(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Leia a fbula O morcego e as doninhas do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?). Um morcego caiu no cho e foi capturado por uma doninha1. Como seria morto, rogou doninha que poupasse sua vida. No posso solt-lo respondeu a doninha , pois sou, por natureza, inimiga de todos os pssaros. No sou um pssaro alegou o morcego. Sou um rato. E assim ele conseguiu escapar. Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que no o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que no era um rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva. (Fbulas, 2013.) 1doninha: pequeno mamfero carnvoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (tambm conhecido como furo). Como seria morto, rogou doninha que poupasse sua vida. (1pargrafo) Em relao orao que a sucede, a orao destacada tem sentido de
(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Leia a fbula O morcego e as doninhas do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?). Um morcego caiu no cho e foi capturado por uma doninha1. Como seria morto, rogou doninha que poupasse sua vida. No posso solt-lo respondeu a doninha , pois sou, por natureza, inimiga de todos os pssaros. No sou um pssaro alegou o morcego. Sou um rato. E assim ele conseguiu escapar. Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que no o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que no era um rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva. (Fbulas, 2013.) 1doninha: pequeno mamfero carnvoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (tambm conhecido como furo). No sou um pssaro alegou o morcego. (3pargrafo) Ao se transpor este trecho para o discurso indireto, o verbo sou assume a seguinte forma:
(UNESP - 2016 - 1 FASE) Leia o seguinte verbete do Dicionrio de comunicao de Carlos AlbertoRabaa e Gustavo Barbosa: Crnica Texto jornalstico desenvolvido de forma livre e pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da atualidade, com teor literrio, poltico, esportivo, artstico, de amenidades etc. Segundo Muniz Sodr e Maria Helena Ferrari, a crnica um meio-termo entre o jornalismo e a literatura: do primeiro, aproveita o interesse pela atualidade informativa, da segunda imita o projeto de ultrapassar os simples fatos. O ponto comum entre a crnica e a notcia ou a reportagem que o cronista, assim como o reprter, no prescinde do acontecimento. Mas, ao contrrio deste, ele paira sobre os fatos, fazendo com que se destaque no texto o enfoque pessoal (onde entram juzos implcitos e explcitos) do autor. Por outro lado, o editorial difere da crnica, pelo fato de que, nesta, o juzo de valor se confunde com os prprios fatos expostos, sem o dogmatismo do editorial, no qual a opinio do autor (representando a opinio da empresa jornalstica) constitui o eixo do texto. (Dicionrio de comunicao, 1978.) O termo dogmatismo, no contexto do verbete, significa:
(UNESP - 2016 - 1 FASE) Leia o seguinte verbete do Dicionrio de comunicao de Carlos AlbertoRabaa e Gustavo Barbosa: Crnica Texto jornalstico desenvolvido de forma livre e pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da atualidade, com teor literrio, poltico, esportivo, artstico, de amenidades etc. Segundo Muniz Sodr e Maria Helena Ferrari, a crnica um meio-termo entre o jornalismo e a literatura: do primeiro, aproveita o interesse pela atualidade informativa, da segunda imita o projeto de ultrapassar os simples fatos. O ponto comum entre a crnica e a notcia ou a reportagem que o cronista, assim como o reprter, no prescinde do acontecimento. Mas, ao contrrio deste, ele paira sobre os fatos, fazendo com que se destaque no texto o enfoque pessoal (onde entram juzos implcitos e explcitos) do autor. Por outro lado, o editorial difere da crnica, pelo fato de que, nesta, o juzo de valor se confunde com os prprios fatos expostos, sem o dogmatismo do editorial, no qual a opinio do autor (representando a opinio da empresa jornalstica) constitui o eixo do texto. (Dicionrio de comunicao, 1978.) De acordo com o verbete, o tema de uma crnica se baseia em
(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Outro trao importante da poesia de lvares de Azevedo o gosto pelo prosasmo e o humor, que formam a vertente para ns mais moderna do Romantismo. A sua obra a mais variada e complexa no quadro da nossa poesia romntica; mas a imagem tradicional de poeta sofredor e desesperado atrapalhou a reconhecer a importncia de sua veia humorstica. (Antonio Candido. Prefcio.In: lvares de Azevedo. Melhores poemas, 2003. Adaptado.) A veia humorstica ressaltada pelo crtico Antonio Candido na poesia de lvares de Azevedo est bem exemplificada em:
(UNESP - 2016 - 1FASE) A questo aborda um poema do portugus Eugnio de Castro (1869-1944). MOS Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, o vosso gesto como um balouar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, rolas volta da negra torre da minhalma. Plidas mos, que sois como dois lrios doentes, Caridosas Irms do hospcio da minhalma, O vosso gesto como um balouar de palma, Plidas mos, que sois como dois lrios doentes... Mos afiladas, mos de insigne formosura, Mos de prola, mos cor de velho marfim, Sois dois lenos, ao longe, acenando por mim, Duas velas flor duma baa escura. Mimo de carne, mos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mos de rainha, Mos que sois um perptuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha av entrevadinha. (Obras poticas, 1968.) A musicalidade, as reiteraes, as aliteraes e a profuso de imagens e metforas so algumas caractersticas formais do poema, que apontam para sua filiao ao movimento
(UNESP - 2016/2 - 1FASE) Leia o trecho extrado do livroA dana do universodo fsico brasileiro Marcelo Gleiser para responder a questo. Durante o sculo VI a.C., o comrcio entre os vrios Estados gregos cresceu em importncia, e a riqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condies de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-Estado situada na parte sul da Jnia, hoje a costa mediterrnea da Turquia. Foi em Mileto que a primeira escola de filosofia pr-socrtica floresceu. Sua origem marca o incio da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da cincia moderna. De acordo com Aristteles, Tales de Mileto foi o fundador da filosofia ocidental. A reputao de Tales era legendria. Usando seu conhecimento astronmico e meteorolgico (provavelmente herdado dos babilnios), ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedncia. Sendo um homem prtico, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da regio e, quando chegou o vero, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna. Supostamente, Tales tambm previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os ldios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difcil, Tales respondeu: Conhecer a si prprio. Quando lhe perguntaram o que era fcil, respondeu: Dar conselhos. No toa que era considerado um dos Sete Homens Sbios da Grcia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prtico. Um dia, perdido em especulaes abstratas, Tales caiu dentro de um poo. Esse acidente aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poo, a qual comentou, de modo sarcstico, que Tales estava to preocupado com os cus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus ps. (A dana do universo, 2006. Adaptado.) Sua origem marca o incio da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da cincia moderna. (1 pargrafo) O pronome em destaque refere-se a
(UNESP - 2016 - 1FASE) A questo aborda um poema do portugus Eugnio de Castro (1869-1944). MOS Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, o vosso gesto como um balouar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, rolas volta da negra torre da minhalma. Plidas mos, que sois como dois lrios doentes, Caridosas Irms do hospcio da minhalma, O vosso gesto como um balouar de palma, Plidas mos, que sois como dois lrios doentes... Mos afiladas, mos de insigne formosura, Mos de prola, mos cor de velho marfim, Sois dois lenos, ao longe, acenando por mim, Duas velas flor duma baa escura. Mimo de carne, mos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mos de rainha, Mos que sois um perptuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha av entrevadinha. (Obras poticas, 1968.) Verifica-se certa liberdade mtrica na construo do poema. Na primeira estrofe, tal liberdade comprova-se pela
(UNESP - 2016/2 - 1FASE) Leia o trecho extrado do livroA dana do universodo fsico brasileiro Marcelo Gleiser para responder a questo. Durante o sculo VI a.C., o comrcio entre os vrios Estados gregos cresceu em importncia, e a riqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condies de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-Estado situada na parte sul da Jnia, hoje a costa mediterrnea da Turquia. Foi em Mileto que a primeira escola de filosofia pr-socrtica floresceu. Sua origem marca o incio da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da cincia moderna. De acordo com Aristteles, Tales de Mileto foi o fundador da filosofia ocidental. A reputao de Tales era legendria. Usando seu conhecimento astronmico e meteorolgico (provavelmente herdado dos babilnios), ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedncia. Sendo um homem prtico, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da regio e, quando chegou o vero, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna. Supostamente, Tales tambm previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os ldios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difcil, Tales respondeu: Conhecer a si prprio. Quando lhe perguntaram o que era fcil, respondeu: Dar conselhos. No toa que era considerado um dos Sete Homens Sbios da Grcia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prtico. Um dia, perdido em especulaes abstratas, Tales caiu dentro de um poo. Esse acidente aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poo, a qual comentou, de modo sarcstico, que Tales estava to preocupado com os cus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus ps. (A dana do universo, 2006. Adaptado.) Em Tales tambm previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C. (3pargrafo), o termo destacado exerce funo de
(UNESP - 2016/2 - 1FASE) Leia o trecho extrado do livroA dana do universodo fsico brasileiro Marcelo Gleiser para responder a questo. Durante o sculo VI a.C., o comrcio entre os vrios Estados gregos cresceu em importncia, e a riqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condies de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-Estado situada na parte sul da Jnia, hoje a costa mediterrnea da Turquia. Foi em Mileto que a primeira escola de filosofia pr-socrtica floresceu. Sua origem marca o incio da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da cincia moderna. De acordo com Aristteles, Tales de Mileto foi o fundador da filosofia ocidental. A reputao de Tales era legendria. Usando seu conhecimento astronmico e meteorolgico (provavelmente herdado dos babilnios), ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedncia. Sendo um homem prtico, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da regio e, quando chegou o vero, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna. Supostamente, Tales tambm previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os ldios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difcil, Tales respondeu: Conhecer a si prprio. Quando lhe perguntaram o que era fcil, respondeu: Dar conselhos. No toa que era considerado um dos Sete Homens Sbios da Grcia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prtico. Um dia, perdido em especulaes abstratas, Tales caiu dentro de um poo. Esse acidente aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poo, a qual comentou, de modo sarcstico, que Tales estava to preocupado com os cus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus ps. (A dana do universo, 2006. Adaptado.) O sarcstico comentrio da jovem escrava de que Tales estava to preocupado com os cus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus ps (3pargrafo) alude sobretudo seguinte oposio:
(UNESP - 2016 - 1FASE) A questo aborda um poema do portugus Eugnio de Castro (1869-1944). MOS Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, o vosso gesto como um balouar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, rolas volta da negra torre da minhalma. Plidas mos, que sois como dois lrios doentes, Caridosas Irms do hospcio da minhalma, O vosso gesto como um balouar de palma, Plidas mos, que sois como dois lrios doentes... Mos afiladas, mos de insigne formosura, Mos de prola, mos cor de velho marfim, Sois dois lenos, ao longe, acenando por mim, Duas velas flor duma baa escura. Mimo de carne, mos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mos de rainha, Mos que sois um perptuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha av entrevadinha. (Obras poticas, 1968.) Indique o verso cuja imagem significa trazer sofrimentos, padecimentos.
(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Leia o trecho inicial de um poema de lvaro de Campos, heternimo do escritor Fernando Pessoa (1888-1935), para responder a questo. Esta velha angstia, Esta angstia que trago h sculos em mim, Transbordou da vasilha, Em lgrimas, em grandes imaginaes, Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror, Em grandes emoes sbitas sem sentido nenhum. Transbordou. Mal sei como conduzir-me na vida Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma! Se ao menos endoidecesse deveras! Mas no: este estar entre, Este quase, Este poder ser que..., Isto. Um internado num manicmio , ao menos, algum, Eu sou um internado num manicmio sem manicmio. Estou doido a frio, Estou lcido e louco, Estou alheio a tudo e igual a todos: Estou dormindo desperto com sonhos que so loucura Porque no so sonhos. Estou assim... Pobre velha casa da minha infncia perdida! Quem te diria que eu me desacolhesse tanto! Que do teu menino? Est maluco. Que de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano? Est maluco. Quem de quem fui? Est maluco. Hoje quem eu sou. (Obra potica, 1965.) A hiprbole uma figura de palavra que consiste no exagero verbal (para efeito expressivo): j disse mil vezes, correram mares de sangue. (Celso Pedro Luft. Abc da lngua culta, 2010. Adaptado.) Verifica-se a ocorrncia de hiprbole no seguinte verso:
(UNESP - 2016 - 1FASE) A questo aborda um poema do portugus Eugnio de Castro (1869-1944). MOS Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, o vosso gesto como um balouar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, rolas volta da negra torre da minhalma. Plidas mos, que sois como dois lrios doentes, Caridosas Irms do hospcio da minhalma, O vosso gesto como um balouar de palma, Plidas mos, que sois como dois lrios doentes... Mos afiladas, mos de insigne formosura, Mos de prola, mos cor de velho marfim, Sois dois lenos, ao longe, acenando por mim, Duas velas flor duma baa escura. Mimo de carne, mos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mos de rainha, Mos que sois um perptuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha av entrevadinha. (Obras poticas, 1968.) Alegrai, como dois netinhos, o viver / Da minha alma, velha av entrevadinha. Considerados em seu contexto, tais versos
(UNESP - 2016 - 1FASE) A questo aborda um poema do portugus Eugnio de Castro (1869-1944). MOS Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, o vosso gesto como um balouar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mos de veludo, mos de mrtir e de santa, rolas volta da negra torre da minhalma. Plidas mos, que sois como dois lrios doentes, Caridosas Irms do hospcio da minhalma, O vosso gesto como um balouar de palma, Plidas mos, que sois como dois lrios doentes... Mos afiladas, mos de insigne formosura, Mos de prola, mos cor de velho marfim, Sois dois lenos, ao longe, acenando por mim, Duas velas flor duma baa escura. Mimo de carne, mos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mos de rainha, Mos que sois um perptuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha av entrevadinha. (Obras poticas, 1968.) Na ltima estrofe do poema, os termos Afilhadas do luar, mos de rainha e Mos que sois um perptuo amanhecer funcionam, no perodo de que fazem parte, como
(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Leia o trecho inicial de um poema de lvaro de Campos, heternimo do escritor Fernando Pessoa (1888-1935), para responder a questo. Esta velha angstia, Esta angstia que trago h sculos em mim, Transbordou da vasilha, Em lgrimas, em grandes imaginaes, Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror, Em grandes emoes sbitas sem sentido nenhum. Transbordou. Mal sei como conduzir-me na vida Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma! Se ao menos endoidecesse deveras! Mas no: este estar entre, Este quase, Este poder ser que..., Isto. Um internado num manicmio , ao menos, algum, Eu sou um internado num manicmio sem manicmio. Estou doido a frio, Estou lcido e louco, Estou alheio a tudo e igual a todos: Estou dormindo desperto com sonhos que so loucura Porque no so sonhos. Estou assim... Pobre velha casa da minha infncia perdida! Quem te diria que eu me desacolhesse tanto! Que do teu menino? Est maluco. Que de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano? Est maluco. Quem de quem fui? Est maluco. Hoje quem eu sou. (Obra potica, 1965.) Pobre velha casa da minha infncia perdida! / Quem te diria que eu me desacolhesse tanto! / Que do teu menino? Est maluco. / Que de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano? / Est maluco. / Quem de quem fui? Est maluco. Hoje quem eu sou. (4estrofe) O tom predominante nesta estrofe de