(ENEM - 2017) A ascenso social por meio do esporte mexe com o imaginrio das pessoas, pois em poucos anos um adolescente pode se tornar milionrio caso tenha um bom desempenho esportivo. Muitos meninos de famlias pobres jogam com o objetivo de conseguir dinheiro para oferecer uma boa qualidade de vida famlia. Isso aproximou mais ainda o futebol das camadas mais pobres da sociedade, tornando-o cada vez mais popular. Acontece que esses jovens sonham com fama e dinheiro, enxergando no futebol o nico caminho possvel para o sucesso. No entanto, eles no sabem da grande dificuldade que existe no incio dessa jornada em que a minoria alcana a carreira profissional. Esses garotos abandonam a escola pela iluso de vencer no futebol, qual a maioria sucumbe. O caminho at o profissionalismo acontece por meio de um longo processo seletivo que os jovens tm de percorrer. Caso no seja selecionado, esse atleta poder ter que abandonar a carreira involuntariamente por falta de uma equipe que o acolha. Alguns podem acabar em subempregos, margem da sociedade, ou at mesmo em vcios decorrentes desse fracasso e dessa desiluso. Isso acontece porque no auge da sua formao escolar e na condio juvenil de desenvolvimento, eles no se preparam e no so devidamente orientados para buscar alternativas de experincias mais amplas de ocupao fora e alm do futebol. BALZANO. O. N.; MORAIS, J. S. A formao do jogador de futebol e sua relao com a escola. EFDeportes, n. 172, set. 2012 (adaptado). Ao abordar o fato de, no Brasil, muitos jovens depositarem suas esperanas de futuro no futebol, o texto critica o(a)
(ENEM - 2017) Declarao de amor Esta uma confisso de amor: amo a lngua portuguesa Ela no fcil. No malevel. [...] A lngua portuguesa um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. s vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. s vezes se assusta com o imprevisvel de uma frase. Eu gosto de manej-la como gostava de estar montada num cavalo e gui-lo pelas rdeas, s vezes a galope. Eu queria que a lngua portuguesa chegasse ao mximo em minhas mos. E este desejo todos os que escrevem tm. Um Cames e outros iguais no bastaram para nos dar para sempre uma herana de lngua j feita. Todos ns que escrevemos estamos fazendo do tmulo do pensamento alguma coisa que lhe d vida. Essas dificuldades, ns as temos. Mas no falei do encantamento de lidar com uma lngua que no foi aprofundada. O que recebi de herana no me chega. Se eu fosse muda e tambm no pudesse escrever, e me perguntassem a que lngua eu queria pertencer, eu diria: ingls, que preciso e belo. Mas, como no nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em portugus. Eu at queria no ter aprendido outras lnguas: s para que a minha abordagem do portugus fosse virgem e lmpida. LISPECTOR. C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro Rocco, 1999 (adaptado). O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela lngua portuguesa, acentuando seu carter patrimonial e sua capacidade de renovao, :
(ENEM - 2017) TEXTO I GOELDI, O. Sem ttulo. Bico de pena, 29,4 x 24 cm. Coleo Ary Ferreira Macedo, circa 1940. Disponvel em: https://revistacontemporartes.blogspot.com.br. Acesso em: 10 dez. 2012. TEXTO II Na sua produo, Goeldi buscou refletir seu caminho pessoal e poltico, sua melancolia e paixo sobre os intensos aspectos mais latentes em sua obra, como: cidades, peixes, urubus, caveiras, abandono, solido, drama e medo. ZULIETTI, L. F. Goeldi: da melancolia ao inevitvel. Revista de Arte, Midia e Poltica. Acesso em: 24 abr. 2017 (adaptado). O gravador Oswaldo Goeldi recebeu fortes influncias de um movimento artstico europeu do incio do sculo XX, que apresenta as caractersticas reveladas nos traos da obra de
(ENEM - 2017) TEXTO I A lngua ticuna o idioma mais falado entre os indgenas brasileiros. De acordo com o pesquisador Aryon Rodri gues, h 40 mil ndios que falam o idioma. A maioria mora ao longo do Rio Solimes, no Alto Amazonas. a maior nao indgena do Brasil, sendo tambm encontrada no Peru e na Colmbia. Os ticunas falam uma lngua considerada isolada, que no mantm semelhana com nenhuma outra lngua indgena e apresenta complexidades em sua fonologia e sintaxe. Sua caracterstica principal o uso de diferentes alturas na voz. O uso intensivo da lngua no chega a ser ameaado pela proximidade de cidades ou mesmo pela convivncia com falantes de outras lnguas no interior da prpria rea ticuna: nas aldeias, esses outros falantes so minoritrios e acabam por se submeter realidade ticuna, razo pela qual, talvez, no representem uma ameaa lingustica. Lngua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado). TEXTO II Riqueza da lngua O ingls est destinado a ser uma lngua mundial em sentido mais amplo do que o latim foi na era passada e o francs na presente, dizia o presidente americano John Adams no sculo XVIII. A profecia se cumpriu: o ingls hoje a lngua franca da globalizao. No extremo oposto da economia lingustica mundial, esto as lnguas de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que hoje se falem de 6000a 7000lnguas no mundo todo. Quase metade delas deve desaparecer nos prximos 100 anos. A ltima edio do Ethnologue o mais abrangente estudo sobre as lnguas mundiais , de 2005, listava 516lnguas em risco de extino. Veja, n. 36, set. 2007 (adaptado). Os textos tratam de lnguas de culturas completamente diferentes, cujas realidades se aproximam em funo do(a)
(ENEM - 2017) As atrizes Naturalmente Ela sorria Mas no me dava trela Trocava a roupa Na minha frente E ia bailar sem mais aquela Escolhia qualquer um Lanava olhares Debaixo do meu nariz Danava colada Em novos pares Com um p atrs Com um p a fim Surgiram outras Naturalmente Sem nem olhar a minha cara Tomavam banho Na minha frente Para sair com outro cara Porm nunca me importei Com tais amantes [...] Com tantos filmes Na minha mente natural que toda atriz Presentemente represente Muito para mim CHICO BUARQUE. Carioca. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2006 (fragmento). Na cano, Chico Buarque trabalha uma determinada funo da linguagem para marcar a subjetividade do eu lrico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa admirao est marcada em:
(ENEM - 2017) E aqui, antes de continuar este espetculo, necessrio que faamos uma advertncia a todos e a cada um. Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posio definida. Sem que cada um tome uma posio definida, no possvel continuarmos. fundamental que cada um tome uma posio, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posio neutra, fiquem de braos cruzados. Mas preciso que cada um, uma vez tomada sua posio, fique nela! Porque seno, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ningum ouve nada. FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto Alegre: LPM, 2009. A pea Liberdade, liberdade, encenada em 1964, apresenta o impasse vivido pela sociedade brasileira em face do regime vigente. Esse impasse representado no fragmento pelo(a)
(ENEM - 2017) Uma noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil. Editora Planeta, 296 pginas. Mas foi uma noite, aquela noite de sbado 21 de outubro de 1967, que parou o nosso pas. Parou pra ver a finalssima do III Festival da Record, quando um jovem de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu carregado do Teatro Paramount em So Paulo depois de ganhar o prmio mximo do festival com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Marlia Medalha. Foi naquela noite que Chico Buarque entoou sua Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador. Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria com a plateia ao som das guitarras dos Beat Boys, que Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque com os Mutantes. Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas mos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. O livro que est sendo lanado agora a histria daquela noite, ampliada e em estado que no jargo jornalstico chamamos de matria bruta. Quem viu o filme vai se deliciar com as histrias e algumas fofocas que cada um tem para contar, agora sem os cortes necessrios que um filme exige. E quem no viu o filme tem diante de si um livro de histrias, pensando bem, de Histria. VILLAS, A. Disponvel em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 18 jun. 2014 (adaptado). Considerando os elementos constitutivos dos gneros textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de resenha predominam
(ENEM - 2017) Apesar de muitas crianas e adolescentes terem a Barbie como um exemplo de beleza, um infogrfico feito pelo site Rehabs, com comprovou que, caso uma mulher tivesse as medidas da boneca de plstico, ela nem estaria viva. No exatamente uma novidade que as propores da boneca mais famosa do mundo so absurdas para o mundo real. Ativistas que lutam pela construo de uma autoimagem mais saudvel, pesquisadores de distrbios alimentares e pessoas que se preocupam com o impacto da indstria cultural na psique humana apontam, h anos, a influncia de modelos como a Barbie na distoro do corpo feminino. Pescoo Com um pescoo duas vezes mais longo e 15 centmetros mais fino do que o da uma mulher, a Barbie seria incapaz de manter sua cabea levantada. Cintura Com uma cintura de 40 centmetros (menor do que a sua cabea), a Barbie da vida real s teria espao em seu corpo para acomodar metade de um rim e alguns centmetros de intestino. Quadril O ndice que mede a relao entre a cintura e o quadril da Barbie de 0,56o que significa que a medida da sua cintura representa 56%da circunferncia de seu quadril. Esse mesmo ndice, em uma mulher americana mdia, de 0,8 Disponvel em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 2 de maio 2015. Ao abordar as possveis influncias da indstria de brinquedos sobre a representao do corpo feminino, o texto analisa a
(ENEM - 2017) Nuances Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa. Gravar: quando o ator de televiso. Filmar: quando ele quer deixar claro que no de televiso. Grvida: em qualquer ocasio. Gestante: em filas e assentos preferenciais. Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salvaguardar: no Exrcito. Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortel: na horta ou no suco de abacaxi. Pea: quando voc vai assistir. Espetculo: quando voc est em cartaz com ele. DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado). O texto trata da diferena de sentido entre vocbulos muito prximos. Essa diferena apresentada considerando-se a(s)
(ENEM - 2017) Disponvel em: www.agenciapatriciagalvao.org.br. Acesso em: 15 maio 2017 (adaptado). Campanhas publicitrias podem evidenciar problemas sociais. O cartaz tem como finalidade
(ENEM - 2017) TEXTO I Fundamentam-se as regras da Gramtica Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas pem o seu ideal de perfeio porque nela que se espelha o que o uso idiomtico estabilizou e consagrou. LIMA, C. H. R. Gramtica normativa da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Jos Olympio. 1989. TEXTO II Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras so para mim corpos tocveis, sereias visveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real no tem para mim interesse de nenhuma espcie nem sequer mental ou de sonho , transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeo se dizem bem. Tal pgina de Fialho, tal pgina de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingvel que estou tendo. Tal pgina, at, de Vieira, na sua fria perfeio de engenharia sintctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delrio passivo de coisa movida. PESSOA, F. O livro do desassossego. So Paulo: Brasiliense, 1986. A linguagem cumpre diferentes funes no processo de comunicao. A funo que predomina nos textos I e II
(ENEM - 2017) Contranarciso em mim eu vejo o outro e outro e outro enfim dezenas trens passando vages cheios de gente centenas o outro que h em mim voc voc e voc assim como eu estou em voc eu estou nele em ns e s quando estamos em ns estamos em paz mesmo que estejamos a ss LEMINSKI, P. Toda poesia. So Paulo: Cia. das Letras. 2013. A busca pela identidade constitui uma faceta da tradio literria, redimensionada pelo olhar contemporneo. No poema, essa nova dimenso revela a
(ENEM - 2017) No esporte-participao ou esporte popular, a manifestao ocorre no princpio do prazer ldico, que tem como finalidade o bem-estar social dos seus praticantes. Est associado intimamente com o lazer e o tempo livre e ocorre em espaos no comprometidos com o tempo e fora das obrigaes da vida diria. Tem como propsitos a descontrao, a diverso, e desenvolvimento pessoal e o relacionamento com as pessoas. Pode-se afirmar que o esporte-participao, por ser a dimenso social do esporte mais inter-relacionada com os caminhos democrticos, equilibra o quadro de desigualdades de oportunidades esportivas encontrado na dimenso esporte-perfomance. Enquanto o esporte-performance s permite sucesso aos talentos ou queles que tiveram condies, o esporte-participao favorece o prazer a todos que dele desejarem tomar parte. GODTSFRIEDT, J. Esporte e sua relao com a sociedade: uma sntese bibliogrfica. EFDeportes, n. 142, mar. 2010. O sentido de esporte-participao construdo no texto est fundamentalmente presente
(ENEM - 2017) Segundo quadro Uma sala da prefeitura. O ambiente modesto. Durante a mutao, ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, viva o prefeito etc. Esto em cena Dorota, Juju, Dirceu, Dulcina, o vigrio e Odorico. Este ltimo, janela, discursa. ODORICO Povo sucupirano! Agoramente j investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a confirmao, a ratificao, a autenticao e por que no dizer a sagrao do povo que me elegeu. Aplausos vm de fora. ODORICO Eu prometi que o meu primeiro ato como prefeito seria ordenar a construo do cemitrio. Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena. ODORICO (Continuando o discurso:) Botando de lado os entretantos e partindo pros finalmente, uma alegria poder anunciar que prafrentemente vocs l podero morrer descansados, tranquilos e desconstrangidos, na certeza de que vo ser sepultados aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, basta dizer isso ao padre na hora da extrema-uno, que tem enterro e cova de graa, conforme o prometido. GOMES, D. O bem amado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012. O gnero pea teatral tem o entretenimento como uma de suas funes. Outra funo relevante do gnero, explcita nesse trecho de O bem amado, a
(ENEM - 2017) Joo/Zero (Wagner Moura) um cientista genial, mas infeliz porque h 20 anos atrs foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixo. Certo dia, uma experincia com um de seus inventos permite que ele faa uma viagem no tempo, retornando para aquela poca e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa histria, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Ser que ele conseguir acertar as coisas? Disponvel em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011. Qual aspecto da organizao gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme?