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Questões de Português - UNESP | Gabarito e resoluções

Questão 15
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base um fragmento da crnica Letra de cano e poesia, de Antonio Cicero. Como escrevo poemas e letras de canes, frequentemente perguntam-me se acho que as letras de canes so poemas. A expresso letra de cano j indica de que modo essa questo deve ser entendida, pois a palavra letra remete escrita. O que se quer saber se a letra, separada da cano, constitui um poema escrito. Letra de cano poema? Essa formulao inadequada. Desde que as vanguardas mostraram que no se pode determinar a priori quais so as formas lcitas para a poesia, qualquer coisa pode ser um poema. Se um poeta escreve letras soltas na pgina e diz que um poema, quem provar o contrrio? Neste ponto, parece-me inevitvel introduzir um juzo de valor. A verdadeira questo parece ser se uma letra de cano um bom poema. Entretanto, mesmo esta ltima pergunta ainda no suficientemente precisa, pois pode estar a indagar duas coisas distintas: 1) Se uma letra de cano necessariamente um bom poema; e 2) Se uma letra de cano possivelmente um bom poema. Quanto primeira pergunta, evidente que deve ter uma resposta negativa. Nenhum poema necessariamente um bom poema; nenhum texto necessariamente um bom poema; logo, nenhuma letra necessariamente um bom poema. Mas talvez o que se deva perguntar se uma boa letra necessariamente um bom poema. Ora, tambm a essa pergunta a resposta negativa. Quem j no teve a experincia, em relao a uma letra de cano, de se emocionar com ela ao escut-la cantada e depois consider-la inspida, ao l-la no papel, sem acompanhamento musical? No difcil entender a razo disso. Um poema um objeto autotlico, isto , ele tem o seu fim em si prprio. Quando o julgamos bom ou ruim, estamos a consider-lo independentemente do fato de que, alm de ser um poema, ele tenha qualquer utilidade. O poema se realiza quando lido: e ele pode ser lido em voz baixa, interna, aural. J uma letra de cano heterotlica, isto , ela no tem o seu fim em si prpria. Para que a julguemos boa, necessrio e suficiente que ela contribua para que a obra ltero-musical de que faz parte seja boa. Em outras palavras, se uma letra de cano servir para fazer uma boa cano, ela boa, ainda que seja ilegvel. E a letra pode ser ilegvel porque, para se estruturar, para adquirir determinado colorido, para ter os sons ou as palavras certas enfatizadas, ela depende da melodia, da harmonia, do ritmo, do tom da msica qual se encontra associada. (Folha de S.Paulo, 16.06.2007.) Para que a julguemos boa, necessrio e suficiente que ela contribua para que a obra ltero-musical de que faz parte seja boa. No perodo em destaque, a orao Para que a julguemos boa indica, em relao orao principal,

Questão 16
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1 fase) Instruo: As questes de nmeros 16 a 20 tomam por base uma passagem de um livro de Jos Ribeiro sobre o folclore nacional. Curupira Na teogonia* tupi, o anhang, gnio andante, esprito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caa do campo. Era imaginado, segundo a tradio colhida pelo Dr. Couto de Magalhes, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo. Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhang e a viso determinava logo a febre e, s vezes, a loucura. O caapora o mesmo tipo mtico encontrado nas regies central e meridional e a representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteo da caa do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimenses, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expresses portuguesas caipora e caiporismo, como sinnimo de m sorte, infelicidade, desdita nos negcios. Bilac assim o descreve: Companheiro do curupira, ou sua duplicata, o Caapora, ora gigante, ora ano, montado num caititu, e cavalgando frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho. Ambos representam um s mito com diferente configurao e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira representado na regio setentrional por um pequeno tapuio com os ps voltados para trs e sem os orifcios necessrios para as secrees indispensveis vida, pelo que a gente do Par diz que ele msico. O Curupira ou Currupira, como chamado no sul, alis erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Par, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longnqua no meio dos bosques, os romeiros dizem que o Curupira que est batendo nas sapupemas, a ver se as rvores esto suficientemente fortes para sofrerem a ao de alguma tempestade que est prxima. A funo do Curupira proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as rvores, punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar at os seus. Como se v, qualquer desses tipos a manifestao de um s mito em regies e circunstncias diferentes. (O Brasil no folclore, 1970.) (*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mstica relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formao do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politesta. (Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI.) Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhang [...]. Se a frase apresentada for reescrita trocando-se perseguisse, que est no pretrito imperfeito do modo subjuntivo, por perseguir, futuro do mesmo modo, as formas estivesse e corria assumiro, por correlao de modos e tempos, as seguintes flexes:

Questão 16
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) Software Livre, isto , software que respeita as liberdades dos usurios de executar o software para qualquer propsito, de estudar o cdigo fonte do software e adapt-lo para que faa o que o usurio deseje, de fazer e distribuir cpias do software, e de melhor-lo e distribuir as melhorias, permite que pessoas usem computadores sem abrir mo de serem livres e independentes, sem aceitar condies que os impeam de obter ou criar conhecimento desejado. Software que priva o usurio de qualquer dessas liberdades no Livre, privativo, e mantm usurios divididos, dependentes e impotentes. No uma questo tcnica, no tem nada a ver com preo nem com a tarefa prtica desempenhada pelo software. Um mesmo programa de computador pode ser Livre para alguns usurios e no-Livre para outros, e tanto os Livres quanto os privativos podem ser grtis ou no. Mas alm do conhecimento que foram projetados para transmitir, um deles ensinar liberdade, enquanto o outro ensinar servido. [...] Se o usurio depender de permisso do desenvolvedor do software para instal-lo ou utiliz-lo num computador qualquer, o desenvolvedor que decida neg-la, ou exija contrapartida para permiti-la, efetivamente ter controle sobre o usurio. Pior ainda se o software armazenar informao do usurio de maneira secreta, que somente o fornecedor do software saiba decodificar: ou o usurio paga o resgate imposto pelo fornecedor, ou perde o prprio conhecimento que confiou ao seu controle. Seja qual for a escolha, restaro menos recursos para utilizar na educao. Ter acesso negado ao cdigo fonte do programa impede o educando de aprender como o software funciona. Pode parecer pouco, para algum j acostumado com essa prtica que pretende tambm controlar e, por vezes, enganar o usurio: de posse do cdigo fonte, qualquer interessado poderia perceber e evitar comportamento indesejvel, inadequado ou incorreto do software. Atravs dessa imposio de impotncia, o fornecedor cria um monoplio sobre eventuais adaptaes ao software: s podero ser desenvolvidas sob seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. Crianas tm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam. Assim como desmontam um brinquedo para ver suas entranhas, poderiam querer entender o software que utilizam na escola. Mas se uma criana pedir ao professor, mesmo o de informtica, que lhe ensine como funciona um determinado programa privativo, o professor s poder confessar que um segredo guardado pelo fornecedor do software, que a escola aceitou no poder ensinar ao aluno. Limites artificiais ao que os alunos podero almejar descobrir ou aprender so a anttese da educao, e a escolha de modelos de negcio de software baseados numa suposta necessidade de privao e controle desse conhecimento no deve ser incentivada por ningum, muito menos pelo setor educacional. (Alexandre Oliva. Software privativo falta de educao. http://revista.espiritolivre.org) De acordo com a argumentao do especialista Alexandre Oliva, a principal caracterstica de um software livre consiste em

Questão 17
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 16 a 20 tomam por base uma passagem de um livro de Jos Ribeiro sobre o folclore nacional. Curupira Na teogonia* tupi, o anhang, gnio andante, esprito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caa do campo. Era imaginado, segundo a tradio colhida pelo Dr. Couto de Magalhes, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo. Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhang e a viso determinava logo a febre e, s vezes, a loucura. O caapora o mesmo tipo mtico encontrado nas regies central e meridional e a representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteo da caa do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimenses, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expresses portuguesas caipora e caiporismo, como sinnimo de m sorte, infelicidade, desdita nos negcios. Bilac assim o descreve: Companheiro do curupira, ou sua duplicata, o Caapora, ora gigante, ora ano, montado num caititu, e cavalgando frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho. Ambos representam um s mito com diferente configurao e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira representado na regio setentrional por um pequeno tapuio com os ps voltados para trs e sem os orifcios necessrios para as secrees indispensveis vida, pelo que a gente do Par diz que ele msico. O Curupira ou Currupira, como chamado no sul, alis erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Par, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longnqua no meio dos bosques, os romeiros dizem que o Curupira que est batendo nas sapupemas, a ver se as rvores esto suficientemente fortes para sofrerem a ao de alguma tempestade que est prxima. A funo do Curupira proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as rvores, punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar at os seus. Como se v, qualquer desses tipos a manifestao de um s mito em regies e circunstncias diferentes. (O Brasil no folclore, 1970.) (*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mstica relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formao do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politesta. (Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI.) Segundo o texto, a lenda do Caapora foi responsvel pela criao de uma palavra no portugus com o significado de dor, sofrimento, m sorte, fracasso. Tal palavra :

Questão 17
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) Software Livre, isto , software que respeita as liberdades dos usurios de executar o software para qualquer propsito, de estudar o cdigo fonte do software e adapt-lo para que faa o que o usurio deseje, de fazer e distribuir cpias do software, e de melhor-lo e distribuir as melhorias, permite que pessoas usem computadores sem abrir mo de serem livres e independentes, sem aceitar condies que os impeam de obter ou criar conhecimento desejado. Software que priva o usurio de qualquer dessas liberdades no Livre, privativo, e mantm usurios divididos, dependentes e impotentes. No uma questo tcnica, no tem nada a ver com preo nem com a tarefa prtica desempenhada pelo software. Um mesmo programa de computador pode ser Livre para alguns usurios e no-Livre para outros, e tanto os Livres quanto os privativos podem ser grtis ou no. Mas alm do conhecimento que foram projetados para transmitir, um deles ensinar liberdade, enquanto o outro ensinar servido. [...] Se o usurio depender de permisso do desenvolvedor do software para instal-lo ou utiliz-lo num computador qualquer, o desenvolvedor que decida neg-la, ou exija contrapartida para permiti-la, efetivamente ter controle sobre o usurio. Pior ainda se o software armazenar informao do usurio de maneira secreta, que somente o fornecedor do software saiba decodificar: ou o usurio paga o resgate imposto pelo fornecedor, ou perde o prprio conhecimento que confiou ao seu controle. Seja qual for a escolha, restaro menos recursos para utilizar na educao. Ter acesso negado ao cdigo fonte do programa impede o educando de aprender como o software funciona. Pode parecer pouco, para algum j acostumado com essa prtica que pretende tambm controlar e, por vezes, enganar o usurio: de posse do cdigo fonte, qualquer interessado poderia perceber e evitar comportamento indesejvel, inadequado ou incorreto do software. Atravs dessa imposio de impotncia, o fornecedor cria um monoplio sobre eventuais adaptaes ao software: s podero ser desenvolvidas sob seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. Crianas tm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam. Assim como desmontam um brinquedo para ver suas entranhas, poderiam querer entender o software que utilizam na escola. Mas se uma criana pedir ao professor, mesmo o de informtica, que lhe ensine como funciona um determinado programa privativo, o professor s poder confessar que um segredo guardado pelo fornecedor do software, que a escola aceitou no poder ensinar ao aluno. Limites artificiais ao que os alunos podero almejar descobrir ou aprender so a anttese da educao, e a escolha de modelos de negcio de software baseados numa suposta necessidade de privao e controle desse conhecimento no deve ser incentivada por ningum, muito menos pelo setor educacional. (Alexandre Oliva. Software privativo falta de educao. http://revista.espiritolivre.org) Conforme aponta o autor no terceiro pargrafo, um dos problemas dos programas privativos

Questão 18
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) Software Livre, isto , software que respeita as liberdades dos usurios de executar o software para qualquer propsito, de estudar o cdigo fonte do software e adapt-lo para que faa o que o usurio deseje, de fazer e distribuir cpias do software, e de melhor-lo e distribuir as melhorias, permite que pessoas usem computadores sem abrir mo de serem livres e independentes, sem aceitar condies que os impeam de obter ou criar conhecimento desejado. Software que priva o usurio de qualquer dessas liberdades no Livre, privativo, e mantm usurios divididos, dependentes e impotentes. No uma questo tcnica, no tem nada a ver com preo nem com a tarefa prtica desempenhada pelo software. Um mesmo programa de computador pode ser Livre para alguns usurios e no-Livre para outros, e tanto os Livres quanto os privativos podem ser grtis ou no. Mas alm do conhecimento que foram projetados para transmitir, um deles ensinar liberdade, enquanto o outro ensinar servido. [...] Se o usurio depender de permisso do desenvolvedor do software para instal-lo ou utiliz-lo num computador qualquer, o desenvolvedor que decida neg-la, ou exija contrapartida para permiti-la, efetivamente ter controle sobre o usurio. Pior ainda se o software armazenar informao do usurio de maneira secreta, que somente o fornecedor do software saiba decodificar: ou o usurio paga o resgate imposto pelo fornecedor, ou perde o prprio conhecimento que confiou ao seu controle. Seja qual for a escolha, restaro menos recursos para utilizar na educao. Ter acesso negado ao cdigo fonte do programa impede o educando de aprender como o software funciona. Pode parecer pouco, para algum j acostumado com essa prtica que pretende tambm controlar e, por vezes, enganar o usurio: de posse do cdigo fonte, qualquer interessado poderia perceber e evitar comportamento indesejvel, inadequado ou incorreto do software. Atravs dessa imposio de impotncia, o fornecedor cria um monoplio sobre eventuais adaptaes ao software: s podero ser desenvolvidas sob seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. Crianas tm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam. Assim como desmontam um brinquedo para ver suas entranhas, poderiam querer entender o software que utilizam na escola. Mas se uma criana pedir ao professor, mesmo o de informtica, que lhe ensine como funciona um determinado programa privativo, o professor s poder confessar que um segredo guardado pelo fornecedor do software, que a escola aceitou no poder ensinar ao aluno. Limites artificiais ao que os alunos podero almejar descobrir ou aprender so a anttese da educao, e a escolha de modelos de negcio de software baseados numa suposta necessidade de privao e controle desse conhecimento no deve ser incentivada por ningum, muito menos pelo setor educacional. (Alexandre Oliva. Software privativo falta de educao. http://revista.espiritolivre.org) Crianas tm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam.No contexto em que surge, no ltimo pargrafo, esta frase aponta um fato que refora o argumento de Alexandre Oliva, segundo o qual

Questão 18
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 16 a 20 tomam por base uma passagem de um livro de Jos Ribeiro sobre o folclore nacional. Curupira Na teogonia* tupi, o anhang, gnio andante, esprito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caa do campo. Era imaginado, segundo a tradio colhida pelo Dr. Couto de Magalhes, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo. Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhang e a viso determinava logo a febre e, s vezes, a loucura. O caapora o mesmo tipo mtico encontrado nas regies central e meridional e a representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteo da caa do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimenses, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expresses portuguesas caipora e caiporismo, como sinnimo de m sorte, infelicidade, desdita nos negcios. Bilac assim o descreve: Companheiro do curupira, ou sua duplicata, o Caapora, ora gigante, ora ano, montado num caititu, e cavalgando frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho. Ambos representam um s mito com diferente configurao e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira representado na regio setentrional por um pequeno tapuio com os ps voltados para trs e sem os orifcios necessrios para as secrees indispensveis vida, pelo que a gente do Par diz que ele msico. O Curupira ou Currupira, como chamado no sul, alis erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Par, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longnqua no meio dos bosques, os romeiros dizem que o Curupira que est batendo nas sapupemas, a ver se as rvores esto suficientemente fortes para sofrerem a ao de alguma tempestade que est prxima. A funo do Curupira proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as rvores, punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar at os seus. Como se v, qualquer desses tipos a manifestao de um s mito em regies e circunstncias diferentes. (O Brasil no folclore, 1970.) (*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mstica relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formao do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politesta. (Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI.) [...] frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho. Eliminando-se o aposto, a frase em destaque apresentar, de acordo com a norma-padro, a seguinte forma:

Questão 19
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 16 a 20 tomam por base uma passagem de um livro de Jos Ribeiro sobre o folclore nacional. Curupira Na teogonia* tupi, o anhang, gnio andante, esprito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caa do campo. Era imaginado, segundo a tradio colhida pelo Dr. Couto de Magalhes, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo. Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhang e a viso determinava logo a febre e, s vezes, a loucura. O caapora o mesmo tipo mtico encontrado nas regies central e meridional e a representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteo da caa do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimenses, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expresses portuguesas caipora e caiporismo, como sinnimo de m sorte, infelicidade, desdita nos negcios. Bilac assim o descreve: Companheiro do curupira, ou sua duplicata, o Caapora, ora gigante, ora ano, montado num caititu, e cavalgando frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho. Ambos representam um s mito com diferente configurao e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira representado na regio setentrional por um pequeno tapuio com os ps voltados para trs e sem os orifcios necessrios para as secrees indispensveis vida, pelo que a gente do Par diz que ele msico. O Curupira ou Currupira, como chamado no sul, alis erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Par, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longnqua no meio dos bosques, os romeiros dizem que o Curupira que est batendo nas sapupemas, a ver se as rvores esto suficientemente fortes para sofrerem a ao de alguma tempestade que est prxima. A funo do Curupira proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as rvores, punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar at os seus. Como se v, qualquer desses tipos a manifestao de um s mito em regies e circunstncias diferentes. (O Brasil no folclore, 1970.) (*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mstica relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formao do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politesta. (Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI.) Anhang e Caapora se identificam, segundo o texto, pelo fato de caracterizarem

Questão 19
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) Software Livre, isto , software que respeita as liberdades dos usurios de executar o software para qualquer propsito, de estudar o cdigo fonte do software e adapt-lo para que faa o que o usurio deseje, de fazer e distribuir cpias do software, e de melhor-lo e distribuir as melhorias, permite que pessoas usem computadores sem abrir mo de serem livres e independentes, sem aceitar condies que os impeam de obter ou criar conhecimento desejado. Software que priva o usurio de qualquer dessas liberdades no Livre, privativo, e mantm usurios divididos, dependentes e impotentes. No uma questo tcnica, no tem nada a ver com preo nem com a tarefa prtica desempenhada pelo software. Um mesmo programa de computador pode ser Livre para alguns usurios e no-Livre para outros, e tanto os Livres quanto os privativos podem ser grtis ou no. Mas alm do conhecimento que foram projetados para transmitir, um deles ensinar liberdade, enquanto o outro ensinar servido. [...] Se o usurio depender de permisso do desenvolvedor do software para instal-lo ou utiliz-lo num computador qualquer, o desenvolvedor que decida neg-la, ou exija contrapartida para permiti-la, efetivamente ter controle sobre o usurio. Pior ainda se o software armazenar informao do usurio de maneira secreta, que somente o fornecedor do software saiba decodificar: ou o usurio paga o resgate imposto pelo fornecedor, ou perde o prprio conhecimento que confiou ao seu controle. Seja qual for a escolha, restaro menos recursos para utilizar na educao. Ter acesso negado ao cdigo fonte do programa impede o educando de aprender como o software funciona. Pode parecer pouco, para algum j acostumado com essa prtica que pretende tambm controlar e, por vezes, enganar o usurio: de posse do cdigo fonte, qualquer interessado poderia perceber e evitar comportamento indesejvel, inadequado ou incorreto do software. Atravs dessa imposio de impotncia, o fornecedor cria um monoplio sobre eventuais adaptaes ao software: s podero ser desenvolvidas sob seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. Crianas tm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam. Assim como desmontam um brinquedo para ver suas entranhas, poderiam querer entender o software que utilizam na escola. Mas se uma criana pedir ao professor, mesmo o de informtica, que lhe ensine como funciona um determinado programa privativo, o professor s poder confessar que um segredo guardado pelo fornecedor do software, que a escola aceitou no poder ensinar ao aluno. Limites artificiais ao que os alunos podero almejar descobrir ou aprender so a anttese da educao, e a escolha de modelos de negcio de software baseados numa suposta necessidade de privao e controle desse conhecimento no deve ser incentivada por ningum, muito menos pelo setor educacional. (Alexandre Oliva. Software privativo falta de educao. http://revista.espiritolivre.org) No fragmento do artigo apresentado, em todas as referncias a software, a palavra Livre aparece com inicial maiscula e a palavra privativo com inicial minscula. Aponte a alternativa que explica essa diferena em funo do prprio contexto do artigo:

Questão 20
2013Português

(UNESP - 2013 - 1a fase) Software Livre, isto , software que respeita as liberdades dos usurios de executar o software para qualquer propsito, de estudar o cdigo fonte do software e adapt-lo para que faa o que o usurio deseje, de fazer e distribuir cpias do software, e de melhor-lo e distribuir as melhorias, permite que pessoas usem computadores sem abrir mo de serem livres e independentes, sem aceitar condies que os impeam de obter ou criar conhecimento desejado. Software que priva o usurio de qualquer dessas liberdades no Livre, privativo, e mantm usurios divididos, dependentes e impotentes. No uma questo tcnica, no tem nada a ver com preo nem com a tarefa prtica desempenhada pelo software. Um mesmo programa de computador pode ser Livre para alguns usurios e no-Livre para outros, e tanto os Livres quanto os privativos podem ser grtis ou no. Mas alm do conhecimento que foram projetados para transmitir, um deles ensinar liberdade, enquanto o outro ensinar servido. [...] Se o usurio depender de permisso do desenvolvedor do software para instal-lo ou utiliz-lo num computador qualquer, o desenvolvedor que decida neg-la, ou exija contrapartida para permiti-la, efetivamente ter controle sobre o usurio. Pior ainda se o software armazenar informao do usurio de maneira secreta, que somente o fornecedor do software saiba decodificar: ou o usurio paga o resgate imposto pelo fornecedor, ou perde o prprio conhecimento que confiou ao seu controle. Seja qual for a escolha, restaro menos recursos para utilizar na educao. Ter acesso negado ao cdigo fonte do programa impede o educando de aprender como o software funciona. Pode parecer pouco, para algum j acostumado com essa prtica que pretende tambm controlar e, por vezes, enganar o usurio: de posse do cdigo fonte, qualquer interessado poderia perceber e evitar comportamento indesejvel, inadequado ou incorreto do software. Atravs dessa imposio de impotncia, o fornecedor cria um monoplio sobre eventuais adaptaes ao software: s podero ser desenvolvidas sob seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. Crianas tm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam. Assim como desmontam um brinquedo para ver suas entranhas, poderiam querer entender o software que utilizam na escola. Mas se uma criana pedir ao professor, mesmo o de informtica, que lhe ensine como funciona um determinado programa privativo, o professor s poder confessar que um segredo guardado pelo fornecedor do software, que a escola aceitou no poder ensinar ao aluno. Limites artificiais ao que os alunos podero almejar descobrir ou aprender so a anttese da educao, e a escolha de modelos de negcio de software baseados numa suposta necessidade de privao e controle desse conhecimento no deve ser incentivada por ningum, muito menos pelo setor educacional. (Alexandre Oliva. Software privativo falta de educao. http://revista.espiritolivre.org) [...] cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. A forma verbal cerceia, nesta frase do ltimo pargrafo, significa:

Questão 20
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 16 a 20 tomam por base uma passagem de um livro de Jos Ribeiro sobre o folclore nacional. Curupira Na teogonia* tupi, o anhang, gnio andante, esprito andejo ou vagabundo, destinava-se a proteger a caa do campo. Era imaginado, segundo a tradio colhida pelo Dr. Couto de Magalhes, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo. Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver Anhang e a viso determinava logo a febre e, s vezes, a loucura. O caapora o mesmo tipo mtico encontrado nas regies central e meridional e a representado por um homem enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a proteo da caa do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de grandes dimenses, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se originaram as expresses portuguesas caipora e caiporismo, como sinnimo de m sorte, infelicidade, desdita nos negcios. Bilac assim o descreve: Companheiro do curupira, ou sua duplicata, o Caapora, ora gigante, ora ano, montado num caititu, e cavalgando frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho. Ambos representam um s mito com diferente configurao e a mesma identidade com o curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para o mesmo fim, sendo que o curupira representado na regio setentrional por um pequeno tapuio com os ps voltados para trs e sem os orifcios necessrios para as secrees indispensveis vida, pelo que a gente do Par diz que ele msico. O Curupira ou Currupira, como chamado no sul, alis erroneamente, figura em uma infinidade de lendas tanto no norte como no sul do Brasil. No Par, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma pancada longnqua no meio dos bosques, os romeiros dizem que o Curupira que est batendo nas sapupemas, a ver se as rvores esto suficientemente fortes para sofrerem a ao de alguma tempestade que est prxima. A funo do Curupira proteger as florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as rvores, punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar com o caminho de casa, ou meio algum de chegar at os seus. Como se v, qualquer desses tipos a manifestao de um s mito em regies e circunstncias diferentes. (O Brasil no folclore, 1970.) (*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mstica relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona com a formao do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politesta. (Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI.) Tomando por base as informaes do texto, as aes de Anhang, Caapora e Curupira seriam consideradas, na atualidade,

Questão 25
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 25) Escrever Eu disse uma vez que escrever uma maldio. No me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: uma maldio, mas uma maldio que salva. No estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. uma maldio porque obriga e arrasta como um vcio penoso do qual quase impossvel se livrar, pois nada o substitui. E uma salvao. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente intil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzvel, sentir at o ltimo fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever tambm abenoar uma vida que no foi abenoada. Que pena que s sei escrever quando espontaneamente a coisa vem. Fico assim merc do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros. (Clarice Lispector. A descoberta do mundo, 1999.) Escrevendo o roteiro Escrever um roteiro um fenmeno espantoso, quase misterioso. Num dia voc est com as coisas sob controle, no dia seguinte sob o controle delas, perdido em confuso e incerteza. Num dia tudo funciona, no outro no; ningum sabe como ou por qu. o processo criativo; que desafia anlises; mgica e maravilha. Tudo o que foi dito ou registrado sobre a experincia de escrever desde o incio dos tempos resume-se a uma coisa escrever sua experincia particular, pessoal. De ningum mais. Muita gente contribui para a feitura de um filme, mas o roteirista a nica pessoa que se senta e encara a folha de papel em branco. Escrever trabalho duro, uma tarefa cotidiana, de sentar-se diariamente diante de seu bloco de notas, mquina de escrever ou computador, colocando palavras no papel. Voc tem que investir tempo. Antes de comear a escrever, voc tem que achar tempo para escrever. Quantas horas por dia voc precisa dedicar-se a escrever? Depende de voc. Eu trabalho cerca de quatro horas por dia, cinco dias por semana. John Millius escreve uma hora por dia, sete dias por semana, entre 5 e 6 da tarde. Stirling Silliphant, que escreveu The Towering Inferno (Inferno na Torre), s vezes escreve 12 horas por dia. Paul Schrader trabalha com a histria na cabea por meses, contando-a para as pessoas at que ele a conhea completamente; ento ele pula na mquina e a escreve em cerca de duas semanas. Depois ele gastar semanas polindo e consertando a histria. Voc precisa de duas a trs horas por dia para escrever um roteiro. Olhe para a sua agenda diria. Examine o seu tempo. Se voc trabalha em horrio integral, ou cuidando da casa e da famlia, seu tempo limitado. Voc ter que achar o melhor horrio para escrever. Voc o tipo de pessoa que trabalha melhor pela manh? Ou s vai acordar e ficar alerta no final da tarde? Tarde da noite pode ser um bom horrio. Descubra. (Syd Field. Manual do roteiro, 1995.) Clarice Lispector coloca inicialmente o processo da criao literria como uma maldio. Em seguida, ressalva que tambm uma salvao. Com base no texto da crnica, explique como a autora resolve essa diferena de conceitos sobre a criao literria.

Questão 26
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 26) Escrever Eu disse uma vez que escrever uma maldio. No me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: uma maldio, mas uma maldio que salva. No estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. uma maldio porque obriga e arrasta como um vcio penoso do qual quase impossvel se livrar, pois nada o substitui. E uma salvao. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente intil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzvel, sentir at o ltimo fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever tambm abenoar uma vida que no foi abenoada. Que pena que s sei escrever quando espontaneamente a coisa vem. Fico assim merc do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros. (Clarice Lispector. A descoberta do mundo, 1999.) Escrevendo o roteiro Escrever um roteiro um fenmeno espantoso, quase misterioso. Num dia voc est com as coisas sob controle, no dia seguinte sob o controle delas, perdido em confuso e incerteza. Num dia tudo funciona, no outro no; ningum sabe como ou por qu. o processo criativo; que desafia anlises; mgica e maravilha. Tudo o que foi dito ou registrado sobre a experincia de escrever desde o incio dos tempos resume-se a uma coisa escrever sua experincia particular, pessoal. De ningum mais. Muita gente contribui para a feitura de um filme, mas o roteirista a nica pessoa que se senta e encara a folha de papel em branco. Escrever trabalho duro, uma tarefa cotidiana, de sentar-se diariamente diante de seu bloco de notas, mquina de escrever ou computador, colocando palavras no papel. Voc tem que investir tempo. Antes de comear a escrever, voc tem que achar tempo para escrever. Quantas horas por dia voc precisa dedicar-se a escrever? Depende de voc. Eu trabalho cerca de quatro horas por dia, cinco dias por semana. John Millius escreve uma hora por dia, sete dias por semana, entre 5 e 6 da tarde. Stirling Silliphant, que escreveu The Towering Inferno (Inferno na Torre), s vezes escreve 12 horas por dia. Paul Schrader trabalha com a histria na cabea por meses, contando-a para as pessoas at que ele a conhea completamente; ento ele pula na mquina e a escreve em cerca de duas semanas. Depois ele gastar semanas polindo e consertando a histria. Voc precisa de duas a trs horas por dia para escrever um roteiro. Olhe para a sua agenda diria. Examine o seu tempo. Se voc trabalha em horrio integral, ou cuidando da casa e da famlia, seu tempo limitado. Voc ter que achar o melhor horrio para escrever. Voc o tipo de pessoa que trabalha melhor pela manh? Ou s vai acordar e ficar alerta no final da tarde? Tarde da noite pode ser um bom horrio. Descubra. (Syd Field. Manual do roteiro, 1995.) Que pena que s sei escrever quando espontaneamente a coisa vem. Explique, com base no primeiro pargrafo do texto Escrevendo o roteiro, se Syd Field concorda com esta afirmao de Clarice Lispector.

Questão 27
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 27) Escrever Eu disse uma vez que escrever uma maldio. No me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: uma maldio, mas uma maldio que salva. No estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. uma maldio porque obriga e arrasta como um vcio penoso do qual quase impossvel se livrar, pois nada o substitui. E uma salvao. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente intil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzvel, sentir at o ltimo fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever tambm abenoar uma vida que no foi abenoada. Que pena que s sei escrever quando espontaneamente a coisa vem. Fico assim merc do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros. (Clarice Lispector. A descoberta do mundo, 1999.) Escrevendo o roteiro Escrever um roteiro um fenmeno espantoso, quase misterioso. Num dia voc est com as coisas sob controle, no dia seguinte sob o controle delas, perdido em confuso e incerteza. Num dia tudo funciona, no outro no; ningum sabe como ou por qu. o processo criativo; que desafia anlises; mgica e maravilha. Tudo o que foi dito ou registrado sobre a experincia de escrever desde o incio dos tempos resume-se a uma coisa escrever sua experincia particular, pessoal. De ningum mais. Muita gente contribui para a feitura de um filme, mas o roteirista a nica pessoa que se senta e encara a folha de papel em branco. Escrever trabalho duro, uma tarefa cotidiana, de sentar-se diariamente diante de seu bloco de notas, mquina de escrever ou computador, colocando palavras no papel. Voc tem que investir tempo. Antes de comear a escrever, voc tem que achar tempo para escrever. Quantas horas por dia voc precisa dedicar-se a escrever? Depende de voc. Eu trabalho cerca de quatro horas por dia, cinco dias por semana. John Millius escreve uma hora por dia, sete dias por semana, entre 5 e 6 da tarde. Stirling Silliphant, que escreveu The Towering Inferno (Inferno na Torre), s vezes escreve 12 horas por dia. Paul Schrader trabalha com a histria na cabea por meses, contando-a para as pessoas at que ele a conhea completamente; ento ele pula na mquina e a escreve em cerca de duas semanas. Depois ele gastar semanas polindo e consertando a histria. Voc precisa de duas a trs horas por dia para escrever um roteiro. Olhe para a sua agenda diria. Examine o seu tempo. Se voc trabalha em horrio integral, ou cuidando da casa e da famlia, seu tempo limitado. Voc ter que achar o melhor horrio para escrever. Voc o tipo de pessoa que trabalha melhor pela manh? Ou s vai acordar e ficar alerta no final da tarde? Tarde da noite pode ser um bom horrio. Descubra. (Syd Field. Manual do roteiro, 1995.) Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. Ao empregar na frase apresentada o advrbio eventualmente, o que revela Clarice Lispector sobre a criao de um conto ou romance?

Questão 28
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 28) Escrever Eu disse uma vez que escrever uma maldio. No me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: uma maldio, mas uma maldio que salva. No estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. uma maldio porque obriga e arrasta como um vcio penoso do qual quase impossvel se livrar, pois nada o substitui. E uma salvao. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente intil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzvel, sentir at o ltimo fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever tambm abenoar uma vida que no foi abenoada. Que pena que s sei escrever quando espontaneamente a coisa vem. Fico assim merc do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros. (Clarice Lispector. A descoberta do mundo, 1999.) Escrevendo o roteiro Escrever um roteiro um fenmeno espantoso, quase misterioso. Num dia voc est com as coisas sob controle, no dia seguinte sob o controle delas, perdido em confuso e incerteza. Num dia tudo funciona, no outro no; ningum sabe como ou por qu. o processo criativo; que desafia anlises; mgica e maravilha. Tudo o que foi dito ou registrado sobre a experincia de escrever desde o incio dos tempos resume-se a uma coisa escrever sua experincia particular, pessoal. De ningum mais. Muita gente contribui para a feitura de um filme, mas o roteirista a nica pessoa que se senta e encara a folha de papel em branco. Escrever trabalho duro, uma tarefa cotidiana, de sentar-se diariamente diante de seu bloco de notas, mquina de escrever ou computador, colocando palavras no papel. Voc tem que investir tempo. Antes de comear a escrever, voc tem que achar tempo para escrever. Quantas horas por dia voc precisa dedicar-se a escrever? Depende de voc. Eu trabalho cerca de quatro horas por dia, cinco dias por semana. John Millius escreve uma hora por dia, sete dias por semana, entre 5 e 6 da tarde. Stirling Silliphant, que escreveu The Towering Inferno (Inferno na Torre), s vezes escreve 12 horas por dia. Paul Schrader trabalha com a histria na cabea por meses, contando-a para as pessoas at que ele a conhea completamente; ento ele pula na mquina e a escreve em cerca de duas semanas. Depois ele gastar semanas polindo e consertando a histria. Voc precisa de duas a trs horas por dia para escrever um roteiro. Olhe para a sua agenda diria. Examine o seu tempo. Se voc trabalha em horrio integral, ou cuidando da casa e da famlia, seu tempo limitado. Voc ter que achar o melhor horrio para escrever. Voc o tipo de pessoa que trabalha melhor pela manh? Ou s vai acordar e ficar alerta no final da tarde? Tarde da noite pode ser um bom horrio. Descubra. (Syd Field. Manual do roteiro, 1995.) No stimo pargrafo do texto de Syd Field, que informao o autor passa ao aprendiz de roteirista com os diversos exemplos que apresenta?