(UNESP - 2017 - 1 FASE) Em maio deste ano, a divulgao do vdeo de uma moa desacordada, vtima de um estupro coletivo, provocou grande indignao na populao. Num primeiro momento, prevaleceu a revolta diante da barbrie e a percepo de que o machismo, base da chamada cultura do estupro, persiste na sociedade. Passado o primeiro momento, as opinies divergentes comearam a surgir. Entre os que no veem o machismo como propulsor de crimes desse tipo esto aqueles (e aquelas!) que consideraram os autores do ato uns monstros, o que faz do episdio um caso isolado, perpetrado por pessoas ms. Houve quem analisasse o fato do ponto de vista da psicologia, sugerindo que, num estupro coletivo, o que importa o grupo, no a mulher (como ocorre nos trotes contra calouros e na agresso entre torcidas de futebol). Mais uma vez, temos uma reflexo que se prope explicar os fatos luz do indivduo e seu psiquismo. Outros deslocam o problema para as classes sociais menos favorecidas. So os que costumam ficar horrorizados com a existncia de favelas, ambientes onde meninas danam com pouca roupa ao som das letras machistas do funk. (Thas Nicoleti. Discursos em torno da cultura do estupro. www.uol.com.br, 09.06.2016. Adaptado.) Considerando o conjunto dos argumentos mobilizados no texto para explicar a violncia contra a mulher na sociedade atual, correto afirmar que
(UNESP - 2017/2 - 1a fase) Texto 1 Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades bsicas atendidas, nunca uma porcentagem to alta da populao mundial viveu fora da misria uma vitria espetacular, num planeta com 7 bilhes de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca tantos tiveram tanta educao nem tanto acesso sade. Jos Roberto Guzzo. Um mundo de angstias. Veja, 25.01.2017. Texto 2 Mais sbrio e talvez mais pessimista olhar para quanto cada grupo se apropriou do crescimento total: os 10% mais ricos da populao global se apropriaram de 60% de todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de populao melhorou de vida, verdade, mas o que esse dado demonstra que poderia ter melhorado muito mais se o resultado do crescimento no terminasse to concentrado nas mos dos ricos. O que est em jogo mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os estados nacionais perdem fora. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade uma ameaa democracia. Marcelo Medeiros. O mundo o lugar mais desigual do mundo. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado. O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Quando estou dentro do cinema, tudo me parece perfeito, como se eu estivesse dentro de uma mquina de sensaes programadas. Mergulho em suspense, em medo, em vinganas sem-fim, tudo narrado como uma ventania, como uma tempestade de planos curtos, tudo tocado por orquestras sinfnicas plagiando Beethoven ou Ravel para cenas romnticas, Stravinski para violncias e guerras. No h um s minuto sem msica, tudo feito para no desgrudarmos os olhos da tela. A eficincia tcnica me faz percorrer milhares de anos-luz de emoes e aventuras aterrorizantes, que nos exaurem como se fssemos personagens, que nos fazem em pedaos espalhados pela sala, junto com os copos de Coca-Cola e sacos de pipocas. Somos pipocas nesses filmes. (Arnaldo Jabor. A guerra das estrelas. O Estado de S.Paulo, 18.11.2014. Adaptado.) Esse texto pode ser corretamente considerado
(UNESP - 2017/2 - 1FASE) Folha Qual a sua maior preocupao com o DSM-5 (Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais, conhecido como a bblia da psiquiatria)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais? Allen Frances O DSM-5 expandiu ainda mais o que j era um sistema de diagnstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulso alimentar; ataques de birras de crianas podem se tornar transtorno do temperamento irregular; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianas normais so diagnosticadas com dficit de ateno e hiperatividade Folha Qual a influncia que as grandes farmacuticas exercem nessa tendncia? Allen Frances As multinacionais farmacuticas no tm qualquer influncia direta sobre as decises do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquitricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacuticas sejam as responsveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do dficit de ateno e hiperatividade) e transtorno bipolar. (Cludia Colucci. Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz psiquiatra.www.folha.uol.com.br, 11.09.2016.) De acordo com o texto,
(UNESP - 2017 - 1 FASE) O alvo dos ataques extremistas o Iluminismo. E a melhor defesa o prprio Iluminismo. Por mais que seus valores estejam sendo atacados por elementos como os fundamentalistas americanos e o islamismo radical, isto , pela religio organizada, o Iluminismo continua sendo a fora intelectual e cultural dominante no Ocidente. O Iluminismo continua oferecendo uma arma contra o fanatismo. Estas palavras do historiador britnico Anthony Pagden chegam em um momento em que algumas foras insistem em dinamitar a herana do Sculo das Luzes. O Iluminismo um projeto importante e em incessante evoluo. Proporciona uma imagem de um mundo capaz tanto de alcanar certo grau de universalidade quanto de libertar-se das restries do tipo de normas morais oferecidas pelas comunidades religiosas e suas anlogas ideologias laicas: o comunismo, o fascismo e, agora, inclusive, o comunitarismo, afirma Pagden. (Winston Manrique Sabogal. O Iluminismo continua oferecendo uma arma contra o fanatismo. www.unisinos.br. Adaptado.) No texto, o Iluminismo entendido como
(UNESP - 2017 - 1 FASE) A genuna e prpria filosofia comea no Ocidente. S no Ocidente se ergue a liberdade da autoconscincia. No esplendor do Oriente desaparece o indivduo; s no Ocidente a luz se torna a lmpada do pensamento que se ilumina a si prpria, criando por si o seu mundo. Que um povo se reconhea livre, eis o que constitui o seu ser, o princpio de toda a sua vida moral e civil. Temos a noo do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade pessoal a sua condio fundamental, e de que ns, por conseguinte, no podemos ser escravos. O estar s ordens de outro no constitui o nosso ser essencial, mas sim o no ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da verdadeira e prpria filosofia. (Hegel. Esttica, 2000. Adaptado.) De acordo com o texto de Hegel, a filosofia
(UNESP - 2017/2 - 1 FASE) Concentrao e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua prpria manifestao. Se no fossem camuflados, provocariam resistncias. Por isso, precisa ser mantida a iluso e, em certa medida, at a realidade de uma realizao individual. Por pseudo-individuao entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparncia de livre-escolha. A padronizao musical mantm os indivduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuao, por sua vez, os mantm enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam j sempre escutado por eles, pr-digerido. (Theodor Adorno. Sobre msica popular. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.) Em termos filosficos, a pseudo-individuao um conceito
(UNESP - 2017/2 - 1a fase) Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela no formule juzo algum a no ser a respeito das coisas que lhe so claras e distintamente representadas pelo entendimento, no pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepo clara e distinta , com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, no pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, no pode ser causa de equvoco algum; e, por conseguinte, necessrio concluir que uma tal concepo ou um tal juzo verdadeiro. (Ren Descartes. Vida e Obra. Os pensadores, 2000.) Sobre o racionalismo cartesiano, correto afirmar que
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo que temos ou representamos. Pois, o que algum para si mesmo, o que o acompanha na solido e ningum lhe pode dar ou retirar, manifestamente mais essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solido, consegue se divertir primorosamente com seus prprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude continuamente de sociedades, espetculos, passeios e festas, no consegue afugentar o tdio que o martiriza. (Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.) Com base no texto, correto afirmar que a tica de Schopenhauer
(Unesp 2017) A espectroscopia de emissão com plasma induzido por laser (Libs, na sigla em inglês) é a tecnologia usada pelo robô Curiosity, da Nasa, em Marte, para verificação de elementos como ferro, carbono e alumínio nas rochas marcianas. Um equipamento semelhante foi desenvolvido na Embrapa Instrumentação, localizada em São Carlos, no interior paulista. No robô, um laser pulsado incide em amostras de folhas ou do solo e um conjunto de lentes instaladas no equipamento e focadas em um espectrômetro possibilita identificar os elementos químicos que compõem o material. Pesquisa Fapesp, janeiro de 2014. Adaptado. Incidindo-se o laser pulsado em amostras de folhas, certamente será identificado, por meio do espectrômetro, o elemento químico fósforo, que compõe as moléculas de
(UNESP - 2017 - 1 FASE)O quadro apresenta alguns dos sinais clnicos que ajudam a distinguir os casos de dengue, de zika e de chikungunya. As diferenas no quadro clnico de cada uma dessas doenas devem-se
(UNESP- 2017/2 - 1a fase)A lontra-marinha uma predadora considerada espcie-chave no Pacfico Norte. Ela se alimenta de ourios-do-mar que, por sua vez, consomem principalmente algas marinhas. Um estudo realizado por mais de 25 anos apontou a evoluo da densidade populacional de ourios-do-mar e algas marinhas. Segundo os pesquisadores, as variaes observadas nos grficos so justificadas pela alterao do nmero de lontras-marinhas na regio estudada. O grfico que melhor representa a variao do nmero de lontras-marinhas ao longo do tempo
(UNESP - 2017 - 1 FASE) Em uma matria sobre o papel das plantas na reduo da concentrao atmosfrica dos gases do efeito estufa, consta a seguinte informao: O vegetal arranca o carbono, que o C do CO2para usar de matria-prima para o seu tronco, e devolve para a atmosfera o O2ou seja, oxignio. (Superinteressante, maio de 2016. Adaptado.) Tal informao refere-se
(UNESP - 2017/2 - 1a fase)Os elementos qumicos hidrognio e oxignio esto presentes em todos os seres vivos. A combinao destes elementos pode formar a gua, fundamental para a vida, assim como a gua oxigenada, txica para as clulas. As equaes qumicas a seguir so exemplos de reaes que ocorrem em seres vivos e que envolvem os elementos hidrognio e oxignio. 1. gua oxignio + ons de hidrognio 2. gua oxigenada gua + gs oxignio 3. oxignio + ons de hidrognio gua As reaes qumicas 1, 2 e 3 ocorrem, respectivamente, em
(UNESP - 2017 - 1 FASE)As chamadas Doenas Sexualmente Transmissveis (DSTs) tambm so transmitidas por outras vias, alm da relao sexual. O quadro apresenta algumas DSTs. Suponha que Jlio adquiriu uma DST atravs de transfuso sangunea, que Paulo adquiriu uma DST ainda no ventre materno e que Adriano teve uma DST que s se adquire por relao sexual. As DSTs de Jlio, Paulo e Adriano podem ser, respectivamente,