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Questões de Português - UNICAMP | Gabarito e resoluções

Questão 12
2011Português

(UNICAMP - 2011) Pensando nos pares amorosos, j se afirmou que h nO cortio um pouco de Iracema coada pelo Naturalismo. (Antonio Candido, De cortio em cortio, em O discurso e a cidade. So Paulo: Duas Cidades, 1993, p.142.) Partindo desse comentrio, leia o trecho abaixo e responda s questes. O chorado arrastava-os a todos, despoticamente, desesperando aos que no sabiam danar. Mas, ningum como a Rita; s ela, s aquele demnio, tinha o mgico segredo daqueles movimentos de cobra amaldioada; aqueles requebros que no podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada, harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante. (...) Naquela mulata estava o grande mistrio, a sntese das impresses que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se no torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o acar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traioeira, a lagarta viscosa, a murioca doida, que esvoaava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picandolhe as artrias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela msica feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescncia afrodisaca. Isto era o que Jernimo sentia, mas o que o tonto no podia conceber. De todas as impresses daquele resto de domingo s lhe ficou no esprito o entorpecimento de uma desconhecida embriaguez, no de vinho, mas de mel chuchurreado no clice de flores americanas, dessas muito alvas, cheirosas e midas, que ele na fazenda via debruadas confidencialmente sobre os limosos pntanos sombrios, onde as oiticicas trescalam um aroma que entristece de saudade. (...) E ela s foi ter com ele, levando-lhe a chvena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores; assentou-se ao rebordo da cama e, segurando com uma das mos o pires, e com a outra a xcara, ajudava-o a beber, gole por gole, enquanto seus olhos o acarinhavam, cintilantes de impacincia no antegozo daquele primeiro enlace. Depois, atirou fora a saia e, s de camisa, lanou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doido. (Alusio Azevedo, O Cortio. Fico Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 498 e 581.) a) Na descrio acima, identifique dois aspectos que permitem aproximar Rita Baiana de Iracema, mostrando os limites dessa semelhana. b) Identifique uma semelhana e uma diferena entre Jernimo e Martim.

Questão 1
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 1) Nessa propaganda do dicionrio Aurlio, a expresso bom pra burro polissmica, e remete a uma representao de dicionrio. a) Qual essa representao? Ela adequada ou inadequada? Justifique. b) Explique como o uso da expresso bom pra burro produz humor nessa propaganda.

Questão 2
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 2) Nessa tirinha da famosa Mafalda do argentino Quino, o humor construdo fundamentalmente por um produtivo jogo de referncia. a) Explicite como o termo estrangeiro entendido pela personagem Mafalda e pelo personagem Manolito. b) Identifique duas palavras que, nessa tirinha, contribuem para a construo desse jogo de referncia, explicando o papel delas.

Questão 3
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 3) Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem transformados, capazes de dar valor ao que realmente importa, observa a sociloga Bianca Freire-Medeiros, autora da pesquisa Para ver os pobres: a construo da favela carioca como destino turstico. Ao mesmo tempo, as vantagens, os confortos e os benefcios do lar so reforados por meio da exposio diferena e escassez. Em um interessante paradoxo, o contato em primeira mo com aqueles a quem vrios bens de consumo ainda so inacessveis garante aos turistas seu aperfeioamento como consumidores. No geral, o turista visto como rude, grosseiro, invasivo, pouco interessado na vida da comunidade, preferindo visitar o espao como se visita um zoolgico e decidido a gastar o mnimo e levar o mximo. Conforme relata um guia, O turismo na favela um pouco invasivo, sabe? Porque voc anda naquelas ruelas apertadas e as pessoas deixam as janelas abertas. E tem turista que no tem desconfimetro: mete o caro dentro da casa das pessoas! Isso realmente desagradvel. J aconteceu com outro guia. A moradora estava cozinhando e o fogo dela era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a mo pela janela e abriu a tampa da panela. Ela ficou uma fera. A bateu na mo dele. (Adaptado de Carlos Haag, Laje cheia de turista. Como funcionam os tours pelas favelas cariocas. Pesquisa FAPESP no . 165, 2009, p.90-93.) a) Explique o que o autor identifica como um interessante paradoxo. b) O trecho em itlico, que reproduz em discurso direto a fala do guia, contm marcas tpicas da linguagem coloquial oral. Reescreva a passagem em discurso indireto, adequando-a linguagem escrita formal.

Questão 4
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 4) Nessa propaganda, h uma interessante articulao entre palavras e imagens. a) Explique como as imagens ajudam a estabelecer as relaes metafricas no enunciado Mesmo que o globo fosse quadrado, O GLOBO seria avanado. b) Indique uma caracterstica atribuda pela propaganda ao produto anunciado. Justifique.

Questão 5
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 5) a) Qual o pressuposto da personagem que defende o acordo ortogrfico entre os pases de lngua portuguesa? Por que esse pressuposto inadequado? b) Explique como, na tira ao lado, esse pressuposto quebrado.

Questão 6
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 6) A propaganda abaixo explora a expresso idiomtica no leve gato por lebre para construir a imagem de seu produto: a) Explique a expresso idiomtica por meio de duas parfrases. b) Mostre como a dupla ocorrncia de BOM BRIL no slogan S BOM BRIL BOM BRIL, aliada expresso idiomtica, constri a imagem do produto anunciado.

Questão 7
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 7) No excerto abaixo, o romance Iracema aproximado da narrativa bblica: Em Iracema, (...) a paisagem do Cear fornece o cenrio ednico para uma adaptao do mito da Gnese. Alencar aproveitou at o mximo as similaridades entre as tradies indgenas e a mitologia bblica (...). Seu romance indianista (...) resumia a narrativa do casamento inter-racial, porm (...) dentro de um quadro estrutural pseudo-histrico mais sofisticado, derivado de todo um complexo de mitos bblicos, desde a Queda Ednica ao nascimento de um novo redentor. (David Treece, Exilados, aliados, rebeldes: o movimento indianista, a poltica indigenista e o Estado-Nao imperial. So Paulo: Nankin/Edusp, 2008: p. 226, 258-259.) Partindo desse comentrio, responda s questes: a) Que associao se pode estabelecer entre os protagonistas do romance e o mito da Queda com a consequente expulso do Paraso? b) Qual personagem poderia ser associada ao novo redentor? Por qu?

Questão 8
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 8) Leia o seguinte comentrio a respeito de O Cortio, de Alusio Azevedo: Com efeito, o que h n O Cortio so formas primitivas de amealhamento*, a partir de muito pouco ou quase nada, exigindo uma espcie de rigoroso ascetismo inicial e a aceitao de modalidades diretas e brutais de explorao, incluindo o furto (...) como forma de ganho e a transformao da mulher escrava em companheira-mquina. (...) Alusio foi, salvo erro meu, o primeiro dos nossos romancistas a descrever minuciosamente o mecanismo de formao da riqueza individual. (...) N O Cortio [o dinheiro] se torna implicitamente objeto central da narrativa, cujo ritmo acaba se ajustando ao ritmo da sua acumulao, tomada pela primeira vez no Brasil como eixo da composio ficcional. (Antonio Candido, De cortio a cortio. In: O discurso e a cidade. So Paulo: Duas Cidades, 1993, p. 129-3.) *amealhar: acumular (riqueza), juntar (dinheiro) aos poucos a) Explique a que se referem o rigoroso ascetismo inicial da personagem em questo e as modalidades diretas e brutais de explorao que ela emprega. b) Identifique a mulher escrava e o modo como se d sua transformao em companheira-mquina.

Questão 9
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 9) O excerto abaixo, de Vidas Secas, trata da personagem sinha Vitria: Calada naquilo, trpega, mexia-se como um papagaio, era ridcula. Sinha Vitria ofendera-se gravemente com a comparao, e se no fosse o respeito que Fabiano lhe inspirava, teria despropositado. Efetivamente os sapatos apertavam-lhe os dedos, faziam-lhe calos. Equilibrava-se mal, tropeava, manquejava, trepada nos saltos de meio palmo. Devia ser ridcula, mas a opinio de Fabiano entristecera-a muito. Desfeitas essas nuvens, curtidos os dissabores, a cama de novo lhe aparecera no horizonte acanhado. Agora pensava nela de mau humor. Julgava-a inatingvel e misturava-a s obrigaes da casa. (...) Um mormao levantava-se da terra queimada. Estremeceu lembrando-se da seca (...). Diligenciou afastar a recordao, temendo que ela virasse realidade. (...) Agachou-se, atiou o fogo, apanhou uma brasa com a colher, acendeu o cachimbo, ps-se a chupar o canudo de taquari cheio de sarro. Jogou longe uma cusparada, que passou por cima da janela e foi cair no terreiro. Preparou-se para cuspir novamente. Por uma extravagante associao, relacionou esse ato com a lembrana da cama. Se o cuspo alcanasse o terreiro, a cama seria comprada antes do fim do ano. Encheu a boca de saliva, inclinou-se e no conseguiu o que esperava. Fez vrias tentativas, inutilmente. (...) Olhou de novo os ps espalmados. Efetivamente no se acostumava a calar sapatos, mas o remoque de Fabiano molestara-a. Ps de papagaio. Isso mesmo, sem dvida, matuto anda assim. Para que fazer vergonha gente? Arreliava-se com a comparao. Pobre do papagaio. Viajara com ela, na gaiola que balanava em cima do ba de folha. Gaguejava: - Meu louro. Era o que sabia dizer. Fora isso, aboiava arremedando Fabiano e latia como Baleia. Coitado. Sinha Vitria nem queria lembrar-se daquilo. (Graciliano Ramos, Vidas secas. Rio de Janeiro/So Paulo: Record, 2007, p.41-43.) a) Por que a comparao feita por Fabiano incomoda tanto sinha Vitria? Que lembrana evoca? b) Tendo em vista a condio e a trajetria de sinha Vitria, justifique a ironia contida no nome da personagem. Que outra personagem referida no excerto acima tambm revela uma ironia no nome?

Questão 10
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 10) O poeta Vinicius de Moraes, apesar de modernista, explorou formas clssicas como o soneto abaixo, em versos alexandrinos (12 slabas) rimados: Soneto da intimidade Nas tardes de fazenda h muito azul demais. Eu saio s vezes, sigo pelo pasto, agora Mastigando um capim, o peito nu de fora No pijama irreal de h trs anos atrs. Deso o rio no vau dos pequenos canais Para ir beber na fonte a gua fria e sonora E se encontro no mato o rubro de uma amora Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais. Fico ali respirando o cheiro bom do estrume Entre as vacas e os bois que me olham sem cime E quando por acaso uma mijada ferve Seguida de um olhar no sem malcia e verve Ns todos, animais, sem comoo nenhuma Mijamos em comum numa festa de espuma. (Vinicius de Moraes, Antologia potica. So Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 86.) a) Essa forma clssica tradicionalmente exigiu tema e linguagem elevados. O Soneto da intimidade atende a essa exigncia? Justifique. b) Como os quartetos anunciam a identificao do eu lrico com os animais? Como os tercetos a confirmam?

Questão 11
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 11) Leia o trecho abaixo de A cidade e as serras: Sabes o que eu estava pensando, Jacinto?... Que te aconteceu aquela lenda de Santo Ambrsio... No, no era Santo Ambrsio... No me lembra o santo. Ainda no era mesmo santo, apenas um cavaleiro pecador, que se enamorara de uma mulher, pusera toda a sua alma nessa mulher, s por a avistar a distncia na rua. Depois, uma tarde que a seguia, enlevado, ela entrou num portal de igreja, e a, de repente, ergueu o vu, entreabriu o vestido, e mostrou ao pobre cavaleiro o seio rodo por uma chaga! Tu tambm andavas namorado da serra, sem a conhecer, s pela sua beleza de vero. E a serra, hoje, zs! de repente, descobre a sua grande chaga... talvez a tua preparao para S. Jacinto. (Ea de Queirs, As cidades e as serras. So Paulo: Ateli Editorial, 2007, p. 252.) a) Explique a comparao feita por Z Fernandes. Especifique a que chaga ele se refere. b) Que significado a descoberta dessa chaga tem para Jacinto e para a compreenso do romance?

Questão 12
2010Português

(UNICAMP - 2010 - 2 fase - Questo 12) Leia o trecho abaixo, do captulo As luzes do carrossel, de Capites da Areia: O sertanejo trepou no carrossel, deu corda na pianola e comeou a msica de uma valsa antiga. O rosto sombrio de Volta Seca se abria num sorriso. Espiava a pianola, espiava os meninos envoltos em alegria. Escutavam religiosamente aquela msica que saa do bojo do carrossel na magia da noite da cidade da Bahia s para os ouvidos aventureiros e pobres dos Capites da Areia. Todos estavam silenciosos. Um operrio que vinha pela rua, vendo a aglomerao de meninos na praa, veio para o lado deles. E ficou tambm parado, escutando a velha msica. Ento a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no cu, o mar ficou de todo manso (talvez que Iemanj tivesse vindo tambm ouvir a msica) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisveis cavalos os Capites da Areia. Nesse momento de msica eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da msica. Volta Seca no pensava com certeza em Lampio nesse momento. Pedro Bala no pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos so todos belos. Porque a msica saa do bojo do velho carrossel s para eles e para o operrio que parara. E era uma valsa velha e triste, j esquecida por todos os homens da cidade. (Jorge Amado, Capites da Areia. So Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 68.) a) De que modo esse captulo estabelece um contraste com os demais do romance? Quais so os elementos desse contraste? b) Qual a relao de tal contraste com o tema do livro?

Questão 1
2009Português

(UNICAMP - 2009 - 2 FASE - Questo 1) Leia os seguintes artigos do Captulo VIII do novo Cdigo Civil (Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002): Art. 1.548. nulo o casamento contrado: I pelo enfermo mental sem o necessrio discernimento para os atos da vida civil; II por infringncia de impedimento. (...) Art. 1.550. anulvel o casamento: I de quem no completou a idade mnima para casar; (...) VI por incompetncia da autoridade celebrante. a) Os enunciados que introduzem os artigos 1.548 e 1.550 tm sentido diferente. Explique essa diferena, comparando, do ponto de vista morfolgico, as palavras nulo e anulvel. b) Segundo o Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa (2001), infringncia vem de infringir (violar, transgredir, desrespeitar) + ncia. Compare o processo de formao dessa palavra com o de incompetncia, indicando eventuais diferenas e semelhanas.

Questão 2
2009Português

(UNICAMP - 2009 - 2 FASE - Questo 2) Reportagem da Folha de So Paulo informa que o presidente do Brasil assinou decreto estabelecendo prazos para o pas colocar em prtica o Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa, que unifica a ortografia nos pases de lngua portuguesa. Na matria, o seguinte quadro comparativo mostra alteraes na ortografia estabelecidas em diferentes datas: Sobre o acordo, a reportagem ainda informa: As regras do Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa, que entram em vigor no Brasil a partir de janeiro de 2009, vo afetar principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hfen. Cuidado: segundo elas, voc no poder mais dizer que foi mordido por uma jibia, e sim por uma jiboia. (...) (Adaptado de E. Simes, Que lngua essa?. Folha de S.Paulo, Ilustrada, p. 1, 28/09/2008.) a) O excerto acima supe que alteraes ortogrficas modifiquem o modo de falar uma lngua. Mostre a palavra utilizada que permite essa interpretao. Levando-se em considerao o quadro comparativo das mudanas ortogrficas e a suposio expressa no excerto, explique o equvoco dessa suposio. Ainda sobre a reforma ortogrfica, Diogo Mainardi escreveu o seguinte: Eu sou um ardoroso defensor da reforma ortogrfica. A perspectiva de ser lido em Bafat, no interior da Guin-Bissau, da mesma maneira que sou lido em Carinhanha, no interior da Bahia, me enche de entusiasmo. Eu sempre soube que a maior barreira para o meu sucesso em Bafat era o C mudo [como em facto na ortografia de Portugal] (...) (D. Mainardi, Uma reforma mais radical. Revista VEJA, p. 129, 8/10/2008.) b) O excerto acima apresenta uma ironia. Em que consiste essa ironia? Justifique.