(UNESP - 2017 - 1 FASE) Leia o soneto XLVI, de Cludio Manuel da Costa (1729-1789). No vs, Lise, brincar esse menino Com aquela avezinha? Estende o brao, Deixa-a fugir, mas apertando o lao, A condena outra vez ao seu destino. Nessa mesma figura, eu imagino, Tens minha liberdade, pois ao passo Que cuido que estou livre do embarao, Ento me prende mais meu desatino. Em um contnuo giro o pensamento Tanto a precipitar-me se encaminha, Que no vejo onde pare o meu tormento. Mas fora menos mal esta nsia minha, Se me faltasse a mim o entendimento, Como falta a razo a esta avezinha. (Domcio Proena Filho (org.). A poesia dos inconfidentes, 1996.) O tom predominante no soneto de
(UNESP - 2017/2 - 1 FASE) A veia satrica do poeta portugus Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) est bem exemplificada nos seguintes versos:
(UNESP - 2017 - 2 FASE) Sendo, pois, de duas espcies a virtude, intelectual e moral, a primeira gera-se e cresce graas ao ensino por isso requer experincia e tempo , enquanto a virtude moral adquirida em resultado do hbito. No , pois, por natureza, que as virtudes se geram em ns. Adquirimo-las pelo exerccio, como tambm sucede com as artes. As coisas que temos de aprender antes de poder faz-las, aprendemo-las fazendo; por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tocando esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperana, a bravura etc. Aristteles. tica a Nicmaco, 1991. Adaptado. Responda como a concepo de Aristteles sobre a origem das virtudes se diferencia de uma concepo inatista, para a qual as virtudes seriam anteriores experincia pessoal. Explique a importncia dessa concepo aristotlica no campo da educao.
(UNESP - 2017/2 - 2 fase - Questo 12) esse o sentido da famosa formulao do filsofo Kant sobre o imperativo categrico: Aja unicamente de acordo com uma mxima tal que voc possa querer que ela se torne uma lei universal. Isso agir de acordo com a humanidade, em vez de agir conforme o seu euzinho querido, e obedecer razo em vez de obedecer s suas tendncias ou aos seus interesses. Uma ao s boa se o princpio a que se submete (sua mxima) puder valer, de direito, para todos: agir moralmente agir de tal modo que voc possa desejar, sem contradio, que todo indivduo se submeta aos mesmos princpios que voc. No porque Deus existe que devo agir bem; porque devo agir bem que posso necessitar no para ser virtuoso, mas para escapar do desespero de crer em Deus. Mesmo se Deus no existir, mesmo se no houver nada depois da morte, isso no dispensar voc de cumprir com o seu dever, em outras palavras, de agir humanamente. Andr Comte-Sponville. Apresentao da filosofia, 2002. Adaptado. O conceito filosfico de imperativo categrico baseado no relativismo ou na universalidade moral? Justifique sua resposta. Explique o motivo pelo qual a tica kantiana dispensa justificativas de carter religioso.
(UNESP - 2017 - 2 fase-Questo 13) Leia a transcrio da notcia dada pela apresentadora de um programa de variedades da televiso brasileira. No fim de semana passado uma criana caiu dentro da jaula de um gorila no zoolgico de Cincinatti, nos Estados Unidos. Para salvar a criana, o animal foi morto com um tiro. [...] Apesar de trgico, o episdio trouxe tona o interesse pelo comportamento desses ancestrais que so to prximos dos humanos. http://g1.globo.com/fantstico, 05.06.2016. Na frase que encerra essa notcia, a apresentadora faz duas afirmaes: que os gorilas so ancestrais dos Humanos e que h proximidade entre essas espcies. A afirmao sobre os gorilas serem ancestrais dos humanos est correta? Justifique sua resposta, apresentando um argumento fundamentado na biologia evolutiva que indique se est certa ou se est errada. No que se refere segunda afirmao, explique, considerando os dados sobre parentesco gentico obtidos pela biologia molecular, o que significa dizer que essas duas espcies so prximas.
(UNESP - 2017/2 - 2 fase) Muitas das protenas que so secretadas pelas clulas passam por organelas citoplasmticas antes de serem enviadas para o meio exterior. Esta via de secreo inicia-se com o gene, contendo exons e introns, que transcrito no pr-RNAm. Este, por sua vez, sofre modificaes qumicas em um processo denominado splicing, at se transformar no RNAm, que transportado at o retculo endoplasmtico granular (REG), onde ocorre a traduo por ribossomos. A protena formada ento destinada organela X e, a partir desta, empacotada e enviada para fora da clula. A figura mostra as etapas desde a transcrio do gene at a secreo da protena por meio da via descrita. Referindo-se aos exons e introns, explique por que nem sempre possvel afirmar que a sequncia de aminocidos em uma protena corresponde integralmente sequncia de nucleotdeos do gene transcrito. Como denominada a organela X? Por que a protena sintetizada deve passar pela organela X antes de ser enviada ao meio exterior?
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Leia o soneto XLVI, de Cludio Manuel da Costa (1729-1789). No vs, Lise, brincar esse menino Com aquela avezinha? Estende o brao, Deixa-a fugir, mas apertando o lao, A condena outra vez ao seu destino. Nessa mesma figura, eu imagino, Tens minha liberdade, pois ao passo Que cuido que estou livre do embarao, Ento me prende mais meu desatino. Em um contnuo giro o pensamento Tanto a precipitar-me se encaminha, Que no vejo onde pare o meu tormento. Mas fora menos mal esta nsia minha, Se me faltasse a mim o entendimento, Como falta a razo a esta avezinha. (Domcio Proena Filho (org.).A poesia dos inconfidentes, 1996.) No soneto, o menino e a avezinha, mencionados na primeira estrofe, so comparados, respectivamente,
(UNESP - 2017/2 - 1 FASE) Desde j a cincia entra, portanto, no nosso domnio de romancistas, ns que somos agora analistas do homem, em sua ao individual e social. Continuamos, pelas nossas observaes e experincias, o trabalho do fisilogo que continuou o do fsico e o do qumico. Praticamos, de certa forma, a Psicologia cientfica, para completar a Fisiologia cientfica; e, para acabar a evoluo, temos to somente que trazer para nossos estudos sobre a natureza e o homem o instrumento decisivo do mtodo experimental. Em uma palavra, devemos trabalhar com os caracteres, as paixes, os fatos humanos e sociais, como o qumico e o fsico trabalham com os corpos brutos, como o fisilogo trabalha com os corpos vivos. O determinismo domina tudo. a investigao cientfica, o raciocnio experimental que combate, uma por uma, as hip- teses dos idealistas, e substitui os romances de pura imaginao pelos romances de observao e de experimentao. (mile Zola. O romance experimental, 1982. Adaptado.) Depreendem-se do comentrio do escritor francs mile Zola preceitos que orientam a corrente literria
(UNESP - 2017/2 - 2 fase) O teste de tolerncia glicose (GTT) consiste em jejum de 12 horas, ao final do qual o paciente ingere uma carga excessiva de glicose em dose proporcional ao peso corpreo. Ao mesmo tempo, obtm-se uma amostra de sangue para a determinao da glicemia inicial. A seguir, so coletadas amostras sucessivas, a cada 30 minutos, para a determinao da glicemia. Dessa forma, obtm-se, ao longo do tempo, uma curva da variao da glicemia. O grfico mostra as curvas do GTT de trs indivduos: um normal, outro com rpida absoro intestinal de carboidratos e outro portador de doena heptica. Esta doena no afeta a produo normal dos hormnios que controlam a glicemia, mas provoca lentido no funcionamento dos mecanismos de controle da glicemia pelo fgado. Qual o hormnio responsvel pela reduo da glicemia durante o GTT e qual dos trs indivduos apresentou maior liberao desse hormnio durante o teste? Como as clulas do corpo reagem sob a ao desse hormnio? Que mecanismo de controle da glicemia foi afetado no fgado do doente e que causa lenta reduo da glicose sangunea ao longo do tempo?
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Os parnasianos brasileiros se distinguem dos romnticos pela atenuao da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausncia quase completa de interesse poltico no contexto da obra e pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expresso de tipo plstico. (Antonio Candido. Iniciao literatura brasileira, 2010. Adaptado.) A referida atenuao da subjetividade e do sentimentalismo est bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano Alberto de Oliveira (1859-1937):
(UNESP - 2017/2 - 1FASE) Leia o trecho extrado do artigo Cosmologia, 100, de Antonio Augusto Passos Videira e Cssio Leite Vieira Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, rdua e sinuosa. A frase que tem algo da essncia do hoje clssico A estrada no percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost (1874-1963) est em um artigo cientfico publicado h cem anos, cujo teor constitui um marco histrico da civilizao. Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mo com tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o Universo. A faanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955). Ao terminar aquele artigo de 1917, o fsico de origem alem escreveu a um colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser internado em um hospcio. Mais tarde, referiu-se ao arcabouo terico que havia construdo como um castelo alto no ar. O Universo que saltou dos clculos de Einstein tinha trs caractersticas bsicas: era finito, sem fronteiras e esttico o derradeiro trao alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas dcadas seguintes. Em Consideraes Cosmolgicas na Teoria da Relatividade Geral, publicado em fevereiro de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Cincias, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema terico j classificado como a maior contribuio intelectual de uma s pessoa cultura humana. Esse bloco matemtico impenetrvel (mesmo para fsicos) nada mais do que uma teoria que explica os fenmenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matria. Com a introduo da relatividade geral, a teoria da gravitao do fsico britnico Isaac Newton (1642-1727) passou a ser um caso especfico da primeira, para situaes em que massas so bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos muito inferior da luz no vcuo (300 mil km/s). Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia, Teoria da Relatividade Especial e Geral, na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condies, o espao pode encurtar, e o tempo, dilatar. Tamanho esforo intelectual e total entrega ao raciocnio cobraram seu pedgio: Einstein adoeceu, com problemas no fgado, ictercia e lcera. Seguiu debilitado at o final daquela dcada. Se deslocados de sua poca, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora da reta. Porm, a historiadora da cincia britnica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de cosmologias, de vises globais sobre temas cientficos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do gelogo alemo Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma viso cosmolgica da Terra. Fara d a entender que vrias reas da cincia, naquele incio de sculo, passaram a olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipteses em outros campos do conhecimento. Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado. Ao escrever a seu colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser internado em um hospcio (3pargrafo), Einstein reconhece, em relao ao artigo de 1917, seu carter
(UNESP - 2017/2 - 1FASE) Leia o trecho extrado do artigo Cosmologia, 100, de Antonio Augusto Passos Videira e Cssio Leite Vieira Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, rdua e sinuosa. A frase que tem algo da essncia do hoje clssico A estrada no percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost (1874-1963) est em um artigo cientfico publicado h cem anos, cujo teor constitui um marco histrico da civilizao. Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mo com tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o Universo. A faanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955). Ao terminar aquele artigo de 1917, o fsico de origem alem escreveu a um colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser internado em um hospcio. Mais tarde, referiu-se ao arcabouo terico que havia construdo como um castelo alto no ar. O Universo que saltou dos clculos de Einstein tinha trs caractersticas bsicas: era finito, sem fronteiras e esttico o derradeiro trao alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas dcadas seguintes. Em Consideraes Cosmolgicas na Teoria da Relatividade Geral, publicado em fevereiro de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Cincias, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema terico j classificado como a maior contribuio intelectual de uma s pessoa cultura humana. Esse bloco matemtico impenetrvel (mesmo para fsicos) nada mais do que uma teoria que explica os fenmenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matria. Com a introduo da relatividade geral, a teoria da gravitao do fsico britnico Isaac Newton (1642-1727) passou a ser um caso especfico da primeira, para situaes em que massas so bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos muito inferior da luz no vcuo (300 mil km/s). Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia, Teoria da Relatividade Especial e Geral, na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condies, o espao pode encurtar, e o tempo, dilatar. Tamanho esforo intelectual e total entrega ao raciocnio cobraram seu pedgio: Einstein adoeceu, com problemas no fgado, ictercia e lcera. Seguiu debilitado at o final daquela dcada. Se deslocados de sua poca, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora da reta. Porm, a historiadora da cincia britnica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de cosmologias, de vises globais sobre temas cientficos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do gelogo alemo Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma viso cosmolgica da Terra. Fara d a entender que vrias reas da cincia, naquele incio de sculo, passaram a olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipteses em outros campos do conhecimento. Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado. Em Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, rdua e sinuosa. (1o pargrafo), o termo destacado exerce a mesma funo sinttica do trecho destacado em:
(UNESP - 2017/2 - 2 fase) Em uma ilha isolada, havia uma populao de roedores cuja cor da pelagem era determinada pelos alelos Ae aO alelo dominante determinava pelagem escura e o alelo recessivo determinava pelagem clara. A proporo genotpica para cada 100indivduos era de 50homozigotos recessivos, 30homozigotos dominantes e 20heterozigotos. Um terremoto local separou a ilha em duas pores de terra, uma maior e outra menor, e cada uma ficou com a metade da populao inicial de roedores, sem que houvesse fluxo de animais entre as pores. Casualmente, na poro menor, no havia roedores de pelagem clara e as condies ambientais mudaram drasticamente. Uma gerao depois, nasceram inmeros roedores de pelagem clara nessa ilha. Aps dcadas, bilogos constataram que a populao da ilha menor constitua uma nova espcie. Qual a frequncia do alelo recessivo na populao da ilha antes do terremoto? Por que, uma gerao depois, nasceram inmeros roedores de pelagem clara na ilha menor? Explique como a seleo natural contribuiu para a formao da nova espcie de roedores na ilha menor.
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Leia o excerto do livroViolncia urbana, de Paulo Srgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida. De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. noite, no saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, no pare em sinal vermelho. Se for assaltado, no reaja entregue tudo. provvel que voc j esteja exausto de ler e ouvir vrias dessas recomendaes. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noes de segurana e de vida comunitria foram substitudas pelo sentimento de insegurana e pelo isolamento que o medo impe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido encarado como ameaa. O sentimento de insegurana transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participao coletiva, as moradias e os espaos pblicos transformam-se em palco do horror, do pnico e do medo. A violncia urbana subverte e desvirtua a funo das cidades, drena recursos pblicos j escassos, ceifa vidas especialmente as dos jovens e dos mais pobres , Dilacera famlias, modificando nossas existncias dramaticamente para pior. De potenciais cidados, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurana e pnico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mdia eletrnica? Qual tarefa impe-se aos cidados, na democracia e no Estado de direito? (Violncia urbana,2003.) O modo de organizao do discurso predominante no excerto
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Leia o excerto do livro Violncia urbana, de Paulo Srgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida. De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. noite, no saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, no pare em sinal vermelho. Se for assaltado, no reaja entregue tudo. provvel que voc j esteja exausto de ler e ouvir vrias dessas recomendaes. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noes de segurana e de vida comunitria foram substitudas pelo sentimento de insegurana e pelo isolamento que o medo impe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido encarado como ameaa. O sentimento de insegurana transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participao coletiva, as moradias e os espaos pblicos transformam-se em palco do horror, do pnico e do medo. A violncia urbana subverte e desvirtua a funo das cidades, drena recursos pblicos j escassos, ceifa vidas especialmente as dos jovens e dos mais pobres , Dilacera famlias, modificando nossas existncias dramaticamente para pior. De potenciais cidados, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurana e pnico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mdia eletrnica? Qual tarefa impe-se aos cidados, na democracia e no Estado de direito? (Violncia urbana, 2003.) O trecho As noes de segurana e de vida comunitria foram substitudas pelo sentimento de insegurana e pelo isolamento que o medo impe. (2 pargrafo) foi construdo na voz passiva. Ao se adaptar tal trecho para a voz ativa, a locuo verbal foram substitudas assume a seguinte forma: