. (Fragmento) A) Considerando-se o fragmento acima e as referncias fornecidas a respeito dele, explique em que sentido o trecho cumpre seu objetivo discursivo. Justifique sua resposta, valendo-se de informaes textuais e contextuais. B) Descreva como o processo de intertextualidade construdo no trecho.

Questão 1
2021Português

(UFU - 2021) Nos bons velhos tempos dos suplementos literrios dominicais, havia no Rio um colaborador modesto, mas assduo de todos eles, famoso ou notrio porque seus artigos sempre comearam com a mesma frase e com origem dos tempos. Pediram a ele uma nota sobre o ltimo concerto sinfnico com obras de Beethoven e Berlioz, e ele comeou: J na Grcia antiga... Mas, quando pediram a ele um artigo sobre o conto contemporneo no Cear, ele comeou assim: J na Grcia antiga.... Seguindo esse grande exemplo, eu poderia iniciar o presente texto sobre A interpretao dos sonhos de Sigmund Freud com as palavras: J no Egito antigo..., pois sempre houve esses livrinhos de interpretao dos sonhos para o uso da copa e cozinha. CARPEAUX, Otto Maria. A interpretao dos sonhos de Sigmund Freud. In: SEIXAS, Heloisa (Org.). As obras-primas que poucos leram. v. 4. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006. p. 58. (Fragmento adaptado) A) Explique o efeito do uso do termo Mas no seguinte trecho recortado do fragmento acima: Pediram a ele uma nota sobre o ltimo concerto sinfnico com obras de Beethoven e Berlioz, e ele comeou: J na Grcia antiga.... Mas, quando pediram a ele um artigo sobre o conto contemporneo no Cear, ele comeou assim: J na Grcia antiga.... B) Explique o sentido da expresso para o uso da copa e cozinha no contexto em que ela aparece e reescreva o trecho Seguindo esse grande exemplo, eu poderia iniciar o presente texto sobre A interpretao dos sonhos de Sigmund Freud com as palavras: J no Egito antigo..., pois sempre houve esses livrinhos de interpretao dos sonhos para o uso da copa e cozinha, substituindo-a por expresso sinnima no referido contexto.

Questão 1
2021Português

(UFU - 2021) O poema abaixo, um dos mais famosos de Carlos Drummond, disseca alguns dos principais dilemas vivenciado pela humanidade que emergiu no contexto do ps-guerra. A FLOR E A NUSEA Preso minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir at o enjoo? Posso, sem armas, revoltar-me? Olhos sujos no relgio da torre: No, o tempo no chegou de completa justia. O tempo ainda de fezes, maus poemas, alucinaes e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vo me tento explicar, os muros so surdos. Sob a pele das palavras h cifras e cdigos. O sol consola os doentes e no os renova. As coisas. Que tristes so as coisas, consideradas sem nfase. Vomitar esse tdio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema resolvido sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida. Todos os homens voltam para casa. Esto menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem. Crimes da terra, como perdo-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Rao diria de erro, distribuda em casa. Os ferozes padeiros do mal. Os ferozes leiteiros do mal. Pr fogo em tudo, inclusive em mim. Ao menino de 1918 chamavam anarquista. Porm meu dio o melhor de mim. Com ele me salvo e dou a poucos esperana mnima. Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, nibus, rio de ao do trfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polcia, rompe o asfalto. Faam completo silncio, paralisem os negcios, garanto que uma flor nasceu Sua cor no se percebe. Suas ptalas no se abrem. Seu nome no est nos livros. feia. Mas realmente uma flor. Sento-me no cho da capital do pas s cinco horas da tarde e lentamente passo a mo nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pnico. feia. Mas uma flor. Furou o asfalto, o tdio, o nojo e o dio. ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. So Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 13-14. A) O ttulo do poema vincula dois elementos contraditrios, a flor e a nusea, que assumem valor metafrico, cujos sentidos so desenvolvidos pelo texto potico. Qual o campo de significado atribudo a cada um desses polos metafricos (flor e nusea), levando-se em conta o contexto histrico de produo do poema? Fundamente sua interpretao a partir da anlise do texto. B) Em termos de forma potica, A flor e a nusea aparece como uma obra-prima da poesia modernista brasileira, exemplificando como os novos recursos expressivos, propostos pela esttica moderna, abriram campo para a criatividade autoral. Identifique pelo menos dois exemplos de como a inovao formal modernista est presente no poema em anlise, avaliando que efeito de sentido tais inovaes trazem para o texto.

Questão 2
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA) As palavras, como as ideias, so inquietas, transgridem a forma que os cientistas das palavras as encaixam nos dicionrios. No ptreas, mas lapidveis, as palavras no rolar do uso cotidiano vo dando sentido ao pensamento do homem, ainda que os sentidos se lhes escape por vezes. Um dos mritos de boa parte das palavras est em no significar apenas uma coisa, mas duas, trs: tantos outros sentidos plurais quanto o ouvinte/leitor possa delas tirar. No bastasse esse poder das palavras, o homem no cessa de manipul-las criativamente. Temos isso no uso das grias, nas transgresses cotidianas que as fazem saltar do modo formal para o informal e vice-versa. Sem falar no emprego de metforas, gastas ou novas, muletas verbais e outras, de sentido provisrio, como estrangeirismos, que tanto baratinam o sono dos conservadores da lngua. Guimares Rosa dizia: as palavras tm canto e plumagem, talvez por isso botaram em um de seus livros pstumos o ttulo belssimo de Ave, palavra. As palavras raramente esto onde o escritor as colocou, voam como pssaros; ou, como em Procura da poesia, Drummond pde constatar: sob a pele das palavras, h cifras e cdigos. Este longo prembulo para apresentar a anlise de uma letra-cano da cantora e compositora Adriana Calcanhotto. ARAJO, Eduardo. Questo de gosto. Conhecimento prtico: Lngua Portuguesa e Literatura. Ano 8, Edio 80. So Paulo: Editora Escala, 2020, p. 29. A) Explique, com base na leitura do trecho apresentado, o sentido do enunciado As palavras raramente esto onde o escritor as colocou, voam como pssaros. B) No trecho Um dos mritos de boa parte das palavras est em no significar apenas uma coisa, mas duas, trs: tantos outros sentidos plurais quanto o ouvinte/leitor possa delas tirar, os dois pontos objetivam introduzir um enunciado que cumpre que tipo de funo semntica em relao ao enunciado que o antecede? Explique.

Questão 2
2021Português

(UFU - 2021) Nos arredores do Cairo, a uns cem metros da Esfinge de Giz, ostensivamente instalado defronte a ela e j fazendo parte integrante do lugar, um restaurante da cadeia Pizza Hut monta guarda, com seu logotipo vermelho piramidoide voltado para os tetraedros funerrios de Quops, Qufren e Miquerinos. Esse face a face com jeito de duelo soa como a declarao de uma guerra. Ele manifesta sem nenhuma ambiguidade a expresso de uma vontade de aniquilamento, que visa a substituir aquilo que fundamentava sobre um mistrio o destino coletivo dos homens por algo diverso, mas igualmente dotado de mistrio: a violenta legibilidade das marcas globalizadas. Assim, o McDonalds escolhe suas localizaes de modo a tornar-se o emblema das cidades nas quais hoje em dia, seja onde for, a pessoa se encontra no mesmo lugar. QUESSADA, Dominique. O poder da publicidade na sociedade consumida pelas marcas. So Paulo: Editora Futura, 2003, p. 11. (Adaptado) A) Com base na leitura do trecho, explique o paradoxo apresentado no ltimo pargrafo: hoje em dia, seja onde for, a pessoa se encontra no mesmo lugar. B) O primeiro pargrafo do trecho configura-se, predominantemente, como uma sequncia textual descritiva. Entretanto, possvel perceber a presena de elementos lingusticos que indiciam qual a opinio do autor a respeito da cena que descreve. Apresente um elemento lingustico que indicia a opinio do autor e justifique sua resposta.

Questão 2
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA) Abaixo esto o poema Cano do Exlio (publicado em 1846), de Gonalves Dias; o poema Nova Cano do Exlio, do livro A rosa do povo, de Carlos Drummond e um trecho da letra Hino Nacional Brasileiro (composta por Joaquim Osrio Duque Estrada e oficializada em 1922). CANO DO EXLIO Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabi; As aves, que aqui gorjeiam, No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar - sozinho, noite - Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem que inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabi. DIAS, Gonalves. Primeiros cantos. p. 2. Disponvel em http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/bv000115.pdf NOVA CANO DO EXLIO Um sabi na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O cu cintila sobre flores midas. Vozes na mata, e o maior amor. S, na noite, seria feliz: um sabi, na palmeira, longe. Onde tudo belo e fantstico, s, na noite, seria feliz. (Um sabi, na palmeira, longe.) Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo belo e fantstico: a palmeira, o sabi, o longe. ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. So Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.5) HINO NACIONAL BRASILEIRO (Excerto) Do que a terra mais garrida, Teus risonhos, lindos campos tm mais flores; Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida no teu seio mais amores. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm. Acesso em: 02 jun. 2021. A) Os versos de Gonalves Dias Nossos bosques tm mais vida,/ Nossa vida mais amores foram replicados na letra do Hino Nacional Brasileiro. Esses versos apresentam uma figura de linguagem para caracterizar a terra natal. Identifique qual a figura empregada e explicite que efeito de sentido ela promove tanto na Cano do Exlio quanto no Hino Nacional, levando-se em conta que o primeiro um poema do Romantismo e o segundo um texto cvico oficial. B) Em Nova cano do Exlio, os versos Nossos bosques tm mais vida,/ Nossa vida mais amores passam por uma intensa reelaborao, que resulta na segunda estrofe do poema de Drummond. Aponte, pelo menos, mais um exemplo de como Drummond se apropria do poema de Gonalves Dias, alterando sua forma e sentido. Em seguida, analise como o processo de reelaborao em Nova cano do Exlio altera a concepo romntica da ptria, marcante no poema de Gonalves Dias.

Questão 2
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA) Abaixo, esto colocados dois trechos retirados de O cortio, de Alusio de Azevedo. Em ambas as passagens, situadas em diferentes pontos do romance, relata-se como duas das personagens femininas da obra, Bertoleza e Rita Baiana, escolhem seus amantes. Trecho 1 Ele [Joo Romo] props-lhe morarem juntos, e ela concordou de braos abertos, feliz em meter-se de novo com um portugus, porque, como toda a cafuza, Bertoleza no queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raa superior sua. AZEVEDO, Alusio. O cortio. Rio de Janeiro: Fundao Biblioteca Nacional, s/d, p. 2. Disponvel em http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/cortico.pdf. Acesso em: 20 jun. 2021. Trecho 2 Amara-o [a Firmo] a princpio por afinidade de temperamento, pela irresistvel conexo do instinto luxurioso e canalha que predominava em ambos, depois continuou a estar com ele por hbito, por uma espcie de vicio que amaldioamos sem poder larg-lo; mas desde que Jernimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestia reclamou os seus direitos de apurao, e Rita preferiu no europeu o macho de raa superior. AZEVEDO, Alusio. O cortio. Rio de Janeiro: Fundao Biblioteca Nacional, s/d, p.93. Disponvel em http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/cortico.pdf. Acesso em: 20 jun. 2021. A) Discorra sobre as concepes, advindas do Naturalismo do sculo XIX, que servem como justificativa para o comportamento amoroso de Bertoleza e de Rita Baiana, exemplificando sua resposta a partir da anlise dos trechos apresentados. B) A voz narrativa dos romances de tese do Naturalismo, como o caso de O cortio, pretende se pautar pelos parmetros que norteiam o discurso cientfico, entretanto esse propsito nunca inteiramente obtido, e o carter ficcional da narrao romanesca prevalece. Tomando como base o Trecho 1 e o Trecho 2, explicite, pelo menos, um modo pelo qual o narrador naturalista se adequa s normas do discurso cientfico e ao menos um modo pelo qual o narrador se deixa guiar pela fico.

Questão 2
2021Português

(UFU - 2021) Leia os trechos da pea O novio, de Martins Pena, em que Florncia e Emlia esto ambas falando sobre o personagem Ambrsio. CENA IV FLORNCIA Se no fosse este homem com quem casei-me segunda vez, no teria agora quem zelasse com tanto desinteresse a minha fortuna. uma bela pessoa... Rodeia-me de cuidados e carinhos. Ora, digam l que uma mulher no deve casar-se segunda vez... Se eu soubesse que havia de ser sempre to feliz, casar-me-ia cinquenta. [...] CENA VI EMLIA minha me, devo-lhe obedincia, mas este homem, meu padrasto, como o detesto! Estou certa que foi ele quem persuadiu a minha me que me metesse no convento. Ser freira? Oh, no, no! E Carlos, que tanto amo? Pobre Carlos, tambm te perseguem! E por que nos perseguem assim? No sei. Como tudo mudou nesta casa, depois que minha me casou-se com este homem! Ento no pensou ela na felicidade de seus filhos. Ai, ai! A) Com base na pea de Martins Pena, analise a psicologia de Florncia e de Emlia para justificar por que cada uma delas tem uma viso to diferente sobre Ambrsio. B) O excerto acima retirado de uma pea teatral, cujo enredo formado a partir das intrigas armadas e desarmadas pelas personagens. Discorra sobre duas estratgias empregadas por Carlos e/ou Emlia para se verem livres da vida conventual.

Questão 49
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA)No centro da investigao filosfica de Max Scheler (1874-1928), est o problema tico, captado em toda a sua amplitude e estendido aos mbitos mais variados da vida do ser humano e da sociedade. O objetivo do pensador bvaro a busca de uma nova fundamentao da moral em bases teoricamente vlidas. Scheler combate tanto o formalismo tico kantiano, que, a seu ver, resulta contaminado pela abstrao, quanto o niilismo de Nietzsche, que negava qualquer moralidade. Assim, procedendo nesta linha, ele chega a elaborar uma filosofia segundo a qual os valores tm uma prpria existncia objetiva, constituindo uma hierarquia que deve guiar o ser humano nas suas escolhas. SHOEPFLIN, M. (ed.). O amor segundo os filsofos. Bauru, SP: EDUSC, 2004. p. 39. (Fragmento) No trecho, o autor da resenha, ao apresentar o cerne do pensamento do filsofo Max Scheler, o faz por meio da seguinte estratgia enunciativa

Questão 49
2021Português

(UFU - 2021 - 1 fase)A filosofia de Baruch Spinoza (1632-1677) um grande sistema de pensamento que de costume considerado monista e pantesta, totalmente voltado a sustentar a unidade do universo, que identificado com o prprio Deus. Por conseguinte, Deus e a natureza coincidem, criando, assim, uma concepo do divino que resulta totalmente distanciada da concepo crist, que centralizada no conceito de Deus-pessoa e que podemos considerar do tipo especulativo e racional. SHOEPFLIN, M. (ed.). O amor segundo os filsofos. Bauru, SP: EDUSC, 2004. p. 24. (Fragmento) No trecho, a expresso negritada de costume realiza uma modalizao por meio da qual o autor

Questão 50
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA)A formao de leitores no responsabilidade exclusiva da escola. Ainda que essa assuma, naturalmente, um papel preponderante e no negligencivel, toda a sociedade tem inmeras responsabilidades. Nesse sentido, como afirmamos noutra obra (AZEVEDO, 2007), consideramos que imperioso democratizar o acesso leitura, suscitando o interesse e o debate acerca dela. Se h espaos habitualmente associados a prticas de leitura por exemplo, nas bibliotecas, nas livrarias ou nas associaes culturais , outros espaos, eventualmente mais inesperados, como associaes desportivas, cafs, restaurantes, jardins, lojas ou transportes pblicos, podem/devem ser percebidos, igualmente, como lugares conaturais ao exerccio e consolidao de comunidades leitoras. AZEVEDO, F., BALA, A. (Org.). Leitura e Educao Literria. Portugal: Pactor, 2016. p. 7. (Fragmento) No trecho, os termos naturalmente e eventualmente

Questão 50
2021Português

(UFU - 2021 - 1 fase) Eles vo morrer em Marte Um reality show pretende levar voluntrios para o planeta vermelho em dez anos mas no pretende traz-los de volta. Melissa Ede um dos 705 candidatos escolhidos em todo o mundo para a segunda fase de seleo da Mars One, uma misso espacial privada, baseada em patrocnio publicitrio, que pretende colonizar Marte. Se tudo der certo, os primeiros quatro astronautas podem chegar por l j em 2025 A ideia que vivam definitivamente no planeta vizinho, porque a Mars One no planeja uma viagem de volta. Ir Marte no nenhum passeio no parque. As dificuldades comeam j na viagem, que pode durar at oito meses. Durante esse perodo, a exposio radiao e a tempestades solares ser constante. Para evitar o contato, os passageiros tero de se esconder em cpsulas especiais da aeronave. Mesmo sem radiao, o aperto vai ser rotina no caminho de ida (cada astronauta ter menos de 20 m3 para viver), e os quatro passageiros vo ter que racionar 800 kg de comida, 3 mil litros de gua e 700 kg de oxignio. Mas os desafios sero ainda maiores quando eles chegarem l. Os intrpidos colonizadores sero responsveis por produzir o oxignio que iro consumir (a partir da gua que existe no planeta em forma de gelo) e todos os alimentos que vo ingerir at o fim de seus dias (a partir de plantaes hidropnicas, uma vez que o solo marciano no serve para plantaes). LOUREIRO, Eliane. Eles vo morrer em Marte. Superinteressante. Ed. 339, nov. 2014. So Paulo: Abril Editora. p. 47-49 (Fragmento adaptado) No trecho, as expresses os primeiros quatro astronautas, os passageiros, os intrpidos colonizadores fazem referncia ao mesmo grupo de pessoas. Sobre o uso de tais expresses, correto afirmar que elas

Questão 51
2021Português

(UFU - 2021 - MEDICINA)Vivemos a poca das redes. Formaes rizmicas espontneas de seres humanos e mquinas que provocam erupes e disrupes societais ao sabor de suas prprias volies e mutaes. Sim, o sistema possui vontade - sustentamos -, e, sim, ns e nossos corpos e mentes fazemos parte desse gigantesco sistema. E sim, mais uma vez: o sistema literalmente vivo, j que o animamos constantemente com nossas prprias conscincias. Somos - metaforicamente - como neurnios num crebro glocal, o que vale dizer, um crebro global e local ao mesmo tempo. E as sinapses que esse crebro produz so as informaes compartilhadas. Da se segue que o referido sistema tem tambm conscincia e sensibilidade. Esse o contexto que se apresenta diante de ns agora, repleto de transformaes e metamorfoses continuadas. Nesse sentido, a cibercultura e as realidades virtuais esto transformando radicalmente a nossa experincia psicossocial coletiva, ou seja, a forma como vivemos, nos comportamos, nos compreendemos e a prpria realidade. QUARESMA, Alexandre. Ciber-relaes societais. Sociologia. Ed. 70. So Paulo: Editora Escala. p. 28. (Fragmento adaptado) No trecho, o uso repetitivo do sim cumpre, principalmente, a funo de

Questão 51
2021Português

(UFU - 2021 - 1 fase)A esposa colrica, o escravo astuto, o jovem apaixonado sem dinheiro, a meretriz, o parasita social. Esses so alguns dos personagens mais notrios da comdia de Plauto, dramaturgo romano nascido no sculo III a.C., cuja obra est entre os textos literrios mais antigos preservados em latim. Pouco se sabe da vida de Tito Mcio Plauto (em latim, Titus Maccius Plautus). Sua biografia conhecida apenas por testemunhos indiretos. Ele teria nascido em Sarsina, na regio central italiana da mbria, por volta de 255 a.C. H registros de que foi para Roma ainda jovem, possivelmente para trabalhar em bastidores de teatro, e tornou-se ator. Perdeu todo o seu dinheiro em um empreendimento nutico malsucedido, o que o teria arruinado por completo e o forado escravido por dvida. Um texto do sculo II d.C. sugere ainda que Plauto comeou a escrever peas de teatro justamente para escapar da penria financeira. O que se conhece do dramaturgo sobrevive por meio de peas que escreveu. Ao todo, atualmente h 21 comdias de sua autoria. A produo de Plauto faz parte da chamada Comdia Nova Romana, ou comdia paliata. O gnero faz parte do perodo inicial da dramaturgia latina, entre os sculos III e II a.C. da repblica romana, um momento de florescimento cultural e literrio. TOLEDO, Carolina Rosseti de. O teatro do engano. Revista Pesquisa FAPESP. n. 216, fev. 2014. So Paulo: FAPESP. p. 78 (Fragmento adaptado) Assinale a alternativa que apresenta conjugaes verbais que, no contexto em que aparecem no trecho acima, validam a afirmao de que pouco se sabe sobre a vida de Tito Mcio Plauto.

Questão 52
2021Português

(UFU - 2021 - 1 fase)A gesto da emoo procura mitigar, minimizar ou at eliminar a inveja sabotadora e expandir e encorajar a inveja espelho. A inveja espelho definida como aquilo que uma pessoa no tem, mas gostaria de ter, e aquele que deseja cr que tem a capacidade para conquist-lo e se espelha em quem j conquistou para encorajar o prprio potencial. A inveja sabotadora definida como aquilo que algum no tem, mas ambiciona ter, e aquele que deseja cr que no tem capacidade para conquist-lo e procura sabotar quem j conquistou. A inveja espelho promove o desenvolvimento das famlias, das empresas, das cidades, do pas; a inveja sabotadora, ao contrrio, destri naes, corporaes, sociedades. CURY, Augusto. Gesto da emoo: tcnicas de coaching emocional para gerenciar a ansiedade, melhorar o desempenho pessoal e profissional e conquistar uma mente livre e criativa. So Paulo: Saraiva, 2015. p. 31 (Fragmento) Considerando-se o enunciado negritado no trecho, correto afirmar que os verbos que compem a sequncia verbal procura mitigar, minimizar ou at eliminar

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