(ENEM - 2012) Aquele bbado Juro nunca mais beber e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: lcool. O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, msicas de Tom Jobim, versos de Mrio Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava-se de ndia Reclinada, de Celso Antnio. Curou-se 100% do vcio comentavam os amigos. S ele sabia que andava mais bbado que um gamb. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pr do sol no Leblon, e seu fretro ostentava inmeras coroas de ex-alcolatras annimos. ANDRADE, C. D. Contos plausveis. Rio de Janeiro: Record, 1991. A causa mortis do personagem, expressa no ltimo pargrafo, adquire um efeito irnico no texto porque, ao longo da narrativa, ocorre uma
(ENEM - 2012) O trovador Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras... As primaveras do sarcasmo intermitentemente no meu corao arlequinal... Intermitentemente... Outras vezes um doente, um frio na minha alma doente como um longo som redondo... Cantabona! Cantabona! Dlorom... Sou um tupi tangendo um alade! ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mrio de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. Cara ao Modernismo, a questo da identidade nacional recorrente na prosa e na poesia de Mrio de Andrade. Em O trovador, esse aspecto
(ENEM - 2011) Na modernidade, o corpo foi descoberto, despido e modelado pelos exerccios fsicos da moda. Novos espaos e prticas esportivas e de ginstica passaram a convocar as pessoas a modelarem seus corpos. Multiplicaram-se as academias de ginstica, as salas de musculao e o nmero de pessoas correndo pelas ruas. SECRETARIA DA EDUCAO. Caderno do professor: educao fsica. So Paulo, 2008. Diante do exposto, possvel perceber que houve um aumento da procura por
(ENEM - 2011) COSTA. Superinteressante. Fev 2011, adaptado. Os amigos so um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras reas, a internet tambm inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infogrfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simtrica e a assimtrica, ambas com seus prs e contras. Enquanto a primeira se baseia na relao de reciprocidade, a segunda
(ENEM - 2011) Quem pobre, pouco se apega, um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pssaros de rios e lagoas. O senhor v: o Z-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: - Z-Zim. por que que voc no cria galinhas-dangola, como todo o mundo faz? Quero criar nada no... - me deu resposta: Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ningum discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteo. [...] Essa no faltou tambm minha me, quando eu era menino, no sertozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa famlia Guedes, Jidio Guedes; quando saram de l, nos trouxeram junto, minha me e eu. Ficamos existindo em territrio baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no So Francisco, o senhor sabe. ROSA. J. G. Grande Serto: Veredas. Rio de Janeiro: Jos Olympio (fragmento). Na passagem citada, Riobaldo expe uma situao decorrente de uma desigualdade social tpica das reas rurais brasileiras marcadas pela concentrao de terras e pela relao de dependncia entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relao porque o personagem-narrador
(ENEM - 2011) A discusso sobre o fim do livro de papel com a chegada da mdia eletrnica me lembra a discusso idntica sobre a obsolescncia do folheto de cordel. Os folhetos talvez no existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso acontea, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos continuaro sendo publicados e lidas em CD-ROM, em livro eletrnico, em chips qunticos, sei l o qu. O texto uma espcie de alma imortal, capaz de reencarnar em corpos variados: pgina impressa, livro em Braille, folheto, coffee-table book, cpia manuscrita, arquivo PDF... Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em outros) formatos, no importa se Moby Dick ou Viagem a So Saru, se Macbeth ou O livro de piadas de Casseta Planeta. TAVARES, B. Disponvel em: http://jornaldaparaiba.globo.com Ao refletir sobre a possvel extino do livro impresso e o surgimento de outros suportes em via eletrnica, o cronista manifesta seu ponto de vista, defendendo que
(ENEM - 2011) TEXTO I Onde est a honestidade? Voc tem palacete reluzente Tem joias e criados vontade Sem ter nenhuma herana ou parente S anda de automvel na cidade E o povo pergunta com maldade: Onde est a honestidade? Onde est a honestidade? O seu dinheiro nasce de repente E embora no se saiba se verdade Voc acha nas ruas diariamente Anis, dinheiro e felicidade Vassoura dos sales da sociedade Que varre o que encontrar em sua frente Promove festivais de caridade Em nome de qualquer defunto ausente ROSA, N. Disponvel em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010. TEXTO II Um vulto da histria da msica popular brasileira, reconhecido nacionalmente, Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vtima de tuberculose, deixando um acervo degrande valor para o patrimnio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade contempornea, como se tivessem sido escritas no sculo XXI. Disponvel em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010. Um texto pertencente ao patrimnio literrio-cultural brasileiro atualizvel, na medida em que ele se refere a valores e situaes de um povo. A atualidade da canoOnde est a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-sepor meio
(ENEM - 2011) TEXTO I O meu nome Severino, no tenho outro de pia. Como h muitos Severinos, que santo de romaria, deram ento de me chamar Severino de Maria; como h muitos Severinos com mes chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria, do finado Zacarias, mas isso ainda diz pouco: h muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como ento dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? MELO NETO, J. C. Obracompleta. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento) TEXTO II Joo Cabral, que j emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, tambm segue no caminho do Recife. A autoapresentao do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traos biogrficos so sempre partilhados por outros homens. SECCHIN, A. C. Joo Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento). Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na anlise crtica (Texto II), observa-se que a relao entre o texto potico e o contexto social a que ele faz referncia aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta Como ento dizer quem fala/ ora a Vossas Senhorias?. A resposta pergunta expressa no poema dada por meio da
(ENEM - 2011) O anncio publicitrio est intimamente ligado ao iderio de consumo quando sua funo vender um produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos lingusticos e extralingusticos para divulgar a atrao Noites do Terror, de um parque de diverses. O entendimento da propaganda requer do leitor
(ENEM - 2011) O hipertexto refere-se escritura eletrnica no sequencial e no linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso a um nmero praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o leitor tem condies de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequncia fixa ou a tpicos estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma de estruturao textual que faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura eletrnica multilinearizado, multisequencial e indeterminado, realizado em um novo espao de escrita. Assim, ao permitir vrios nveis de tratamento de um tema, o hipertexto oferece a possibilidade de mltiplos graus de profundidade simultaneamente, j que no tem sequncia definida, mas liga textos no necessariamente correlacionados. MARCUSCHI, L. A. Disponvel em: http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011. O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o hipertexto pode ser considerado como um novo espao de escrita e leitura. Definido como um conjunto de blocos autnomos de texto, apresentado em meio eletrnico computadorizado e no qual h remisses associando entre si diversos elementos, o hipertexto
(ENEM - 2011) Braslia 50 anos. Veja . No 2 138, nov. 2009. Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verticais de sustentao, foram sofrendo modificaes e incorporando novos materiais com ampliao de possibilidades. Ainda que as clssicas colunas gregas sejam retomadas, notveis inovaes so percebidas, por exemplo, nas obras de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1907. No desenho de Niemeyer, das colunas do Palcio da Alvorada, observa-se
(ENEM - 2011) Conceitos e importncia das lutas Antes de se tornarem esporte, as lutas ou as artes marciais tiveram duas conotaes principais: eram praticadas com o objetivo guerreiro ou tinham um apelo filosfico como concepo de vida bastante significativo. Atualmente, nos deparamos com a grande expanso das artes marciais em nvel mundial. As razes orientais foram se disseminando, ora pela necessidade de luta pela sobrevivncia ou para a defesa pessoal, ora pela possibilidade de ter as artes marciais como prpria filosofia de vida. CARREIRO, E. A.Educao Fsica na escola: Implicaes para a prtica pedaggica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 (fragmento). Um dos problemas da violncia que est presente principalmente nos grandes centros urbanos so as brigas e os enfrentamentos de torcidas organizadas, alm da formao de gangues, que se apropriam de gestos das lutas, resultando, muitas vezes, em fatalidades. Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem desses movimentos foi mal compreendido, afinal as lutas
(ENEM - 2011) O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filsofos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Ccero:A Arte do Envelhecimento. Ccero nota, primeiramente, que todas as idades tm seus encantos e suas dificuldades. E depois aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Ccero sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo. NOGUEIRA, P. Sade Bem-Estar Antienvelhecimento.poca. 28 abr. 2008. O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento, apresentando argumentos que levam a inferir que seu objetivo
(ENEM - 2011) No tem traduo [...] L no morro, se eu fizer uma falseta A Risoleta desiste logo do francs e do ingls A gria que o nosso morro criou Bem cedo a cidade aceitou e usou [...] Essa gente hoje em dia que tem mania de exibio No entende que o samba no tem traduo no idioma francs Tudo aquilo que o malandro pronuncia Com voz macia brasileiro, j passou de portugus Amor l no morro amor pra chuchu As rimas do samba no so I love you E esse negcio de al, al boy e al Johnny S pode ser conversa de telefone ROSA, N. In: SOBRAL, Joo J. V. A traduo dos bambas. Revista Lngua Portuguesa Ano 4, no 54. So Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento). As canes de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem uma aguada preocupao do artista com seu tempo e com as mudanas poltico-culturais no Brasil, no incio dos anos 1920, ainda so modernas. Nesse fragmento do samba No tem traduo, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta prope
(ENEM - 2011) A dana um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro rico em danas que representam as tradies e a cultura de vrias regies do pas. Esto ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos histricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas msicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenrios representativos. SECRETARIA DA EDUCAO. Proposta Curricular do Estado de So Paulo: Educao Fsica. So Paulo: 2009 (adaptado) A dana, como manifestao e representao da cultura rtmica, envolve a expresso corporal prpria de um povo. Considerando-a como elemento folclrico, a dana revela