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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(Puccamp 2017)(...) o romantismo no Brasil não foi

(Puccamp 2017)

(...) o romantismo no Brasil não foi apenas um projeto estético, mas também um movimento cultural e político, profundamente ligado ao nacionalismo. Diferente do movimento alemão de finais do século XIX, tão bem descrito por Norbert Elias, o nacionalismo brasileiro, pintado com as cores do lugar, partiu sobretudo das elites cariocas, que, associadas à monarquia, esforçavam-se em chegar a uma emancipação em termos culturais. Os temas eram nacionais, mas a cultura, em vez de popular, era cada vez mais palaciana (...). Atacados de frente por um historiador como Varhagen, que os chamava de “patriotas caboclos”, os indianistas brasileiros ganharam, porém, popularidade e tiveram sucesso nesse contexto na imposição da representação romântica do indígena como símbolo nacional.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 139-140.

A valorização do indígena como símbolo nacional, no Brasil do segundo reinado, está diretamente relacionada

A

ao projeto político da monarquia, que almejava construir uma ideia de nação sem conflitos étnicos, que contribuísse para unificar as províncias e suas diferentes identidades locais.

B

às ambições da elite carioca, que queria participar do circuito cultural europeu em pé de igualdade e buscou, para isso, mostrar o quanto a cultura brasileira era mais original que a europeia, por ser autêntica, plural e exótica.

C

à escrita, pela primeira vez, de uma história oficial do Brasil, por estudiosos nacionalistas como Varhagen, que exaltou o passado pré-cabralino e o mito das três raças, valorizando a capacidade de centralização e pacificação política do império.

D

às aspirações imperialistas de Pedro II, que pretendia demonstrar a superioridade e nobreza dos indígenas do território brasileiro ante os indígenas que habitavam as ex-colônias hispânicas, para justificar o expansionismo brasileiro na região platina.

E

à política cultural civilizatória vigente, ancorada no patrocínio imperial à vinda da Missão Francesa a fim de que o indígena e o negro pudessem ser retratados como parte de uma mesma identidade nacional, por meio de diferentes linguagens artísticas.