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Questões de Português - UNESP | Gabarito e resoluções

Questão 19
2016Português

(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Leia o trecho inicial de um poema de lvaro de Campos, heternimo do escritor Fernando Pessoa (1888-1935), para responder a questo. Esta velha angstia, Esta angstia que trago h sculos em mim, Transbordou da vasilha, Em lgrimas, em grandes imaginaes, Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror, Em grandes emoes sbitas sem sentido nenhum. Transbordou. Mal sei como conduzir-me na vida Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma! Se ao menos endoidecesse deveras! Mas no: este estar entre, Este quase, Este poder ser que..., Isto. Um internado num manicmio , ao menos, algum, Eu sou um internado num manicmio sem manicmio. Estou doido a frio, Estou lcido e louco, Estou alheio a tudo e igual a todos: Estou dormindo desperto com sonhos que so loucura Porque no so sonhos. Estou assim... Pobre velha casa da minha infncia perdida! Quem te diria que eu me desacolhesse tanto! Que do teu menino? Est maluco. Que de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano? Est maluco. Quem de quem fui? Est maluco. Hoje quem eu sou. (Obra potica, 1965.) No verso Pobre velha casa da minha infncia perdida! (4estrofe), a anteposio dos adjetivos pobre e velha ao substantivo casa, em lugar da posposio,

Questão 19
2016Português

(UNESP - 2016 - 1FASE) Leia um trecho do Manifesto do Surrealismo, publicado por Andr Breton em 1924. Surrealismo: Automatismo psquico por meio do qual algum se prope a exprimir o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausncia de controle exercido pela razo, fora de qualquer preocupao esttica ou moral. O Surrealismo assenta-se na crena da realidade superior de certas formas de associao, negligenciadas at aqui, na onipotncia do sonho, no jogo desinteressado do pensamento. (Apud Gilberto Mendona Teles. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.) Tendo em vista as consideraes de Andr Breton, assinale a alternativa cujos versos revelam influncia do Surrealismo.

Questão 20
2016Português

(UNESP - 2016 - 1 FASE) Duas fortes motivaes converteram-se em molas de composio desta obra: a) por um lado, o desejo de contar e cantar episdios em torno de uma figura lendria que trazia em si os atributos do heri, entendido no senso mais lato possvel de um ser entre humano e mtico, que desempenha certos papis, vai em busca de um bem essencial, arrosta perigos, sofre mudanas extraordinrias, enfim vence ou malogra...; b) por outro lado, o desejo no menos imperioso de pensar o povo brasileiro, nossa gente, percorrendo as trilhas cruzadas ou superpostas da sua existncia selvagem, colonial e moderna, procura de uma identidade que, de to plural que , beira a surpresa e a indeterminao. (Alfredo Bosi. Cu, inferno, 2003. Adaptado.) Tal comentrio aplica-se obra

Questão 20
2016Português

(UNESP - 2016/2 - 1 FASE) Essa nova sensibilidade artstica, apesar de heterognea, pode ser resumida atravs da ateno forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas simples, contornos relativamente ntidos e supresso do espao profundo. O tema deriva de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa. (David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.) O comentrio do historiador David McCarthy aplica-se obra reproduzida em:

Questão 25
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) rvores e poetas Para o botnico, a rvore um vegetal de grande altura, composto de raiz, tronco e fronde, subdividindo- -se cada uma dessas partes numa certa quantidade de elementos: reduz-se tudo a um esquema. O botnico estuda-lhe o nascimento, o crescimento, a reproduo, a nutrio, a morte; descreve-a; classifica-a. No lhe liga, porm, maior importncia do que aquela que empresta ao mais microscpico dos fungos ou ao mais desinteressante dos cogumelos. O carvalho, com toda a sua corpulncia e toda a sua beleza, vale tanto como a relva que lhe cresce sombra ou a trepadeira desprezvel e teimosa que lhe enrosca os sarmentoscolubrinospelas rugosidades do caule. Por via de regra vale at menos, porque as grandes espcies j dificilmente deparam qualquer novidade. Para o jurista, a rvore um bem de raiz, um objeto de compra e venda e de outras relaes de direito, assim como a paisagem que a enquadra so propriedades particulares, ou terras devolutas. E h muita gente a quem a vista de uma grande rvore sugere apenas este grito de alma: Quanta lenha!... O poeta mais completo. Ele v a rvore sob os aspectos da beleza e sob o ngulo antropomrfico: encara-a de pontos de vista comuns humanidade de todos os tempos. V-a na sua graa, na sua fora, na sua formosura, no seu colorido; sente tudo quanto ela lembra, tudo quanto ela sugere, tudo quanto ela evoca, desde as impresses mais espontneas at as mais remotas, mais vagas e mais indefinveis. D-nos, assim, uma noo humana, direta e viva da rvore, pelo menos to verdadeira quanto qualquer outra. (Letras floridas, 1976.) sarmento: ramo delgado, flexvel. colubrino: com forma de cobra, sinuoso. antropomrfico: descrito ou concebido sob forma humana ou com atributos humanos. Ele v a rvore sob os aspectos da beleza e sob o ngulo antropomrfico A quem o autor do texto atribui tal perspectiva? Identifique os dois pontos de vista inerentes a esta perspectiva, explicando-os.

Questão 26
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) rvores e poetas Para o botnico, a rvore um vegetal de grande altura, composto de raiz, tronco e fronde, subdividindo- -se cada uma dessas partes numa certa quantidade de elementos: reduz-se tudo a um esquema. O botnico estuda-lhe o nascimento, o crescimento, a reproduo, a nutrio, a morte; descreve-a; classifica-a. No lhe liga, porm, maior importncia do que aquela que empresta ao mais microscpico dos fungos ou ao mais desinteressante dos cogumelos. O carvalho, com toda a sua corpulncia e toda a sua beleza, vale tanto como a relva que lhe cresce sombra ou a trepadeira desprezvel e teimosa que lhe enrosca os sarmentoscolubrinospelas rugosidades do caule. Por via de regra vale at menos, porque as grandes espcies j dificilmente deparam qualquer novidade. Para o jurista, a rvore um bem de raiz, um objeto de compra e venda e de outras relaes de direito, assim como a paisagem que a enquadra so propriedades particulares, ou terras devolutas. E h muita gente a quem a vista de uma grande rvore sugere apenas este grito de alma: Quanta lenha!... O poeta mais completo. Ele v a rvore sob os aspectos da beleza e sob o ngulo antropomrfico: encara-a de pontos de vista comuns humanidade de todos os tempos. V-a na sua graa, na sua fora, na sua formosura, no seu colorido; sente tudo quanto ela lembra, tudo quanto ela sugere, tudo quanto ela evoca, desde as impresses mais espontneas at as mais remotas, mais vagas e mais indefinveis. D-nos, assim, uma noo humana, direta e viva da rvore, pelo menos to verdadeira quanto qualquer outra. (Letras floridas, 1976.) sarmento: ramo delgado, flexvel. colubrino: com forma de cobra, sinuoso. antropomrfico: descrito ou concebido sob forma humana ou com atributos humanos. O botnico estuda-lhe o nascimento, o crescimento, a reproduo, a nutrio, a morte Do ponto de vista sinttico, que relao os termos sublinhados estabelecem com o verbo? Do ponto de vista semntico, a organizao dos substantivos sublinhados aparenta seguir um determinado critrio; um desses substantivos, contudo, romperia tal organizao. Identifique qual seria esse critrio e o substantivo que romperia sua organizao.

Questão 27
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) rvores e poetas Para o botnico, a rvore um vegetal de grande altura, composto de raiz, tronco e fronde, subdividindo- -se cada uma dessas partes numa certa quantidade de elementos: reduz-se tudo a um esquema. O botnico estuda-lhe o nascimento, o crescimento, a reproduo, a nutrio, a morte; descreve-a; classifica-a. No lhe liga, porm, maior importncia do que aquela que empresta ao mais microscpico dos fungos ou ao mais desinteressante dos cogumelos. O carvalho, com toda a sua corpulncia e toda a sua beleza, vale tanto como a relva que lhe cresce sombra ou a trepadeira desprezvel e teimosa que lhe enrosca os sarmentoscolubrinospelas rugosidades do caule. Por via de regra vale at menos, porque as grandes espcies j dificilmente deparam qualquer novidade. Para o jurista, a rvore um bem de raiz, um objeto de compra e venda e de outras relaes de direito, assim como a paisagem que a enquadra so propriedades particulares, ou terras devolutas. E h muita gente a quem a vista de uma grande rvore sugere apenas este grito de alma: Quanta lenha!... O poeta mais completo. Ele v a rvore sob os aspectos da beleza e sob o ngulo antropomrfico: encara-a de pontos de vista comuns humanidade de todos os tempos. V-a na sua graa, na sua fora, na sua formosura, no seu colorido; sente tudo quanto ela lembra, tudo quanto ela sugere, tudo quanto ela evoca, desde as impresses mais espontneas at as mais remotas, mais vagas e mais indefinveis. D-nos, assim, uma noo humana, direta e viva da rvore, pelo menos to verdadeira quanto qualquer outra. (Letras floridas, 1976.) sarmento: ramo delgado, flexvel. colubrino: com forma de cobra, sinuoso. antropomrfico: descrito ou concebido sob forma humana ou com atributos humanos. De acordo com a concepo de Amadeu Amaral, qual seria a diferena fundamental entre o ponto de vista do botnico e o do poeta? Justifique sua resposta.

Questão 28
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) rvores e poetas Para o botnico, a rvore um vegetal de grande altura, composto de raiz, tronco e fronde, subdividindo- -se cada uma dessas partes numa certa quantidade de elementos: reduz-se tudo a um esquema. O botnico estuda-lhe o nascimento, o crescimento, a reproduo, a nutrio, a morte; descreve-a; classifica-a. No lhe liga, porm, maior importncia do que aquela que empresta ao mais microscpico dos fungos ou ao mais desinteressante dos cogumelos. O carvalho, com toda a sua corpulncia e toda a sua beleza, vale tanto como a relva que lhe cresce sombra ou a trepadeira desprezvel e teimosa que lhe enrosca os sarmentoscolubrinospelas rugosidades do caule. Por via de regra vale at menos, porque as grandes espcies j dificilmente deparam qualquer novidade. Para o jurista, a rvore um bem de raiz, um objeto de compra e venda e de outras relaes de direito, assim como a paisagem que a enquadra so propriedades particulares, ou terras devolutas. E h muita gente a quem a vista de uma grande rvore sugere apenas este grito de alma: Quanta lenha!... O poeta mais completo. Ele v a rvore sob os aspectos da beleza e sob o ngulo antropomrfico: encara-a de pontos de vista comuns humanidade de todos os tempos. V-a na sua graa, na sua fora, na sua formosura, no seu colorido; sente tudo quanto ela lembra, tudo quanto ela sugere, tudo quanto ela evoca, desde as impresses mais espontneas at as mais remotas, mais vagas e mais indefinveis. D-nos, assim, uma noo humana, direta e viva da rvore, pelo menos to verdadeira quanto qualquer outra. (Letras floridas, 1976.) sarmento: ramo delgado, flexvel. colubrino: com forma de cobra, sinuoso. antropomrfico: descrito ou concebido sob forma humana ou com atributos humanos. Qual a inteno da personagem da charge ao se valer do argumento de que a floresta invadiu suas terras? Analise tal argumento sob os pontos de vista lgico e tico.

Questão 29
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) Essa questo tomapor base o Soneto LXVII (Considera a vantagem que os brutos fazem aos homens em obedecer a Deus), de Dom Francisco Manuel de Melo (1608-1666). Quando vejo, Senhor, que s alimrias Da terra, da gua, do ar, peixe, ave, bruto , No lhe esquece jamais o alto estatuto Das leis que lhes pusestes ordinrias; E logo vejo quantas artesvrias O homem racional, prvidoe astuto, Pe em obrar, ingrato e resoluto, Obras que a vossas leis so to contrrias: Ou me esquece quem sois ou quem eu era; Pois do que me mandais tanto me esqueo, Como se a vs e a mi no conhecera. Com razo logo por favor vos peo Que, pois homem tal sou, me faais fera, A ver se assi melhor vos obedeo. (A tuba de Calope, 1988.) alimria: animal irracional. arte: astcia, ardil. prvido: providente, que se previne, previdente, precavido. Que contraste explorado pelo poema como base da argumentao? Justifique sua resposta. Considerando tambm outros aspectos, em que movimento literrio o poema se enquadra?

Questão 30
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) As questes 29 e 30 tomam por base o Soneto LXVII (Considera a vantagem que os brutos fazem aos homens em obedecer a Deus), de Dom Francisco Manuel de Melo (1608-1666). Quando vejo, Senhor, que s alimrias Da terra, da gua, do ar, peixe, ave, bruto , No lhe esquece jamais o alto estatuto Das leis que lhes pusestes ordinrias; E logo vejo quantas artesvrias O homem racional, prvidoe astuto, Pe em obrar, ingrato e resoluto, Obras que a vossas leis so to contrrias: Ou me esquece quem sois ou quem eu era; Pois do que me mandais tanto me esqueo, Como se a vs e a mi no conhecera. Com razo logo por favor vos peo Que, pois homem tal sou, me faais fera, A ver se assi melhor vos obedeo. (A tuba de Calope, 1988.) alimria: animal irracional. arte: astcia, ardil. prvido: providente, que se previne, previdente, precavido. No primeiro verso, a que classe de palavras pertence o termo que e qual sua funo na frase? No quarto verso, a que classe de palavras pertence o termo que e qual sua funo na frase?

Questão 31
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) Leia o excerto do conto A cartomante, de Machado de Assis, para responder a questo. Hamlet observa a Horcio que h mais coisas no cu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicao que dava a bela Rita ao moo Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na vspera consultar uma cartomante; a diferena que o fazia por outras palavras. Ria, ria. Os homens so assim; no acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas comeou a botar as cartas, disse-me: A senhora gosta de uma pessoa... Confessei que sim, e ento ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que voc me esquecesse, mas que no era verdade... Errou! interrompeu Camilo, rindo. No diga isso, Camilo. Se voc soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Voc sabe; j lhe disse. No ria de mim, no ria... Camilo pegou-lhe nas mos, e olhou para ela srio e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criana; em todo o caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sab-lo, e depois... [...] Um dia, porm, recebeu Camilo uma carta annima, que lhe chamava imoral e prfido, e dizia que a aventura era sabida de todos. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, comeou a rarear as visitas casa de Vilela. Este notou-lhe as ausncias. Camilo respondeu que o motivo era uma paixo frvola de rapaz. Candura gerou astcia. As ausncias prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Pode ser que entrasse tambm nisso um pouco de amor-prprio, uma inteno de diminuir os obsquios do marido, para tornar menos dura a aleivosia do ato. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu cartomante para consult-la sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que a cartomante restituiu-lhe a confiana, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. Correram ainda algumas semanas. Camilo recebeu mais duas ou trs cartas annimas, to apaixonadas, que no podiam ser advertncia da virtude, mas despeito de algum pretendente; tal foi a opinio de Rita, que, por outras palavras mal compostas, formulou este pensamento: a virtude preguiosa e avara, no gasta tempo nem papel; s o interesse ativo e prdigo. Nem por isso Camilo ficou mais sossegado; temia que o annimo fosse ter com Vilela, e a catstrofe viria ento sem remdio. (Contos: uma antologia, 1998.) O trecho do quinto pargrafo [Ele] disse-lhe que era imprudente andar por essas casas foi construdo em discurso indireto. Reescreva-o em discurso direto, substituindo os pronomes sublinhados pelos nomes das personagens e efetuando os demais ajustes necessrios.

Questão 32
2016Português

(UNESP - 2016 - 2 fase) Leia o excerto do conto A cartomante, de Machado de Assis, para responder a questo Hamlet observa a Horcio que h mais coisas no cu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicao que dava a bela Rita ao moo Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na vspera consultar uma cartomante; a diferena que o fazia por outras palavras. Ria, ria. Os homens so assim; no acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas comeou a botar as cartas, disse-me: A senhora gosta de uma pessoa... Confessei que sim, e ento ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que voc me esquecesse, mas que no era verdade... Errou! interrompeu Camilo, rindo. No diga isso, Camilo. Se voc soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Voc sabe; j lhe disse. No ria de mim, no ria... Camilo pegou-lhe nas mos, e olhou para ela srio e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criana; em todo o caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sab-lo, e depois... [...] Um dia, porm, recebeu Camilo uma carta annima, que lhe chamava imoral e prfido, e dizia que a aventura era sabida de todos. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, comeou a rarear as visitas casa de Vilela. Este notou-lhe as ausncias. Camilo respondeu que o motivo era uma paixo frvola de rapaz. Candura gerou astcia. As ausncias prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Pode ser que entrasse tambm nisso um pouco de amor-prprio, uma inteno de diminuir os obsquios do marido, para tornar menos dura a aleivosia do ato. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu cartomante para consult-la sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que a cartomante restituiu-lhe a confiana, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. Correram ainda algumas semanas. Camilo recebeu mais duas ou trs cartas annimas, to apaixonadas, que no podiam ser advertncia da virtude, mas despeito de algum pretendente; tal foi a opinio de Rita, que, por outras palavras mal compostas, formulou este pensamento: a virtude preguiosa e avara, no gasta tempo nem papel; s o interesse ativo e prdigo. Nem por isso Camilo ficou mais sossegado; temia que o annimo fosse ter com Vilela, e a catstrofe viria ento sem remdio. (Contos: uma antologia, 1998.) H, no penltimo pargrafo, o emprego de uma figura de retrica que consiste no alargamento semntico de termos que designam dois entes abstratos pela atribuio a eles de traos prprios do ser humano. Quais so os dois entes abstratos que passam por tal processo? Justifique sua resposta. Como se denomina tal figura de retrica?

Questão 59
2016PortuguêsSociologia

(UNESP - 2016 - 1 FASE) Sob o ponto de vista individual, a corrupo pode ser vista como uma escolha racional, baseada em uma ponderao dos custos e dos benefcios dos comportamentos honesto e corrupto. No tocante s empresas, punir apenas as pessoas, ignorando as entidades, implica adotar, nesse mbito, a teoria da ma podre, como se a corrupo fosse um vcio dos indivduos que as praticaram no seio empresarial. O que constatamos bem diferente disso. A corrupo era, para as empresas envolvidas na operao Lava Jato, um modelo de negcio que majorava o lucro em benefcio de todos. (Entrevista com Deltan Martinazzo Dallagnol [procurador pblico].O Estado de S.Paulo, 18.03.2015. Adaptado.) A corrupo abordada no texto como um problema que pode ser explicado sob um ponto de vista

Questão 63
2016BiologiaPortuguês

(UNESP - 2016 - 1FASE) Considere as seguintes manchetes, noticiadas por diferentes meios de comunicao no primeiro semestre de 2015: Sobre a relao existente entre esses dois temas, vacina contra dengue e febre chikungunya, correto afirmar que a vacina

Questão
2016Português

(UNESP - 2016/2 - 2 FASE) Era no tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo O canto dos meirinhos1 ; e bem lhe assentava o nome, porque era a o lugar de encontro favorito de todos os indivduos dessa classe (que gozava ento de no pequena considerao). [...] Mas voltemos esquina. Quem passasse por a em qualquer dia til dessa abenoada poca veria sentado em assentos baixos, ento usados, de couro, e que se denominavam cadeiras de campanha um grupo mais ou menos numeroso dessa nobre gente conversando pacificamente em tudo sobre que era lcito conversar: na vida dos fidalgos, nas notcias do Reino e nas astcias policiais do Vidigal. Entre os termos que formavam essa equao meirinhal pregada na esquina havia uma quantidade constante, era o Leonardo-Pataca. Chamavam assim a uma rotunda e gordssima personagem de cabelos brancos e caro avermelhado, que era o decano da corporao, o mais antigo dos meirinhos que viviam nesse tempo. A velhice tinha-o tornado moleiro e pachorrento; com sua vagareza atrasava o negcio das partes; no o procuravam; e por isso jamais saa da esquina; passava ali os dias sentado na sua cadeira, com as pernas estendidas e o queixo apoiado sobre uma grossa bengala, que depois dos cinquenta era a sua infalvel companhia. Do hbito que tinha de queixar-se a todo o instante de que s pagassem por sua citao a mdica quantia de 320 ris, lhe viera o apelido que juntavam ao seu nome. Sua histria tem pouca coisa de notvel. Fora Leonardo algibebe2 em Lisboa, sua ptria; aborrecera-se porm do negcio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, no se sabe por proteo de quem, alcanou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, no sei fazer o qu, uma certa Maria da hortalia, quitandeira das praas de Lisboa, saloia3 rochonchuda e bonitota. O Leonardo, fazendo-se-lhe justia, no era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era magano4. 1 meirinho: espcie de oficial de justia. 2 algibebe: mascate, vendedor ambulante. 3 saloia: alde das imediaes de Lisboa. 4 magano: brincalho, jovial, folgazo, divertido. (Memrias de um Sargento de Milcias, 2003.) Em Memrias de um Sargento de Milcias, o narrador no participa da ao, mas se intromete na narrativa. Trans cre - va do excerto dois pequenos trechos em que a intromisso do narrador mais explcita. Justifique sua resposta.