(UNESP - 2012/2 - 1FASE) A questo toma por base um poema de Toms Antnio Gonzaga (1744-1810). 18 No vs aquele velho respeitvel, que muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago no lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta! Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; j lhe treme a cabea, a mo, o queixo, nem tem uma beleza das belezas que teve. Assim tambm serei, minha Marlia, daqui a poucos anos, que o mpio tempo para todos corre. Os dentes cairo e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita s quem morre. Mas sempre passarei uma velhice muito menos penosa. No trarei a muleta carregada, descansarei o j vergado corpo na tua mo piedosa, na tua mo nevada. As frias tardes, em que negra nuvem os chuveiros no lance, irei contigo ao prado florescente: aqui me buscars um stio ameno, onde os membros descanse, e ao brando sol me aquente. Apenas me sentar, ento, movendo os olhos por aquela vistosa parte, que ficar fronteira, apontando direi: Ali falamos, ali, minha bela, te vi a vez primeira. Vertero os meus olhos duas fontes, nascidas de alegria; faro teus olhos ternos outro tanto; ento darei, Marlia, frios beijos na mo formosa e pia, que me limpar o pranto. Assim ir, Marlia, docemente meu corpo suportando do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marlia quem, sentida, chorando meus baos olhos cerra. (Toms Antnio Gonzaga. Marlia de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria S da Costa Editora, 1982.) Observe os seguintes vocbulos extrados da stima estrofe do poema: I. ternos. II. frios. III. pia. IV. pranto. As palavras que aparecem na estrofe como adjetivos esto contidas apenas em:
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: O fim do Marketing A empresa vende ao consumidor - com a web no mais assim Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing produto, praa, preo e promoo no funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Ns criamos produtos; fixamos preos; definimos os locais onde vend-los; e fazemos anncios. Ns controlamos a mensagem. A internet transforma todas essas atividades. (...) Os produtos agora so customizados em massa, envolvem servios e so marcados pelo conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Produtos esto se tornando experincias. Esto mortas as velhas concepes industriais na definio e marketing de produtos. (...) Graas s vendas online e nova dinmica do mercado, os preos fixados pelo fornecedor esto sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos at o conceito de preo, medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem pagar. Os consumidores vo oferecer vrios preos por um produto, dependendo de condies especficas. Compradores e vendedores trocam mais informaes e o preo se torna fluido. Os mercados, e no as empresas, decidem sobre os preos de produtos e servios. (...) A empresa moderna compete em dois mundos: um fsico (a praa, ou marketplace) e um mundo digital de informao (o espao mercadolgico, ou marketspace). As empresas no devem preocupar-se com a criao de um web site vistoso, mas sim de uma grande comunidade online e com o capital de relacionamento. Coraes, e no olhos, so o que conta. Dentro de uma dcada, a maioria dos produtos ser vendida no espao mercadolgico. Uma nova fronteira de comrcio a marketface a interface entre o marketplace e o marketspace. (...) Publicidade, promoo, relaes pblicas etc. exploram mensagens unidirecionais, de um-para-muitos e de tamanho nico, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com frequncia tm acesso a informaes sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. So eles que controlam as regras do mercado, no voc. Eles escolhem o meio e a mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relaes pblicas, eles criam a opinio pblica online. Os marqueteiros esto perdendo o controle, e isso muito bom. (Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, So Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22) Os marqueteiros esto perdendo o controle, e isso muito bom. O termo marqueteiro, presente nesta frase, foi formado em portugus por influncia do ingls e tem como uma de suas acepes usuais:
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Compare o contedo das frases a seguir com o que o eu-poemtico afirma no poema. I. A notcia da morte do pai chegou por telefone. II. O falecimento foi informado pela primognita. III. A morte do pai provocou reminiscncias da infncia. IV. Apesar de no ter sido um bom pai, o filho perdoa e sente saudades. As frases que correspondem ao que efetivamente expresso no poema esto contidas apenas em
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. Na linguagem do futebol e dos esportes, o termo raa, que aparece no ttulo deste artigo, significa:
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) O barbante cortava teus dedos / Pesados de mil embrulhos: O emprego da expresso mil embrulhos no verso mencionado caracteriza-se como figura de linguagem denominada hiprbole, porque
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. Examine as afirmaes, comparando-as com o que se informa no artigo apresentado. I. O futebol se tornou um grande negcio no mundo de hoje. II. As conquistas da moderna medicina esportiva so fator de melhoria do desempenho fsico dos jogadores. III. A tecnologia dos equipamentos do esporte pode tornar qualquer pessoa um gnio do futebol. IV. Os craques da elite do futebol mundial so tambm garotos-propaganda de produtos de grandes marcas. As afirmaes que correspondem as que se expe no artigo so, apenas:
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. A leitura atenta do artigo revela que seu autor atribui maior importncia, entre os fatores que podem causar a melhoria do desempenho dos atletas:
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Marque a alternativa cujo verso contm um pleonasmo, ou seja, uma redundncia de termos com bom efeito estilstico.
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Quando a curva / Se acendia de luzes semoventes, Esta imagem significa, nos versos em que surge,
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. Embora o artigo tenha por finalidade enfatizar a utilidade dos produtos da tecnologia e das conquistas da medicina para a prtica do futebol, a meno em destaque a grandes jogadores como Pel, Garrincha, Ademir da Guia, Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi, Kak, Neymar e Ganso deixa implcito que:
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. Estar em forma fsica e forma tcnica, no artigo e no jargo esportivo, designam, respectivamente, o fato de um atleta
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Em Partiste um dia / Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula., oemprego da palavra brasil com inicial minscula, no poema de Vinicius, tem a seguinte justificativa:
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: A literatura em perigo A anlise das obras feita na escola no deveria mais ter por objetivo ilustrar os conceitos recm-introduzidos por este ou aquele linguista, este ou aquele terico da literatura, quando, ento, os textos so apresentados como uma aplicao da lngua e do discurso; sua tarefa deveria ser a de nos fazer ter acesso ao sentido dessas obras pois postulamos que esse sentido, por sua vez, nos conduz a um conhecimento do humano, o qual importa a todos. Como j o disse, essa ideia no estranha a uma boa parte do prprio mundo do ensino; mas necessrio passar das ideias ao. Num relatrio estabelecido pela Associao dos Professores de Letras, podemos ler: O estudo de Letras implica o estudo do homem, sua relao consigo mesmo e com o mundo, e sua relao com os outros. Mais exatamente, o estudo da obra remete a crculos concntricos cada vez mais amplos: o dos outros escritos do mesmo autor, o da literatura nacional, o da literatura mundial; mas seu contexto final, o mais importante de todos, nos efetivamente dado pela prpria existncia humana. Todas as grandes obras, qualquer que seja sua origem, demandam uma reflexo dessa dimenso. O que devemos fazer para desdobrar o sentido de uma obra e revelar o pensamento do artista? Todos os mtodos so bons, desde que continuem a ser meios, em vez de se tornarem fins em si mesmos. (...) (...) (...) Sendo o objeto da literatura a prpria condio humana, aquele que a l e a compreende se tornar no um especialista em anlise literria, mas um conhecedor do ser humano. Que melhor introduo compreenso das paixes e dos comportamentos humanos do que uma imerso na obra dos grandes escritores que se dedicam a essa tarefa h milnios? E, de imediato: que melhor preparao pode haver para todas as profisses baseadas nas relaes humanas? Se entendermos assim a literatura e orientarmos dessa maneira o seuensino, que ajuda mais preciosa poderia encontrar o futuro estudante de direito ou de cincias polticas, o futuro assistente social ou psicoterapeuta, o historiador ou o socilogo? Ter como professores Shakespeare e Sfocles, Dostoievski e Proust no tirar proveito de um ensino excepcional? E no se v que mesmo um futuro mdico, para exercer o seu ofcio, teria mais a aprender com esses mesmos professores do que com os manuais preparatrios para concurso que hoje determinam o seu destino? Assim, os estudos literrios encontrariam o seu lugar no corao das humanidades, ao lado da histria dos eventos e das ideias, todas essas disciplinas fazendo progredir o pensamento e se alimentando tanto de obras quanto de doutrinas, tanto de aes polticas quanto de mutaes sociais, tanto da vida dos povos quanto da de seus indivduos. Se aceitarmos essa finalidade para o ensino literrio, o qual no serviria mais unicamente reproduo dos professores de Letras, podemos facilmente chegar a um acordo sobre o esprito que o deve conduzir: necessrio incluir as obras no grande dilogo entre os homens, iniciado desde a noite dostempos e do qual cada um de ns, por mais nfimo que seja, ainda participa. nessa comunicao inesgotvel, vitoriosa do espao e do tempo, que se afirma o alcance universal da literatura, escrevia Paul Bnichou. A ns, adultos, nos cabe transmitir s novas geraes essa herana frgil, essas palavras que ajudam a viver melhor. (Tzvetan Todorov. A literatura em perigo. 2 ed. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009, p. 89-94.) Observe as seguintes opinies referentes ao ensino de literatura. I. O estudo de obras literrias na escola tem como objetivo fundamental ensinar os fundamentos da Lingustica. II. A anlise das obras feita na escola deve levar o estudante a ter acesso ao sentido dessas obras. III. O objetivo do ensino da literatura na escola no formar tericos da literatura. IV. De nada adianta a leitura das obras literrias sem a prvia fundamentao das teorias literrias. Das quatro opinies, as que se enquadram na argumentao manifestada por Todorov em seu texto esto contidas apenas em:
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes tomam por base uma reportagem de Antnio Gois publicada em 03.02.2012 pelo jornal Folha de S.Paulo. Laptop de aluno de escola pblica tem problemas Estudo feito pela UFRJ para o governo federal mostra que o programa UCA (Um Computador por Aluno), implementado em 2010 em seis municpios, esbarrou em problemas de coordenao, capacitao de professores e adequao de infraestrutura. O programa piloto do MEC forneceu 150 mil laptops de baixo custo a professores e alunos de cerca de 300 escolas pblicas. s cidades foram prometidas infraestrutura para acesso internet e capacitao de gestores e professores. Uma das concluses do estudo foi que a infraestrutura de rede foi inadequada. Em cinco cidades, os avaliadores identificaram que os sinais de internet eram fracos e instveis tanto nas escolas quanto nas casas e locais pblicos. A pesquisa mostra que os professores se mostravam entusiasmados no incio, mas, um ano depois, 70% relataram noter contado com apoio para resolver problemas tcnicos e 42% disseram usar raramente ou nunca os laptops em tarefas pedaggicas. Em algumas cidades, os equipamentos que davam defeito ficaram guardados por falta de tcnicos que soubessem consert-los. Alm disso, um quinto dos docentes ainda no havia recebido capacitao, e as escolas no tinham incorporado o programa em seus projetos pedaggicos. Um dos pontos positivos foi que os alunos passaram a ter mais domnio de informtica. O programa foi mais eficiente quando as escolas que permitiram levar o laptop para casa. Foram avaliadas Barra dos Coqueiros (SE), Santa Ceclia do Pavo (PR), So Joo da Ponta (PA), Terenos (MS) e Tiradentes (MG). Os autores do estudo no deram entrevista. [...] o programa UCA (Um Computador por Aluno), implementado em 2010 em seis municpios, esbarrou em problemas de coordenao, capacitao de professores e adequao de infraestrutura. Observe as seguintes tentativas de substituir esbarrou em nesta passagem. I. foi de encontro a. II. defrontou-se com. III. resolveu. IV. eliminou. As substituies que no alteram substancialmente o sentido da frase esto contidas em
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Leia o texto a seguir: A literatura em perigo A anlise das obras feita na escola no deveria mais ter por objetivo ilustrar os conceitos recm-introduzidos por este ou aquele linguista, este ou aquele terico da literatura, quando, ento, os textos so apresentados como uma aplicao da lngua e do discurso; sua tarefa deveria ser a de nos fazer ter acesso ao sentido dessas obras pois postulamos que esse sentido, por sua vez, nos conduz a um conhecimento do humano, o qual importa a todos. Como j o disse, essa ideia no estranha a uma boa parte do prprio mundo do ensino; mas necessrio passar das ideias ao. Num relatrio estabelecido pela Associao dos Professores de Letras, podemos ler: O estudo de Letras implica o estudo do homem, sua relao consigo mesmo e com o mundo, e sua relao com os outros. Mais exatamente, o estudo da obra remete a crculos concntricos cada vez mais amplos: o dos outros escritos do mesmo autor, o da literatura nacional, o da literatura mundial; mas seu contexto final, o mais importante de todos, nos efetivamente dado pela prpria existncia humana. Todas as grandes obras, qualquer que seja sua origem, demandam uma reflexo dessa dimenso. O que devemos fazer para desdobrar o sentido de uma obra e revelar o pensamento do artista? Todos os mtodos so bons, desde que continuem a ser meios, em vez de se tornarem fins em si mesmos. (...) (...) (...) Sendo o objeto da literatura a prpria condio humana, aquele que a l e a compreende se tornar no um especialista em anlise literria, mas um conhecedor do ser humano. Que melhor introduo compreenso das paixes e dos comportamentos humanos do que uma imerso na obra dos grandes escritores que se dedicam a essa tarefa h milnios? E, de imediato: que melhor preparao pode haver para todas as profisses baseadas nas relaes humanas? Se entendermos assim a literatura e orientarmos dessa maneira o seuensino, que ajuda mais preciosa poderia encontrar o futuro estudante de direito ou de cincias polticas, o futuro assistente social ou psicoterapeuta, o historiador ou o socilogo? Ter como professores Shakespeare e Sfocles, Dostoievski e Proust no tirar proveito de um ensino excepcional? E no se v que mesmo um futuro mdico, para exercer o seu ofcio, teria mais a aprender com esses mesmos professores do que com os manuais preparatrios para concurso que hoje determinam o seu destino? Assim, os estudos literrios encontrariam o seu lugar no corao das humanidades, ao lado da histria dos eventos e das ideias, todas essas disciplinas fazendo progredir o pensamento e se alimentando tanto de obras quanto de doutrinas, tanto de aes polticas quanto de mutaes sociais, tanto da vida dos povos quanto da de seus indivduos. Se aceitarmos essa finalidade para o ensino literrio, o qual no serviria mais unicamente reproduo dos professores de Letras, podemos facilmente chegar a um acordo sobre o esprito que o deve conduzir: necessrio incluir as obras no grande dilogo entre os homens, iniciado desde a noite dostempos e do qual cada um de ns, por mais nfimo que seja, ainda participa. nessa comunicao inesgotvel, vitoriosa do espao e do tempo, que se afirma o alcance universal da literatura, escrevia Paul Bnichou. A ns, adultos, nos cabe transmitir s novas geraes essa herana frgil, essas palavras que ajudam a viver melhor. (Tzvetan Todorov. A literatura em perigo. 2 ed. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009, p. 89-94.) Ter como professores Shakespeare e Sfocles, Dostoievski e Proust no tirar proveito de um ensino excepcional? Esta questo levantada por Todorov, no contexto do terceiro pargrafo, significa: