(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) Indique a situao existencial de mendigos e cachorros de rua, implcita na tira, que leva a personagem a equipar-los.
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946) O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Ante as vaias dos tico-ticos e outras aves, o Azulo torna ainda mais perfeita sua cano. Com isso, revela uma atitude de
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) No contexto do poema, estrada da vida uma imagem que significa
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Na fala do papagaio, dos versos de nmeros 16 a 22, uma das formas verbais no apresenta, como deveria, flexo correspondente mesma pessoa gramatical das demais. Trata-se de
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) Com a frase a recproca no verdadeira, a personagem da tira sugere que
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Considerando a nota do editor, que identifica o Sabi como Rui Barbosa, grande admirador da poesia de Catulo, os tico-ticos representam no poema
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Se, nos versos 32 e 33, as palavras Sabi e capoeiro fossem pronunciadas sa-bi- e ca-po-ei-ro, tais versos quebrariam o padro e o ritmo dos demais, pois passariam a ser
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) O tema abordado pela tira tratado de modo
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Ao contradizer a me, aps ouvir esta dizer Pois coitados!..., a personagem Maria manifesta
(UNESP - 2015 - 1 FASE ) As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) Segundo o texto, antes desse tipo de corrida, muito importante para o atleta
(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) No terceiro pargrafo, descreve-se uma artimanha nessa prova:
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Focalizando eventos do final do sculo XVI e incio do sculo XVII portugus, a passagem procura destacar
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Assinale a alternativa em que a forma de tratamento se enquadra na segunda pessoa do singular.
(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) Pela prpria descrio da corrida no texto, verifica-se que o termo rasos, includo na denominao da prova, significa, tecnicamente, que
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Ao dizer, em voz baixa, para Madalena, Tenho medo desta criana, Jorge sugere que