(Puccamp 2017)
É interessante notar como, em Machado de Assis, se aliavam e se irmanavam a superioridade de espírito, a maior liberdade interior e um marcado convencionalismo. Dois termos que se repelem, pensador e burocrata, são os que melhor o exprimem. Entre Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, a vida nacional passara pelas profundas modificações da Abolição e da República.
− Que pensa de tudo isso Machado de Assis? indagava Eça de Queirós.
À queda da Monarquia, disse Machado no seu gabinete de burocrata, diante da conveniência de tirar da parede o retrato do imperador:
− Entrou aqui por uma portaria, só sairá por outra portaria.
Era o que tinha a dizer aos republicanos, atônitos com esse acatamento ao ato de um regime findo.
Adaptado de: PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis. 6. ed. rev., Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988, p. 208
De acordo com o texto, na segunda metade do século XIX, ocorreram profundas transformações econômicas e sociais no Brasil.
Sobre este tema é correto afirmar que
o abolicionismo, a imigração e o processo de transformações proporcionadas pela cafeicultura, num contexto mundial de expansão capitalista, selaram a sorte da escravidão.
a abolição alterou profundamente as formas de produção agrícola, uma vez que possibilitou o estabelecimento das bases do trabalho livre e assalariado em todo o país.
os movimentos abolicionistas receberam apoio da Igreja Católica, em especial dos padres templários, e foram idealizados por homens livres, desvinculados de tradições locais.
a incipiente industrialização, a exigência de indenização pelos proprietários e a ineficiente política brasileira de substituição da mão de obra retardaram o fim da escravidão.
a abolição progressiva da escravidão e o movimento republicano contribuíram para a instalação da indústria de bens de consumo e para a urbanização da região Sudeste.